Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

12 de dez. de 2009

Windows - Técnicos de TI e usuários

Saber lidar com um sistema operacional nada mais é do que inferir como ele funciona a partir de conhecimento básico, e usar esse conhecimento para dominar o sistema.

O Windows nada mais é do que um conjunto de arquivos realizando operações específicas para lidar com um hardware. Quando o sistema passa de um embaralhado de arquivos dll e sys para uma coisa conexa, você nota que dificilmente um sistema estará além de reparo. Aí você começa a querer de fato esganar os "formatadores" que se dizem técnicos de informática por aí.

Se você sabe usar as ferramentas certas (elas aparecem o tempo todo, atualizadas e melhoradas, na Internet), você pode pegar um computador de um usuário que já tentou de tudo ao seu alcance e torná-lo novamente utilizável (mantendo o papel de parede antigo). Com raras exceções, qualquer sistema operacional pode ser "revivido" com uma simples pesquisa na Internet, tempo e vontade. Embora muitos usuários estejam acostumados a perder tudo e começar do zero (e ainda dizem que o Windows é mais fácil), muitos não tem essa opção e ficariam extremamente contentes em ter seu sistema antigo, com suas personalizações e arquivos, no lugar onde estavam antes.

Para isso, sua melhor opção é sempre ter OUTRO computador disponível ao seu lado. Esse computador vai ser a base para você consertar o seu "paciente" e esse computador precisa FUNCIONAR. Então, obviamente, esse computador vai ser Linux. Você precisa também de um ambiente do qual você possa extrair arquivos. No caso, o VirtualBox é a escolha perfeita. Se você lida com Windows, você pode ter várias instalações (português, inglês, SP1, SP2, SP3) onde testar as soluções, passíveis de snapshots para que você não quebre elas, e sempre disponíveis, a um clique.

Mas qual o motivo para se ter uma estação Linux? Antes de mais nada, é para que você não tenha que consertar o tempo inteiro o seu computador. Além de ser ridículo um técnico de informática ter que consertar o próprio micro, isso vai demandar tempo que poderia ser utilizado no conserto do seu "paciente". A outra razão é a virtualização, que expliquei anteriormente, e a outra razão é que o Linux te dá um insight que você não consegue utilizando Windows. Ele não te esconde nada, não faz nada "por trás dos panos". Ele te ensina como um computador funciona de verdade. E você precisa desse conhecimento para consertar computadores.

Se sua segunda opção é formatar o computador, então por favor não se denomine técnico. Qualquer um faz isso, e só porque você aprendeu a usar um crack para instalar um Windows ilegal que eventualmente vai deixar seu cliente na mão, você não é melhor que os scripts kiddies da Internet.

23 de nov. de 2009

BitTorrent e downloads HTTP, FTP

Como um aficcionado por tecnologia, volta e meia alguém me pergunta como consigo as séries, filmes, etc, na Internet. Eu digo: BitTorrent. Mas sempre tem um amigo, conhecido ou parente que obviamente nunca conseguiu configurar o BitTorrent direito que enche o saco com isso, eles acham mais bonito, fácil, rápido, conseguir downloads em sites, como MegaUpload, 4shared, rapidshare, etc...

Eu não vou explicar como funciona o BitTorrent, existem milhares de sites na Internet que explicam direitinho como ele funciona, as vantagens e desvantagens. Tudo que vou fazer é postar um screenshot do meu cliente BitTorrent e acrescentar que 90% dos meus downloads são automáticos, por RSS (pesquisem no Google), além de explicar algumas coisas.

Eu não tenho tempo de ficar na frente do computador decifrando captchas (aquelas sequências de letras e números) para autenticar um downloas. Eu não tenho saco para baixar um filme em 10 partes de 70MB. Eu não gosto de Kazaa, eMule, etc, pois tem vírus demais, arquivos corrompidos demais e são buracos na segurança do computador. Não gosto de downloads em páginas pois eles sabem TUDO sobre você e podem te achar facinho, se quiserem, podendo inclusive definir tudo que você baixou nos últimos tempos.

Eis aqui como downloads devem funcionar:


10 de nov. de 2009

ENAD

O ENAD foi medíocre.

Antes de mais nada, me senti coagido a participar de um exame que é totalmente inútil para mim, perdi o almoço de domingo e ainda tive que me sujeitar as terríveis cadeiras de colégio das quais nunca senti falta depois de meu segundo grau.

Mas tudo bem, ao menos um exercício mental. Nem isso...

