Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

16 de dez. de 2005

Windows

Em um mundo sem paredes ou cercas, quem precisa de janelas e portões?
In a world without walls or fences, who needs Windows and Gates?

Hah, adoro essa frase, acho que todo administrador de sistemas tem um pavor do sistema operacional da Micro$oft.

O Windows, desde sua versão 98, é instável, imprevisível e muito difícil de se lidar, o que torna ele pior ainda são os famigerados reboots. "Deu problema aqui!", resposta, "Reinicia!". Virou uma mania, ao primeiro sinal de problema o usuário desliga e religa a máquina, se tornou uma compulsão, e o pior de tudo. Funciona. Tenho servers Linux rodando há meses sem reiniciar, com o uso de memória controlado e sem ficar mais lento ao longo do tempo, um computador não foi feito para ser rebootado, isso foi uma coisa que o Windows trouxe e se popularizou. Claro, isso faz com que a maioria dos bugs e erros do sistema desapareçam, pois na verdade reboots fazem o micro voltar ao estado normal. Bem coisa do Bill.

Agora, o XP requer menos reboots, realmente, mas de que adianta? Um dia rodando e o desgraçado se perdeu no gerenciamento de memória e acabou a festa. Reinicia ele!
Mesmo meu desktop em casa, só reinicio quando quero trocar uma placa, ou trocar de tomada, reboots são para hardware. Instalou qualquer coisa, reinicia, um serviço parou, reinicia. Isso é chato, improdutivo e dá nos nervos. Além disso, tiraram do XP a única coisa que tornava o Windows administrável, o DOS!!! Agora, prá deletar um arquivo travado (mesmo que seja um Vírus), só com disco de boot. Isso contando que você tenha formatado em fat32, pois NTFS, aí se ferrou meu amigo.

Eu uso, sim, jogo nele, sim, fazer o quê, quando a coisa se torna popular fica difícil fugir, mas eu sempre digo, só porque uso, não quer dizer que tenho que gostar. Tenho que dar crédito a capacidade do Windows de esconder coisas do usuário, o que pode ser muito bom em termos de usuários normais, mas deixa o administrador do sistema louco. Todos os drivers, todos os esquemas, tudo ocupa espaço, o win3.1 cabia em alguns disquetes, o 95 também (mais disquetes), uns 80 megas, o 98 é cento e poucos megas, cabe em CD, o 98SE também cabe em CD, o XP foi prá casa dos Gigas, precisa de 1 e meio só prá instalar essa merda, agora, o Longhorn (ou Vista), esse se passou, 3,5 Gigas?! Por favor! Isso são todas as mp3 que tenho em disco. Outra coisa que afasta o pessoal e atrai para a M$ é o suporte, drivers, tudo se encontra, tudo se faz funcionar, tudo é criado pra essa merda de sistema, e assim, fica MUITO difícil fugir. Mas existem alternativas, uma hora dessas isso muda. O Linux está evoluindo rápido.


Era isso, tentem o Linux galera, é bem melhor, e vocês quem sabe até usem os neurônios ao invés de queimar eles de raiva quando tudo trava :)

15 de dez. de 2005

Natal, Ano Novo e Felicidades

Chegando o fim de ano, tudo se transforma, a figura tosca do Papai Noel aparece em todos os cantos, nos mais variados formatos e tipos. Ninguém mais lembra realmente o que é o Natal, fora algumas pessoas cuja religião é tão extremista que não permite festejar, outras pessoas esqueceram qual o significado desta festa cristã. Mas e daí?! Tem presentes! Alguém lembra quem morreu nesse dia a 2005 anos atrás?! Eu certamente não... Qual foi o motivo mesmo?! Ah, era prá salvar a humanidade dela mesma, hmmm, legal... Cadê meu presente?

Somos consumidores controlados pelo sistema capitalista, e como tudo é controlado por eles mesmo, eles resolveram que cada coisa que comemoramos tem que incitar comércio, feriado e gastos. Coisa triste, sinceramente. Eu pessoalmente só gosto do fato de ser feriado, afinal de contas, folga é folga e não se discute. As datas a cada dia perdem seu significado e se tornam comerciais, aconteceu com praticamente todas, atualmente as festas são apenas isso, troca de presentes. Não gosto dessas coisas, dou presentes quando sinto vontade, não conforme o comércio me dita.

O Ano Novo, até hoje acho essa data meio subjetiva, apenas uma virada em nosso tosco calendário Solar que convenientemente se utiliza de uma coisa muito mais precisa do que qualquer aparelho, a natureza. Não vejo nada de novo, nada de diferente, a manhã do dia Primeiro de Janeiro é a mesma do dia 31 e será muito parecida com a do dia 2, nada de muito especial globalmente falando, nada que afete a todos de maneira parecida. Meu irmão me lembrou a pouco tempo que o Bono diz: "Nothing changes on New Year's Day". Nada muda no Ano Novo.

Não é um recomeço, não é um início, tudo está do mesmo jeito e não vai ser o fato de ter virado nosso calendário incorreto que vai fazer algo mudar na sua vida, falando extensamente, nada muda. A única coisa capaz de mudar radicalmente a sua vida são as atitudes que tomamos.

Agora, dá licença, vou tomar champagne...

7 de dez. de 2005

Serviços de TI - Incompetência ou Desonestidade?

A cada dia me convenço que se tivesse tomado outro caminho e aberto uma empresa de prestação de serviços de TI eu poderia estar rico. O fato de se ter um conhecimento bom acerca de um ramo especializado e extremamente utilizado como a Informática te torna uma pessoa requisitada, necessária em qualquer ramo, mas no ramo de prestação autônoma ou terceirazada, ali você pode realmente ganhar dinheiro, basta ter duas coisas, das quais uma me faz falta:

1) Conhecimento.
2) Desonestidade.

Fui criado de maneira que mentir é difícil, iludir é complicado e enganar é quase fora de cogitação, então provavelmente meu empreendimento nessa área seria infrutífero, no entanto a cada dia me deparo com gente que sabe bem menos do que eu, praticamente não sabe nada, e ainda assim ganha MUITO dinheiro com isso. Este post é derivado diretamente de uma experiência que tive:

Eu tinha um micro, era singelo e até meio velhinho, mas dava para o gasto e havia investido um bom tempo configurando ele para tirar o máximo de meu hardware, ele era minha estação de entretenimento, ligado a Internet em alta velocidade e tudo com a minha cara. Um belo dia ele resolveu não funcionar. Apesar de ter bastante conhecimento na área e trabalhar com isso, eu resolvi que não tinha tempo nem saco e fiz como todo cara normal, paguei alguém para se estressar no meu lugar. Levei o micro para uma loja especializada e solicitei orçamento.

1º Capítulo: O problema parecia grave, o micro desligava sozinho em tempos randômicos variando de um minuto a 5. O cara da loja me disse que COM CERTEZA era a fonte de alimentação, eu não sou leigo, comprei uma fonte nova confiando na palavra do "técnico". Instalada a fonte nova (e eu 90 reais mais pobre), mesmo problema, com a diferença que agora o micro não ficava nem 5 segundos ligado.

2º Capítulo: Novamente levei o micro para o técnico, ele me disse que se não era a fonte era COM CERTEZA a placa mãe, me ofereceu um orçamento de quase 400 reais por uma placa que era inferior a que eu tinha, não aceitei, resolvi dar um tempo até conseguir um bom negócio, em suma, depois de algum tempo consegui por 120 reais uma placa mãe. Instalada, adivinhem, MESMO PROBLEMA.

3º Capítulo: Embora decepcionado, não sou de desistir, pesquisei e achei tantas "tentativas" de solução que passei quase um mês testando uma por uma, a essa altura eu estava sem computador a dois meses. Testei todo o cabeamento e os drives em micros de amigos, testei o jumpeamento, aterramento e cada voltagem que passava em cada canto da máquina, tudo perfeito, testei a bateria da MOBO, testei a CMOS, tudo. Finalmente, levei em OUTRO técnico, aquele outro nunca mais vai ver a minha cara na loja dele. O cara me disse que COM CERTEZA era a memória, então resolvi comprar um pente novo, como minha memória era incompatível com a placa mãe nova, comprei uma mais avançada, se vão 370 reais. Troquei a memória. O problema persistiu.

