Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

21 de dez. de 2006

Privacidade na Internet

Todos temos uma identidade, é o que nos diferencia do resto das pessoas, nos torna únicos, identificáveis. Nomes, documentos, senhas, aparência e comportamento, tudo nos define de maneira a nos distinguir do resto do mundo.

Na Internet não é diferente, todos que usam a rede possuem uma "identidade" online, quase tão importante quanto a real. Hoje em dia, com novas leis e novos sistemas de segurança, atribuir a um usuário virtual uma identidade real não é mais difícil que ter as ferramentas e acessos certos disponíveis. Não há como se esconder atrás de um monitor e achar que está inatingível. Após anos de invasões, claro que a tecnologia de defesa melhorou, mas isso não significa estar salvo, apenas significa que os "caras maus" mudaram de estratégia, se adaptando a nova realidade.

Hoje em dia, com antivírus, firewalls, detecção em tempo real, atualizações constantes, uma máquina bem configurada fica protegida do mundo externo, sendo praticamente invisível na Internet, fechando as portas para invasões e dificultando a vida de quem ganha a vida ferrando com a vida dos outros, os crackers. Com toda essa tecnologia de defesa, novas formas de se assumir o controle de uma máquina na Internet tiveram que surgir, sendo que todas, sem exceção, passaram a se focalizar em duas premissas: intrusão e reprodução. Basicamente, um programa malicioso precisa, antes de mais nada, se executar na máquina alvo, quando bem sucedido, pode a partir daí se disseminar silenciosamente por uma rede física ou lógica, para aumentar seu escopo de atuação. Mas qual a importância real disso?

Duas mudanças estruturais marcaram as invasões computacionais dos últimos anos. Primeiramente, a dificuldade de infiltração aumentou conforme melhora a tecnologia de defesa, e depois, houve uma mudança no pensamento cracker como um todo. Antes, o objetivo era disseminar e destruir. Hoje em dia, nesse mundo capitalista, as invasões tem alvos bem mais específicos. Grana, money, tutu, dinheiro! Inabilitar uma máquina não é lucrativo, lucrativo é mantê-la ativa trabalhando para você, criando imensas redes de máquinas interconectadas sob o comando de um "mestre" sem que as "ovelhas" notem que estão sendo usadas.

Mas, se a defesa aumentou tanto, como os crackers ainda conseguem? Duas maneiras principais: engenharia social e armadilhas. Por engenharia social se entende utilizar dados descobertos sobre o alvo, ou dados gerais aplicáveis a alvos descuidados (senha padrão, 1234, abcd, etc). Assim, se o cara sabe a sua data de nascimento, vai ter onde começar a procurar sua senha de banco. Esse método, apesar de por vezes eficaz, ainda não é o favorito! As armadilhas são a verdadeira ameaça. Por armadilha se entende qualquer chamariz que faça o usuário inconsciente realizar a ação que o cracker quer, se expondo. Um link em email, uma figura, um vídeo, uma oferta imperdível ou pedido de socorro, tudo pode ser uma isca para atrair o usuário a clicar, aceitar e instalar o software malicioso. Depois de instalado, basicamente se está perdido. As proteções hoje em dia se aplicam demais a querer evitar que o que está FORA entre, mas deixa o que está dentro sair. Senhas salvas, listas de emails, documentos, fotos, tudo pode e será usado contra você. A melhor defesa é ficar ligado nas armadilhas, muito cuidado.

Cuidado pessoal, seu email é sua identidade, seu blog é um ponto de partidade de engenharia social e seu Orkut é sua vida exposta para o mundo.

14 de dez. de 2006

Cadê minha banda?!

Mais um post informático... Estejam avisados...

Eu, como todo bom usuário de banda larga, fico meio indignado em ter uma certa banda livre... Me deixa meio agoniado imaginar que pago uma pequena fortuna para não estar usando este serviço em toda a sua potencialidade. Tento deixar meu computador o maior tempo possível ligado e baixando coisarada, mas mesmo assim, deixar seus torrents baixando a 40KBps é um sacrilégio se comparado com seus 60 disponíveis... Cadê os outros 20?! Isso sempre me irritou... Aí você faz dois downloads e esperava 30K em cada... Nada disso, 12 em cada... CADÊ MINHA BANDA?

Sempre paranóico e sempre tentando pegar tudo de novo que estiver na Internet, passo pelo menos umas 4 horas por semana estudando maneiras de deixar este sistema operacional horrível operando melhor, sim, eu uso Windows, não quer dizer que eu goste dele... Uso por questão de COMODISMO mesmo, MSN, Pangya, Steam, Counter-Strike, em resumo, besteira e jogos... Nestas horas, eu acabo fazendo misérias com o sistema operacional, mudando configurações profundas e misteriosas, alterando parâmetros obscuros, para tentar obter o máximo desse sistema. Já mechi em lugares do Windows que provavelmente nem os caras que criaram eles imaginaram que alguém iria fuçar.

Foi numa dessas incursões, pesquisando na Internet e indignado com minha banda "nem tão larga" que eu encontrei um conceito interessante, o tal do "Traffic Shapping". É claro que eu não desconhecia esse conceito, que permite reservar e organizar a banda, filtrando pacotes em tempo real, muitos roteadores tem essa tecnologia, mas nunca imaginei que ela poderia ser aplicada por software, muito menos diretamente na minha rede, mechendo com os protocolos e reorganizando essa "bagunça" que é o TCP/IP... Sinceramente, fiquei descrente!

CFosSpeed é o software, é a primeira vez em muito tempo que me deu vontade de comprar um programa... Basicamente, ele analisa sua banda e a maneira como você usa sua rede, reorganiza os pacotes tanto na entrada como na saída, de forma a garantir um fluxo constante, sem filas para os pacotes, garantindo que os ACKs tenham portas livres e assim mantendo a banda sob controle. Além disso prioriza pacotes dependendo do protocolo e aplicativo e aplica filtros sobre eles. Basicamente, estou agora, nesse momento ocupando 50K da minha banda de 60, com o bittorrent COMENDO, e ainda consigo navegar na Web em uma velocidade aceitável e ter o MSN aberto e funcionando, coisa que antes era impossível, era disparar um torrent e dar adeus a Net.

Então, aos "sem banda" como eu, meu recado: faça a BrT SOFRER, USE sua banda, faça eles chorarem ao verem que você está queimando os roteadores deles gastando TUDO que você está pagando para usar, passe essa informação aos vizinhos, amigos, baixe TUDO QUE PUDER da net, deixe o comp ligado FRITANDO o modem direto! Vamos mostrar prá eles que podemos ser pobres de banda, mas usamos ela até o limite! Eu pessoalmente olho pelo menos 3 filmes baixados por semana...

E tenho dito.

1 de dez. de 2006

Athlon Turbinado

Aviso aos navegantes: post técnico, não filosófico, não político, estritamente INFORMÁTICA.

Sempre fui curioso e exagerado. Tenho coleções de experiências nesse sentido, mas sem dúvida, na área da informática coloco meu melhor lado G33k para fora. Com a constante lida nos computadores, acabei por constatar que eles, além de meu trabalho, são minha diversão, entretenimento, ponto de contato, entre tantos outros usos dessa ferramenta. Notei também que passava muito tempo lidando em casa, então resolvi que isso iria mudar, troquei de sistema operacional, fiz um tunning completo no meu notebook, e ele nunca mais deu pau. Beleza. Faltava agora a outra máquina que não pode dar problema, a máquina do trabalho. Depois que juntei peças de diversos "defuntos" em casa, e impossibilitado de turbinar meu notebook com as peças provenientes de PCs, resolvi que utilizaria algumas das peças no trabalho. Começando por um pente de 1GB de RAM e minha plaquinha NVidia GeForce FX 5200 de 128MB. Começou a saga "Athlon Turbinado".

O computador é um Itautec Infoway Business modelo padrão com gabinete Tiny Tower, um HD de 40GB SAMSUNG SV0411N, processador Athlon XP 2.0GHz e 512MB de RAM, drive de disquete, 6 portas USB, interface de rede embutida Realtek Semiconductor Co., Ltd. RTL-8139, uma placa de vídeo SiS com memória compartilhada, drive SAMSUNG CD-R/RW SW-252B e uma placa de som Via VT8233.

O gabinete Tiny Tower é muito tosco, pequeno, minúsculo, sem chance de modificações fáceis, sem espaço e sem refrigeração, assim que instalei o Gentoo Linux e as ferramentas de monitoração notei que a temperatura do gabinete e do processador sempre estavam entre 50 e 60 graus, muito acima do que gosto de manter em um desktop.

Comecei minha jornada... Em primeiro lugar removi o drive de disquete, periférico inútil hoje em dia. Removi a porta dianteira cobrindo o CD que não servia para nada, abri o gabinete e coloquei um drive de 8GB Maxtor 2B010H1 no lugar do drive de disquete para emular um Windows nele. Também comecei a analisar melhor a arquitetura e layout.

Removi o cooler do processador e substituí ele por um mais potente, removi o processador e o cooler e limpei tudo com alcool isopropílico, aplicando uma fina camada de pasta térmica à base de prata “Silver Cold”. Na traseira, localizei um suporte para dois coolers (?) que vem de fábrica, sem NENHUM COOLER, adicionei dois coolers de alta rotação ali. Infelizmente nas minhas tentativas acabei por queimar um dos sensores de rotação dos coolers, mas nenhum outro efeito colateral foi constatado (maldita placa sem manual).

Desabilitei por software a placa de vídeo, substituindo ela por uma GeForce FX 5200 de 128MB de memória no slot AGP, que tem suporte muito bom no Linux. Transferi as baias USB traseiras para o slot ao lado e adicionei um exaustor para slot PCI trabalhando embaixo da placa de vídeo (que já possui um cooler de fábrica), dessa forma controlando a temperatura da GPU. Coloquei mais um pente de 512MB totalizando 1GB de RAM e movi os cabos até conseguir uma configuração que permitisse um melhor fluxo de ar da frente para a traseira do micro. A superfície furada acima do processador permitiu adaptrar um cooler de 180mm ali em cima, aumentando o fluxo de ar para dentro do gabinete, no começo achei que isso diminuiria o fluxo entre a frente e a traseira do gabinete, mas não foi o caso, removi o funil que direcionava o ar para o processador, por total desnecessidade.

Os resultados, embora não sejam surpreendentes, são bons, a temperatura média do processador em repouso fica entre 35 e 40 graus, como reportado por diodos, o mesmo com a placa mãe, mesmo os thermistors reportam uma temperatura nunca superior a 55 graus. Com o processador em força total nota-se um aumento de 10 graus no máximo na temperatura do processador, enquanto a placa mãe continua abaixo de 45, sempre. O acúmulo de poeira (terra vermelha não é fácil) é grande, mas uma jateada de ar mensal dá conta do recado.

A parte de software fica para outra hora, afinal é mais longa e detalhada.

26 de nov. de 2006

Simplicidade X Mediocridade

Algumas pessoas confundem esses conceitos tão diferentes. Ser simples é bom, te torna mais acessível, mais disponível, faz com que as pessoas não se afastem. Quando você é simples, você não se importa em visitar um amigo e notar que ele ainda dorme em um colchão no chão. Você não se importa em comer miojo como janta, e nem se importa de só ter água na geladeira. Você não se importa se ele não puder ir naquela viagem, e não conta vantagem dela para ele.

Ser simples é se contentar com o básico e ver com olhos diferentes o mundo. Cada coisa boa se torna melhor se os teus padrões não forem extremamente altos. Enquanto isso, você recebe os padrões baixos com alegria e se diverte com as bobagens, fala besteira, faz besteira, aprende com esses erros e dá risada deles depois. Ser simples é saber a hora de ser engraçado, e a hora em que não tem graça nenhuma. Simplicidade é estar em contato com a parte de você que não se estressa com os limites que não podem ser mudados, enquanto luta para melhorar o que consegue. É não achar ninguém muito melhor ou muito pior que você, e respeitar os limites de cada pessoa, bem como aceitar a maneira como elas são, filtrando o que se pode aprender de bom com elas, mas sem nunca aceitar a mediocridade e a falta de caráter...