A prova foi medíocre, uma perda de tempo total. Interpretação de texto que qualquer aluno da Oitava série poderia facilmente decifrar. Uma prova sem imaginação, 85% citada diretamente da Internet, com questões mal formuladas, a maioria absoluta incitando uma resposta fácil.

Questões discursivas igualmente mal planejadas, ambíguas e de difícil interpretação.

Sem condições. O MEC e o INEP parecem querer, deliberadamente, criar estatísticas positivas, forçando um parâmetro mínimo terrível, que deveria ser necessário, não para acessar o ensino superior, mas para entrar no ensino médio.

7 de nov. de 2009

Concessões... Sim ou não?

Hoje em dia somos obrigados a fazer concessões em quase tudo. Significa engolir sapo mesmo, dizer uma coisa e pensar outra, fazer algo que não se quer apenas para agradar outra pessoa. O motivo de estarmos tão sujeitos a ter que ignorar nossa opinião e/ou vontade é o contrato social que assinamos quando ingressamos em um emprego, começamos um namoro ou quando queremos manter laços familiares ou de amizade.

Tudo isso é muito lindo na teoria, mas na prática não é tão fácil. O stress gerado pelo acúmulo de decisões que vão contra nossas opiniões pode somatizar em forma de doenças, ou criar as famosas "bolhas" de violência, prontas a explodir em um instante. Quando nossa mente já não aguenta mais, ela explode em hormônios que alteram nosso estado de humor. Nessas horas, casamentos e namoros acabam, amizades vão pro brejo, empregos são perdidos.

Mas o problema não são as concessões em si. O problema é a FALTA de reciprocidade. A balança não pode pender para um lado. Se falta empatia e a outra pessoa não colabora, a relação fica comprometida, e no final das contas, explode (ou seria implode?!).

No entanto, quando existe a reciprocidade, nosso cérebro nos mantêm lúcidos e no controle. É o velho "toma lá, dá cá". Se esse equilíbrio não é quebrado, ficamos satisfeitos ao ter nossas necessidades satisfeitas, mesmo que de vez em quando tivermos que ceder também.

4 de nov. de 2009

Não me crucifiquem!!!

Eu sou um cara tolerante. Geralmente gosto de ficar na minha quando os assuntos são política, religião e futebol. Tá bom, nem tanto, eu gosto das minhas opiniões, fiquei muito tempo pensando nelas, até que consegui fazê-las atingir um grau de maturação que eu chamo de "grau dogmático". É quando uma idéia é tão boa, e tão fundamentada, que apenas um dogma ridículo, improvável, bonitinho mas ordinário, pode rebater com sucesso unilateral meu argumento. Nesse momento, acabou a conversa.

Então hoje eu toco na ferida, jogo salmora emcima e ainda corto um pouquinho mais fundo, só para ver sangrar (quem não notou, acabei de citar Korn). Hoje vou falar sobre religião, denovo.

Deus. Tal como o amor, a semântica da palavra é uma coisa maravilhosa. Que outra palavra de 4 letras conseguiria explicar essa entidade sobrenatural, onipresente, onisciente e onipotente (e quando se pode usar estas palavras sem falar nisso)? Mas paramos para pensar. Onisciente. Saber tudo. Para saber tudo, é necessário uma consciência. A consciência do saber que se existe. Então, se há consciência, há o autoconhecimento (absoluto, no caso da onisciência). Onipotência. Poder tudo. Ela se liga diretamente a onisciência, pois para PODER algo, temos que ter consciência de que existimos, e podemos. Onipresença. Essa é mais fácil, mas nem por isso, menos importante. Estar em todo lugar. E não no sentido da música "Você vai lembrar de mim". Estar em todo lugar é muito relativo, para estar em todo lugar, literalmente, você tem que ser tudo, e para ser tudo, precisa ser o nada também, afinal, todo lugar é onde nada existe também. E chegamos onde eu queria chegar...

A idéia mais aceita ao redor do mundo é uma teoria antropocentrista extremamente egoísta. Ela imagina um Deus que se parece conosco, que tem consciência, toma decisões, que se importa. Mas o que vemos todo dia não é bem isso. Como se explica a morte de um bebê inocente. Como se explica uma tragédia? E não me venham com reencarnação, pois se você acredita nisso, é ainda mais egoísta e auto-centrado do que qualquer outro. Qual seria o motivo de sermos tão especiais ao ponto de merecermos esse plano superior, imaterial e lindo, em que ficamos antes de habitar outro receptáculo carnal. E quanto as outras civilazações neste universo infinito? E quanto aos bichos? Apenas o ser humano morre para continuar renascendo, o resto apenas morre.