4º Capítulo: Agora estava a 3 meses e meio sem micro, e praticamente com um novo em casa, e ainda o problema, havia testado tudo, resolvi então levar em OUTRO técnico, o cara me inspirou mais confiança, deixei a máquina lá e voltei outra hora. O cara chegou a conclusão que a única coisa que podia ser era meu processador, ele colocou um SEMPROM no lugar e funcionou. Bom, pensei que a novela tinha acabado e fiquei esperando um bom negócio para trocar o processador.

5º Capítulo: Agora com a certeza de que se conseguisse um processador novo teria minha máquina funcionando (e se conseguisse dois teria praticamente duas máquinas, devido a ter comprado praticamente um micro novo), esperei. Um belo dia, um amigo (parceria mesmo), me ofereceu o processador gêmeo do meu supostamente queimado para usar e testar a placa mãe e a memória novas. Coloquei o processador com cuidado, ageitei o cooler e liguei. MESMO PROBLEMA, levei na casa dele, instalei, e funcionou. NÃO ERA O PROCESSADOR, e quase comprei um novo. Cheguei então a conclusão que minha máquina estava funcionando, e que o desligamente seria resultado de uma PROTEÇÃO contra alguma coisa, das duas uma: supervoltagem ou superaquecimento, testei novamente a voltagem, estava normal.

6º Capítulo: Saí de casa de manhã, comprei um cooler novo e duas bisnagas de pasta térmica, fui trabalhar e voltei a noite para casa, todo o "kit" me custou 15 reais. Instalei o cooler e TAPEI de pasta térmica. O processador está funcionando até hoje e se comprar outro e um HD tenho dois computadores (e estou quase 500 reais mais pobre, quando poderia estar somente 15 reais mais pobre).

Conclusão: os caras tinham o equipamento, deviam ter o conhecimento, tinham peças sobressalentes, tinham testes, esquemas, tudo, poderiam ter resolvido, teria sido rápido, barato e eu sairia com a máquina funcionando sem ter que reinstalar meu Linux pois troquei mais da metade do hardware. Ou eles me sacanearam LEGAL (ou tentaram pelo menos), ou são completamente idiotas e NUNCA deveriam estar nesse ramo, ANTAS que com todas as ferramentas e peças não são capazes de realizar seu trabalho.

Isso é revoltante.

5 de dez. de 2005

Tudo que possa turbar sua mente

Drogas, cigarro, álcool, essas coisas turvam o pensamento e por vezes acabam fazendo com que nos arrependamos no dia seguinte por ter agido mal, só que às vezes, não tem volta.

Semana passada eu vi no jornal um artigo sobre um acidente de carro, o rapaz de 17 anos estava num "pega", com o irmão mais novo de 10 anos, ele estava bêbado, perdeu o controle do carro e arrebentou ele num muro, ele sofreu aranhões, o irmão caçula rachou a cabeça, estava na UTI, com poucas chances de sobreviver, se porventura não morrer, vai ficar desfigurado e cheio de sequelas.

Todo dia vejo no jornal que "motorista alcoolizado causa mortes", "adolescente fuma maconha e mata criança em acidente", "rapaz atira no melhor amigo durante discussão por drogas". E daí vou dar uma olhada por aí e descubra que alguém coloca em seu perfil social que bebe "excessivamente". Me poupe! Por vezes me afastei de pessoas pois vi uma face delas que não me agradou durante um "porre".

Nada contra tomar umas, é divertido, convenhamos, entre amigos umas biritas até que é bem legal, mas existem pessoas diferentes, que se alteram de forma incrível quando sob influência de qualquer dessas substâncias, conheço gente que se bebe fica corajoso, invencível, outras ficam desinibidas, animadas. Outras pessoas ficam normais, "felizes" como a gente diz. Se você tem um problema com o álcool, NÃO BEBA! Pode acabar numa cama de motel, desorientada e literalmente "fudida" (se for mulher), ou pior (se for homem). Pode ser roubado, acabar com seu relacionamento por estar "feliz demais" e não ter o raciocínio completo, pode trair, brigar, bater, se acidentar, passar mal, ir para o hospital, passar vergonha...

Ou beba com moderação, não precisa beber até vomitar, se seu passado te condena, teu futuro pode te salvar, mas por favor, nunca diga que bebe demais, que vomita, que faz os tipos de ações que eu citei acima com orgulho, isso só prova imaturadidade e idiotice.

Aquele cara que tentou te levar prá casa de arrasto pois você estava alterado(a) pode ter querido teu bem, enquanto os "amigos" com quem você estava bebendo não dão a mínima se você morrer, desde que "divirta" eles primeiro. Aquele cara chato que não queria te dar as chaves do carro queria tentar salvar tua vida, e não ser melhor que você. Aquela pessoa que você ama quando sóbria não quer teu mal, quer te proteger. Pense antes de beber, pense antes de falar, pense duas vezes antes de brigar, e três vezes antes de se armar, seja com os punhos, com uma faca, com um carro ou com um revólver.

Fique limpo, fique feliz, fique bem... Se você acordar no outro dia, você pode ter perdido: sua saúde, dinheiro que vai fazer falta, seu carro. Pode ter perdido coisas mais difíceis de recuperar, como sua dignidade, o amor da sua vida, um grande amigo. E pode ter perdido coisas que não tem volta, que não tem perdão, que não tem justificativa, uma vida, a sua, a de outros.

E não me façam de mártires os merdinhas que saem de carro, bêbados, se fazendo de idiotas e acabam MORRENDO ou MATANDO outros por causa disso, foi culpa deles, SIM! Não são exemplos, não são legais, deixaram parentes, pais e amigos desesperados, deixaram dívidas, esperanças e sonhos que MORRERAM com eles... Não festeje isso na minha frente, posso ser ríspido com você.

1 de dez. de 2005

Morosidade em tudo

Cada vez mais me convenço que tudo que vejo é moroso demais. Eu sempre tive o metabolismo mais rápido que os outros, mas estou convencido que existe algo no ar que não me afeta que deixa 90% das pessoas totalmente idiotas e sem energia.

É incrível, ninguém mais faz festa da mesma maneira, ninguém banca mais o louco, ninguém se atira na piscina para acordar, ninguém mais toma meia garrafa de canha num golão, ninguém mais sai com carro velho, tudo é aparência, jogo e a diversão fica de lado. Fora alguns amigos, ninguém mais banca o idiota de forma inteligente, ninguém mais joga lan party, ninguém mais comenta dos grandes lances do passado pois ninguém mais acumula loucuras como nós fazíamos antes. Ninguém mais olha desenho animado, nem joga video-game com tenacidade. Ninguém mais é simples, tudo é complexo, nada mais é só para se divertir.

Às vezes vou pro trabalho e, como diz um amigo meu, mais da metade das pessoas parece que tomaram Prozac em casa antes de vir, é como se o mundo fosse cair e a pessoa do lado olhasse para ti dizendo: "Calma, não é tão ruim, fica frio, relaxa.", sinceramente, a próxima frase dessa pessoa pode ser: "Espera só um pouco enquanto eu toco flauta pan com esses elfos aqui que a gente já resolve teu problema.". Que é isso?! Vamos nos desesperar, correr, consertar. Acho que sou o único cara que ainda sobe escadas de 3 em 3 degraus. Sou o único que ainda acha que dormir é perda de tempo e que não PODEMOS nos dar ao luxo de perder tempo.

Todo mundo desacelera ao meu redor enquanto o mundo ferve! Quero estar nessa, quero participar, comentar e me divertir. Quero correr, me apaixonar e fazer loucuras, quero ir para a praia e me atirar de jacaré nas ondas, quero ir no "space loop" no parque de diversões, quero sair no sol das 3 da tarde prá visitar um amigo num sábado de tarde. Quero chegar as 6 da manhã e acordar meio dia prá almoçar e não dormir mais. Quero exaurir minhas forças para ter o sono dos justos quando for a hora certa. Quero cansar, quero descansar depois de cansado, não por preguiça. Quero viver.

Por favor! Acelera isso!!!

24 de nov. de 2005

Nós, agora, e nossa herança, depois

Há pouco tempo atrás me disseram que eu sou estourado... Na verdade eu me convenço a cada dia que eu sou muito calmo, calmo demais. Fugimos de nossos medos, descrenças e falhas, juntamos à isso a frustação de uma vida regrada de forma idiota, a dominação constante por outras pessoas e mesmo a inútil natureza humana que nunca esta satisfeita. Corremos atrás de espelhos, que correm atrás de outros espelhos, que nunca estão satisfeitos e não importa o quanto nos aproximamos do objetivo ilusório da satisfação física/mental e da tão almejada "segurança", sempre estamos atrás de mais.