Opa, quase entrei no segundo assunto sem querer... A mediocridade. Mediocridade é aliada a outras coisas, como a falta completa de objetivo, e a preguiça. Ser medíocre é zombar da evolução que nos trouxe até onde estamos e chutar as grandes mentes pensadoras do mundo. É ser incapaz de manter uma conversa séria, e quando falar bobagem ferir os outros. É estar em outro mundo, um mundo onde nada importa, nada interessa a não ser a estupidez e a necessidade de chamar a atenção, sem se importar com o que vai ser dos outros.

Uma pessoa medíocre não sabe, não quer saber, mas fala como se fosse uma grande coisa. Engana os outros medíocres e aqueles sem força para terem seu próprio estilo e personalidade, juntam-se em grupos que veneram a própria falta de senso e inteligência, enquanto zombam das pessoas que tentam ser um pouco melhores. Sempre um passo atrás, mas sempre um degrau mais alto em nossa sociedade desprovida de interesse e curiosidade. Renegam os grandes assuntos para se aterem aos mais idiotas interesses, não ocasionalmente, por diversão, ser medíocre é viver isso. Mediocridade é não crescer, é estar sempre no mesmo nível, e não se importar com isso nenhum pouco, pois dá muito trabalho crescer.

Eu prefiro continuar sendo um Geek, e tentar melhorar, por vezes sem ser aceito, por várias vezes sem fazer "parte" do grupo social, sem me divertir com a falta de conhecimento e zombar das mentes pensadoras. Eu prefiro ser assim, meio diferente, e talvez, um pouco melhor. E conviver com pessoas que também são assim, e ainda me divertir com aqueles medíocres que nunca chegarão a entender o seu papel aqui, e nem estão aí. Eu prefiro continuar tentando aprender, mesmo sendo medíocre em certos pontos (ninguém é perfeito), mas ao menos tentar.

Valeu aos parceiros de discussões filosóficas, políticas e sentimentais... Pelo menos não estou sozinho!

21 de nov. de 2006

Ilhas

Ilhas são porções de terra cercadas de água por todos os lados. Mas por favor, isso é conhecimento geral, aprendemos em geografia nos anos iniciais.

Existe outro tipo de ilha, um tipo diferente, "ilhas humanas". Eu mesmo até sair do segundo grau era uma ilha, nunca me dei bem com os colegas, exceto raras pessoas. Sempre tive essa consciência que eu era diferente, isolado. Consertei isso com a idade, experiência e aventuras, nas quais notei que sem os outros não somos ninguém, sozinhos, somos nada.

Existem ainda outros motivos para pessoas se isolarem, egocentrismo por exemplo. Uma pessoa que se ache autosuficiente vira uma ilha, se isola, e acaba afastando as pessoas, ela não liga para o que os outros pensam, ignora o fato de que nossos defeitos são melhor percebidos pelos outros que por nós mesmos, e ignora o fato de que conviver com pessoas nos torna melhores, mais tolerantes, mais toleráveis. Essas pessoas se tornam insuportáveis, por não saberem controlar as palavras, acabam por afastar as pessoas, e ainda se convencem que estão certas com argumentos como "eu sou sincero, me aceite como sou". Viver em sociedade implica viver limites. Sua capacidade ou necessidade de se expressar acaba onde começa a necessidade da outra pessoa de ser respeitada. Deve-se controlar a língua para que ela não profira palavras viperinas e afiadas. Depois de ditas, elas não voltam. Um ferimento cura, mas uma palavra pode criar uma ferida que nunca cicatrizará. Essas pessoas se tornam amargas, e acabam machucando inocentes.

Enquanto isso, existem os doentes, um dos grandes mals do século, a depressão. Afundando cada vez mais em um vazio interior, pessoas que sofrem dessa doença terrível enfraquecem mente e espírito, e acabam machucando a si e aos outros. Falta-lhes um objetivo, e por vezes, tratamento. A mente perturbada pode causar a todos nós danos, mas esses doentes precisam de mais que apóio, elas precisam de tratamento, contra elas mesmas e uma atitude autodestrutiva que pode perder o controle. Elas não são culpadas, são vítimas.

Outras pessoas se isolam temporariamente, por terem a nítida impressão que todas as suas necessidades são supridas por um acontecimento ou companhia específica. É o caso de pessoas que começam a namorar e se isolam do resto do mundo. Grande erro pessoal, namoros e amores vão e vêm, amizades de verdade são raras e quando destruídas não voltam assim tão fácil. Além disso, manter o círculo de amizades mesmo quando comprometido com alguém é uma atitude defensiva, permite que você não se sinta tão sozinho e perdido quando (e se, porventura) a relação por qualquer motivo ruir.


Não seja uma ilha, mas não se torne um continente para não se expor demais. Seja uma Baía (sem o "H" por favor), tenha seu mundo, mas uma ligação forte e firme com o resto do mundo.

7 de out. de 2006

Fases

Fases

Primeiro, o motivo deste post é bem simples, eu estou em uma fase, então pensei em explicar e analisar as "fases" que passamos na vida. Todos passamos por isto, não importa nenhum fator, o fato é que todos vivemos fases. Faz parte da vida, aprender, evoluir ou regridir, em suma, mudar. Retomando fases anteriores, vivendo fases avançadas, a vida é um imenso disco onde gravados em forma de trilhas estão os momentos que passamos, as experiências passadas, o que retiramos delas, e tudo que fazemos em seguida tem a influência direta das experiências anteriores.

Então, as pessoas mudam, é simples assim. Se você se apaixona por uma destas "fases", esteja preparado para realmente provar seu amor sobrevivendo a todas as outras fases que podem vir. Uma pessoa pode ser um amor hoje, por ter dinheiro, estar bem de saúde e estar bem psicologicamente. Amanhã, ela pode estar irritadiça, e passar um mês, ou o resto da vida assim, por estar doente, estressada ou em dificuldades financeiras.

Assim, eu concluo que todos mudamos, e o verdadeiro amor deveria superar isso, mas o fato é que dificilmente supera, a distância, as fases, a mudança em si. Mudança de sentidos, de objetivos, de cidade, de sentimentos, de prioridades. Então, o tal do "amor incondicional" é raro, e está em extinção. E não falo em se "acostumar", falo em realmente amar, sem pedir nada em troca, e ainda assim receber, pois o amor, de verdade, forte, é recíproco, você aguenta as fases daquela pessoa, e ela te aguenta depois, é simples, uma balança.

Eu, por exemplo, no final de semana não fico mais online, ou fico muito pouco, o motivo? Simples, eu não quero VER computadores, afinal de contas, eu sei que a partir de segunda-feira terei muita "diversão" com eles durante toda a semana. Procuro sair, me divertir, fazer coisas legais, exatamente para extravasar e carregar as baterias para uma semana estressante e longa.

Assim, passamos nossas fases. Por isso eu digo, com certeza, vocês não me conhecem, e os poucos que conhecem provavelmente não viram tudo que eu posso fazer, nem o que fiz, e portanto, podem esperar o inesperado de mim. Eu posso ser seu melhor em qualquer coisa, amante, amigo, ficante, confidente... Mas nunca serei seu completamente pois você nunca me conhecerá o suficiente.

Principalmente na adolescência, sempre imaginamos que estamos ou na melhor ou na pior fase da vida da gente. Outro erro comum é se dedicar exclusivamente a uma coisa nessas fases. Temos que diversificar, testar, aprender, e se necessário, mudar.

De qualquer modo, estou numa fase de estudo, festa e amizade. Namoro, só em 2008, hehehe.

OBS: É óbvio que eu posso passar dessa fase, e me apaixonar, mas isso está se provando cada vez mais difícil, senão impossível.

20 de set. de 2006

Saúde no Brasil

Tive uma experiência ruim nesse final de semana. No domingo à noite, meu irmão me ligou, para me comunicar que meu pai não havia se sentido bem, dores no peito, e tinha sido levado de ambulância para outra cidade. Angina coronária, foi o diagnóstico, após longas 48 horas do primeiro contato com um médico. Meu velho pai teve que aguentar muito tempo em uma UTI, cercado de doentes terminais, sem nada para separar um leito de outro, com estagiários de uma universidade enchendo o saco ainda por cima. A luz ligada permanentemente e os barulhos constantes o impediam de dormir, o que o forçou a requisitar um remédio para poder cair no sono, e fez com que a próxima visita de minha mãe à ele o achasse semi-dopado.

Não somos uma família pobre, temos recursos e meu pai trabalhou muito para chegar a situação onde eles se encontram agora. Apesar de viverem apenas os dois lá em casa, tem os filhos perto e sempre que podemos visitamos eles. Tenho também que agradecer ao meu irmão, que estava mais próximo nessa ocasião e providenciou o necessário para meu querido pai ter um tratamento adequado enquanto eu, infelizmente, estava viajando.

Vou tentar seguir a sequencia de acontecimentos desse episódio para ilustrar. Final de semana, meu pai se sente mal, vai à um hospital. Um médico, claramente despreparado, desatualizado e completamente imcompetente o atende, "chuta" um diagnóstico, e medica meu pai. Como a dor não passou, e com a preocupação do meu irmão e da minha mãe, eles providenciam para que meu pai seja removido de ambulância para outra cidade. A brincadeira da ambulância custou uma fortuna, mas tudo bem, pelo menos meu pai estava com mais recursos. Depois da RECUSA de dois cardiologistas, um finalmente atende meu velho pai, num domingo de madrugada, e interna ele na UTI, afim de monitorar meu pai e realizar exames. Os exames vem completamente alterados, resultados da medicação errônea aplicada pelo outro profissional da cidade menor onde meus pais vivem. Dali em diante, foram 48 horas de terror para meu pai, em um ambiente horrível de um hospital falido e despreparado, tudo sem um diagnóstico preciso, causado por um erro médico primário de um outro profissional. Após, com um diagnóstico melhorzinho, meu pai é transferido para um quarto, e a coisa começa a melhorar. Minha mãe já pode acompanhar ele, quarto privativo, com um certo conforto. Ufa!

Mencionei que meu pai paga uma FORTUNA mensalmente para um plano privativo de saúde que deveria cobrir tudo isso. Pela idade, ele paga muito mais, e são ele e minha mãe. Se dependêssemos de um sistema público de saúde, no final de semana, seria MUITO pior. Quero dizer que mesmo sacrificando boa parte do salário mensal, ainda assim, foi necessário MUITO dinheiro, paciência, e MUITA sorte e bençãos para que meu pai saísse dessa, graças ao meu bom Deus, bem. Imagina os coitados que dependem do SUS.

Pagando essa fortuna, em um país de primeiro mundo, como bem disse um grande amigo, o tratamento seria BEM diferente. Temos um preço de primeiro mundo, e um tratamente LIXO de terceiro mundo. Pagamos impostos altíssimos, para MORRER em um final de semana sem tratamento hospitalar. Pagamos impostos por hospitais falidos e equipamento obsoleto, diagnósticos imprecisos, profissionais mal pagos e máfias de auto-ajuda chamadas planos de saúde. É uma vergonha nacional, não temos educação, nem segurança, nem saúde, apenas uma carga tributária que deveria nos conceder tudo isso com folga, se não fosse administrada por imcompetentes corruptos atrás de dinheiro. VERGONHA, seus assassinos, se houver um inferno, eu espero que no final de sua vida vocês QUEIMEM na eternidade por cada alma que deixou esse mundo por seus desvios e falcatruas com verbas da saúde, da educação, saneamento e assistência social.

Agora, meu pai está melhor, com as graças de Deus, que atendeu muito generosamente as orações deste que vos tecla, que tinha esquecido como era orar, mas que no desespero orou, fervorosamente, e neste momento lembra todos vocês, que podem, e DEVEM agradecer todas as dádivas que receberam de um poder superior, nem que o chamem de SORTE, ele existe, e olha por nós.

E aos corruptos, médicos imcompetentes, preguiçosos, presunçosos e ladinos, eu digo, um dia, a volta vem, se não nesta vida, depois. E enquanto isso, eu sinceramente penso em atirar a justiça dos homens contra vocês, quem sabe, veremos, e nos veremos, de lados contrários. Ninguém faz meu velho, batalhador pai passar por uma dessas sem ter consequência alguma.

