Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

16 de mai. de 2012

Perdendo as esperanças

Hoje como de costume fui ler as últimas notícias no Google News.

Mas o que eu li na parte de tecnologia me deixou perplexo, a notícia não é tão ruim, o problema foi o anúncio e a maneira pela qual ela veio. Hoje aprovaram uma nova lei sobre crimes cibernéticos, faltando apenas a anuência presidencial. A lei, um misto entre a Lei Azeredo (também chamado de AI5 Digital) e uma lei que tem como autor (entre outros) o deputador Paulo Teixeira, foi aprovada por unanimidade em uma sessão ridiculamente curta, mesmo o texto estando sujeito a inúmeras revisões.

Segundo um dos votantes, a Lei foi influenciada principalmente pelo episódio Carolina Dieckmann. Imaginem isso! Uma atriz global tem fotos indecentes suas publicadas na Internet e a Câmara aprova uma LEI POR CAUSA DISSO! Esse país está perdido, nunca seremos levados a sério enquanto isso continuar. Alguém lembra do episódio "Daniela Cicarelli"?

Agora cada nuvem cibernética que fizer a cagada de clicar em um link tosco em um email ridículo, preencher seus dados e/ou instalar um malware que permita acesso remoto ao seu computador pessoal estará protegida por uma lei! Que legal! Como diria o Caceta e Planeta: seus problemas se acabaram-se!

Antivírus? Firewall? Bom-senso? Prá quê? Temos a "Lei Carolina Dieckmann" para nos proteger dos cibercriminosos!

Seja uma atriz global ou o Zé Aruela da esquina que "formata PCs" para viver, todos precisam ter conhecimentos básicos se quiserem estar na Internet. Todo Internauta deveria fazer um teste, como a prova da Carteira de Motorista, sob pena de, usando uma ferramenta, colocar a si mesmo e outros em perigo. Vamos mais longe, se você já usou uma câmera digital, caixa eletrônico, dirige um carro (sim, tem um computador no seu carro, provavelmente), usa um telefone celular ou trabalha com um computador, você precisa saber o mínimo sobre como ele funciona. E não, não é pedir demais!

Mas qual o motivo? Para que você não fique vulnerável, nem sua família. E não estamos falando sobre fotos indecentes, estamos falando sobre informações pessoais, fotos normais, detalhes da rotina que podem levar a um sequestro, a dinheiro suado de sua conta bancária roubado, perigo para seus familiares e amigos.

O nosso problema é outro, mais viceral. Falta de educação! E esse PODE, de fato, ser resolvido com uma (ou várias) leis. Leis que destinem recursos de nossos suados (e ridicularmente altos) impostos para a educação.

14 de mai. de 2012

Fases e papéis

Hoje estava pensando sobre a existência em si. Tema muito filosófico, muitos pensadores gastaram anos elaborando teorias sobre isso, mas até hoje não existe uma unanimidade. Elaborei uma teoria, que embora seja minha (veio da minha cachola) pode já ter sido explorada por outro, mas não pesquisei sobre isso, se estiver plagiando alguém, juro, honestamente, não foi minha intenção.

Nós passamos por fases na vida. Essa verdade nos persegue durante toda a existência e se manifesta o tempo todo. Evoluímos sempre. Vejam bem, não confundam mudança com evolução. Embora uma geralmente acompanhe a outra, a minha teoria "ninguém muda" continua válida. Evoluímos acompanhando a situação, e embora essa situação possa durar o resto de nossas vidas e o efeito também seja duradouro, se a situação se invertesse e o ambiente fosse propício voltaríamos inexoravelmente a ser o que éramos, ou nunca deixamos de ser, na verdade.

Muitos tentaram demonstrar estas fases, usando tempo, desenvolvimento corporal e mental, situação e ambiente. No entanto, para mim, o que define nossas fases são os papéis que desempenhamos ao longo da vida. Desde o início da nossa existência, somos significativos simplesmente por existirmos. Nem que seja para desviar a luz que incide sobre nós, todos temos um papel no universo e nossa existência repercute como pedras jogadas nas águas calmas de um lago.

A primeira e mais óbvia fase, e que geralmente se aplica aos humanos, é a fase em que nosso papel é de filhos. Até uma certa idade, é tudo que temos que fazer, ser filhos. Ë uma experiência muito intensa, os primeiros anos de vida nos ensinam praticamente tudo que define nossa personalidade. Depois dessa fase, nosso papel geralmente é de estudantes. Notem que estou detalhando as fases baseado na minha própria experiência, e nem todo mundo passa por isso. Alguns sofrem mais, com fases mais complicadas, outros nunca deixam uma fase e outros pulam fases, que depois fazem falta... Enfim, como estudante, você não é mais "apenas" um filho, tem direitos, mas também tem deveres. Essa fase pode ser intercalada, e geralmente tomamos outros papéis na jornada, muitas vezes secundários ou transitórios, e capazes até de atrapalhar o nosso papel principal (por exemplo, namorado, festeiro, jogador).