Construímos nossos sonhos para deixá-los cair depois que nos formos, construímos palácios que servirão de morada a muita gente, mas pouco tempo ficamos nesse mundo para aproveitar o que construímos, acumulamos, gastamos, perseguimos sonhos, e sempre que penso que amanhã ou depois isso vai acabar me enche de tristeza que gastemos nosso tempo e vida nisso.

Não que eu não corra atrás de sonhos, todos temos nossos sonhos materialistas ou não, e todos corremos atrás deles, com certeza, eu até consegui realizar alguns, mas a que preço. Você faz o que gosta? Eu faço! Acho que sou um dos poucos. Cada dia vejo caras piores no serviço ou na faculdade. Não é gripe, não é cansaço, é TRISTEZA, pessoas dedicando a vida a trabalhar em coisas que odeiam, mas pagam melhor. Negamos alguns dos nossos sonhos para ir atrás de outros. Criamos escalas de importância de coisas que não deveriam ser deixadas prá trás, criando legiões de péssimos profissionais e de incompetentes desleixados.

Nosso país inveja jogadores de futebol e atores de novela, quando deveríamos invejar os mitos nos campos de atuação em que estamos. Devíamos nos dedicar a sermos o melhor que há em nosso ramo de atividade, ligar-se ao estado da arte, ao invés de ficar estudando e estagnar em um emprego medíocre que satisfaz nossas condições sócio-econômicas.

Sempre que pensamos: "ah, quando eu ganhar tanto eu vou poder fazer tal coisa que é o que eu realmente gosto". E quando chegamos lá nos pegamos cansados demais para aquilo, estressados demais por passar uma boa parte de nossa vida lutando para chegar a lugar nenhum. Sinceramente, a vida é curta, bom aproveitar agora enquanto ainda temos o vigor e a virilidade juvenil.

Você está na profissão certa?! Eu sei que não adianta NADA perguntar isso, pois a pior parte de tudo isso é ter a consciência de estar na mediocridade, mas ter a falsa segurança e não querer mudar, sorte minha que comecei desde cedo a tomar decisões prá MIM ao invés de pros outros. Consegui muito com isso, e sempre que me arrependo de alguma coisa me vejo notando que precisei daquilo para chegar onde estou. Evolution baby.

Boa sorte com suas vidas, espero que seu último suspiro possa ser de saudade ao invés de alívio.

19 de nov. de 2005

Máscaras e mais máscaras

Ontem fui repreendido por causa do meu "gênio". Segundo o autor da repreensão eu sou muito ríspido e "estourado", não sei lidar com as pessoas e trato os outros mal. Sinceramente, eu sou um cara que usa poucas máscaras, simplesmente isso. Todo mundo usa máscaras, todos, sem exceção fingem ou vão fingir para salvar a própria pele um dia, se não o fizeram ainda. Depois de certa idade, a gente começa a viver em sociedade, e a sociedade exige coisas que não podemos dar sem fingir, sem mentir e sem deixarmos de ser o que somos de verdade. Fingimos no trabalho, em casa, no estudo, no relacionamento, fingimos que gostamos de coisas que odiamos, fingimos que nos importamos quando na verdade pensamos "melhor ele do que eu". Uma vez eu já mencionei que o ser humano tem natureza egoísta, não se iluda, se alguém tiver algo muito importante em jogo, não vai pensar duas vezes antes de passar por cima de tudo e todos, inclusive você, prá conseguir o que quer.

Somos na verdade todos atores tentando interagir nesse mundo em que todos estão contra todos, e com raras exceções, o companheirismo e o sentimento acaba quando tem algo maior em jogo.

Em suma, eu fui repreendido pois falo o que penso e minha face reflete com perfeição o que sinto, mas eu estou mudando isso, a gente tem que mudar prá poder se "adaptar" e não fazer os outros se sentirem tão mal por serem completos idiotas. Sinceridade, esse sentimento vai esmaecendo com os anos, pelo menos crianças são sinceras, ainda temos salvação.

Todo dia ponho minha máscara de "Não foi sua culpa, eu conserto", prá que não vejam minha cara de "Tu fez merda denovo, mas que porra, vai meter a mão no CÚ se não sabe o que tá fazendo, se fizesse só teu trabalho ainda tava funcionando", isso no trabalho. Na faculdade eu tenho que por a "Oi, tudo bom? E a vida?" e escutar as churumelas, quando queria dizer "Isso é tua culpa, o tempo tudo cura, te ergue e anda com as próprias pernas, esquece isso, se esforça, nada cai do céu". Nos meus relacionamentos anteriores, "Não tem nada de errado, tudo bem, sério!", enquanto pensava "Mas que criança grande, ûte imaturidade, preguiçosa, inútil, e ainda se acha". Tudo para se manter socialmente "aceitável", mas fazer o que, vou continuar, é simplesmente o motivo por ainda vivermos em grupos. Um dia serei tão individualista que não vou aguentar mais ninguém, pelo menos a guria que estou agora é sincera e estourada que nem eu.

E eu sempre me considerei um espírito tolerante, imagina só...

7 de out. de 2005

Situações inusitadas

Tem coisas na vida que fazem o cara pensar: "minha nossa, essa foi por pouco" ou "putz, agora ferrou", e essas frases simplesmente acabam com a gente, esquecemos que somos gente, esquecemos de quem amamos, simplesmente somos tomados pelo terror. É aquele breve momento depois de uma burrada MUITO grande, quando só conseguimos pensar nas consequências imediatas terríveis daquele ato. É quase um momento aparte no tempo, não damos atenção a mais nada, a não ser aos riscos, prejuízos e danos inerentes ao que acabou de acontecer.

Exemplificando (história verídica): Um cara estava construindo um programa, na época, super-complicado, valia muito dinheiro, estava quase terminando, faltavam dois dias para o prazo final, a felicidade só estaria completa com a última linha de código. Uma última compilação para ver se estava tudo OK. Mas que droga, falta espaço em disco... Não tem problema, o diretório temporário deve estar cheio, uma limpeza e eu volto a ativa. Sequência de comandos:

Como deveria ser:

unix /work # cd /tmp
unix /tmp # rm -rf *
unix /tmp # cd /work
!continua trabalhando!

Como foi:

unix /work # cd /tnp
No such file or directory
unix /work # rm -rf *
!desespero!
CTRL+C, CTRL+C, CTRL+C, CTRL+C, CTRL+C, CTRL+C, CTRL+C, CTRL+C


Esse momento de !desespero! eh quando você dá um "ls" para ver os arquivos, nota que 90% sumiu, daí nota que o "ls" em si pode estar sobrescrevendo os inodos em disco onde estavam os arquivos e se arrepende, pensa em dar um "halt" mas lembra que isso também vai ocupar os inodos, pensa em desligar direto, mas isso pode corromper o espaço onde seus arquivos estavam. Você entra em completo estado de terror. O cara se safou no final, mas o trauma foi grande.

Ou quando você está em casa, você chegou da faculdade e precisa pegar um ônibus para ir para outra cidade, a passagem está comprada para as 23 hs. Devido a correria, não deu muito tempo para olhar para o relógio, mas você tem certeza que ainda falta bastante tempo. Você resolve ligar para a namorada/família/amante e durante a conversa você olha distraído para o BINA e checa as horas, 22:50 . Você fala pra pessoa que está atrasado, tem que ir, desliga, mas no desespero não consegue nem juntar suas coisas, malas, apetrechos, cadê a droga da carteira, e as chaves? Putz, perdi o ônibus, e agora, como vou justificar, se eu não tivesse ligado, puxa vida, e agora. Aí você finalmente olha pro relógio de pulso, 21:50, olha para o celular, 21:50, liga para o "Hora Certa", 21:51. Ainda com a adrenalina no sangue, trêmulo e se sentindo um idiota, você para, respira, liga novamente para a pessoa que você desligou na cara, pede desculpas e continua a conversa.

Nestes momentos nossos sentimentos mais primitivos fazem com que a consciência seja perdida e tudo vai pro saco, tudo mesmo, não se raciocina mais, é instinto, é sobrevivência, e aí fazemos mais merda ainda, e tudo se complica.

Agora me diz que tu nunca passou uma dessas. Perder a carteira e depois notar que ela tá no bolso, perder a chave e perceber que ela ficou no carro, fechar a chave do carro dentro dele, deixar a porta que só abre por dentro bater contigo de fora, olhar as horas errado, perder aquele documento importante que deve ser apresentado daqui a pouco, perder o ônibus, esquecer o dinheiro, falar a coisa errada pra pessoa errada na hora errada (tipo comentar que a palestra tá uma merda e perceber que o cara sentado na tua frente é o irmão do palestrante), eu poderia adicionar mais exemplos, mas deixo para a imaginação de vocês.