12 de set. de 2006

Copy Control e música digital

Hoje copiei um CD no Linux para um amigo. O CD, como muitos que tenho visto nas lojas ultimamente, vem com o tal do "Copy Control", um mecanismo que insere "arranhões digitais" no CD, evitando assim que seja copiado em drives de CD-ROM. Em compensação, este mecanismo também interfere com a leitura normal do CD em aparelhos normais (principalmente players de carro). Notem que estas informações estão no próprio CD, que NÃO EXIBE O LOGO "Compact Disc - Digital Audio", por ferir este padrão! Eu mencionei que copiei ele? Ah, acho que sim. Mesmo ANTES desta tecnologia IDIOTA, já haviam leitores capazes de "pular" ou até mesmo "corrigir" os erros virtuais nos CDs com proteção de cópia. Tecnologia que nasce morta, como a super-proteção de DVDs que custou milhões e foi quebrada pelo famoso DVD-Joe, um rapaz de 15 anos.

Agora, vamos ao fato, o artista provavelmente não queria essa proteção, isso é imposição da gravadora, e convenhamos, é ridículo. Tenho visto estas porcarias em discos de artistas famosos, mas estou aqui falando de um CD de Heavy Metal, dos clássicos, que veio com esse lixo de tecnologia. Quem compra CDs de Heavy Metal? Fãs! Como eu! E qual o motivo desta tecnologia? A pirataria, é claro!

Eu confesso, tenho músicas, SIM, em mp3 no computador, diversas. Não tantas como a maioria das pessoas, mas bastante. Algumas possuo o CD, outras não, a maioria na verdade. E agora exponho os motivos:

1) CD é CARO! Paguei pelo que gerou este post quase 60 reais.
2) CD é que nem mulher, por UMA parte boa você acaba ficando com tudo (brincadeira, viu mulherada). Mas falando sério, um CD às vezes tem UMA faixa boa, e você tem que comprar o resto da porcaria... Isso não se aplica a Disturbed, Iron Maiden, e outras bandas, mas popzinho tosco que nem Britney, BoyBands em geral e essas outras porcarias funcionam assim.
3) A pirataria está quase institucionalizada, é impossível punir todos que possuem música ilegal no computador, e isto cada vez mais se estende a filmes, obras literárias e fotos. Então, está quase sendo um "costume" e não mais um "crime" piratear. Claro que isto vai contra todo o sistema jurídico, mas que seja...

A verdade é, quando baixo um CD BOM, me sinto compelido a comprar o original, por motivos óbvios:

1) Som melhor. Não adianta, comprima, perda qualidade, é assim que funciona, se você tem um ouvido bom e gosta da música, o CD original é o néctar do som.
2) Encartes. Informações válidas, comentários, fotos, arte gráfica, tudo vale a pena.
3) O sentimento de ajudar aquele artista a produzir mais e melhor.

Agora, o tal "Copy Control" fere tantos dos meus direitos como comprador de CD, que chego a me sentir indignado. Em primeiro lugar, tenho o DIREITO, como consumidor, de fazer uma cópia de segurança do meu CD e guardar o original em local seguro. Depois, se for escutar no carro, quero PODER escutar, e escutar sem as "falhas digitais" que ferem meu sensível ouvido com riscos e chiados. Ainda, quero que meu aparelho não precise literalmente se PEIDAR corrigindo erros que foram propositalmente colocados no CD. E depois, não quero ter que instalar um maldito software para escutar uma versão ferrada da música no meu PC.

A partir de hoje, não me verão mais comprar CDs com "Copy Control", por mais fã que eu seja, isso é quase uma ofensa. Ah, meu amigo tem uma das maiores bibliotecas de CDs originais que conheço, ele não comprou o CD que eu tenho, por causa do Copy Control ;D

7 de set. de 2006

Vida, luta, amor e dor

Cada vez me convenço que a vida tem muitas surpresas pela frente. Um dia, uma surpresa, e nunca deixo de me surpreender, com o que as pessoas podem fazer, com o que eu mesmo posso fazer. Me surpreende como o mundo se comporta, e como as pessoas sentem, se machucam e riem de maneiras diferentes por motivos diferentes.

Na verdade me convenci que temos muitas poucas verdades e inúmeras dúvidas. A maioria das pessoas realmente não sabe o que quer, nem mesmo o que gostaria de querer. Sem objetivos, se perdem, e temos uma sociedade enfraquecida pela total falta de objetivo. Por outro lado, aqueles com objetivos bem claros são sequencialmente e de forma bruta rejeitados, de todos os lados, e apenas os mais fortes sobrevivem, seja por força própria ou herdada.

No meio deste tiroteio, procuramos não sair feridos, enquanto vivemos buscando uma segurança que na verdade nunca vai existir, simplesmente por um motivo: somos falhos. Temos defeitos, não somos, nunca fomos e nunca seremos perfeitos. É um preço que pagamos pela evolução surpreendente do ser humano. Ficamos com falhas básicas que permitem à natureza desempenhar seu papel, ainda que lutemos a cada dia contra ela. Nós morremos, nós adoecemos, nos sentimos mal psicológicamente, temos desespero, dor e desilusão. O amor, tão louvado por nós, nos leva a buscar por vezes nossa própria destruição, no entanto, essencial tal sentimento para que nos sintamos humanos.

Em resumo, somos isso, essa massa humana perdida buscando de todas as formas sentir menos dor, enquanto buscamos esse horizonte infinito impossível de alcançar chamado felicidade. A felicidade não existe como um ideal, ela está em cada momento feliz, em cada bom momento e em cada memória boa que guardamos, em cada experiência e cada lição. Por isso tão necessário viver com plenitude, para que acumulemos essa felicidade.

Enquanto isso, eu vivo, busco um ideal profissional, emocional, e aproveito as pequenas felicidades que encontro no caminho da melhor maneira possível. Tenho uma bela coleção! Da mesma forma, coleciono as lições tiradas do mais puro sofrimento de todas as falhas, minhas e dos outros, que me causaram dor. E aprendo (algumas vezes), ou me preparo, para errar novamente. Não é tão ruim assim... Basta ter em mente que ainda temos tempo, sempre temos, temos o resto da vida o tempo todo pela frente, e embora não se possa ficar sem pensar no amanhã, precisamos da certeza de que talvez ele não chegue, para nos atar a realidade e evitar devaneios que desperdiçam nossa limitada (em tempo) e ilimitada (em oportunidades) vida.

Artista: Disturbed
Música: Stricken

You walk on like a woman in suffering
Você continua como uma mulher sofrendo
Won't even bother now to tell me why
Nem se importa em me contar o motivo
You come alone, letting all of us savor the moment
Você vem sozinha, deixando todos saborearem o momento
Leaving me broken another time
Me deixando quebrado mais uma vez
You come on like a bloodstained hurricane
Você vem como um furacão ensanguentado
Leave me alone, let me be this time
Me deixe sozinho, me deixe em paz dessa vez
You carry on like a holy man pushing redemption
Você continua como um homem santo empurrando redenção
I don't want to mention, the reason I know
Não quero mencionar, a razão pela qual eu sei

That I am stricken and can't let you go
Que estou ferido e não posso deixá-la ir
When the heart is cold, there's no hope, and we know
Quando o coração está frio, não há esperança, e sabemos
That I am crippled by all that you've done
Que fiquei aleijado por tudo que você fez
Into the abyss will I run
Vou correr para o abismo

You don't know what your power has done to me
Você não sabe o que seu poder fez comigo
I want to know if I'll heal inside
Quero saber se vou me curar por dentro
I can't go on with a holocaust about to happen
Não posso continuar com um holocausto prestes a acontecer
Seeing you laughing another time
Vendo você rindo outra vez
You'll never know how your face has haunted me
Você nunca saberá como sua face tem me assombrado
My very soul has to bleed this time
Minha própria alma teve que sangrar desta vez
Another hole in the wall of my inner defenses
Mais um buraco na parede de minhas defesas internas
Leaving me breathless, the reason I know
Me deixando sem fôlego, a razão pela qual eu sei

That I am stricken and can't let you go
Que estou ferido e não posso deixá-la ir
When the heart is cold, there's no hope, and we know
Quando o coração está frio, não há esperança, e sabemos
That I am crippled by all that you've done
Que fiquei aleijado por tudo que você fez
Into the abyss will I run
Vou correr para o abismo

Into the abyss will I run
Vou correr para o abismo

I can't let you go
Não posso te deixar

5 de set. de 2006

Mudanças e noção de realidade

Eu venho segurando meu jeito de ser desde tempos imemoriais. Sempre fui criticado pelos meus relacionamentos e a forma como me comporto, dizem que me dedico demais, que isso não faz bem, que eu estrago as gurias, e que sempre acabo me machucando. Após longos anos, e grandes decepções, eu cedi a pressão. Mas não do jeito que me aconselharam... Já diz o Disturbed em sua música "I'm Alive": "to change myself, I rather die". Simplesmente não vou deixar de ser como sou, a mudança mataria tudo em que acredito e as bases morais e psicológicas nas quais baseei toda minha vida. Então, mudarei uma coisa mais fácil, meu comportamento. Aqui está, senhoras e senhores, um solteiro por opção e agora por convicção. Falando sério, acho que só entro num relacionamento para casar a partir de agora, e certamente não em um futuro próximo. Como o coração tem razões que a própria razão desconhece, tenho certeza que isso pode mudar, mas terá que ser uma "avalanche" para abalar esta decisão. Preciso de um tempo para mim, um bom tempo, e estou investindo nisso. Preciso reencontrar as asas, e preciso da liberdade de sentir, sem medo, mas sem exageros. Eu preciso me encontrar novamente, como alguns anos atrás eu fiz, e nisso ninguém pode ajudar. Eu preciso viver, com todas as forças e sem nenhum obstáculo. Um poeta já dizia que "aquele que liberta, prende muito mais do que o que aprisiona", e vou apostar nisso.

Mudando de assunto, vou falar um pouco sobre "noção de realidade". Recentemente tive uma experiência horrível na qual uma crítica a um amigo e seu comportamento me rende um final de semana terrível (ao menos a tarde de sábado). Na verdade, se houvesse criticado apenas ele, mas acabei atingindo alguém mais, e enfim, por valorizar esta amizade, acabei por engolir tudo que realmente queria dizer, e procurei acabar com o assunto ali mesmo. A razão de ter criticado ele e a outra pessoa da qual não farei menção foi bem simples. Eu fiquei abismado com a ridicularização da palavra "amor" e de outros termos que outrora seriam aplicados a sentimentos tão profundos que por vezes transcendem tempo e espaço, de maneira indelével. A virtualização pela qual passa nosso mundo me assusta. As pessoas estão perdendo a noção de realidade. Eu passo em torno de 10 horas na frente de um compuador interligado a redes do mundo todo, e no entanto eu me esforço para deixar esta vida "virtual" extremamente ligada a minha vida real, exatamente para nunca perder esta noção de realidade. Tento alimentar minha mente com sentimentos e sensações reais, além de tentar manter meu corpo ligado a tais sensações, isso facilita deixar bem claras as distinções entre os dois mundos.

A Internet é um poço de informação, sem fundo. Mas é apenas informação, e muito pouco conhecimento. O conhecimento está contido em formas menos fluentes, mais difíceis de obter. Conhecimento, sobre a vida, sobre os sentimentos, está nas experiências. Se você não procura viver intensamente, acaba por se "chapar" com a ilusão virtual proporcionada por programas de mensagens instantâneas e jogos de computador. Nada contra ambos, eu sou um cara "online", e um gamer também. No entanto, se um grande amigo chegar na minha casa, não terei nenhum pudor em ignorar meus contatos online e jogos, e conversar. Além disso, escrever, ou digitar, ou "teclar", usando termos mais convenientes para a Internet, é muito fácil... Falar é difícil, e o teclado é a "muleta" perfeita. Todos somos eloqüentes e capazes de discursos impressionantes na Internet, muito poucos tem a mesma desenvoltura na vida real, em situações reais. É por isso que adolescentes trocam experiências por tempo online, gerando ócio e uma geração desmantelada psicologicamente e fisicamente. Somos vítimas da duplicidade de universos da qual fazemos parte.

