Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

26 de set. de 2014

Elements - The Game

Eu sempre gostei de jogos, na adolescência tinha mais tempo e podia me dedicar HORAS a um jogo, "virar" ele, detonar, descobrir todos os segredos. Hoje em dia jogos tem que ter certas condições para que eu jogue:


  1. Tem que ser casual. Eu não tenho tempo nem vontade de gastar horas seguidas em um jogo. Uma partida não pode durar mais que alguns minutos, senão corro risco de perder a esposa, negligenciar o cachorro e me frustar.
  2. Tem que gravar o progresso. OK, então eu jogo algumas partidas. Duas coisas DEVEM acontecer: Eu tenho que ficar melhor no jogo, o jogo deve lembrar que eu sou bom nele. Não precisa necessariamente ter um sistema de salvamento, usuário e senha, mas algum registro tem que existir.
  3. Tem que ter algum tipo de multiplayer, nem que seja assíncrono. O melhor de um jogo é se tornar bom nele, e de nada vale se não puder contar para alguém ou tirar sarro.
  4. Tem que exigir certa destreza mental. Pode ter partidas melhores ou piores, mas tem que depender de mim, não da velocidade do processador e placa de vídeo.
  5. Tem que ser "abandonável". Se a vida real chama, eu tenho que ir. Ferre-se o jogo. Se eu não perder nada e não for penalizado por isso, melhor.
No final, FPSs ainda ganham (Unreal, CS) em muitos requisitos, mas encontrar um amigo para jogar é complicado. Eis que eu achei o Elements: elementsthegame.com.

Baseado em cartas e turnos, você cria um deck entre 30 a 60 cartas, com 12 possíveis elementos e cartas neutras, cada carta "custa" um certo número de quanta de um certo elemento, sua "marca" gera um quantum por turno, e você usa pilares, pêndulos e outras cartas para gerar mais. 100 HP e uma variedade de AIs para jogar contra.

Meu atual deck foi criado por uma usuária para batalhar contra o último nível, mas invisto mais no nível 4, onde ele tem mais sucesso. Você pode ganhar cartas raras, ou fazer up das cartas (todas as cartas do meu deck são ups).


É um ótimo passatempo, tem infinitas combinações (cada jogo é diferente), tem PvP assíncrono e síncrono (campeonatos, que eu ainda não participo). Vale a pena.

19 de set. de 2014

Ciência, fé e as novas gerações

Ciência é conhecimento. Embora muitas pessoas definam coisas totalmente desprovidas de conhecimento como ciência, indicando seu estudo, aqui me refiro a ciência como os produtos do método científico. Ou seja, para ser ciência precisa ser baseada no método científico. Qual o motivo? O conhecimento adquirido através desse método evolui com o tempo, não é imutável, e é a base para quase todos os avanços disponíveis hoje em dia.

Tudo que usa eletricidade é ciência, por exemplo. Podes imaginar tua vida sem eletricidade? Pilhas, baterias, transformadores, alternadores, dínamos, todos dispositivos envolvidos na transformaçãi e disponibilização de energia para tornar sua vida melhor.

Suas roupas, cosméticos, móveis. Tudo produzido a partir de máquinas, cujo funcionamento é baseado em ciência. Mesmo que tudo fosse produzido a mão, ainda assim, seria conhecimento adquirido através de observação e teste.

Mesmo uma criança é um natural cientista. Ele testa, extrapola limites, brinca com sua imaginação e curiosidade. É necessário muita escola e doutrinação para matar o cientista que existe dentro de toda criança. Muitas figuras de autoridade ditando regras absurdas, não observáveis, não testáveis, para encher uma cabeça infantil de culpa e matar seu instinto avidamente curioso.

Então, quando a ciência disser algo, acredite nela. Se não houver evidência científica, não tome como verdade. Já falei sobre fé aqui, sobre a negação da observação de maneira que a crença possa ser mantida. Quando respostas fabricadas respondem suas perguntas, se perde a busca do conhecimento que nos levou a essa revolução tecnológica que vivemos. A cada "amém" dá-se mais autoridade a uma figura que nunca levou a nenhum avanço. A cada "experiência pessoal" se perde a curiosidade de enteder o universo. A cada guru, padre, pastor, rabino ou profeta, perdemos milhares de mentes que poderiam conceber grandes avanços em vários campos, melhorando nossa vida.

Quando você levantar de sua cama produzida industrialmente, colocar seus chinelos, usar sua escova e pasta de dente, tomar café, pegar seu carro e ir trabalhar, lembre-se: as pessoas que inventaram tudo isso não o fizeram através da fé, mas sim através de perguntas, busca de conhecimento científico e experimentação. Foram as dúvidas de suas mentes e não as certezas de sua fé que levaram ao avanço. Entenda que a ciência proporcionou praticamente tudo que você usa. Lembre-se que assim que a ciência, curiosa e atrevida, tentou fazer perguntas cujas respostas prontas da fé não respondiam com o rigor necessário, ela foi maltratada, abandonada e perseguida. Não cometa a mesmo erro.

Não podemos mais ser hipócritas a ponto de utilizar todos os avanços e ainda assim marginalizar a ciência quando ela questiona instrumentos de dominação baseados em crença.

Eu sempre digo, respeito as pessoas, tolero suas crenças, mas tente preservar a curiosidade de seus filhos, não imponha a eles suas crenças. Não doutrine suas crianças. Não deixe a fé matar a curiosidade. E principalmente, não mate as perguntas com respostas baseadas em fé. Não imponha suas verdades enlatadas, baseadas em crenças, para perguntas cujas respostas estão lá fora, esperando para serem encontradas. Sua criança pode um dia nos levar a essa resposta, e criar algo realmente incrível, imponente, lindo, deixando como herança para todos os seus descendentes: conhecimento científico.