É foda, mas acontece.

1 de out. de 2005

Mulheres e Homens

O GeeK analisa as mulheres da mesma forma que analisa tudo, de vários pontos de vista. Eu sou um campeão em relacionamentos de longo termo, não me orgulho muito disso, mas pelo menos me divertia enquanto durava. Agora, uma análise científica da situação "homem x mulher".

A mulher é complexa, o instinto que governa nossos mais íntimos desejos e reações também está presente na figura feminina, mas se mistura com o tal do "sexto sentido" e com todas aquelas frescuras que fazem da fêmea essa coisa indecifrável. O fato é que a mulher é na verdade um pote de hormônios em ebulição, prova disso é que a histeria é BEM mais frequente no sexo feminino. Nada contra as mulheres, não me interpretem mal, apenas analiso cientificamente o resultado das reações delas no universo masculino. Mulheres são simplesmente imprevisíveis, agradá-las é difícil, pois quanto mais se acha que está indo bem, na verdade isso contraria os instintos básicos femininos.

O homem é mais simples, somos os "soldados", os combatentes, os protetores. Evolucionalmente somos uma bola de músculos e testosterona pronta para defender a procriação (as mulheres). Temos hormônios que nos fazem adquirir massa musculas mais fácil, menos neurônios em nosso centro de inteligência e uma gana por adrenalina e feromônios. Somos basicamente guiados, desenhados e projetados para o sexo e suas consequências (defesa da prole e consequentemente da espécie). Perdemos evolucionalmente nosso lugar no mundo, pois hoje nem precisam de nós para reproduzir, corremos atrás todos esses séculos buscando libertação do jugo feminino e fingindo que elas são o "sexo frágil", enquanto corremos atrás de "rabos de saia" (literalmente).

As mulheres são reprodutoras, basicamente todo o corpo da mulher se adapta a função básica de gerar um indivíduo da espécie e colocar ele no mundo. Estão prontas para isso todo mês e isso influencia em sua psiquê e físico. As nádegas são depósitos de gordura para geração da criança, os seios são a fonte de alimentação da prole, a cintura fininha indica uma "parideira" boa. Engraçado serem estas as características consideradas "sexys" pelo homem não?! Não, não é, é explicação científica para a atração. Se a mulher não fosse tão "competitiva" para criação da melhor prole, nem seríamos necessários e provavelmente teríamos sido dominados, o fato é que as mulheres ainda não dominaram o mundo porque brigam demais umas com as outras e tentam desesperadamente superar o "jugo" masculino.

Mesmo religiões antigas e cultos ancestrais sempre tentaram reduzir as mulheres, para evitar assim a ameaça de um subjugo, a melhor maneira de ganhar uma guerra é enfraquecer o inimigo, isso é a guerra dos sexos.

Enquanto isso, continuamos atrás delas, elas ainda nos querem, e vivemos nesse jogo de gato e rato dominados por hormônios e sentimentos que não conseguimos explicar tal é a violência hormonal da "paixão" e do "amor", que na verdade é como o cérebro garante a reprodução e perpetuação da espécie.

19 de set. de 2005

Verdade

Hoje, falarei um pouco sobre "verdade". O que é verdade? Difícil definir não é? A verdade é algo em que acreditamos, sem sombra de dúvida, uma informação sobre eventos, pessoas e coisas na qual confiamos como sendo real e tomamos como certo, como "verdadeiro".

Mas a verdade é um conceito muito complexo, uma verdade para mim pode não ser uma verdade para você. Um grande exemplo são os dogmas. Um dogma é uma verdade indiscutível, alguém acredita cegamente em um evento ou fato e não admite que provas em contrário sejam produzidas. Assim, um dogma é uma verdade muito pessoal. Agora notem, já falei em pelo menos dois tipos de verdade, a verdade pessoal, e a verdade grupal, pois um dogma geralmente é compartilhado entre grupos de pessoas. Mas então, "verdade", sendo um conceito muito pessoal, não é verdade! Contraditório não!? Vejamos um exemplo, na idade média, se você corresse nu na floresta seria considerado um bruxo, hoje em dia, no máximo um maluco beleza sem mais o que fazer. Na idade média te queimariam vivo, hoje em dia no máximo ia passar a noite na cadeia por atentado ao pudor. A verdade muda, toma forma, se adeqüa ao espaço-tempo que a rodeia, e a mentalidade das pessoas que pensam as verdades.

Mas notem que o conceito de verdade, algo ser verdadeiro, é algo utópico, inexistente, mas pode ser definido. A verdade é algo em que todos acreditam, que não tenha prova em contrário, que seja admitido por todos como real e confiável. Para alguns fatos isso pode ser aplicado, se eu cair um tombo e ralar o joelho, a verdade é que eu caí um tombo e ralei o joelho, nada mais, nada menos, isso é verdade, e ninguém pode negar o contrário. Infelizmente, esse tipo de verdade, a verdade consensual, não é o tipo predominante. As discussões, brigas em torno de verdades não são raras e podem até ser consideradas normais. O problema é quando essas verdades geram guerras, mortes, tudo justificado. A Guerra Santa da igreja Católica, a Segunda Guerra Mundial, o lançamento da primeira bomba atômica, tudo justificado por ideais, verdades que custaram as vidas de milhares de pessoas.

A verdade está aí, ao seu redor, a verdade é que todos deveríamos deixar as verdades alheias em paz e nos concentrar em nossas vidas, aceitando, compreendendo, ou mesmo ignorando as verdades pessoais que nos rodeiam, chegaríamos a tão sonhada paz.

A verdade é que já escrevi demais sobre isso. Deixo este texto para que você o tome por verdade. Ou não. Mas entendo sua opinião, posso não aceitá-la, mas entendo.

O despertar de um GeeK

Hoje falarei um pouco sobre o despertar de um Geek para a Informática em si. A maioria dos Geeks desperta para o mundo da informática como uma criança nasce, confusa, com medo e espanto. O mundo que se abre na frente de um monitor de computador é fascinante, merece respeito, informação trafega em forma de sinais eletrônicos a velocidades que o pensamento humano nem cogitava a poucas décadas atrás.

O Geek, ser curioso por natureza, geralmente adentra esse mundo de maneira desastrosa, mas todo Geek que se preza rapidamente aprende que os Leiame.txt, Readme.txt, Readme.1st, Help.hlp, Help.html, Help.txt, etc, são tudo que ele precisa para usar um software. Muitos usuários chamam um técnico apenas para ver ele procurar na Ajuda do programa a solução do problema. Os programas hoje em dia tem uma extensa e completa documentação, produto dos projetos em UML (Universal Markup Language) e da Engenharia de Software. Em resumo, se você tiver uma noção básica de sistema de arquivos, souber inglês e for curioso, a tecla F1 se tornará sua melhor amiga e você subirá rapidamente os degrais que separam os usuários comuns dos que entendem alguma coisa de computador.

Em pouco tempo, os helps não serão mais novidade para você, e você achará problemas, ou por necessidade ou por curiosidade, que não são tão fáceis de serem resolvidos, e procurará novas fontes de informação. Nessa jornada, coisas curiosas acontecerão que acabarão treinando você o suficiente para não se apertar ao lidar com qualquer computador, depois das noções básicas de DOS, Windows e UNIX, você já pode se considerar melhor que a maioria absoluta dos win users que não sabem lidar com um computador sem interface gráfica. As revistas e livros sobre os programas que você usa ou os componentes do seu computador lhe parecerão não mais algo distante, e em pouco tempo você estará dentro do universo de jargão utilizado na informática atual. A essa altura você provavelmente já abriu seu computador com cuidado, sem remover nada, verificou todo o interior e está morrendo de curiosidade. Um curso de montagem e manutenção e você se torna um semi-deus no mundo da informática. Logo cabos flat e de fonte, RJ45, chipsets e memórias se tornarão parte de sua vida e talvez, como eu, você utilize um pente de 2Mb de RAM EDO como chaveiro (Geeks também tem estilo). Assim, você promoverá sua primeira conexão em rede, ou sua primeira lan party, ou mesmo a sua primeira troca de informações de HD para HD em um amigo.

