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Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

18 de set. de 2025

Opiniões e futuro - A internet é para sempre

Post rascunhado em 11/2019. Não tinha pandemia ainda. E eu só tinha uma filha, e ela tinha 7 meses. Antes de toda a guerra política dos últimos anos. Não modifiquei o que já estava escrito, e não lembro (sinceramente) o motivo de não ter postado isso na época.

Eu tenho um conjunto bem heterogêneo de amigos. De todas as escolaridades, passados, anseios e situações. Gosto de me cercar de pessoas com opiniões divergentes com o intuito de fugir da "bolha" social que espreita nos algoritmos de preferência que as grandes mídias sociais usam. Para fugir disso, no entanto, sou obrigado a não expor tantas opiniões quanto gostaria. Uma benção disfarçada de maldição. Ocorre que se expressar opiniões muito divergentes, em nosso ambiente dualizado e na era da pós verdade, a interação das pessoas comigo vai pesar tanto quanto minha interação com elas, e nisso a vontade da mídia de criar uma câmara de eco confortável, evitando o conflito, vai se sobrepor à minha vontade de ler o outro lado.

Assim sendo, temas polêmicos como religião, política e até futebol viram uma vitrine de suas preferências, conforme sua interação e das outras pessoas. Não gosto disso.

Dito isso, estou plenamente ciente, em cada post, compartilhamento, foto ou vídeo, que a Internet é para sempre. Na verdade nada é para sempre, mas com certeza vai ser mais velha que você, e talvez seus netos.

Enquanto isso, a minha opinião muda, sobre assuntos diversos, conforme novas informações aparecem. Conforme leio, entendo, estudo, compartilho e converso. Foi assim com assuntos polêmicos, em que rejeitei o generalismo e o preto no branco da verdade absoluta para me enveredar no cinza que domina o ambiente do "não é bem assim". É um exercício libertador, embora muitas vezes improdutivo. Causa uma certa ansiedade, que só a dúvida produz. Mas a dúvida é por vezes mais libertadora que a "verdade" absoluta, que por vezes, estudada em suas raízes mais profundas, retirada de contexto ou colocada em contextos diversos, se perde no meio da complexidade das relações humanas e do mundo em geral.

No entanto, nos últimos tempos percebi gente inteligente, que eu conheço de outras décadas e espaços, expondo opiniões preto no branco, sem dialética, por vezes com violência verbal exacerbada, atingindo as opiniões contrárias como se sua verdade fosse a absoluta e inabalável certeza. E quem pensa diferente é um coitado, desprovido de inteligência, traidor de preceitos nobres. Como se a verdade absoluta fosse apenas uma, e todo o resto está errado.

Ouso dizer que, se vivêssemos em um mundo em que a verdade absoluta dominasse, estaríamos em um deserto de ideias, como são as ditaduras (não importa o espectro político em que ela se encontre). Quando não há espaço para discutir, revoltas acendem. Sem diálogo, mesmo diametralmente oposto, não se avança em nada.

Mas as pessoas esquecem que a Internet tem memória de elefante. Ela não perdoa, nem esquece.

Envelhecer

 Hoje estava escutando a música Buried Alive do Avenged Sevenfold (sim, quem diria, eu gosto de heavy metal, mas essa é quase uma balada).

Fantástico como algumas músicas nos remetem ao momento atual da vida adulta. Estou no "meio" do caminho (espero). Muitos anos se passaram, inclusive destes posts. Eu posto (sem regularidade nenhuma) desde 2005. São 20 anos. Isso é muito tempo. Tempo em que minha vida mudou tanto que não me considero a mesma pessoa que escrevia estas linhas duas décadas atrás. "Muito mudado desde a última vez".