Tudo no qual a religião se baseia é na verdade criação humana, feita para exaltar nossas vaidades e sentimentos, como se fôssemos o centro do Universo, criados a imagem e semelhança de algo perfeito. A moralidade humana, mutante e volátil, é colocada como regra.

No entanto, o que mais deixa transparecer o quão raso este conceito é, o quão vil é esse antropocentrismo, é a geografia. O rio Tigre, o rio Eufrates, sendo dois dos braços do rio principal que regava o Éden, jardim perfeito da criação. Mas e na região do Japão? Lá, uma cultura totalmente diferente nem tinha idéia do que estava acontecendo ou sendo escrito no atual Oriente Médio. Seriam eles indignos? E os índios? E os bárbaros? E os esquimós? Que cultura superficial é essa que designa o prodígio de um ser supremo aos poucos habitantes dessa terra?

Hoje em dia se apegar a estes conceitos, com a globalização, é egoísmo. É não ver o resto do mundo, com suas diferenças, suas peculiaridades, costumes e conceitos diferentes de bem e mal. É ignorar a existência humana como um todo e a evolução histórica que nos fez chegar onde estamos, diferentes e iguais ao mesmo tempo.

A única opção então é descartar onisciência e onipotência, ou acreditar em um velhinho de barbas brancas com um senso de humor deturbado, que poderia acabar com tudo isso e fazer tudo perfeito, mas prefere nos deixar esbarrando em nossos próprios defeitos (que ele mesmo criou, afinal, ele criou tudo). Mas e a onipresença?

Chegamos ao ponto. Olhe ao seu redor, cada fibra, pedaço, átomo, se juntando para definir formas, cores, percepções para nossos sentidos. A física nos dando a noção de tempo e espaço necessária para que sigamos essa linearidade chamada de vida. Que perfeição amoral é essa? Que equilíbrio e harmonia livres das mediocridades humanas de bem, mal, certo ou errado é essa? A natureza benéfica e ao mesmo tempo cruel? Que grande entidade é essa, sempre tentando regular-se? Eliminando ameaças, selecionando, punindo, sem a falsa pretensão de ser boa ou má... Tentando sempre chegar a uma equação perfeita, e tropeçando no caminho...

Se nos despirmos das noções humanas errôneas, poluídas por um cérebro primitivo e egoísta que sempre tenta nos convencer de que somos especiais e únicos no universo, resta apenas o natural. Seguindo seu curso e adicionando, aqui e ali, um ingrediente, tentando equilibrar tudo. Nós jogamos gás carbônico no ar, a natureza nos dá o aquecimento global. Nós criamos comida confinada, a natureza muta os vírus para nos dizimar. Nós tentamos ser melhores que tudo, ela nos prova a nossa insignificância a cada dia, e nos deslumbra com a infinita perfeição advinda de não ter a mácula humana. Nós eliminamos uma espécie, a natureza implanta a necessidade de poder nos centros mais primitivos do ser humano, garantindo que, uma hora ou outra, vamos nos aniquilar mutualmente, ou aprender a tentar equilibrar a equação, como fazem todos os outros seres vivos no planeta, com exceção de nós, poderosos e pretensiosos.

Então esse Deus, incorpóreo, não humano, com todo o poder da perfeição do conjunto de tudo que existe, da evolução que nos permite hoje questionar isso tudo, está em tudo. Está em você, em mim, nas pedras, árvores e no ar, e em tudo que sincroniza esse movimento lindo chamado existência. Isto não quer nos salvar, mas também não quer nos dizimar. Não quer que soframos, apenas quer chegar ao equilíbrio, não importa quantos grãos de areia humanos caiam no caminho (geralmente por nossa própria culpa). Se temos esse poder todo dentro de nós, podemos nos considerar sim, privilegiados, não por termos isso, mas por termos CONSCIÊNCIA disso. E para se comunicar com esta entidade, basta olhar dentro de si mesmo, e acionar a força invisível que nos movimenta e nos dá a vida. Não infinita, mas infinitamente perfeita, reciclável e contínua, enquanto durar.

Esse é o meu Deus.

27 de jul. de 2009

Serra e frio I

Hoje parti, em companhia de minha namorada, irmão, cunhada e sobrinha, para a Serra Gaúcha. Após 28 anos, enfim vou conhecer esse cartão postal do nosso Estado. Saímos cedo, acompanhados por muito frio. A temperatura variou entre 0 e 14 graus durante a viagem, que foi longa. Como não estava dirigindo, acompanhei cada detalhe da paisagem verde que se estendia ao nosso redor. As araucárias, os campos cobertos de geada e as mal conservadas estradas nos fizeram companhia durante várias horas.