Logo, um Geek estará transformando seu PC em uma máquina com personalidade forte e sistemas de segurança, frescuras pessoais, atalhos imcompreensíveis e uma organização de arquivos que só o dono entende. A essa altura, reinstalar o sistema operacional é tarefa rotineira e seu computador não para mais com a capa de proteção do gabinete. Alguma placa ou periférico estraga e em pouco tempo você vai em um amigo e conserta o computador dele também. Parabéns, agora você está mais perto da elite.

O mais incrível dessa jornada é que provavelmente seu PC já está velho e lento para os padrões atuais, no entanto, ele funciona tão bem que você já esqueceu como é reinstalar o Windows. Perder suas configurações pessoais seria um desastre e você seria capaz de mover céus e terra para não perder suas músicas e documentos. Apostilas residem no seu PC permanentemente e com certeza alguma linguagem de programação chamou sua atenção. O detalhe é que até agora, você pode ter feito cursos idiotas, nada aprofundado, mas sabe mais do que a maioria. Você é um Geek. A Internet se mostra um ambiente agradável, e se você não evoluiu ainda muitos vírus, worms, trojans e etc se instalarão na sua máquina. Em pouco tempo você descobre que aquelas promessas de "hacker" instantâneo eram falsas, e que o verdadeiro hacker busca conhecimento, e sua busca inicia. As madrugadas passam rápido e os dias se arrastam. A escola é um saco e mal pode esperar para passar da meia noite e conectar. Se for sortudo possui ADSL e sua base de dados mental cresce a cada dia. Em pouco tempo, surfar a web ganha um novo significado e você se pergunta porque ainda sai de casa para fazer qualquer coisa que não seja festa ou namorar. Como Mentor disse "Os sinais correm pela rede telefônica como heroína nas veias de um viciado". Você agora sabe como funciona a web, entende seus códigos e manhas, odeia o Windows, ainda o usa, mas odeia. Sonha em não depender mais desse sistema e tem o Linux instalado em outra partição. Já conserta computadores para outras pessoas e descobriu que pode ganhar dinheiro com isso. Sonha com um emprego nessa área.

Agora os caminhos se dividem, ou você descobre outras ocupações e nota que não tem mais tempo de brincar de PC, ou você abraça isso e se torna um informata.

Abra sua mente, você só precisa de duas coisas para se tornar mais do que uma ovelha, gado a ser abatido por mentes mais brilhantes na Internet: Curiosidade e vontade.

O Amor e a Bateria do Celular

"Quem inventou o amor, me explica por favor..."
Renato Russo

O amor é algo tão complexo, uma palavra que na verdade representa uma gama tão variada de sentimentos que foi preciso sintetizá-la em um pequeno conjunto de 4 letras que podem ter (dependendo da ocasião) significado poderoso, tanto para o bem como para o mal. O amor na verdade é a tentativa humana de explicar a atração físico-química emocional de um ser para outro, isso pode ser traduzido na forma de amor materno, de casamento, de namoro. Neste pequeno texto vou me ater a forma mais "padronizada" que é o amor entre namorados (seria pretensão minha falar sobre qualquer outro), um sentimento forte existente entre 2 pessoas de sexos opostos que não possuem laços permanentes, mas dividem o fato de terem um ao outro como companhia certa e (em termos) duradoura e dedicada.

Mas com certeza você está pensando: "Onde entra a bateria de celular nisso tudo?". Bom, na verdade é bem simples, analisando de um ponto de vista técnico, veremos que os padrões da carga da bateria de celular e da força do amor estão diretamente ligados... Como? Simples... Como o amor começa? Ele é forte, irracional, indestrutível, precisa ser regado, se ver todo dia, se ligar, se beijar, CARREGAR por muito tempo dessa maneira, formando um laço forte entre duas pessoas. A bateria de celular, ao ser comprada (pode ser comparado ao ato de conhecer o "amor da nossa vida") tem que ser carregada durante um certo período (longo) de tempo para que atinja sua máxima performance, e o amor nesse período metafórico (não de 24 horas como da bateria) também tem que ser carregado ao máximo, provavelmente nesse período se registra o amor mais forte que nunca.

Agora, o tempo passa, deixar a droga da bateria carregando por períodos longos é inviável, a gente esquece, tem que sair correndo e levar o celular, a gente pluga ela um tempinho e sai correndo. O namoro esfria depois de um tempo (isso é um padrão repetido e é por isso que faço alusão a isso aqui), os namorados se vêem menos, se pegam menos, se carregam menos, em pouco tempo, temos uma bateria viciada, e um namoro decadente. Alguns talvez não concordem, realmente, existem exceções, baterias especiais que não viciam tão fácil, algumas viciam mais rápido, outras com menos facilidade, algumas na primeira carga interrompida, algumas aguentam mais tempo (isso não lembra os diferentes tipos de namoradas e namorados?) mas isso só confirma a teoria.

Aí chega uma hora em que o namoro (e a bateria) morrem, ou simplesmente não servem mais ao seu propósito, ambos, o amor e a bateria, não aguentam mais nem uma ligação telefônica (olha, que coincidência). A solução normal para a bateria é... Lixo, mas vejam o detalhe, até mesmo na hora de ir pro saco a droga da bateria merece cuidados especiais, deve ser jogada fora num lugar apropriado, da forma certa, por conter compostos químicos altamente prejudiciais (no entanto tem gente que fica anos com a mesma e não se "intoxica", isso foi um trocadilho), o amor também, o rompimento é difícil, você lembra todas as ligações telefônicas, o calor no ouvido (oops, essa é a bateria), os carinhos, os momentos juntos. Mas, como não serve mais mesmo, joga fora igual.
Mas eu digo pessoal, baseado na informação não oficial de um amigo que trabalha em Santa Maria com celulares, existe OUTRA OPÇÃO! Entre quem trabalha com baterias, todos sabem, se você deixar a bateria por alguns meses, totalmente descarregada, ela vola ao seu "status quo ante", estado original, permitindo novamente o quê? A recarga de 24 horas, e voltando a prestar seu serviço. Estranho isso não? Dar um tempo, é assim que se fala né... Você dá um tempo, e durante esse tempo, mal usa o celular (mal sai de noite), quando sai, é sempre igual, chato, e numa hora dessas, numa festa, você encontra sua "bateria antiga", está lá, sozinha, esperando, e como na primeira vez, o coração gela e a garganta trava, você toma coragem e descobre que não era o único, e num beijo, a carga total volta novamente, esse tempo (com o namoro) pode ser meses, dias, horas... Segundos...

Morte

Os vivos são sempre e cada vez mais dominados pelos mais vivos.


Hoje vou falar um pouco sobre a morte. E você deve estar pensando: 'Que assunto mais mórbido, morte, eca'. Bem, sejamos sinceros, todos pensamos em morte, na nossa, na de alguém, não importa se seja nosso grande amor ou nosso pior inimigo, pelo menos uma vez já pensamos nisso, sonhamos com isso ou flashs de memória imediatamente expulsos como proibitivos de nossa frágil mente (da qual possuímos pouco mais de 10% de controle) nos invadiram como uma escuridão. A morte é o inevitável fim da vida, estamos vivos, portanto, morreremos, isso é líquido, certo, sem contestação, sem apelação, vamos morrer eventualmente. Vamos abordar dois aspectos desse tema. O que temos como conceito de 'morte' e o grande medo que aterroriza a mente humana e nos faz ter inveja de produtos de nossa imaginação, monstruosos, mas imortais.
A morte, esse pensamento nos lidera para uma seqüencia de eventos. A morte, velório, enterro, parentes chorando em cima do caixão, o adeus final diante da sepultura e a cinematográfica visita ao túmulo com foto algum tempo depois. Esse conceito nos foi passado através das gerações pelo cinema, pela igreja, pela convivência com esse meio.

Mas o fato é que a morte é o ponto final de eventos ainda mais importantes, o nascimento, a adolescência, a idade adulta, a velhice e a morte, ou no caso de prematuras ocorrências, somente algumas das fases. O interessante é que na verdade é a morte marca o fim da interação desse indivíduo com o mundo, deixando marcas indeléveis em tudo que esse ser tocou. Filhos, netos, fortunas, casas, carros, dinheiro, amores, paixões, amizades e lembranças boas e ruins formam a carga que fica, que mantêm viva a lembrança desse ser em nossas mentes. O fato é que não importa como morreremos, mas sim como aproveitaremos esse tempo de interação, afim de que essas marcas fiquem nas vidas de nossos entes queridos ou mesmo da de nossos inimigos como pessoas importantes, ou no mínimo adversário a altura. Como vivemos determina como morremos, nas palavras do Metallica: 'My lifestyle, determines my deathstyle'.