O importante é nunca deixar de ter certeza de nosso papel, definir as prioridades do que somos e agir de acordo com a importância.

Se seu papel é de estudante, não deixe seu papel de festeiro com os amigos atrapalhar sua verdadeira missão e objetivo. Embora ambos sejam importantes no seu crescimento, não se deve abdicar de um papel principal por um secundário e transitório. Se seu papel é de trabalhador e provedor, não deixe seu papel de esposo ficar no esquecimento, mas não deixe seu papel de festeiro impedir de desempenhar suas tarefas, tanto profissionais como familiares. Prioridades, são essenciais.

Eu vejo todo dia gente perdida, sem objetivo na vida, cheios de ansiedade e falta de prioridades. É um desperdício um adulto sem objetivos, quase tanto quanto uma criança sem guias. Uma vida desperdiçada no que se acha importante, e no entanto, não é. A ânsia de se "viver" sem saber exatamente o que fazer, e a noção de "tempo perdido". Todo tempo é perdido, no sentido que não volta. Se você "perde" tempo em um relacionamento, ou "perde" tempo em uma festa, o sentido é o mesmo, é um tempo que não volta, nenhum tempo volta, nunca, mas se arrepender é ridículo, pois antes de mais nada, é inútil, e além disso, é frustrante. Nunca seja um frustrado. Aproveite ao máximo sua vida, seja qual fase esteja. Seja um bom irmão, pai, amigo ou blogger. Mas nunca deixe um papel secundário ser mais importante que o principal. Ao meu ver, o principal papel que qualquer homem pode ter é ser pai, e esse papel acompanha o vivente por toda sua existência, e nada é mais importante que isso. Um dia chego lá.

Não viva com ansiedade, embora tenhamos apenas uma vida, ela sempre vale a pena ser vivida, nem que seja assistindo reprises na TV ou criando a vacina para a mais terrível doença. Todos temos nosso chamado, nosso papel principal. Antes de mais nada, ache o seu. Esposo, filho, pai, profissional ou amigo. Desepenhe seus papéis. Crie a única coisa indelével, permanente e eterna enquanto dure: lembranças.

4 de mai. de 2012

Mais desventuras informáticas

Dois anos atrás, quando comprei meu HTPC, sabia que ia ter que lidar com um fator muito importante. Temperatura. A poeira de nossa terra vermelha aliada aos verões imperdoáveis com seus 32 graus celsius certamente "cozinharia" as entranhas da minha maquininha. Afim de proteger meu investimento, tive que investir um pouco mais. Encomendei um Cooler Zalman CNPS8700 LED do eBay. Optei pelo modelo LED mesmo sabendo da existência do modelo NT, que seria mais moderno, pois ao meu ver a diferença de preço não faria diferença na performance, quando muito, pelas especificações, o LED teria um fan mais rápido... Ledo engano.

O detalhe é que minha placa mãe, uma DH55TC da Intel, possui um sistema chamado PWM (Pulse Width Modulation) que controla a velocidade de todos os ventiladores do sistema. Embora os ventiladores dos chassis possuam controle de velocidade por regulador de voltagem, o da CPU não tem. A diferença entre um e outro é apenas um fio a mais no conector. O modelo LED não tem PWM, o NT tinha... Quando notei a bobagem que tinha feito, era tarde.

Para tentar consertar, acabei tendo que gastar mais dinheiro. Comprei um dispositivo chamado Nanoxia PWMX, que teoricamente converte qualquer cooler modelo normal em um cooler PWM, convertendo os sinais PWM da placa mãe em regulação de voltagem para o fan e assim permitindo o uso de um fan normal em uma controladora PWM em baixas velocidades.

Pois bem, acabou dando certo, por dois anos. Meses atrás cheguei em casa da viagem de final de semana e fui assistir um filme (Full HD, claro) e o filme começou a travar. Indignado, imaginei que o processamento estaria comprometido pelo antivirus ou sei lá, e resolvi habilitar aceleração de hardware na GPU, funcionou, o filme ficou smooth novamente, por uns 2 minutos, quando então a máquina desligou do nada, me causando o maior susto.

Ao religar a máquina, CPU OVERHEAT aparece na tela.

Abri o case, e o fan estava parado! Dei uma "ajudinha" com o dedo, ele voltou, por alguns segundos, parando novamente. Minha máquina havia funcionado o final de semana inteiro sem fan, com refrigeração passiva.

O barato sai caro, encomendei um novo CNPS8900, dessa vez com a certeza que ele é PWM, demorou uns dois meses, mas veio. Junto comprei dois reguladores de voltagem variáveis para colocar nos cases de HD e regular as velocidades das ventoinhas destes também.

Depois de instalado (para instalar esse cooler, é necessário remover completamente a placa mãe afim de afixar a moldura traseira), tudo remontado. O sistema não iniciou. Ainda bem que eu tenho backups, até dos backups. Recuperado o backup das 4 da matina do mesmo dia, tudo de volta ao normal. A noite também instalei os reguladores de voltagem nos cases externos, e o silêncio voltou a reinar na minha sala de estar. Que maravilha!