Ao chegar a Nova Petrópolis, um almoço farto e gostoso de uma cozinha local típica alemã, bem colonial, com vários pratos diferentes, todos igualmente saborosos. Já se passaram 4 horas e ainda não consigo pensar em comida.

Agora, 18:30, o frio intensificando desde antes do por do sol nos surprendeu em sua intensidade. Está literalmente frio de rachar.

A Pousada das Neves, um hotel aconhegante e acessível, situado em Nova Petrópolis, é nosso pouso durante os próximos dias. A pousada é uma atração em si. Nesse momento escrevo na "sala de estudos", acessando a rede sem fio da pousada. Até o momento a experiência foi muito agradável.

28 de mai. de 2009

Phreaking e orelhões batizados

Na edição de Novembro de 2007 da revista "Mundo Estranho" algumas lendas urbanas foram desmentidas e analisadas, uma destas lendas é o "orelhão batizado" que faz ligações sem cartão. Eles desmentiram este mito.

A verdade é que existiam sim, os orelhões batizados. O que aconteceu foi um misto de imprudência das companhias telefônicas com técnicas "phreaker" (hackers de telefone). Todo orelhão tem uma chave, ao longo do tempo, diversas chaves foram criadas, e existe até mesmo a lenda da "chave mestra".

O que aconteceu foi que algumas destas chaves foram copiadas (sim, um operador deixou ela emcima do telefone que ele consertou). Por incrível que pareça, todos os orelhões do mesmo modelo usam a MESMA chave. Isso evita que os operadores encarregados de consertar estes aparelhos carreguem centenas de chaves nas grandes cidades. Em resumo, quem tinha a chave, tinha acesso ao orelhão (internamente). A partir daí vazaram esquemáticos dos circuitos do orelhão.

Os orelhões são como um computador, possuem uma placa mãe, um modem e um dispositivo de cobrança (leitor de cartões). O que muda de um orelhão para outro é o MODO DE COBRANÇA que a central telefônica remota usa e que varia de um aparelho para outro. Os orelhões possuem dois tipos de cobrança, um deles é o "inversor", que inverte a corrente por uma fração ínfima de tempo, avisando ao leitor para "queimar" uma unidade. O outro método é "60hz", que é um tom específico que avisava ao dispositivo de cobrança para queimar unidades. A central telefônica é programada para usar o tipo correto de cobrança de orelhão para orelhão. Esta programação é feita na hora em que o orelhão é instalado.

O procedimento para batizar o orelhão é simples, se você tiver a chave e o código especial de programação (que as operadoras telefônicas ironicamente deixaram como sendo "000000" durante muito tempo). O phreacker abria o orelhão (é um procedimento discreto) e localizava o botão reset da placa do orelhão. Na época diversos esquemáticos na Internet explicavam a localização exata deste botão nos mais diversos modelos de orelhão. Uma vez pressionado, o orelhão entrava no "Menu do Sistema", navegava-se usando as teclas numéricas. Lá, se copiava os valores atuais de todas as configurações (havia o número do orelhão, o modo de cobrança, número da central, etc). Após copiados, pressionava-se novamente o botão da placa-mãe, colacava-se o fone no gancho. Nesse momento, o orelhão era resetado, e todas as configurações zeradas. Era hora de reconfigurar ele, tendo o cuidado de INVERTER O MODO DE COBRANÇA, de inversor para 60hz, ou vice-versa.

Colocando novamente o fone no gancho, e retirando em seguida, o modem interno do orelhão ligava para a central telefônica, enviava as novas informações e retornava a mensagem: "Programação concluída". Depois disso, era só festa. Quando a central telefônica mandava o sinal (inversor ou 60hz), o telefone não "entendia" o mesmo, e não queimava nenhuma unidade. Dava para ligar sem cartão, ou com cartão para fingir na fila.

Essas informações são verdadeiras até mais ou menos o ano 2000, quando pela última vez "testei" essa técnica.

28 de mar. de 2009

CPM 22 no Atlanta

Sexta-feira é um dia complicado. Sempre foi. No serviço, tudo que pode acontecer de ruim acontece na sexta, pois assim você estará mais estressado no final do dia, cansado de correr atrás dos problemas e matutando sobre o que ficou para ser resolvido na segunda-feira. Geralmente sou caseiro nas sextas. É um dia propício para descansar, olhar um filme, ficar em casa.