Agora, o medo da morte é inevitável, está ali, nos assombra, fantasmas, zumbis, monstros. A morte é personificada em nossos temores, e tratada como semente para nossos medos durante séculos. A pós-vida levou pessoas a adotarem medidas extremas, para garantir que na passagem seriam recompensadas (kamikazes, homens-bomba). Somos escravos desse temor, tanto de nossa parte, como da parte dos que amamos. Eu sou um aficcionado por vampiros, estudei-os, como surgiu o mito, como se desenvolveu, e até estudei os vampiros 'reais', os psi-vamps sugadores de energia. O que nos fascina, ou ao menos me fascina nessas criaturas, fora o poder exercido sobre os 'vivos', é sua total falta de temor. Eles não temem nada, pois na verdade tudo que tememos é o que poderia nos levar a morte, esta é o início e o fim de todos os temores. E essas criaturas não temem nada. Estamos presos a nossa vida de tal forma que se encontrarmos uma maneira de fugir dessa prisão, não o faríamos, pois a incerteza que mergulha o pós-vida nos deixa somente uma sensação. MEDO.

Agora me diga que nunca pensou nisso! :P

GeeK

Só porquê uso meu cérebro melhor do que a maioria, não quer dizer que não saiba usar o resto do corpo melhor do que eles também. Conhecimento é poder. (por um Geek em um blog idiota na Internet)

Desde que comecei a escrever de brincadeira (ainda de certa forma é brincadeira) eu coloquei o nome da minha coluna de "Geek", conforme ela cresceu e com ela o número de acessos, algumas pessoas vieram me perguntar que diabos significava isso. Eu relutei em escrever sobre isso, afinal de contas, quem me perguntou tem Internet, portanto, eu poderia facilmente usar dois dos meus termos mais úteis, RTFM (Read The Fucking Manual) e STFW (Search the Fucking Web) para quem sabe encorajá-los a largar de ser preguiçosos e pesquisar, mas a demanda foi grande e eu agora vou ceder a pressão.

Se você pesquisar, notará que Geek é um termo muito difundido na Internet, porém são poucas as definições exatas do que é um geek. Se pegarmos a etimologia por trás da palavra (ou olharmos no dicionário) acharemos algo como: "Pessoa que desempenha atos estranhos ou revoltantes em exibições". Os Geeks originais eram aberrações e viviam de arrancar cabeças de pombos e fazer esse tipo de demonstração em público. Hoje em dia, o termo Geek designa uma das várias "tribos" virtuais, e a palavra tem como significado "uma gafe, um comportamento desaprovado, uma pessoa que age de maneira estranha e é excluída pela sociedade". Um Geek é um ser pensante (até demais), somos uma espécie que correu risco de extinção, fomos tachados de "nerds", de aberrações, de anti-sociais, eremitas, mas o fato é que geeks ergueram nossas tecnologias até o ponto de um n00b (outro termo, um novato, uma pessoa ineficiente em determinada tarefa) poder usar um computador e a Internet. Um geek é uma pessoa determinada, com o pensamento em constante ebulição, essa facilidade em compreender as coisas assusta e provoca os mais preguiçosos. Somos os CDFs, aqueles com óculos fundos sentados na frente da sala, aqueles que vão melhor nas provas e que todo mundo imagina ficarem o dia inteiro estudando, ou pelo menos essa é a imagem que todos enxergam. O fato é que geeks não são tudo isso.

Um geek pode ser esse estereótipo, mas o certo é que geeks não são de comportamento definido, um geek só divide uma característica em comum com todos os outros: Ele pensa! O tempo todo, em tudo, é curioso, vai atrás, pesquisa, aprende, isso lhe dá prazer. No mais, podemos achar um geek vestido de terno, ou usando camisa floreada estilo anos 70. Um geek vai bem na escola, e geralmente não precisa estudar, a maioria das matérias são chatas para ele, e as em que acha algum interesse avançam em velocidade muito inferior a do seu raciocínio, as outras são chatas e uma lida rápida garante uma nota aprovável. Um geek pode ser um esportista, mas a maioria usa o esporte apenas como válvula de escape, uma maneira de não ficar tão fora da sociedade, ou por algum tempo parar de pensar, e usar o corpo. Um geek pode ser um ator, um cientista, um geek pode ser qualquer coisa! Mas existe um fato: O Geek vai se denunciar, mais cedo ou mais tarde! Sim, os geeks tem esse defeito, pode ser durante uma festa, durante um jantar, durante a aula, ele VAI se empolgar e antes que note será alvo de risadas, o geek eventualmente fala demais ou viaja na maionese. Ele deixa fluir seu pensamento, ou pela boca, ou simplesmente se desliga do mundo, isso é constrangedor.

O mais famoso geek que eu tenho conhecimento, teve que ser "construído", ele se chamava Sherlock Holmes, sim, o homem da rua Baker. Esse detetive era um homem não culto, era ignorante em vários assuntos, no entanto dominava todos os que eram necessários em seu trabalho. Agora, me permitindo uma tradução de "Um Estudo em Vermelho" por Sir Doyle, vejamos os interesses desse Geek famoso. Ele não sabia nada de literatura, filosofia, astronomia ou política. "Mas o sistema solar!!" exclama Watson. "Você diz que a terra gira em torno do sol, se girasse em torno da lua, não faria a menor diferença em meu trabalho!". No entanto, era um exímio químico, anatomista, geologista, esgrimista, boxeador e lutava com bastão, além disso, conhecia todos os contos de literatura sensacionalista do século. Seu cérebro em constante atividade lhe rendia as mais brilhantes conclusões da história da literatura, ler suas histórias é pensar do início ao fim qual será o desfecho. No entanto, seu dom também era uma maldição, se via forçado a fazer uso de psicotrópicos, cocaína, ópio, além do tradicional tabaco, para aliviar sua mente, possibilitando-o parar e descansar. Em seus constantes retiros para estudos, seu violino e pensamentos eram a única companhia. Ser um geek não lhe impossibilitou ser o maior detetive de todos os tempos.

Resumindo, somos os que pensam, raciocinam mais do que a maioria, não temos roupa, classe ou crenças definidas, nem mesmo níveis intelectuais ou grupos, a única coisa que nos denuncia pode ocorrer tão esporadicamente que você nunca perceberia (as gafes), somos aqueles que acham no computador ligado a Internet uma porta aberta para um mundo muito mais amplo, somos quem programa o que vocês usam, somos quem codifica sua conta bancária ou compila sua ficha médica, somos as engrenagens pensantes desse sistema, alguns mais, outros menos. Se você um dia se pegou viajando em seu próprio pensamento, incapaz de lembrar sobre o que estava pensando depois, se você começou a falar desesperadamente mesmo sem notar que ninguém ouvia, se você já olhou para algo e pensou "como isso funciona?" e foi atrás descobrir, perguntar, você olha Arquivo X ou Jornada nas Estrelas, basta uma dessas características, mesmo pequena, e você é um candidato a Geek! Bem vindo!

Atitudes

Um pequeno esforço pode valer uma sensação boa de ter cumprido algo da melhor maneira possível.
Hoje vamos falar sobre atitudes. O ser humano interage, essa é a base de nossa sociedade, as relações que se desenvolvem entre as pessoas. Somos seres sociais e vivemos em grupos, com exceção de alguns eremitas e pessoas que, por opção ou necessidade, de certa forma se isolaram, as pessoas tendem a procurar um lugar comum para ficarem mais pertos umas das outras. Analisando as condutas humanas, é fácil perceber que dentro de um grupo ou mesmo fora dele, essas atitudes interferem nas vidas de quem está ao redor. O que fazemos provoca efeitos, e é interessante analisar os efeitos de nossas atitudes, começando nos relacionamentos amorosos, passando pela família, escola, trabalho, amigos, sociedade.


Basta uma pequena atitude para desencadear uma sequência de eventos que podem ser destrutivos ou construtivos, e agariar amigos e inimigos para nosso rol extenso de relações. Certamente todos gostariam de acertar sempre em suas atitudes, de forma a construir sólido padrão de amizades e se sentir bem em meio aos que os rodeiam, mas não é assim. O fato é que humanos erram, somos guiados por uma mistura caótica de sentimentos e raciocínio, nem sempre convivendo em harmonia dentro de nosso ser. Dessa forma, podemos hoje acertar de forma apurada e constante, e amanhã errar e estragar quem sabe tudo o que foi construído no dia anterior.