Às vezes me sinto "enterrado vivo" - a responsabilidade da vida real, minhas filhas, esposa, carreira e o investimento em uma vida melhor para todos nós é um fardo fantástico. Mas o custo é tão pequeno perto do benefício. Minhas lindas meninas, felizes, crescendo. Minha linda esposa, sempre ao meu lado, completa meu mundo. Ela me conhece tão bem que chega a assustar.

No meio de uma viagem, comentei com ela sobre uma pergunta de um repórter à uma entrevistada (CEO de uma empresa) e ele perguntou: "você tem 30s para dizer algo para você mesma aos 18 anos, o que você diria?". E ela adivinhou exatamente o que eu diria: nada. O efeito borboleta que poderia me impedir de estar, agora, onde estou, com quem estou, é assustador. Eu não diria nada.

E agora, sentado no escritório, tentando pela terceira vez terminar este post (e com mais rascunhos de meses atrás) eu me considero sortudo, talvez abençoado, talvez esforçado, certamente feliz. A felicidade de saber que a soma de tudo é MUITO mais positiva do que negativa.

26 de mar. de 2025

Já verificou o wearout do seu SSD hoje?

A modernidade nos levou à uma sociedade conectada em que a tecnologia cada vez mais faz parte do cotidiano. Apesar disso, cada vez menos pessoas entendem de fato de tecnologia. Os cursos específicos esvaziam-se, ligados à STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics), se provam muito difíceis para uma geração acostumada à satisfação imediata e recompensas fúteis, sem esforço. Paradoxalmente, muitas destas comodidades vem diretamente da tecnologia que eles usam, mas não entendem.


Então, nos primórdios havia os HDDs, spinning rust, discos de metal magnetizado acumulando informação. Um pináculo para a época, hoje continuam mais baratos e acessíveis e ainda muito usados para dados de pouco acesso (backups de longo termo, por exemplo) e/ou auxiliados por tecnologias de armazenamento mais novas, mais rápidas.

E então vieram os SSDs (Discos de Estado Sólido). Memórias em chips de silício, sem partes móveis, mais silenciosos, energeticamente eficientes e principalmente, rápidos. Muito rápidos. Em média de 4 a 5 vezes mais rápidos que os HDDs. E se tornaram o padrão. Primeiro usando o protocolo dos HDDs (SATA) e um fator de forma também compartilhado com os HDDs de notebook, de design mais fino, mais eficientes. Posteriormente veio o padrão NVME. Agora os discos se ligam diretamente ao processador ou chipset através de trilhas PCIe. Aí a coisa foi de 25 vezes para até 70 vezes mais rapidez em comparação aos HDDs mais modernos.

Um sopro de vida em um mundo em que o armazenamento é o maior gargalo, onde sobra processamento e a memória pode ser auxiliada pelo armazenamento. Virou padrão. Chips pequenos, leves e rápidos. É só alegria.

E se passaram alguns anos.

Agora começaram os relatos. Meu computador não liga mais. Cadê meus dados.

Poucas pessoas tem backups, e muitas não tem ideia de como recuperar algo. E os SSDs tem um detalhe chamado Wearout. Em SSDs isso é o desgaste natural que ocorre porque cada célula de memória só pode ser apagada e regravada um número limitado de vezes antes de parar de funcionar. SSDs têm células reservadas que entram em ação para substituir as que param de funcionar, mas quando essas reservas acabam, o SSD pode ficar instável, mais lento ou até parar de funcionar.

E com os computadores contando com sistemas operacionais modernos que escrevem logs de tudo, sistemas de segurança como antivirus escrevendo bastante, mesmo parado seu computador está o tempo inteiro escrevendo no disco, desgastando estas células.

Desde que soube deste fato observo com cuidado meus sistemas com SSD. Uso o CrystalDiskInfo para isso. E deixo ele rodando para me avisar de eventuais problemas. O disco principal do meu servidor doméstico atingiu 25% de wearout (um quarto das células reservadas gastas) e foi substituído por segurança.

E você, já verificou o wearout do seu SSD hoje?