Mas tinha o show do CPM 22 no Atlanta hoje. Comprei o ingresso antecipado e até me desfiz da natural cara de cansaço para ir no show. Estava de fato empolgado.

Mas o Atlanta, como no show do Nenhum de Nós, como em outros shows que fomos lá, se superou... Em falta de organização, em desrespeito com os clientes, em falta de consideração com a banda e com o povo de Santo Ângelo.

15 reais, antecipado (nem imagino quanto era na hora). Quando chegamos e vimos a fila monstruosa na frente do Atlanta, cheguei a ficar mais empolgado. Imagina, casa cheia para esse show. Qual não foi a surpresa ao entrar no Atlanta depois de mais de 40 minutos na fila para notar que a demora era causada pela total desorganização da equipe, e não pelo volume de pessoas. Não tinha ninguém lá dentro. E logo o motivo ficou claro. O som eletrônico tocava a mesma playlist da espera pelo show do Nenhum de Nós, dava prá saber até qual era a próxima música. Já tinha passado das duas da madrugada quando o show finalmente começou. O Atlanta, ainda vazio.

Resolvi comprar uma cerveja. Sair na noite exige, demanda uma cerveja gelada. Qual não foi minha surpresa ao saber que o Atlanta não vendia long neck. Mas vai lá, hoje em dia, cerveja de lata é o padrão mesmo, sem problemas. Comprei 4 fichas. Quando pedi a cerveja, o cara me alcançou uma BAVARIA fria (não gelada). Eu não consegui esconder a indignação, pedi uma Brahma ou qualquer outra (Bohemia, Skol, por favor, até POLAR). Não tinha, era BAVARIA FRIA OU KAISER QUENTE. Só consegui tomar dois goles da Kaiser quente. Isso estraga a festa de qualquer um.

Eu e a namorada resolvemos trocar as fichas e comprar um whisky com energético. O preço? Baratinho! 10 REAIS. Mas tudo bem, melhor que nada. Opa, não era 10 reais a dose COM o energético. Era 10 reais o ENERGÉTICO, e MAIS 10 a dose. Quer dizer que eram 20 reais a dose com energético. Nunca tinha visto isso na vida. Até hoje, o lugar mais caro que eu já fui era o Planeta Atlântida, onde uma água saia por 2 reais (alias, tudo saia 2 reais). No Atlanta:

Cerveja: 3,50 (lata, Kaiser quente ou Bavaria fria, não gelada)
Água/Refri: 3,00 (yep, tudo isso)
Energético OU dose: 10 reais (whisky com energético, 20 reais, mas GANHAVA O GELO, vejam vocês)

Eu já estava indignado com o Atlanta depois que eles resolveram usar um esquema que só funciona em BAILE DO INTERIOR. Usar fichas no caixa. UM caixa apenas. Isso contraria todos os bares, pubs e restaurantes que eu frequento, aqui, em Passo Fundo, que eu sei de Santa Maria, Porto Alegre. Nunca tinha visto isso (a não ser nos referidos bailes do interior). Quando tem gente no show, a fila é kilométrica, mas como não tinha NINGUÉM, ao menos não tinha fila. Aliás, dava prá andar de bicicleta no meio do povo sem bater em ninguém, de tão vazio.

Mas TUDO BEM. Ao menos tinha o show. Aí o Atlanta, novamente, se supera. Uma banda do calibre do CPM, e o som daquela birosca continua uma PORCARIA. Não tem equalização, não tem médios, só agudos e graves, e daí eles elevam o volume ao ponto de tremer o chão, prá compensar a total falta de médios. Assim, o grave faz teu estômago pular, enquanto o agudo parece uma agulha nos ouvidos. Não deu para ficar perto do palco. Pior que os caras estavam se esforçando, paravam a cada música, testavam os instrumentos, eles viram que a coisa estava feia. Mas esse é um dos irremediáveis problemas de lá. Sempre foi assim, e nunca consertaram.

Eu sinto pena das novas gerações. Se continuar assim, nenhuma banda de calibre vai querer fazer shows em Santo Ângelo no monopólio absoluto do Grupo Arena, enquanto o Atlanta for a única opção. Em pouco tempo, vai fechar novamente aquela birosca, e junto vai levar a fama de Santo Ângelo como cidade de shows para o espaço. POR FAVOR, botem BOLICHE lá! Mas não façam mais shows!!!

