Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

28 de mar. de 2009

CPM 22 no Atlanta

Sexta-feira é um dia complicado. Sempre foi. No serviço, tudo que pode acontecer de ruim acontece na sexta, pois assim você estará mais estressado no final do dia, cansado de correr atrás dos problemas e matutando sobre o que ficou para ser resolvido na segunda-feira. Geralmente sou caseiro nas sextas. É um dia propício para descansar, olhar um filme, ficar em casa.

Mas tinha o show do CPM 22 no Atlanta hoje. Comprei o ingresso antecipado e até me desfiz da natural cara de cansaço para ir no show. Estava de fato empolgado.

Mas o Atlanta, como no show do Nenhum de Nós, como em outros shows que fomos lá, se superou... Em falta de organização, em desrespeito com os clientes, em falta de consideração com a banda e com o povo de Santo Ângelo.

15 reais, antecipado (nem imagino quanto era na hora). Quando chegamos e vimos a fila monstruosa na frente do Atlanta, cheguei a ficar mais empolgado. Imagina, casa cheia para esse show. Qual não foi a surpresa ao entrar no Atlanta depois de mais de 40 minutos na fila para notar que a demora era causada pela total desorganização da equipe, e não pelo volume de pessoas. Não tinha ninguém lá dentro. E logo o motivo ficou claro. O som eletrônico tocava a mesma playlist da espera pelo show do Nenhum de Nós, dava prá saber até qual era a próxima música. Já tinha passado das duas da madrugada quando o show finalmente começou. O Atlanta, ainda vazio.

Resolvi comprar uma cerveja. Sair na noite exige, demanda uma cerveja gelada. Qual não foi minha surpresa ao saber que o Atlanta não vendia long neck. Mas vai lá, hoje em dia, cerveja de lata é o padrão mesmo, sem problemas. Comprei 4 fichas. Quando pedi a cerveja, o cara me alcançou uma BAVARIA fria (não gelada). Eu não consegui esconder a indignação, pedi uma Brahma ou qualquer outra (Bohemia, Skol, por favor, até POLAR). Não tinha, era BAVARIA FRIA OU KAISER QUENTE. Só consegui tomar dois goles da Kaiser quente. Isso estraga a festa de qualquer um.

Eu e a namorada resolvemos trocar as fichas e comprar um whisky com energético. O preço? Baratinho! 10 REAIS. Mas tudo bem, melhor que nada. Opa, não era 10 reais a dose COM o energético. Era 10 reais o ENERGÉTICO, e MAIS 10 a dose. Quer dizer que eram 20 reais a dose com energético. Nunca tinha visto isso na vida. Até hoje, o lugar mais caro que eu já fui era o Planeta Atlântida, onde uma água saia por 2 reais (alias, tudo saia 2 reais). No Atlanta:

Cerveja: 3,50 (lata, Kaiser quente ou Bavaria fria, não gelada)
Água/Refri: 3,00 (yep, tudo isso)
Energético OU dose: 10 reais (whisky com energético, 20 reais, mas GANHAVA O GELO, vejam vocês)

Eu já estava indignado com o Atlanta depois que eles resolveram usar um esquema que só funciona em BAILE DO INTERIOR. Usar fichas no caixa. UM caixa apenas. Isso contraria todos os bares, pubs e restaurantes que eu frequento, aqui, em Passo Fundo, que eu sei de Santa Maria, Porto Alegre. Nunca tinha visto isso (a não ser nos referidos bailes do interior). Quando tem gente no show, a fila é kilométrica, mas como não tinha NINGUÉM, ao menos não tinha fila. Aliás, dava prá andar de bicicleta no meio do povo sem bater em ninguém, de tão vazio.

Mas TUDO BEM. Ao menos tinha o show. Aí o Atlanta, novamente, se supera. Uma banda do calibre do CPM, e o som daquela birosca continua uma PORCARIA. Não tem equalização, não tem médios, só agudos e graves, e daí eles elevam o volume ao ponto de tremer o chão, prá compensar a total falta de médios. Assim, o grave faz teu estômago pular, enquanto o agudo parece uma agulha nos ouvidos. Não deu para ficar perto do palco. Pior que os caras estavam se esforçando, paravam a cada música, testavam os instrumentos, eles viram que a coisa estava feia. Mas esse é um dos irremediáveis problemas de lá. Sempre foi assim, e nunca consertaram.

Eu sinto pena das novas gerações. Se continuar assim, nenhuma banda de calibre vai querer fazer shows em Santo Ângelo no monopólio absoluto do Grupo Arena, enquanto o Atlanta for a única opção. Em pouco tempo, vai fechar novamente aquela birosca, e junto vai levar a fama de Santo Ângelo como cidade de shows para o espaço. POR FAVOR, botem BOLICHE lá! Mas não façam mais shows!!!

E agora chega, fica o apelo, a indignação e a lembrança que pelo que eu gastei podia ter ido jantar fora, comer um filé e tomar uma cerveja GELADA, e ainda aproveitar uma boa noite de sono, nesta sexta-feira fatídica.