Namoros e amores não nascem de conversas, nascem de experiências, é simples assim. Tudo que marca pode ser resumido ao "estar". Nada substitui um beijo, um abraço, um carinho, um toque ou uma palavra dita face a face. Ninguém me prova o contrário. Claro, tudo pode começar na Internet, mas daí para a realidade existe um fosso largo e profundo, e o problema é se acostumar, e encontrar-se psicologicamente preso a esta "droga" virtual, enquanto sua vida e juventude passam, o tempo que você está desperdiçando não voltará nunca. Chega uma hora na vida em que temos que parar para pensar, e não pensar besteira. Pensar no futuro, e no que ele nos reserva, e nos preparar. Tomar um porre de realidade e colocar os pés no chão, antes que nossa "parasitude" frente ao mundo se torne nossa única "vida". O computador, a internet e o virtual são como drogas, como qualquer psicotrópico existente. E tem feito vítimas aos milhares. Aliado a carga emocional da paixão, esta droga fica ainda mais forte, e te tira da vida real, rouba os amigos, as experiências, tudo. Ninguém é tão diferente, sentimos, como todos os outros, a diferença básica é que, se você se acostumou com isso, é difícil voltar.

Então, saia, respire o ar da vida, viva intensamente, ainda mais se você passou da idade de não estar nem aí para o mundo. Ele vai exigir de você eventualmente.

Aos meus amigos, parceiros, vocês sabem quem são, obrigado por estarem ali quando eu voltei de meu último passeio pelas terras da paixão. Não vou voltar para lá tão cedo!

27 de ago. de 2006

Saudades

POST DERIVADO DE UM RASCUNHO CUNHADO EM 13/03/2006, QUALQUER SEMELHANÇA COM EVENTOS RECENTES É MERA COINCIDÊNCIA

Um dia todos sentiremos saudade, de quase qualquer coisa, as pequenas coisas importantes que estão ao nosso redor e que fazem tanto parte de nossa vida que não mais nos importamos com elas. Tomamos aquilo como certo. Para que valorizar algo que estará ali amanhã, e depois, e depois?

Mas um dia a gente perde isso, e sente falta, e machuca, e em momentos nada a ver, a lembrança chega (se ele(a) estivesse aqui, se eu ainda estivesse lá, se aquilo não tivesse acontecido). Mas pior que a saudade é arrependimento, e é sobre isso que vou falar hoje.

Só se dá valor ao que se tem quando se perde, é sempre assim, grandes amores que pareciam não ter sido feitos para acabar, amizades que achamos que nunca vão se desfazer, situações que parecem imutáveis, colégio, faculdade, trabalho.

Um dia, tudo acaba, e para não se arrepender, é preciso pensar naquilo como se a gente estivesse a ponto de perder, viver a amizade e o amor intensamente, nas palavras do grande Renato Russo "como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há". Não passe um dia sem demonstrar o que sente, você pode se arrepender. Diga que ama, que sente saudades, que ela está linda, que sentiu a falta dela. Dê um presente, um beijo, um boa noite, um olá.

Se amanhã uma tragédia acontecer, pense que podem ser suas últimas palavras, sempre que deixar esta pessoa, nem que seja para ir no banheiro, que a última coisa que você lembre foi que ela gosta de você, e você gosta dela, e você nunca escondeu, e sempre disse isso.

Lembre-se que pior que tudo que possa acontecer seria a culpa de ter agido de uma forma estúpida e perdido a chance. Lembre-se que isto pode acontecer para qualquer um e que é muito fácil perder as coisas que amamos.

14 de ago. de 2006

Indecisão e sofrimento

As pessoas são em geral muito indecisas. Eu sofro o tempo todo com isso. Não sei o motivo real de eu ser assim, decidido. Eu simplesmente pego uma meta e tento alcançar, seja um namoro, ou uma festa, ou qualquer outra coisa que dependa diretamente das tuas ações. Prá mim é tão fácil, você quer, você QUER, você não quer, o seu não é NÃO mesmo. É quase como um jogo binário, não tem meio termo, não tem um espaço cinza entre o branco e o preto. Se você viver "em cima do muro" não chega a lugar nenhum. Na verdade, estou começando a chegar a conclusão que isso vem diretamente da falta de auto-conhecimento. Você tem que saber como seus sentimentos funcionam... Tem que saber como funciona sua cabeça, como você sente, como não suporta. Você tem que viver para saber isso, então, eu considero que um adolescente ou coisa parecida não tem obrigação de saber. Mas se você passou dos 21, 22, você já viveu o suficiente para ter passado por algumas desilusões, alguns apertos, algumas situações que extraíram o melhor ou o pior de ti mesmo. Você se conhece.

Quem não se conhece acaba na indecisão. Eles não sabem se vão, se voltam, se querem, se não querem mais, mas isso tudo não seria problema se não fosse um detalhe que eu gosto de chamar de "a malha da vida". Nossas vidas estão entrelaçadas, juntas por inúmeras ligações. Suas ações acabam por influenciar na vida dos outros, no meio, na sociedade. Pessoas que estão próximas podem sofrer, se divertir, podem mudar, podem aceitar, podem discordar, podem viver, podem morrer, pelas TUAS ações. Nesse ponto, eu chego onde queria chegar. Você é sim, responsável por grande parte do "mundo" de outras pessoas. Como filho, namorado, irmão, amigo, você é parte da vida de dezenas de pessoas, e suas ações devem não apenas ser o melhor para ti, mas é teu DEVER fazer com que elas não afetem negativamente outras pessoas.

Todos os dias, corações endurecem, amizades morrem, e com elas a confiança, criando traumas indeléveis, levando alguns humanos a esquecerem como era BOM ser atingido pelos atos de outras pessoas. Tudo derivado do fato de que algumas pessoas não se conhecem, ficam indecisas, e não se definem. É por isso que eu sempre amei com todas as forças, eu tive UMA experiência em que eu fiz alguém sofrer por ter ficado indeciso. Me atirei em um relacionamento que começou mal, e como não podia deixar de ser, terminou pior. Eu sofri tanto ao ver o mal que causei aquela pessoas que sabia que dali em diante seria diferente.

Chego a conclusão que temos responsabilidades. Como eu li uma vez em algum lugar "FICAS RESPONSÁVEL PELO QUE CATIVAS". Essa frase fala muito, bichinhos de estimação, amigos, namoros, todos são tua responsabilidade. Não decline, não esmaeça, abrace isto, ou nem comece.

Enquanto isso, eu sigo tentando não fazer mal a ninguém.

11 de ago. de 2006

Vida

Esse post é resultado, primeiro de uma reflexão profunda em torno de meus dois últimos posts, que foram basicamente reflexos de uma raiva interior que me assolava, e tornou ambas as entradas cheias de palavrões e indignação pura traduzida em palavras. Hoje resolvi tocar em um assunto que, embora seja infinitamente mais delicado, com certeza não vai extrair o pior de mim em forma de palavras. Talvez até sirva como um alerta para quem não viu, ou não quis ver, para onde estamos indo, ou ignorou os eventos trágicos e tristes que se repetem ao redor do mundo, e até aqui, bem perto de nós.

Hoje li na Zero-Hora uma reportagem intrigante, no mínimo. Um rapaz se suicidou, após planejamento minucioso, com dia e hora marcados. Publicava constantemente um blog no qual expressava seus talentos e sua depressão profunda. Uma alma perturbada. Chegou ao ponto de pedir conselhos em fóruns sobre como se matar. E foi respondido. Infelizmente nosso mundo está repleto de pessoas que levam tudo na brincadeira, inclusive esse bem preciosíssimo, a vida. O rapaz colocou duas grelhas no banheiro, para consumir todo o oxigênio (e postou fotos do local) e deitou-se para a morte, chegando a pedir conselhos sobre como aguentar o calor das grelhas. Ele implorou conselhos sobre como morrer, e foi atendido! Que espécie de ser humano faria isso?! Enquanto isso, uma pessoa, uma garota de Toronto que acompanhou o pré-suicídio do rapaz, diligentemente acionou as autoridades locais, que acionaram as internacionais, mas a Brigada Militar, depois do comunicado da Polícia Federal, infelizmente chegou tarde, topando com o corpo morto do rapaz. Eu chego a pensar em nem culpar os coitados que responderam os posts dele na Internet, pois QUEM PODERIA IMAGINAR que ele realmente faria isso? Que alma desesperada poderia querer tirar sua própria vida? Que motivos o levaram a fazer isso? Eu lhes digo: essa pessoa estava PERDIDA.

Nos perdemos quando não sabemos mais o que dizer, para onde ir, como chegar, como nos explicar. Família? Pode ser, mas talvez não só isso, o rapaz tinha família, fazia tratamento com psicanalista, então, sua família se preocupava com ele. Orientação? Talvez, mas só isso? Acredito que não. O que faltava na vida deste rapaz, e me desculpo de todo coração com a família, que neste momento tem o coração partido, sem dúvida, era UM OBJETIVO. Todo ser humano precisa de uma base. Algo maior que ele mesmo em que se apoiar. Temos uma psiquê frágil, sucetível de falhas. Temos problemas que nossa mente não está preparada para enfrentar. Mesmo um problema pequeno pode parecer um desastre de proporções inimagináveis se você considerar a mente pueril, auxiliada pela falta de uma pilastra, de uma coluna que suporte nossa por vezes frágil percepção de realidade.

Então entro no aspecto mais relevante. Um poder superior. Não falo de religião. Falo de espiritualidade, de ter consciência de algo maior do que o acaso guia nossas vidas, de dar graças pela nossa existência, de ver esse poder manifestar-se nas crianças, na natureza, na graça e beleza de uma coisa simples em um contexto complexo. Da magia da VIDA em sua mais ampla expressão.

Se nos falta isso, não damos valor ao que temos, à nossa vida. E quando deixamos de dar valor a isso, nada mais temos, senão o vazio de uma mente perturbada por questões sem resposta e por imcompreensão condensada na pressão de sentimentos com os quais não podemos lidar, e que acabam por explodir. A questão espiritual dá equilíbrio à nossa vida, nos sustenta, nos alimenta com o néctar do "como é bom estar vivo" e nos faz dar valor a felicidade na simplicidade e na complexidade dos sentimentos que vivemos. A vida é um dom maravilhoso pelo qual aproveito para agradecer ao meu Deus, que talvez não seja o seu, ou talvez seja, mas nenhum de nós saiba, por esta dádiva.

Nosso mundo está se perdendo. Quando o materialismo, o consumismo e a ganância tomam conta, nos esquecemos dos detalhes, dos pequenos prazeres, dos filhos, das crianças, da esperança de um mundo melhor para todos. Nos fechamos em conchas herméticas das quais deixamos sair apenas desilusão e esforço para sentir menos dor. Nosso mundo cai em um abismo de suicidas, sociopatas e depressivos, enquanto as autoridades acham realmente que tem controle, e os estudiosos de nosso comportamento ainda se iludem achando que podem curar a humanidade desta doença. Ledo engano. Esse "vírus" está incrustado na própria base do ser humano, na CRENÇA!

Em crer, nos baseamos que não somos os únicos, que não estamos sós, e retirando nossa percepção de nós mesmos, acabamos olhando para o mundo com outros olhos. Prestamos atenção no próximo, na família, amigos, no esforço do trabalho diário, na convivência, no amor. Deixamos de lado nosso egocentrismo para dar valor à influência que o resto do mundo tem sobre nós. E aí notamos que eles tem o memos problema, e que dói menos saber disso do que tentar suportar o peso do mundo nos ombros. Nos apoiamos, cremos, em nós, nos outros e em algo acima de tudo isso. E deixamos a vida fluir.

Viva, e viva com a certeza de que você estando vivo, ajuda outros a viver, e deixará muita saudade quando se for. Portanto, sua vida é importante, não apenas para você, mas para o resto do mundo. Isso implica que você não detêm o direito sobre a própria vida, pois se dispor dela, acabará causando efeitos imediatos e desastrosos sobre centenas, talvez milhares de vidas, e mesmo que fosse sobre UMA apenas, isso te negaria o direito de morrer.

Obrigado a todos, por estarem vivos, e me ajudarem a viver.