E agora chega, fica o apelo, a indignação e a lembrança que pelo que eu gastei podia ter ido jantar fora, comer um filé e tomar uma cerveja GELADA, e ainda aproveitar uma boa noite de sono, nesta sexta-feira fatídica.

3 de fev. de 2009

APCM e Legendas.tv

Ontem o site legendas.tv saiu do ar após muita instabilidade por dois dias. Tentei entrar no site da APCM, mas alguém fez um injection lá que manda um aviso e redireciona para o site Mininova.org (um dos maiores trackers bittorrent do mundo). Após brincar de desabilitar javascript, consegui ler a notícia, em que a APCM admite ter tomado medidas junto ao datacenter que hospedava o site para retirá-lo do ar.

04/02/2009 - aparentemente, os administradores do site da APCM simplesmente o TIRARAM do ar hoje. Depois de algumas horas, colocaram um aviso de site em manutenção.

São uns coitados mesmo, tomando medidas legais contra pessoas que pegam um texto e traduzem, como se isso fosse crime. É por isso que o Brasil não vai prá frente, as empresas preferem pagar para imbecis do que disponibilizar midia barata e decente. Preferem tentar travar uma tendência mundial do que se modernizar.

Recentemente, o site dattebayo.com parou de fazer a tradução e legendagem do anime Naruto Shippuuden. Eu fiquei triste, afinal, foram dois anos acompanhando. No entanto, eles disseram que pararam pois o referido anime foi disponibilizado por streaming através do site crunchyrol.com. Eles foram avisados pelos detentores dos direitos do anime. Isso foi nobre, para não dizer espetacular. Me inscrevi no site, paguei 6 dólares por paypal e assisto o anime uma semana antes de todo mundo. Uma legendagem que não é perfeita, mas serve. Quer dizer, os caras (donos do copyright sobre o Naruto) simplesmente foram espertos. Agora o mundo inteiro, não apenas o Japão, pode olhar Naruto, eles ganham dinheiro, e todo mundo ganha. E o Dattebayo se reservou o direito de parar de legendar, já que agora TODOS podem ver o anime, uma semana depois, de graça, ou algumas horas depois do Japão, pagando uma quantia ÍNFIMA. Além disso, o conteúdo é disponibilizado em alta resolução (prá falar a verdade, 5 resoluções diferentes).

Enquanto isso, as séries americanas continuam indo ao ar, sendo ripadas, legendadas e baixadas. Que contramão da tecnologia.

Por isso eu digo: essas empresas deveriam ser extintas, e leis criadas sobre a disponibilização de conteúdo. Se não são capazes de mandar para todos, deveria ser colocado sob domínio público. Internet está aí para isso. Não me façam ter que comprar DVD em camelô, por favor.

Além disso, no Brasil, só se consegue ver essas séries na Sky, com uma qualidade sofrível que é um lixo numa TV decente. Quando sai o DVD, com 6 meses de atraso, somos obrigados a aludar o dito cujo ou comprar ele a preços exorbitantes.

Enquanto isso, conseguimos mídia digital de altíssima qualidade, full HD, na Internet, gastamos banda, e mensalidades, e aproveitamos toda a qualidade que não vai chegar aqui nem em 2 anos. HD DVD? Blueray? Simplesmente não pegou a moda. E continuamos com mídia caras, e ridículas.

Meu computador já é ligado na TV por causa disso. Não tem como aproveitar a TV a não ser assim, ou comprando um aparelho caríssimo que vai ficar carente de mídias para tocar, ou vão ser caríssimas e proibitivas.

Só paro de baixar quando esse quadro mudar. Até lá, boa sorte a estas empresas, atacando o povo que compra suas mídias. E fazendo eles não comprarem mais.

Trident Mediguard

Role a página para a versão em português.

My wireless router is capable of using SNMP, it is a protocol that allows the router to send information about its status in real time to a remote log server. It's very interesting, and I, as administrator, like to be aware of what's going on in my network.

A couple of days ago I noticed that there was an unusual number of packets coming from a specific range of IPs. The interval (91.189.104.0 to 91,189,111,255) belongs to a company named Trident Mediguard as reported by the whois service. But who are these people?

Trident Mediguard is a French company, created in 2002. Apparently it was founded by two young entrepreneurs. Accessing their website at http://www.tmg.eu we have more information about them. Apparently, they specialized in technologies to figth the distribution of content protected by copyright. They claim to fight illegal downloads of copyrighted material through measures against peer to peer, monitoring sites, removal of links, etc..