Se fôssemos capazes de raciocinar antes de cada ação, seria extremamente fácil perceber os múltiplos erros que estaríamos prestes a cometer. Quem sabe, se tomássemos conhecimento dessa gama variada de atitudes errôneas, poderíamos evitá-las, tornando nossa vida uma organizada sequência de atitudes corretas, amigos e uma sociedade melhor. Será?! Eu acho pessoalmente que não! O humano é, acima de tudo, um ser vivo, pensa, fala, age, o fato é que somos movidos por bem mais do que nossa racionalidade. Somos o resultado de uma combinação temperada por instintos, medos, inseguranças, egoísmo e tantos outros sentimentos, emoções que se desenvolvem de maneira diferente dentro cada um de nós, nos tornando diferentes, especiarias que tornam nossa vida algo que vale a pena. Isso é personalidade.


A sociedade é acima de tudo uma procura incessante por diferenças, pois não há outro ser que pense, aja e seja como eu, como você. Nós somos diferentes, e isso é o que nos torna especiais, interessantes. O caos organizado em que vivemos nos revela uma necessidade intrínseca de nos relacionar e sentir tudo que podemos, alguns de forma mais acentuada, outros não. Em resumo, nós procuramos sim a organização, mas o tempero da sociedade é a diferença, o conflito, a emoção da descoberta a cada dia.


Será que você agiu certo?

A química dos sentimentos

Na guerra dos sexos, os hormônios são os generais: eles geram a energia bioquímica que produz as emoções e a atração afetiva e sexual entre as pessoas.
(retirado da introdução do livro Química do corpo: Hormônios e amor / Body chemistry: Hormonally yours, por Kimberley Littlemore)

É um fato, nós somos incríveis laboratórios ambulantes em que reações químicas de complexidade inexplicável estão acontecendo o tempo todo, e estas transformações de elementos determinam nossas emoções e comportamentos, regem nossa vida e nos guiam. Os hormônios, essas substâncias incríveis descarregadas em nossa corrente sanguínea e que atuam de forma tão espetacular em nosso organismo. Hormônios definem se somos homens ou mulheres, nossa voz, nossa expressão, nosso comportamento, nossas emoções e nossas capacidades. Essas substâncias determinam, por incrível que pareça, cada sentimento, amor, ansiedade, medo. É difícil (pelo menos para mim) pensar que somos governados por emoções que na verdade são geradas por elementos químicos em transformação em nosso corpo, e essa dificuldade é plausível, visto que o ser humano controla a natureza (ou gosta de pensar que o faz) e que, portanto, nosso comportamento e sentimentos poderiam ser manipulados quimicamente com a simples introdução em nosso corpo da substância certa na quantidade certa.

Cientistas do mundo todo trabalham para desvendar os mistérios de nossas emoções, mas será que devemos nos aprofundar tanto na complexa máquina que é nosso corpo, não estaríamos perdendo nossa identidade, nossa ilusão de realidade em que pensamos dominar nosso corpo e mente (quando na verdade sabemos não ter controle total). Estaríamos dispostos a saber a verdade nesse caso. Eu sou um aficcionado por Arquivo X, no começo dos episódios, uma frase me chama a atenção: "The truth is out there", "a verdade está lá fora". Sim, se procurarmos, quem sabe desvendaremos todos os mistérios por detrás de nosso cérebro, nossas glândulas, e como tudo isso se encaixa formando nossos sistemas e determinando nossas ações e sentimentos. Mas será que devemos saber? Eu acho que não. O ser humano é produto de uma evolução não vista em outras espécies, somos conscientes e temos raciocínio, isso nos afasta tanto de outros animais que os dominamos. Mas o que define um ser humano, as interações, os diálogos, os amores, as paixões, ou simples química?

Ok, eu admito, eu SEI que somos governados sim, simplesmente por substâncias químicas. Mas não é o ser humano muito mais complexo que esta simples equação... Causa + Química = Efeito? Não somos bem mais do que isso? Até onde nossa ciência e nossa curiosidade nos levarão? Será que queremos seguir nesse caminho? Eu sinceramente não quero. Quero viver nessa realidade sonhada em que sou dono do meu nariz, chorar e sorrir sem pensar que isto na verdade é adrenalina em meu sangue, sentir prazer sem analisar a quantidade de endorfina que meu cérebro está liberando. Deixar a natureza cuidar disso, ela tem bem mais experiência nisso do que nós.

Eu prefiro continuar acreditando que eu apenas... Sinto.

A moralidade brasileira

"Todos somos seres pensantes, mas os poucos que pensam sobre isso, eles chama de filósofos..."NightCrawler
Em meus textos eu já toque a "ponta" do assunto político em "A Estrutura Social dos Explorados", mas foi muito amplo e ao mesmo tempo superficial em relação à amplitude do assunto. Hoje vou falar sobre algo que está presente em nossa sociedade desde o início dos tempos, mas se apresenta de forma realmente vulgar e repugnante no Brasil. Vamos nos aprofundar um pouco no estudo da Moralidade. Esse conceito lindo do que é certo ou errado nos atos e fatos sociais, liderando lutas contra a imoralidade. Veremos que isso tudo é muito bonito, mas impraticável, vamos falar sobre hipocrisia e sobre soluções alternativas para problemas antigos, tratados desde sempre como tabus e que na verdade são bem mais simples que a compreensão de legisladores e moralistas (que assim se chamam mas não agem).

Vamos começar com uma visão crítica e superficial do "velho mundo". O continente europeu é berço da civilização moderna ocidental e foi palco dos maiores e mais importantes fatos na nossa história, somos até hoje afetados pela política, costumes e conceitos europeus. A pergunta que resta é se somos suficientemente "desenvolvidos" para lidar com as heranças e culturas e resolver problemas baseando-se nas experiências européias, ao invés de sugar seus vícios e consumos. Eu nunca estive na Europa, mas sempre fui extremamente curioso no que diz respeito a cultura e geografia européia, conversei com várias pessoas que estiveram lá, além de "viajar" virtualmente em seus sites mais famosos. Antes de começar a análise da qual farei o desenvolvimento de meu comentário, vale lembrar que o Brasil foi colônia portuguesa, e Portugal é Europa, sendo assim, temos raízes européias de nascença (apesar que na verdade eram enviados para cá gente que 1. Tinha dinheiro e má-fama 2. Ladrões 3. Trapaceiros) e pequenos ramos espalhados por toda a Europa, principalmente depois da II Guerra Mundial, com as imigrações.

Vamos tomar como exemplo a Holanda. Um país desenvolvido, altos padrões de vida, uma política relativamente estável e uma população relativamente pequena comparada à nossa gigante pátria-mãe, possui seus defeitos, como não poderia deixar de ser, mas que país é perfeito? (apesar que alguns acham que são, né Tio Sam). Voltando a Holanda, vamos ao que interessa, as drogas são legalizadas, e se você quiser se chapar com conforto, existem salões destinados ao consumo de ópio (do qual deriva a heroína). Se quiser comprar um pouco de diversão, tudo bem, a prostituição também é legal, e algumas ruas possuem vitrines vivas de sexo ao seu dispor. Isso vai contra muitos princípios, com certeza, religião, moral, costumes, blablabla. Sejamos OBJETIVOS, lá não existe narcotráfico, cafetões espancadores e violência em favelas, não correm riscos com balas perdidas nem assaltos constantes, não são vítimas da violência constante da guerra entre policiais e bandidos, e garanto que a contagem de baixas é relativamente pequena.

Agora vamos ao Brasil, nosso exemplo de moral. Temos leis rígidas contra prostituição, porte e consumo de entorpecentes, roubo, furto, sequestro, na verdade quase tudo é previsto em nosso extenso e ineficiente ordenamento jurídico, mas quase nada é cumprido. O narcotráfico é uma potência, sustentada pela mesma sociedade que paga os impostos que mantêm nossa despreparada polícia nessa guerra desleal contra um rico, bem preparado e cruel comando em favor dos traficantes, as vítimas do fogo cruzado são contadas aos milhares, fora a violência gerada pelo consumo abusivo de drogas de forma oculta por jovens e adultos. Nossa sociedade tolera que milhares de crianças e adolescentes fiquem nas ruas cheirando cola e assaltando, tolera roubos de milhões dos cofres públicos, mas mantêm na cadeia o preto velho e novo que estava no lugar errado, na hora errada. Soltamos suspeitos por impossibilidade de leitura clara de uma nota vinda de uma das maiores autoridades judiciárias, um desembargador (ver Fantástico, rede Globo, www.globo.com/fantastico, de 25 de Maio de 2004, sobre o erro judiciário que possibilitou a fuga de um dos suspeitos do assassinato do empresário Schincariol), nosso Brasil que não tolera prostituição e que possui uma igreja católica atuante na defesa da moral. Ao mesmo tempo, o país que faz filmes basicamente sobre favelas e prostituição, prega uma época destinada a libertinagem física e sexual como o Carnaval (nada contra) e possui tantos ricos na cadeia como existe água no deserto.