7 de ago. de 2006

Jogos, cheaters e idiotas

Hoje estava jogando Counter-Strike na Internet, entrei em um servidor de São Paulo, bem rápido, estava realmente gostando do jogo. Derepente um filho da puta atravessa o mapa com super-velocidade e mata todos com facadas na cabeça. O conhecido "X-knife cheat". Já enfrentei várias vezes essa situação, geralmente saio do server. Aim-bot, x-knife, speed hacks, wall hacks, map hacks, todos trapaças utilizáveis para ganhar vantagens no jogo. Notem bem, estamos falando de um jogo, apenas isso. As pessoas geralmente jogam para se divertir. Vou tentar analisar melhor esta situação.

O que leva um sujeito a baixar e instalar um hack desses? Curiosidade? Eu acho que não! Eu isolei dois aspectos desta prática para tentar explicar isso. Primeiro, quem usa cheat é sádico, e segundo, é um perdedor.

Sádico, pois se diverte em ver a impossibilidade de ser derrotado, sua "força" superior faz com que ele seja invencível, intocável, ele é um Deus no jogo com seu hack, não precisa fazer esforço, basta clicar um botão e todos os inimigos perdem. Da wikipedia, tiramos um comportamento padrão do sádico: Se diverte ou tira prazer no sofrimento físico ou psicológico de outros seres. Egocentrismo eleva este espírito, e leva o sádico a sentir ainda mais prazer em sua prática delituosa. Em resumo, essas pessoas são, na sua maioria, perigos reais para a sociedade e deveriam estar isolados, sob tratamento psicológico e drogas pesadas sendo abusados por enfermeiros em um manicômio público enquanto dopados (esse foi meu lado sádico falando).

Um perdedor. O cheater é incapaz de ganhar usando suas próprias habilidades. Ele não aprendeu, nem quer aprender. Não quer ser bom naquilo. usa o cheat para aparecer, para criar uma ilusão desvairada de seu poder sobre os outros. Eu particularmente peço auxílio na teoria freudiana de que cheaters são impotentes sexualmente, ou incapazes, por uma condição física ou psicológica, de manter relações afetivo-sexuais, provavelmente sentem atração pelo mesmo sexo (o que explica a dominação que tentam impor) mas são incapazes de revelar (sair do armário) por medo, vergonha e falta de confiança e amor próprio. Incapazes de se realizar, utilizam o hack como um fetiche, de onde extraem prazer que lhes é negado no ambiente real. Como os drogados, quanto mais usam, mais caem no abismo. Cheaters são perdedores, em todos os aspectos. Aquele que perde, mas luta com todas as forças ou se diverte enquanto esforça-se para melhorar não é perdedor, o verdadeiro perdedor é quem ganha sem mérito, o cheater.

Continuando no aspecto psicológico por trás do comportamento humano diante dos jogos para diversos jogadores online em tempo real, estava em outro servidor (em primeiro lugar no meu time) quando um cara (que estava em último lugar) começou a nos chamar (citando nicks) de nerds e cheaters. Obviamente mexeu com nosso orgulho (não havia cheaters no momento no servidor). Dissemos educadamente que ele devia tomar no cú e aprender a jogar. Ao qual ele replicou que jogava a 2 anos, e nem queria aprender, com a frase: "O que isso mudaria na minha vida? Ganharia dinheiro? Não! Que vantagem aprender a jogar esse jogo idiota?". Notem a perceptível contradição, ele disse isso ENQUANTO JOGAVA CONOSCO! Mas por enquanto deixemos a total mediocridade dessa parte do comentário infeliz dele de lado e nos concentremos no início. O que uma pessoa ganha?! Então, vamos falar de jogos, todos os jogos. Futebol, basquete, truco, canastra, pôquer, video-game. Porque aprendemos a jogar? Óbvio, para nos divertir. E quem se diverte mais? O cara que está ganhando ou o cara que está perdendo. Novamente óbvio, o ganhador. Então porque aprender, jogar melhor e ganhar? Pelo mesmo motivo, AMPLIADO, pelo qual JOGAMOS em primeiro lugar. Para nos divertir. O que isso muda em sua vida? Jogar (bem) nos garante a sensação boa de ganhar, libera endorfinas, diminui o stress e melhora a qualidade de vida. Aumenta a coordenação motora e a capacidade de raciocínio (dependendo do jogo e regras). Nos ensina a respeitar regras e usá-las a nosso favor. Nos ensina estratégias, cria pontes neurais e ainda POR CIMA nos diverte. Ganhamos sim, e muito. Dinheiro, não, infelizmente não (a não ser no meu caso, em que os jogos levaram a curiosidade sobre informática, a curiosidade levou a profissão e hoje me sustento com isso). Mas que dinheiro compra a adrenalina e o prazer de se esforçar ao máximo e GANHAR de outro ser humano? Somos por natureza competitivos, em tudo. Se você joga um jogo a muito tempo e não desistiu por completa inaptidão para aquela prática (eu por exemplo, nem TENTO jogar futebol), você tem a OBRIGAÇÃO de melhorar, ou largar de mão.

Mas então, vem um cara e vai me dizer: "Mas é só um jogo, você não pode comparar um simples jogo ao comportamento socio-afetivo de alguém!". Ao que eu prontamente respondo: Não é só um jogo, é um ambiente virtual no qual a verdadeira face, a personalidade oculta da pessoa encontra meios de se manifestar, é um "espelho da verdade" em que mostramos quem somos no âmago de nosso ser".

Nerd? Não me considero um Nerd. Sou, sim, um Geek confesso. Gosto de informática, badulaques eletrônicos, jogos, filmes de ficção científica, desenhos animados (principalmente japoneses) e artes marciais. Mas tenho namorada (aliás, nunca fiquei muito tempo sozinho, não que eu me orgulhe, mas só para garantir que geeks também atraem o sexo oposto), tenho emprego, faço faculdade, tenho amigos da melhor qualidade e uma família maravilhosa. Tenho sim, excentricidades, mas isso é muito pessoal, a maneira como mantenho meu apartamento, a maneira como me organizo e desempenho tarefas, tudo muito da minha personalidade. Mas sem dúvida não sou um gordo sedentário babando emcima de um teclado. Em resumo, eu me considero um vencedor, em vários aspectos. E nem por isso jogo mal. Na verdade, ser bom no que se faz atrai admiração, ninguém gosta de perdedores. Seja lá o que você faça, se for o melhor naquilo, extrairá diversas e incontáveis vantagens disso. Quanto mais coisas você fizer bem, melhor.

Portanto, só para encerrar, aos cheaters, de todas as raças, de todos os lugares, um grande, imenso, sem cuspe, VAI TOMAR NO CÚ, seus viados filhos da puta desocupados estraga-prazeres perdedores inúteis impotentes.

Ao NOOB que apanhou de nós hoje no servidor, eu tenho pena de você. Desista e volte para o que você sabe fazer bem (se existir algo que você faça bem).

E aos noobs ao redor do mundo, em tudo, na vida, no aprendizado, nos jogos, no mercado de trabalho, meu recado é: "Não desistam, NUNCA! E melhorem, SEMPRE!".


Frases esparsas que merecem registro:

"Existem coisas na vida que mudam completamente a nossa visão de mundo. Uma delas é trocar o leite em caixinha pelo de garrafa plástica. É uma maravilha!"

"Sexo e muffins recheados (são mutualmente excludentes) são tudo que se precisa para liberar endorfinas no final de uma semana estressante."

30 de jul. de 2006

Morosidade, transgênicos e política

Primeiramente, quero postar um copy/paste do blog do RoGeRz (dormindonapia.blogspot.com) que ilustra muito bem o que vou falar a seguir:

Iole do Risole disse... mas não fique assim revoltado com nossa terrinha não... Só pq estamos quase na merda não precisamos ficar revoltados... Pega um coco, arruma uma rede e vem pra Bahia... Pq como diz o povo: Aqui até ladrão tem preguiça de correr!

Eu te pergunto. Que merda é essa?! Se algum de vocês leu meu post denominado "Morosidade em tudo" entende o que eu quero dizer. Essa LESADA está chapada com a morosidade que toma conta de nosso país. Hoje entrei no YouTube e havia vídeos de sessões do governo americano, e gente postando as idéias republicanas e democratas (se tapando de putiada, mas pelo menos estão FALANDO nisso). Aqui no Brasil se falar de política é "chato". Sem condições... E falando em Brasil, ontem de tarde passei meio mal no serviço e pedi para vir para casa, melhorei depois de uma hora e meia e acabei voltando pro trabalho, mas uma coisa me chamou a atenção ao entrar em casa. Havia uma S10 cabine dupla estacionada na frente do prédio. Na traseira, haviam diversos adesivos, vou comentar alguns deles:
O primeiro dizia "Giruá: 100% transgênico e plantio direto". Quanto ao plantio direto, sem problemas, realmente, um amigo meu já me explicou como funciona, e parece que com a rotação de culturas e adubação correta é realmente a melhor forma de plantar sem perder a força da terra para a próxima cultura. Quero me ater ao "100% transgênico" que já vi estampado em tantas outras camionetes por aqui. Seu BANDO DE IGNORANTES! É, ignorantes! Bando de idiotas, nem sabem o que estão plantando.Vejam bem, NÃO TENHO NADA CONTRA transgênicos, mas daí a estampar um adesivo desses, é atestado de ignorância, idiotice e total falta do que fazer. Eu sou até a favor dos transgênicos, e antes que me queime na fogueira do naturalismo, deixem-me explicar.Estamos falando aqui de famílias, gente que planta para sobreviver, agricultores. De que adianta eu plantar a tal "soja orgânica" (que daqui uns dias não existirá mais) se meu vizinho planta a transgênica, produz três vezes mais, vende pela metade do preço e eu fico chupando o dedo? De que adianta uma fazenda na Holanda exportar soja "garantida orgânica" se quem interessa alimentar quer SOJA, não se importa se ela foi adubada apenas com cocô de vaca ou com uréia em grão, ou se é resistente a isso ou aquilo. São pouca pessoas que podem se dar o luxo de chegar no supermercado e levar o produto com selo de garantia "orgânico" e que custa 3 vezes o preço do outro. Estamos falando de alimentar o mundo seu bando de "verdinhos" ambientalistas riquinhos sem mais o que fazer do "Greenpeace".
Sabiam que um país paupérrimo da África a alguns anos rejeitou uma doação de bilhões de toneladas de alimentos, porque eram transgênicos? Coisa do Greenpeace que pressionou o governo. Ah, que felicidade, agora pelo menos, as pessoas que estão PASSANDO FOME NAS RUAS, AS MÃES COM AS CRIANÇAS CHORANDO DE FOME E OS MENDIGOS SEM NADA PARA COMER podem dizer que o alimento que eles comem (ou que não comem, no caso), NÃO É TRANSGÊNICO! A galera tem que cair na REAL, nosso mundo passa FOME, qualquer alternativa para aumentar a produção, diminuir o preço do alimento e EFETIVAMENTE ALIMENTAR o mundo é MAIS que bem-vinda.Ah, mas eu estava xingando o cara da camionete, é mesmo... Então, nada contra transgênicos, mas daí a estampar aquele adesivo, CREDO! Sabia, seu idiota, que estamos engatinhando na genética? Que já há estudos comprovando que mudar o código genético de plantas e animais tem impactos imprevisíveis no ecossistema? Sabia que introduzir mutações implica em um reequilíbrio natural que pode levar MILHARES de anos? Nesse mundo capitalista, temos que seguir a corrente, mas daí a estampar um adesivo desses. Faça um favor para mim, plante transgênicos, mas plante quieto... Ignorante.
O outro adesivo era ainda mais legal: "R$ XX,XX a saca de soja, não vote no LULA!" (era repetido com o preço do milho também), e havia outro "Sem um plano, vote contra o LULA!" (esse eu não entendi, mas com certeza foi um ignorante que nem o que está ostentando ele que escreveu). Enquanto isso, lá no serviço, o cara dizia que o Olívio era a pior administração que o RS já teve, que o crescimento foi menor que o de outros estados, que deixou o RS na merda. Haaa, mas isso também falam do Lula.Nada a favor do PT, sinceramente, sou bem apartidário, até porque a oposição de hoje é a situação de amanhã e nunca fui muito de criticar sem olhar a grande pintura. Mas vamos analisar criticamente. O governo Lula teve os maiores escândalos políticos de todas as administrações. Ponto ruim: há corrupção (como se não houvesse antes). Ponto bom: pelo menos a gente SABE que existe e eles tem CPIs e outras porcarias que vão dar em pizza cuidando disso. Quer dizer, é menos MENTIRA, é mais REALIDADE, a ferida sempre esteve ali, infeccionando, a diferença é que agora o PUS ESTOUROU e todos estamos VENDO a podridão. Quanto ao governo do RS, realmente, o crescimento foi menor, mas também, crescer vendendo estatais, dando o CÚ para grandes indústrias que vem sugar nosso capital e mão de obra é fácil. Vai equilibrar um governo com um orçamento estourado que nem o anterior, sem apoio Federal, vai!Em resumo, não critique sem saber. E ao cara da camionete, se porventura ler isso. VAI, com todo o respeito, SE FUDER! Seu ignorante.