But how we protect the download of content in P2P networks? Everyone knows that in a P2P network, the content is not in a server, but in thousands of remote peers, interconnected and sharing content. I wonder... They avoid this by attacking machines they suspected to be downloading protected content? Am I their new target? They scan ports, and bomb the network till it overloads? Is this their idea of "protecting copyrighted content"? Do they also act as false peers, providing false content to download in order to halt the download? They claim to stop in 95% the download of protected content using a patented technology, which they say "sell to the big ones".

They even appear to have an agreement with the National Association of Phonographic Publishers to protect content for them.

I will study it a bit more. Apparently, that many connection requests can be considered an attack of "denial of service", and as many machines are doing this, it can be considered an "distributed denial of service". I wonder if that company is doing is not illegal. Can it be reported as abuse of the IP range they manage? I wonder, if they can have absolute certainty that a person is downloading protected content, and if they have the right to attack a machine that they identify.

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Meu roteador sem fio tem habilitado o SNMP, é um protocolo que permite ao roteador enviar informações sobre seu status em tempo real para um servidor de log remoto. É muito interessante, e eu, como administrador, gosto de estar por dentro do que ocorre na minha rede.

Alguns dias atrás, notei que havia um número incomum de pacotes chegando de um intervalo específico de IPs. O intervalo (91.189.104.0 até 91.189.111.255) pertence a empresa Trident Mediguard, conforme o whois. Mas quem são essas pessoas?

A Trident Mediguard é uma empresa francesa, criada em 2002. Aparentemente ela foi fundada por dois jovens empreendedores. Acessando o site deles em http://www.tmg.eu temos mais informações. Aparentemente, eles se especializaram em tecnologias de combate a distribuição de conteúdo protegido por direitos autorais. Eles clamam poder lutar contra downloads ilegais de material protegido através de medidas contra peer to peer, monitorar sites, remoção de links, etc.

Mas de que maneira proteger o download de conteúdo nas redes P2P? Todo mundo sabe que numa rede P2P, o conteúdo não está em um servidor, e sim em milhares de pontos remotos, interconectados e compartilhando conteúdo. Eu me pergunto. Eles evitam isso ATACANDO diretamente máquinas que eles suspeitem estar descarregando conteúdo protegido? Sou o novo alvo deles? Eles escaneiam portas, bombardeiam a rede e a sobrecarregam? Também agem como falsos peers, disponibilizando conteúdo falso afim de frear o download? Eles clamam poder parar em 95% o download de conteúdo protegido. Através de uma tecnologia patenteada, que eles dizem "vender para os maiores".

Ainda consta que eles tem um convênio com o Sindicato Nacional de Editores Fonográficos para proteger conteúdo para eles.

Eu vou estudar mais a fundo isso. Aparentemente, requisições desenfreadas de conexão podem ser consideradas um ataque do tipo "negação de serviço", como várias máquinas estão fazendo isso, pode ser considerado um ataque de "negação de serviço distribuída". Eu me pergunto se o que essa empresa está fazendo não é ilegal. Será que pode ser reportado como abuso do intervalo de IPs que eles administram? Me pergunto ainda, se eles podem ter CERTEZA absoluta que um indivíduo está baixando conteúdo protegido, e se eles tem o direito de atacar a máquina que eles identificam.

1 de jan. de 2009

Turismo e a consequência: Indignação

Semana passada eu estava na Argentina. Eu e minha namorada fomos com um casal de amigos para Puerto Iguazu, fazer turismo. Para quem não sabe, Puerto Iguazu faz divisa com a cidade Brasileira de Foz do Iguaçu, e Foz faz divisa com Ciudad Del Este, no Paraguai, através da Ponte da Amizade. Tanto em Puerto Iguazu como em Foz podemos visitar as famosas Cataratas do Iguaçu, e na divisa com o Paraguai temos a Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu, a maior em geração de energia do mundo. São duas maravilhas, uma da natureza (www.n7wn.com) e a outra, da engenharia.

Para chegar lá, resolvemos ir pela Argentina. Atravessamos a fronteira em Porto Xavier, para a cidade Argentina de San Javier, de balsa. Seguimos até Leandro N. Além e depois pegamos a Ruta 12, passando por Eldorado até chegar a Puerto Iguazu.