Essa falsa moralidade me enoja, temos na TV mulheres mostrando o corpo e com movimentos obcenos, usando roupas que cobrem, mas apenas cobrem o principal, e ainda colam tanto que dá prá ver os relevos. Temos novelas com traição e sacanagem explícita, mas defendemos a moral e os bons costumes. Temos a luta da polícia contra os traficantes, quando na verdade sabemos que só existe oferta para o que é demandado, a droga existe pois existe alguém para consumí-la. Quando seremos objetivos, deixaremos de fingir que a moral que a igreja, os legisladores e os moralistas pregam nunca saiu do papel e é preciso uma abordagem diferente do problema. Quando iremos aprender com os erros dos outros ao invés de quebrar a cara? Já dizia a popular frase "Burro é aquele que persiste no erro, Inteligente é o que erra e não repete o erro, Sábio é aquele que vê os erros dos outros, e não comete o mesmo erro." Por isso, serei radical nesse comentário, LEGALIZE as drogas, deixe morrer se quiserem, invista em informação e recuperação de quem se arrepende, LEGALIZE a prostituição, faça impostos para que sejam usados na recuperação de lares e famíias destruídas por esses problemas que NÃO VÃO AUMENTAR, pois sempre estiveram ali, ao nosso lado, DESTAPE ESSA CORTINA QUE ENCOBRE A OBSCURIDADE da nossa sociedade. Sem ver a ferida, não há como tratá-la.

A estrutura social dos explorados

Fomos criados como uma forma viva de domínio e permanência da ordem social estabelecida por quem possui o poder. Alimentados com a falsa ilusão de que somos nós que "governamos", nós fechamos esse círculo criando nossos filhos para se encaixarem nesse sistema e vivendo nossas vidas sem olhar para a "grande pintura", nos concentrando apenas em nós e nosso reduzido círculo de atuação e fechando os olhos para o sistema no qual somos apenas uma engrenagem bem ajustada nas mãos de que domina.

Nós somos, desde cedo, ensinados a escolher uma profissão, de acordo com nossas aptidões, ou de acordo com as possibilidades financeiras e sociais em que fomos criados. Isso garante que dificilmente uma "quebra" das camadas sociais ocorra, e caso ocorra, garante que isso não seja levado adiante. Um sistema capitalista selvagem separa quem trabalha de quem explora o trabalho. As aparências são mais importantes do que a atuação e somos levados a crer que nossa vida é boa enquanto na verdade somos instrumentos nas mãos de quem está no topo. A camada intermediária é que promove o equilíbrio desse sistema.

Vamos fazer uma comparação idiota. No sistema de ações, os grandes investidores são chamados tubarões, e os pequenos aventureiros das bolsas de valores são os sardinhas. Isso é a parte "visível" do sistema, que diz existirem essas duas grandes divisões, enquanto na verdade existe outra. Em breve pesquisa notei que na verdade existem mais duas divisões: Os baleias e os plâncton. Baleias, imensas, lerdas, os maiores animais, sustentados em meio ao oceano. O plâncton, criaturas minúsculas, quase insignificantes, que existem em incontáveis quantidades, quase homogêneas e imperceptíveis em meio ao ambiente. No entanto, do que se alimentam os maiores animais do planeta? De alguns dos menores seres do mesmo. Perceba aqui um sistema diferente, escondido, no qual os grandes, realmente grandes, sobrevivem as custas dos pequenos, insignificantes, imperceptíveis.

A nossa estrutura social não é muito diferente, os grandes, poderosos, estão lá, sentados, se movendo lentamente e mantendo sua posição, e os miseráveis, em condições de sobrevivência, trabalhando com rapidez para alimentar os grandões. Enquanto isso, eu e você (sim, pois se você está lendo isso, tem Internet, o que significa que você é provavelmente parte da camada intermediária) somos a balança que evita que esse sistema caia. Essa camada intermediária é responsável pela manutenção do sistema, a classe média, promovendo constantes trocas, nas quais de tempos em tempos um ser se desloca para cima, enquanto milhares se deslocam para baixo, equilibrando o que chamo de "Balança Social". Mas essas transições são invisíveis, pois quem desce, tem possibilidades IMENSAS de nunca mais subir, e se o fizer, permanecer na camada do meio, e quem sobre, é, esses DIFICILMENTE descem, que motivo eles teriam para fazer isso? E se o fizerem, voalá, camada intermediária. Só que esse jogo é invisível, você pode ter colocado na sua mente agora a imagem de que o "poderoso" que eu falo é, por exemplo, o Presidente, ERRADO! E que o miserável é o favelado, DUPLAMENTE ERRADO. O poderoso não existe em nosso mundo, ele está lá, quieto, se alimentando e crescendo, são os caras que dominam os grandes acordos internacionais, maiores que países e nações, maiores que tudo, são os que detêm o poder econômico verdadeiro, capazes de provocar guerras e desviar condutas de líderes mundiais apenas para satisfazer um interesse. E os pequeninos? Eles estão nas fábricas de Taiwan e China, trabalhando 16 horas por dia para fabricar nossos artigos de 1,99.

Enquanto isso, nós mantemos o jogo, nessa camada do meio, votando em líderes que serão dominados pela força econômica invisível e nos satisfazendo em não estarmos ainda mais abaixo, com o plâncton. Sabe de uma coisa, não é tão ruim, a verdade pode assustar, ainda mais se pensarmos demais nela. Somos cativos felizes vivendo nossas limitadas vidas e mantendo isso tudo... Funcionando.

20 e poucos anos

Cada experiência, uma lição, cada ano, mais e mais lições, espero que tenha aprendido todas até agora.
A vida de todos é repleta de acontecimentos que marcam de alguma forma a maneira como pensamos e sentimos. Nossa maior carga são nossos traumas e nossas boas lembranças, esse fardo nos influencia, dirige por vezes nosso pensamento e tem relevante peso em nossas decisões. Tudo o que fazemos deriva indiretamente do que passamos e marcou nossa tragetória. Hoje falemos um pouco sobre essa tragetória.

Em 20 e poucos anos, eu vive bastante coisa, não foi o suficiente para efetivamente me colocar em uma posição favorável ou me dar estabilidade , nem emocional, nem financeira, mas eu creio que vivi o suficiente para escrever um pouco sobre isso. As experiências foram tantas, boas, ruins, e sempre nos pegamos achando que esta ou é a pior ou é a melhor fase de nossas vidas. No entanto, quem pensa assim geralmente não viveu tudo ainda e é demasiado jovem e imaturo para julgar tais valores. O fato é que nossas emoções, o modo como sentimos, vivemos e pensamos, muda de acordo com a idade, essa verdade é indiscutível, passamos uma constante mudança (não vou dizer evolução pois não é o caso). O que mudamos muda o modo como vivemos e isso influencia na carga que nos impomos diariamente, somos um sub-produto de como nos sentimos no momento e nos sentimos assim devido ao que sentimos anteriormente, numa cadeia que só acaba com nossa morte, mas que mantêm pequenos elos agarrados em outras vidas, pelo modo como influenciamos nelas.

Sendo assim, é fato notório que os anciões e as pessoas que nos cercam que viveram mais do que nós mesmos possuem uma visão de vida bem diferente, mais repleta de experiências, um julgamento mais efetivo baseado em muito mais informações do que nossa mente pueril e intacta quanto as grandes experiências de vida. Claro que falar isso para um jovem é jogar uma pedra sobre a água, ela cria ondas, mas estas se dispersam. O jovem em geral está certo, é decidido, tem estilo, toma suas próprias decisões, mas eu pude comprovar ao longo dos anos que meus pais estiveram certos em grande parte (para não dizer todas) das vezes em que me aconselharam. Como meu pai costuma dizer, um dia eu haveria de lhes dar razão. E ainda convencido de que isso é verdade, ainda assim me apego as minhas decisões emocionais sem base e vou contra eles. É a vida... São as gerações, aprendendo e crescendo, e como diria Elis Regina: "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".