14 de jul. de 2006

X-Men - O Confronto Final

Uma palavra. Decepção.

OBS: Se você não olhou o filme, não leia, eu conto o final, sim!

Eu simplesmente não resisti, voltei agora do cinema e fui compelido por uma força superior a escrever sobre o filme. Vou aproveitar a memória recente e comentar esse, que seria um filme ótimo, se nada existisse sobre os X-Men em nenhuma outra mídia, HQs, desenho animado, nada.

Um show de efeitos especiais. O filme é muito BEM FEITO, tem cenas alucinantes, uma ação contínua, filmografia perfeita e elenco incrível, a equipe está de parabéns. Esta crítica, vai mais para a Marvel, do que para o filme. Eles acabaram com a memória dos X-Men, a história, a mitologia, os personagens, eventos, tudo foi destruído para criar algo mais fácil, mais compreensível, mais mastigado. Esmagaram e pisaram em cima de toda criação em cima dos X-Men, e nisso incluo todos os filmes, 1, 2 e a desgraça final, digo, Confronto Final.

Vamos começar pelos defeitos.

X-Men de verdade: A Fênix, entidade mitológica que não possuia a capacidade de "sentir". Apoderou-se do corpo de Jean Grey, e ficou "chapada" com as deliciosas sensações humanas. A ponto de esquecer o destino de proteger um cristal poderosíssimo que nas mãos erradas ameaçava o universo. No final, absorveu a energia vital de meia dúzia de X-men para restaurar a vida ao corpo de Jean, pois aprendeu o significado de "sacrifício por amor" quando Scott (Ciclope) ofereceu sua vida no lugar da amada. A Fênix então retoma o cristal e voa para o interior do Sol, seu exílio eterno.

X-Men - Filmes: A coitada da Jean é ezquisofrênica, tem dupla personalidade, e sua alter-ego é a Fênix (por favor, pare!), ela é uma mutante de último nível com poder sem limites (não, por favor), ela mata Scott (Ciclope) e o Professor X (não, é demais, pare a tortura). No final, Wolverine (quê?) mata ela por amor e piedade.

X-Men de verdade: Sentinelas, máquinas construídas para matar mutantes, evoluídas, específicas, poderosas, eram produzidas aos milhares e tinham todas as ferramentas possíveis a tecnologia para dominar os mutantes. O Molde Mestre, criado pelo filho do Dente de Sabre que odeia mutantes, para proteger a humanidade dos mutantes. Qual não é sua surpresa quando o Molde Mestre ataca humanos, com a frase "Ilógico, mutantes são humanos, devo proteger humanos deles mesmos".

X-Men - Filmes: Sentinelas?! Quando vi o trailer, aparecia a cabeça de uma voando. Pensei "minha nossa, vai ser legal". Detalhe... É a única cena do filme em que ela aparece, e é apenas uma simulação na "Danger Room", um treinamento. Ah, e o Wolverine acaba com ela com um golpe (a cena não aparece, nem a sentinela inteira, só os sons e a cabeça cai).

X-Men de verdade: NightCrawler, o monge guerreiro. Com eternos conflitos entre sua fé e a guerra. Ágil, esperto, sério, peludo, hehehe. Usa uma espada e domina em lutas vários X-Men. Namora uma gata de um dos times em que luta (sim, ele não foi SÓ um X-Men, e nem foram os X-Men o único time de mutantes já formado).

X-Men - Filmes: Um palhaço com pele azul sintético brilhante, cheio de cicatrizes, patético, dominado e inútil, medroso. Só aparece lutando em UMA cena, e está sendo controlado. Nem APARECE no terceiro filme, some, sem vestígios, sem sinal, sem explicação. Essa foi pessoal! Eu ODEIO QUANDO ESTRAGAM UM PERSONAGEM!!!!

X-Men de verdade: Mística. Mãe de NightCrawler e da Vampira (Rogue), vaga sem rumo, sem lados, sempre buscando vantagens, orgulhosa e fatal, nunca sorri. Tenta manipular Vampira para usar seus poderes em proveito próprio. Forçou Vampira a absorver toda a energia vital da Miss Marvel, o que rende a Rogue o poder de voar e super-força, além de um fantasma em sua memória para sempre.

X-Men - Filme: Braço direito do Magneto (ah, sabiam que o ator que faz o Magneto é o embaixador da causa gay da Inglaterra?), pouca atuação no primeiro filme, pouca no segundo, sempre em segundo plano, no terceiro, é atingida por um dardo que contém a "cura" e vira humana (se isso acontece nos HQs, ela sem dúvida se mataria).

X-Men de verdade: Jugernaut. Irmão do Professor X, mutante com o gene latente, teve o fator X despertado e a assinatura mutante alterada por um artefato místico, tornou-se invulnerável. Odeia Xavier e usa o capacete para se proteger de seus ataques psíquicos. Só há uma maneira de parar ele: golpes psíquicos ou fazê-lo dormir.

X-Men - Filmes: Um cara grande, com um capacete de metal idiota. Só sabe atravessar paredes e no final dá de cabeça em uma sem os poderes, caindo duro no chão (lamentável).

X-Men de verdade: Vampira (Rogue). O melhor desenho de mulher já feito, perfeita. Super-força, habilidade de voar. Pode ainda absorver qualquer poder mutante com um toque. Cheia de conflitos pelas mentes que convivem dentro dela por ter absorvido a energia vital de tanta gente. Muito difícil de derrotar.

X-Men - Filmes: Uma CRIA apaixonada pelo Wolverine, trouxa, não aguenta o tranco, quase perde o namorado prá Lince Negra e aceita a "cura", se tornando humana, prá poder ficar com o namorado idiota.

Eu não vou continuar, aqui dá pra ter uma idéia de quantos personagens foram tornados caricaturas patéticas. Parabéns Marvel, vocês, a exemplo do Metallica, venderam sua arte e a destruíram. Qual a próxima novidade? O Wolverine casar? O Ciclope perder os poderes (ah, esqueci, vocês MATARAM O CICLOPE, minha nossa, mataram O PROFESSOR XAVIER!!!).

Acabaram com mais algumas memórias boas da minha juventude. O que vem por aí? Um filme do Dragon Ball onde o Vegetta é bonzinho e o Goku nunca morre?!

Boa noite.

8 de jul. de 2006

Obrigado!

Hoje, às vesperas de completar 25 anos, deitado na cama pensando na vida, comecei a refletir sobre algumas coisas. Comecei a recapitular esse quarto de século que vivi, e comecei a notar que existem coisas que a gente só dá valor muito tarde. Agora, quero expressar algumas reflexões sobre essas coisas.

Família. Minha família é um exemplo, para mim e para todo mundo. Tenho em minha família meus melhores amigos, meus conselheiros, gente que está sempre lá para me ajudar, não importa o tamanho da encrenca, e acredite, eu me meto em muita encrenca. A começar pelos meus pais, essas pessoas maravilhosas que guiaram minha vida e até hoje me ajudam em tantos sentidos. Minha mãe é a pessoa que melhor me conhece, sabe do que gosto, do que não gosto, meus defeitos e as poucas qualidades, uma pessoa íntegra e alegre, firme e respeitável. Meu pai é uma constante, um homem de fibra, um exemplo de moral, de uma pessoa que lutou pela sua família, pelos seus valores e nos levou até onde estamos, nos dando a oportunidade de ser um pouco do que ele foi, pois não tem como ser tanto assim. Meu irmão é um herói, eu tento a cada dia seguir os passos dele, mas tropeço nos erros que ele não cometeu (por imaturidade minha) e ele ainda por cima me ajuda a levantar, quando eu chegar a ser o que ele é vou me considerar um homem realizado. Minha irmã segurou a barra quando mais precisei, nunca me deu as costas, tomando atitudes drásticas para me proteger e guiar, sem ela teria com certeza despencado em várias ocasiões. Meus tios, primos, minha querida Vovó.

Amigos. Foram tantas amizades. Desde os mais antigos, a primeira faculdade (imcompleta), passando pela segunda faculdade, a JF. São pessoas com quem sempre mantive contato e que espero sempre poder contar. Não digo nomes pois provavelmente esqueceria alguém, vocês sabem quem são.

São coisas que a gente tem que valorizar, as viagens, as aventuras, desventuras, experiências, bobagens, fotos. Temos que levar isto para a vida. As memórias e sequelas são tudo que resta do passado, da mão firme do tempo que nos moldou no que somos hoje.

Foram tantos amores. Eu sempre amei demais, extremista demais. Hoje estou bem mais calmo, a Dani é uma pessoa especial, tem uma maturidade que nem eu tenho, sendo uma pessoa responsável, linda, por dentro e por fora. Amar faz bem, até ter o coração quebrado faz bem, nos ensina a tolerar, a esquecer. O tempo tudo cura, e devemos viver o presente. Eu sempre digo, sorria como se nunca tivesse chorado, ame como se nunca tivesse se machucado, viva como se hoje fosse o último dia.

Para a minha família biológica, para o Hyperconect, para a inf99, para o IESA, para a JF, para todas as pessoas que fizeram ou fazem parte da minha vida, eu dedico este dia, o dia do meu aniversário. Obrigado a todos por terem feito ou fazerem parte da minha vida.

3 de jul. de 2006

Pessoas, Animais, Instinto e Destruição em Massa

Esse mini-post é derivado diretamente de conversas que tenho tido com diversas pessoas, mas me inspirei mesmo para escrevê-lo após ler uma matéria de uma das poucas revistas que ainda valem a pena, a Super Interessante. O nome da matéria era "O ABraço do Amigo Urso". Também de um texto que escrevi a vários anos quando ainda morava em Santa Maria e que desencavei de um disquete estragado a poucos dias.

Bichos. Com isso eu quero dizer qualquer animal que não seja humano. Sim, humanos tem uma diferença básica, somos capazes de controlar nosso comportamento através de mecanismos que alongaram a ponte entre nossas necessidades básicas e nosso "animus", o que nos move, nos põe em ação. Essa evolução extraordinária nos permite viver em sociedade, e nos permite reprimir instintos básicos até certo ponto. A territorialidade, a fome, a sede, o instinto de sobrevivência em geral, se amoldam à nossa vontade. Isso é muito mais do que podemos dizer de qualquer animal vivo na face da terra. Somos diferentes SIM, e muito diferentes.

Então, um maluco se apaixona por ursos. Ele acha os ursos cinzentos lindos, melhores que os humanos. Ele resolve ir morar com eles, leva uma câmera de vídeo, a cara e a coragem e vai para o meio dessas criaturas, enormes, cujos filhotes em pouco tempo pesam mais que um humano adulto. Dotados de instintos que não evoluíram como os nossos. Um belo dia, esse ser humano maluco resolve se aproximar ainda mais. Dia 2 de junho estréia no Brasil o documentário que conta com partes das 100 horas de gravação desse cara, chamado Thimoty Treadwell, mas não conta com a fita final, que gravou os gritos desse maluco e sua namorada sendo devorados provavelmente pelo "senhor Chocolate", o urso amigo. O responsável pela edição e direção afirma, sobre o olhar do urso: "Não vejo nem amizade, nem compreensão, nem piedade. Só a opressiva indiferença da natureza". Assim outros casos, na mesma matéria. A maluca que achou tão lindos os filhotes de hipopótamo e foi nadar com eles, parando na UTI com dentadas da mãe. O cara que resolveu nadar com uma orca num parque aquático e ela "brincou" com ele até o afogar. O tailandês que resolveu brincar de "oferece e tira" com um elefante, foi rasgado pelas presas do animal. Os loucos que resolveram colocar flores no pescoço de um tigre, um foi morto e o outro quase.