Ficamos hospedados em um hotel na beira da Ruta 12, de onde saímos para visitar os pontos turísticos, que em si rendem uma outra postagem. No momento, no entanto, quero comentar sobre a viagem em si. A primeira coisa que se nota na Argentina, quando praticamente se atravessa a província de Missiones de carro, como fizemos, são sem dúvida as estradas. São um asfalto espelho, chega a dar vergonha das esburacadas estradas brasileiras. Não são apenas os buracos, a sinalização na Argentina chega a ser exagerada de tão boa. Mesmo para alguém como eu que nunca tinha ido tão para o norte, parece que a estrada não reserva surpresas, de tantos sinais. Pista duplicada em subidas, acostamento regular nas estradas, nunca vi tanta polícia em uma estrada. Dá até para correr um pouco, e mesmo assim se sentir seguro, aliás, os Argentinos VOAM nas estradas (em geral). Me pergunto se a taxa de acidentes de trânsito lá é menor ou maior do que aqui, em nossas esburacadas, mal sinalizadas, cheias de radares contra excesso de velocidade, estradas.

Falando em segurança, lá há muito policiamento. Passamos por várias barreiras, na maioria, não se interessavam em parar o carro, e fomos liberados em cinco minutos na única parada.

Abastecemos o carro em Leandro Além, e lá o frentista me explicou sobre os três tipos de gasolina Argentina. Temos a "nafta" com 85%, a "nafta" com 90% (seria a nossa Supra, ou aditivada) e ainda temos um combustível superior com ainda maior taxa de octanagem. O frentista aconselhou não abastecer com esta, visto que nosso carro brasileiro poderia ter problemas com ela. A nafra superior argentina rende um bocado, de alta pureza, fornece mais potência. Além disso, com o equivalente a 80 reais, daá para encher o tanque. Alguem lembra de nossa diluída, cheia de metanol, caríssima gasolina?

Se fôssemos fazer o mesmo trajeto para chegar na cidade brasileira de Foz do Iguaçu por dentro do Brasil, levaríamos mais de 5 horas de muitos buracos, entraves, falta de sinalização e radares.

Outra coisa que me chamou a atenção enquanto tomava uma cerveja Argentina (muito melhor que a Brasileira, por sinal) foi a conversa de dois brasileiros que moram na Argentina, na região fronteriça. Um deles comentava que tinha um caminhão carregado, parado em Oberá pois os trabalhadores estavam em greve, descontentes com a Presidenta. Comenta ainda, zombeteiro, que na Argentina um marido traído se sente mal e vai "queimar pneu na esquina" para protestar. Este simples fato revela muito sobre a natureza de ambos os países.

Então ontem, almoçando com minha namorada em um restaurante, escuto a notícia que o processo (privatizado) para habilitar-se a dirigir um veículo no Brasil vai ficar ainda mais caro. Um aumento enorme, chegando aos 30%. Eu imagino quantos "pneus seriam queimados" na Argentina se um disparate como esse acontecesse. Imagino quanto tempo o governo aguentaria uma população indignada e revoltada contra uma atitude absurda como essa. Imagino se essa loucura, que não se deram o trabalho nem de mascarar, com certeza voltada a aumentar os LUCROS dessa MÁFIA das auto-escolas, duraria muito tempo.

Enquanto aguentamos o fardo de uma das maiores cargas tributárias do mundo, não dispomos de educação, saúde nem segurança, zombamos de nossos indignados vizinhos que exigem seus direitos nas ruas, como a geração cara pintada vez, e eu nunca mais tive o prazer de ver acontecer.

CLARO que não é uma utopia, a Argentina não é perfeita, longe disso, mas me pergunto se ela não está mais avançada no processo de evolução que os países sofrem ao longo do tempo do que o Brasil. Também deixo claro que AMO meu país, e exatamente por isso me deixa triste ver que nossa extensa costa, recursos naturais, extensão gigantesca e abundância geral estão cercados por má administração e corrupção no mais altos escalões. E enquanto expresso minha opinião, tantos vivem o "rouba mas faz" ou o "ah, não é comigo".

Enquanto espero que nossa geração (geral, mundial) limpe nosso planeta, acabo me desesperando com a visão de nossa geração (nacional, brasileira) parecendo decair e perpetuando a corrupção e a política do "termina em pizza"... Enquanto isso, engessam, empobrecem e amedontram a polícia, nossos guardiões, para garantir direitos a ladrões. Enquanto o ladrão da padaria vai para o presídio algemado, o colarinho branco não pode ser algemado e cumpre "cárcere privado". Nossos mais altos tribunais PUNEM juízes honestos e linhas dura que resolvem PRENDER um vagabundo ladrão que possui amigos influentes.

Enfim, indignado, desejo um Feliz 2009, inspirado pelo Bono Vox, afirmando:

Nada muda no ano novo.