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26 de ago. de 2015

Um pouco de nostalgia

Ano 2001, em plena mudança completa e radical de vida, curso, cidade, eu conheci uma banda, da maneira mais inusitada que existe. Navegando na Internet, curtindo vídeos virais da época, com stick figures animados em Flash. Disturbed - Down With the Sickness. Veio como natural após curtir Papa Roach, Godsmack e outros. Essas bandas também povoavam outros universos, entre vídeos e trilhas sonoras de filmes que assistia.


Desde antes ainda (1999, mais ou menos) eu sempre curtir metal. Seja ele alt, melódico, trash ou sinfônico, além do tradicional (Metallica, Iron Maiden, etc). E sempre escutei a mesma coisa: isso é uma fase, vai passar, vai evoluir e parar de escutar esses "barulhos".

Pois bem, o tempo passou. Hoje com 34 anos na cara, 16 anos depois, Disturbed ressurge das cinzas após cinco anos de um hiato para lançar Immortalized. Seu sexto álbum é uma evolução em termos de estilo e musicalidade. Me senti de volta ao tempo em que esperava ansioso os lançamentos.

E vejam só, meus gostos não mudaram. Evoluíram, sim, mas continuam os mesmos. Corro escutando músicas que escutava 10 anos atrás, novos álbuns de bandas que gostava antes de sair de casa para a faculdade.

Me trazem lembranças, como ligar o computador domingo após o meio dia (pois era Internet discada e nesse horário era apenas um pulso), ligar a caixa de som que meu pai "fez" a partir de peças e eu achava muito estranha, mas tinha um grave fantástico no computador (lembro do vento batendo na perna com certas músicas) e entrar no IRC para socializar e combinar a noite.

Lembro da combinação de softwares. O discador, o mIRC (depois MSN), o Winamp e jogando Half-Life ou Quake 2.

Lembro das músicas da época, a playlist inteira, composta por Disturbed, Godsmack, Papa Roach, Metallica, Iron e o ocasional Blink 182, Eminem e até Newsboys com Million Pieces.

Inclusive, naquela época eu acreditava em Deus. Já desconfiava e tinha minhas dúvidas, e tinha eliminado religião em si pelos dogmas e inconsistências, mas acreditava. E escutava Newsboys, uma banda gospel. Que ironia que um dos co-fundadores da banda tenha se aberto como ateu, e denunciado uma indústria gospel que não possui o "produto" que vende, ou seja, a fé.

E alguns dias atrás conversando, alguém comentou: e se você pudesse voltar no tempo, o que faria diferente. Eu MORRO de medo dessa perspectiva. Se fosse me oferecido voltar no tempo eu recusaria veementemente, ferozmente até. Considero que o que construí é um conjunto de coincidências frágil que pode ser facilmente modificado pelo ato mais ridículo. O que me levaria a não estar aqui, hoje, em uma das épocas mais felizes de minha vida, mais estáveis, mais aproveitadas.

Eu sou feliz hoje. E isso poderia mudar se tudo não tivesse acontecido da exata maneira que aconteceu, eu esqueço fácil o que acontece de ruim, acho que isso é que faz com que eu seja tão feliz. Essas lições ficam na mente como avisos, e não traumas. Eu perdôo da melhor forma que existe, esquecendo completamente. Quando lembro expulso imediatamente esses pensamentos da minha mente, para não poluir o que tem de bom lá. O problema é que esqueço outras coisas, mais recentes, por vezes importantes, mas nada para se preocupar demais. É um preço barato para se pagar pela clareza mental e paz que possuo.