Moral da história. Animais não são humanos, e nunca serão. Eles possuem instintos básicos, que embora em animais essencialmente domésticos podem ficar latentes, evoluindo por anos de convivência conosco, estão ali, dormentes, esperando para acordar. Até o poodle mais lindo, fofo e macio vai morder se sentir-se acudido, machucado ou ameaçado. Até a cadela mais dócil vai atacar quem ameaçar sua prole ou tentar roubar sua comida. Existem exceções, mas a regra ainda está ali. Não adianta humanizar os bichos, eles essencialmente ainda são bichos, e é quase uma violência pensar o contrário, seria banalizar nossa condição humana e banalizar a evolução pela qual esses animais passaram. A bela e cruel mãe natureza ensinou-nos a todos a sobreviver. A diferença é que ela não deu aos bichos uma consciência, uma moral. Se seu pastor alemão matar seu poodle a mordidas, não o culpe, não bata nele. Ele reagiu ao seu instinto de dominação natural, e só não faz o mesmo com você por achar que você é maior e o alimenta. Deixe de fazê-lo, mostre-se fraco, e ele tentará dominar você.

Por outro lado, nós humanos. Desenvolvidos ao ponto de termos relações sociais tão complexas que são impossíveis de descrever, classificar. Somos completos, cheios de idéias e pensamentos, moral, cívica. Integrados ao ambiente, modificando-o, por vezes o destruindo. Mas sobrevivendo.

Humanos estão (e agora entro no conteúdo do texto antigo que desencavei), fadados a destruição. E pior ainda, fadados a SE destruir. Este planeta não mais nos comporta, chegamos a um ponto de onde não há volta, somos a praga deste planeta, e logo, logo os instintos implantados pela mãe natureza, de dominação e sobrevivência do mais forte vão falar mais alto. A única diferença é que evoluímos tanto que achamos novas, mais eficientes e poderosas maneiras de nos destruir. Basta o primeiro cara apertar o botão, o segundo seguí-lo, e estamos extintos.

Quem sabe isso foi tudo planejado e somos a enésima geração "humana" no planeta. Quem sabe quando nos formos a natureza tomará conta novamente de nosso planeta e o equilíbrio seja restaurado. Quem sabe não estamos queimando nossos antepassados na massa orgânica petrolífera inclassificável a qual estamos fadados a retornar.

Uma coisa é certa. A natureza é sábia, e o mais sábio dos humanos, ou mesmo o conhecimento interligado de toda a humanidade não é capaz de competir com ela.

28 de mai. de 2006

Inferência, confiança, genialidade e profecia

Inferir é um processo mental pelo qual, através de informações conhecidas, chegamos a novas informações, antes implícitas, e concluídas a partir do que já sabemos. Existem basicamente dois tipos de inferência, as imediatas e as mediatas. A inferência imediata é concluída a partir de uma única afirmação, e pode ser verdadeira ou falsa. No entanto, vou me ater mais ao conceito de inferências mediatas, que são aquelas construídas a partir de uma ou mais premissas, por um processo que utiliza raciocínio análogo, indutivo ou dedutivo.

Uma das capacidades que nos diferencia dos computadores é a capacidade para rapidamente acumular um grande conjunto de informações, pesar estas sobre a égide de conceitos anteriores (uma vida inteira de experiências) e inferir novas informações. Juntanto pedaços de informação somos capazes de prever, de predizer, de esperar novas situações ou informações, ou simplesmente elaborar conceitos complexos partindo de conceitos muito mais simples. Somos capazes de "nos ensinar". Apesar de nosso deficitário sistema de ensino nos alimentar sempre com pedaçõs pré-processados de informações simples, desistimulando o pensamento livre e capacidade de raciocínio, ainda assim, grandes pensadores se destacam.

Confiar é se manter seguro em uma idéia, conceito ou informação, mesmo que indícios apontem uma possível falha. Confiança é essencial nas relações humanas e norteia mesmo as bases de nossa sociedade, na família, na escola, no trabalho. Confiar em si mesmo é essencial, praticamente impossível triunfar nesta vida sem ter confiança nas próprias decisões, nas inferências (notem o grifo proposital), e na nossa capacidade.

Os grandes gênios inferem, raciocinam, sonham e desenvolvem. Confiam em si mesmos ao ponto de acharem formas matemático-científicas de convencer as outras pessoas de que estão certos. Os gênios são impacientes, inquietos e inconformados, por vezes, imcompreendidos. A genialidade desponta de tantas formas, na maioria expontâneas, sem classe social, sem procedência certa, sem genética. Gênios adormecidos sem estímulo nascem e morrem sem dar ao nosso mundo a contribuição espetacular que poderiam, e outros tantos nunca saem do anonimato. Nossas crianças são educadas para imitar e herdar, ao invés de pensar, criar, desenvolver e mudar.

Quando estimulados, os gênios nos presenteiam. São profissionais inquietos e pensantes, sempre aprimorando. São mentes capazes de curar, de ensinar, de mudar o ambiente, de melhorar nossas relações, de fazer nossas vidas mais fáceis e mais prazerosas de se viver. Eles estão tão à frente que são muitas vezes confundidos com loucos, com sonhadores, apenas para que depois da morte (ou antes no mundo de desenvolvimento ultra rápido em que vivemos) suas teorias sejam confirmadas, postas em prática e seus nomes lembrados (ou injustamente esquecidos). Eles são os profetas modernos. Juntando pequenos pedaços de informação fabricam um novo mundo cheio de fascinantes conclusões e não precisam esperar que outros confirmem, eles vão lá e o fazem por si mesmos, determinados, confiantes. Percebam a íntima ligação daquelas quatro palavras do título.

Agora, vou dar a notícia que vai assustar vocês. Talvez mude para sempre sua vida. Talvez você passe a se ver diferente e ver o mundo de outra forma. Talvez deixe de lado seu egocentrismo e note que nesse mundo globalizado somos uma engrenagem e que o objetivo de todo ser humano deveria ser melhorar este mundo ao invés de tentar tirar o melhor possível dele. Talvez comece a deixar sua marca. Lá vai:

Todos somos gênios.

16 de mai. de 2006

Provas

Primeiramente, ao contrário de outros posts, não permitirei comentários neste. Talvez por ser uma opinião extremamente pessoal, talvez por eu possuir as dificuldades que descrevo e o resto das pessoas não partilharem desse desespero, e talvez por simples respeito à minha opinião e também à de quem ler este post.

Cabe dizer que sou um cara experiente em provas. Já passei por quase tudo neste campo, desde o primeiro grau, segundo grau, vestibular, PEIES, cursos, concursos, faculdade, estágio, entrevista de emprego, etc. Foram tantas formas de testar a minha capacidade que eu acabei separando elas. Em especial farei referência às provas de faculdade, com as quais tenho maior contato, mas o que vou dizer vale para mais áreas.

Segundo critérios meus, dividi as provas em 7 categorias, nomeei-as de forma a deixar bem clara a minha opinião sobre a categoria, e não pude deixar de fazer como os cientistas, atribuir um nome "científico" e um nome "comum". Passo agora a classificação:

1) A prova de proporção 1 (prova "fudida") - Exemplos clássicos são as provas da cassada CESPE/UNB. Neste tipo de prova, cada questão errada anula uma correta. Na maioria destas provas, você tem duas opções, CERTO ou ERRADO, e a famosa terceira opção. A terceira opção dá balanço e uma certa equalidade à prova. Equivale a dizer "Não sei a resposta, não terei este ponto, mas não me penalize por este motivo". Eu particularmente me sinto pressionado por este tipo de prova pois sou extremamente INDECISO, levando à dúvidas que levam inevitavelmente ou a perder uma questão que eu sabia por incerteza ou a anular uma que eu sabia por ter errado.

2) A prova objetiva normal (prova cola ou prova preguiça) - O professor estava com preguiça de elaborar uma prova, era tarde da noite. Uma questão, uma resposta correta, todas as outras erradas. Simples, fácil de elaborar, fácil de colar. Na minha opinião esse tipo de prova nada avalia, serve apenas para o professor fingir que aplicou um teste e o aluno fingir que foi testado. É um mata-tempo que simplesmente me enoja. Nunca fui muito de estudar, mas este tipo de questão subestima minha inteligência.

3) A prova objetiva séria (prova "mifu" ou "eba" dependedo de como você estudou) - O professor, com toda a vontade, elaborou quesitos básicos em seu plano de estudos, posicionou estes quesitos em teorias ou práticas passadas em aula e elaborou uma prova objetiva simples. Uma pergunta, uma resposta. Curto e grosso. Fácil correção mas elaboração penosa, pois o professor diligente ainda embaralha a prova, as questões, tem 4 gabaritos e identificação única. Ele literalmente fez seu dever de casa. O aluno que estudou vai ir bem. O que não estudou vai colar e se ferrar ou errar tudo logo. Prova demorada, pensativa, mas não literalmente estressante, no máximo terás dúvidas em uma ou outra. Os pontos específicos básicos que estão claros serão certeza e o aluno preparado vai se dar bem. Muito rara.

4) Objetiva penosa (prova "carrasco") - Esta é a famosa prova das "assertivas". O professor, que desta vez teve tempo, ânimo e disposição (mérito dele), elaborou diversas afirmações, algumas corretas, outras erradas, colocou algumas destas em disposição randômica e elaborou respostas inebriantemente complicadas. a) Somente I está correta. b) Somente I e II estão corretas. (...) (todas as combinações possíveis) (...) x) Nenhuma está correta. y) Todas estão corretas. Esta prova é injusta, quase imoral. Força o aluno a se confrontar com dúvidas e mais dúvidas e tem um fator de desigualdade quase desumano. A probabilidade de se errar a questão é ENORME e aumenta a cada assertiva colocada e a cada opção de resposta possível. Mas veja o lado do professor. É FACÍLIMA de corrigir, não tem recurso (na maioria dos casos), mas possibilita a cola. É o legítimo "me quebro agora e descanso depois" para eles. Pobres alunos.

5) Prova subjetiva (prova "pessoa") - A prova subjetiva é exatamente o que seu nome determina. Temos uma questão, com uma resposta possível e vários quesitos nesta resposta. O professor não tem muito trabalho para elaborar a prova, mas a correção é uma das mais penosas. Esta prova deixa o aluno um pouco mais tranquilo (veja que sempre me refiro ao aluno que ESTUDOU), pois mesmo que ele não saiba todos os quesitos, ele passou por esta matéria e se lembra (dependendo da didática do professor, lembra nitidamente) da maioria dos quesitos. É a tal da prova que o cara pode errar apenas 1/8 (um oitavo) da questão. Dependendo da discricionalidade e da capacidade do professor de avaliar a resposta do aluno, esta prova se torna equalitária. É quase impossível colar nesta prova. O aluno que estudou vai bem ou prepara-se melhor para a próxima.

6) Prova de verdadeiro ou falso (prova "cara e coroa") - É a prova tosca, está em extinção. Perfeita em proporção e cheia de defeitos em termos de avaliação. O cara pode não estudar NADA e ainda assim tirar 10, e pode estudar tudo e tirar 5. É meio a meio, 50% a 50%. Pode ser recheada de pega-ratões, em que um simples "apenas" ou "somente" ou "conforme" pode te render uma errada. 0% de complexidade e pode ser feita com uma moeda e vontade. Correção simplíssima e possibilidades infinitas de cola. Deviam extirpar este câncer de nossas instituições de ensino.

7) Prova dissertativa (prova "idéia) - Esta prova apresenta uma carga intelectual muito grande, tanto ao professor como ao aluno. Ao contrário da maioria, esta prova não apresenta questões, e sim, frases imperativas do tipo "descreva", "opine", "comente" ou simplesmente "disserte". Possibilita testar a capacidade do aluno de organizar suas idéias, permite a ele expressar seu conhecimento e exige uma correção penosa, pendente de falhas e recursos, mas extremamente subjetiva e justa. O aluno tem a oportunidade de mostrar o que sabe, e o professor terá uma nítida foto de como anda sua didática e o empenho pessoal do aluno. É uma prova demorada, estressante, mas apresenta um critério de avaliação muito aprimorado. Suas estaísticas são uma "foto" das aulas e do empenho escolar, tanto do mestre como do aluno. Rara.

Era isso pessoal, quisera eu ter mais provas do tipo 3, 5 ou 7. Mas isso está cada dia mais raro. Parece que decresceu o interesse por realmente avaliar o aluno. Sinceramente, é triste. Talvez no próximo post escreva minha opinião sobre "didática".

7 de mai. de 2006

A Evolução e os bons tempos

Ontem estava lendo uma crônica do Luis Fernando Veríssimo muito boa. Basicamente, ele falava sobre quando um amigo dele contou sobre um acampamento e como foi bom "respirar ar puro, contato com a natureza e cagar atrás da moita", e a indignação deste grande autor quanto ao fato de "cagar na moita". Ele criticou veementemente (porém de forma bem-humorada, como sempre) que algumas pessoas zombem dos avanços tecnológicos, dos cientistas, engenheiros, que nos presentearam com o sanitário, com todas as modernidades que facilitam nossa vida, apenas para "cagar no mato". Claro que o tom zombeteiro me despertou alguns pensamentos. Eu, um amante e defensor dos acampamentos e dessa volta à natureza (e ao mesmo tempo um Geek tecnológico de última instância).

Isso me levou a pensar em uma frase que meu velho e sábio pai mencionou certa vez. Ele disse que estava conversando com um amigo e que seu amigo lhe disse "Bons eram os velhos tempos". Até pensei que meu pai iria começar uma história de seu tempo ou coisa parecida. Para minha surpresa, meu velho pai começou a criticar aquela afirmação! Nunca me esquecerei! "Bons? Que bons que nada, eram tempos terríveis, sem energia eletríca, sem esgoto, sem água encanada." E então eu me comecei a me questionar: qual o verdadeiro valor do antigo mundo que se foi fora as lembranças e memórias?

Lembrei-me do meu tempo de criança, em que era normal a criançada passar a tarde toda fora, brincando nos potreiros de atirar bosta seca uns nos outros, ou jogando bola, ou andando de carrinho de rolimã. Lembro das horas montando maquetes e das feiras de ciências em que explodíamos coisas (em nome da ciência), lembro-me de subir nos pés de pitanga, ariticum e ingá, e cair de lá de cima para se esborrachar, lembro-me de andar de bicicleta, minha nossa, era quase como se não soubéssemos mais caminhar, éramos um com as bikes. Lembro-me de minha infância brincando de pega-pega. Lembro inclusive das artes, de estourar rojão, de fazer arco e flecha e brincar com "trabuco" de taquara, de fugir dos cachorros nos pomares particulares e de fazer rally nos cantos mais remotos de minha cidade. Hoje em dia, as crianças passam mais tempo na frente do computador que tomando sol. Os jogos eletrônicos são vício, gerando ócio, obesidade e problemas inimagináveis no futuro. Nossas crianças se entocam em casa pois nada oferece mais facínio lá fora. Perderam o brilho das travessuras, das brincadeiras de pega-pega e esconde-esconde. São múmias na frente da TV e jogam futsal para esconder sua total falta de atividade.

Então eu me pergunto: onde vamos parar? O que era melhor, nosso passado ou futuro? Acho que um meio termo iria bem...

Queria que como nós, as crianças jogassem vídeo game e quando enjoassem saíssem ralar o joelho. Só um pouquinho... Faria bem.

21 de abr. de 2006

Hipocrisia e "O Jogo"

Ontem me deu uma curiosidade, estava no meio de uma prova (é, eu sou assim, tenho esses flashs até durante o sexo) e pensei: "qual o significado da palavra hipocrisia?". Algum de vocês já parou para pensar nisso? Procurei na Internet e descobri alguns sentidos morfológicos com "hipo" como prefixo, significando "menos". Menos o quê? Ná, não era isso, tinha que ter mais, pesquisei mais um pouco e quando fui trabalhar no outro dia, acabei apelando ao imenso amansa-burro (dicionário) que temos na JF, juntando todas as fontes, vejamos.

Hipocrisia deriva da palavra grega 'hypokrisia' (havia também a variante 'hypókrisis'), que significava resposta; resposta de oráculo; ato de desempenhar um papel, de interpretar uma peça; fingimento, hipocrisia, ar enganador. E também do latim 'hypocrisis', mímica, imitação da maneira de falar e dos gestos de alguém; hipocrisia.

A origem da palavra hipocrisia é grega "hypocrites". Nos teatros na Grécia o actor que tinha uma parte na peça e pretendia ser uma outra pessoa era chamado de hipócrita.

Um hipócrita é, em resumo, um mentiroso. Mas mais do que isso, um hipócrita convence, ele subsiste da inverdade que conta como se fosse verdade e resiste sabendo que muitos acreditam no que ele diz. O hipócrita se traduz pelo "faça o que eu mando mas não o que eu faço", ele finge, mascara a realidade. Existe em nossa sociedade um mal, uma chaga, e essa chaga aparece quando um hipócrita acredita nas próprias mentiras. Ele acredita que contando aquela mentira ele na verdade está poupando as pessoas da triste verdade.

Um hipócrita também é um ator, ele vive representando um papel que nada tem a ver com o que ele realmente pensa ou sente. O hipócrita é frio e convincente. Ele(a) pode estar ao seu lado lendo este texto e pensando em como esse cara descobriu tudo isso, mas seu rosto imparcial não vai nem enrugar a testa... Ele não pode parar de atuar.

Um hipócrita fala de amor e fidelidade, e trai pelas costas. Fala sobre planos com a plena consciência de nunca realizá-los. Ele dá esperança apenas com o intuito de ver os corações e almas dos que acreditaram em sua mentira despedaçados. O hipócrita é mal. E pode nem se dar conta disso. Ele não nota, faz isso sem querer, começa devagar e vai subindo. Ele chama a atenção, ele lidera sem esforço e fala sem pesar na voz. O hipócrita é um ator que esquece que está fazendo um papel. Ele vive este papel.

A hipocrisia está em cada canto, em cada alma corrompida, em cada suspiro de inverdade que machuca alguém, é um fantasma que assombra as pessoas que tentam ser honestas.

O Jogo, sim, tudo é um jogo, somos jogadores em um grande tabuleiro, somos peças, nos movendo conforme forças superiores e governados por interesses excusos e mesquinhos. Somos nada.

Mas todo jogo tem regras, alguns de nós seguem as regras. Tentam subir sem pisar na cabeça dos outros, tentam assimilar sem matar. Tentam aprender, sem esquecer. Tentamos ser honestos, com caráter, com fidelidade e sobretudo respeito.

Agora as más notícias amigos:
  • Nem todos jogam pelas regras.
  • Quem não joga pelas regras não é punido
  • Quem não é punido reincide
  • Quem não joga pelas regras tem melhores chances de ganhar o jogo que nós
Eu ainda jogo pelas regras:
  1. Respeito
  2. Honestidade
  3. Bondade
  4. Esforço
  5. Caráter
"Não cante canções de amor com a alma poluída pelos pecados de horas atrás"
by NightCrawler

(Divaguei, e daí?! Como diz meu primo, ISTO É UM BLOG E NÃO TENHO MEDO DE USÁ-LO)

15 de abr. de 2006

Desonestidade

Comecei a analisar nossa sociedade mais a fundo faz algum tempo. Hoje vou falar sobre meu ponto de vista a respeito da desonestidade, e falarei dela como eu a defino. Desonestidade para mim é ser desleal, é se favorecer em detrimento de outra pessoa, de qualquer forma, por ação ou omissão, é ser um traidor, de uma pessoa, da sociedade, da humanidade. É não ter consciência suficiente de seus atos para poder tomar a decisão correta na hora, é não ter discernimento para sair de situações que iminentemente vão te causar problemas, é se deixar levar e cair no poço sem fundo da deslealdade, enquanto seu coração e alma vão endurecendo e fica cada vez mais fácil.

Existem tantos aspectos desse problema que fica difícil falar sobre eles, vou apenas tocar a ponta dos maiores e me ater a coisas que acontecem ao meu redor, ao que eu POSSO falar por ter visto, ouvido, sentido ou pensado.

Primeiro, política. Ficou tão difícil achar um político honesto que eu acho que é mais como uma infecção que se espalha nos altos escalões. Quanto mais você sobe, mais difícil fica manter seu caráter e mais fácil fazer como todo mundo faz. Os Engenheiros do Havaí escreveram uma música assim: "Seria mais fácil fazer como todo mundo faz, o caminho mais curto, produto que rende mais. Seria mais fácil fazer como todo mundo faz, um tiro certeiro, modelo que vende mais. Mas nós, dançamos no silêncio, choramos no carnaval, não vemos graça nas gracinhas da TV, morremos de rir no horário eleitoral. Seria mais fácil fazer como todo mundo faz, sem sair do sofá, deixar a Ferrari para trás. Seria mais fácil, como todo mundo faz, o milésimo gol, sentado na mesa de um bar. Mas nós, vibramos em outra frequência, sabemos que não é bem assim, se fosse fácil achar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho não seria ruim.". É assim mesmo, não há motivo para ser honesto, se os desonestos se dão bem e os honestos são os bodes expiatórios, pois como dizia o Maurício Ricardo do charges.com.br "Urubu não voa com pomba" e "cobra não come cobra".


Agora, outro aspecto, vai parecer idiota, mas não consigo mais jogar jogos em rede pela Internet, mais especificamente Counter-Strike. Comprei uma chave, gastei dinheiro, instalei e agora, quando vou jogar (depois de ter ganhado experiência para me manter vivo no jogo), não tem mais graça!!! Ficou ridículo, 10 minutos em um servidor e um cara atravessa todo o campo de batalha, mata todos a facadas certeiras na cabeça. Ou um cara acerta sempre, atrás de paredes, de mato, de qualquer coisa, os wallers. Ou outro se move 10 vezes mais rápido, quando você atira nele, ele já está te esfaqueando pelas costas. Pode parecer MUITO idiota (já disse isso), mas isso reflete diretamente o que nossa sociedade é. A desonestidade é divertida, a impunidade é garantida, e eles ainda riem da nossa cara! Quem tem caráter é um cordeirinho esperando para ser sacrificado. Quem ainda tem escrúpulos sofre pois quem não tem é protegido em um manto de impunidade e tira proveito da vida muito mais do que todos nós.

Agora, relacionamentos. Alguns dias atrás estava vendo um documentário sobre família que diz que a família como a conhecemos está desmoronando. Que não mais é necessário um lar com um pai, uma mãe e filhos bem criados. MEU DEUS, O QUE É ISSO? Estamos caindo, tudo em que eu acreditava, a educação que eu recebi, a TV está dizendo para nossos filhos que está errado, a mídia promove a promiscuidade e adultério. Nada contra sexo, contra ficar, contra essas coisas, mas no momento que você decide se comprometer, SE COMPROMETA! Trair é tão ruim quanto roubar, quanto assaltar, é uma violência psicológica e um ato cruel, pois não há defesa. Pelo contrário, se você trai você pega toda a sua relação e joga no lixo, você faz mal aquela pessoa que se abriu completamente para você, você mente, e a mentira é o fim de tudo. Muitas pessoas que eu conheço vão discordar, mas sinceramente, quem discordar não tem mais moral para me contrariar. Fidelidade, como honestidade, é um bem que não se joga no lixo. Aquela desculpa antiga de que "Se eu não fizer, farão comigo" não funciona comigo. Somos tratados exatamente como tratamos as pessoas, e não o contrário. Se a pessoa te traiu, não existe mais a relação de vocês, e portanto, trair "de volta" é atirar no cadáver. Na minha opinião, é imperdoável (e o pior é que já cheguei a perdoar isso, então notei que realmente não vale a pena, uma vez, sempre, se a pessoa fez isso, não te ama, acabe logo com isso). Bebida não é desculpa, pois se você deixou chegar ao ponto de estar sem julgamento, ninguém enfiou cerveja goela abaixo, você se pôs na situação e tem o poder-dever de não fazer nada de errado. Quando todos honrarem seus compromissos, o mundo vai ser um lugar melhor.


Até lá, eu faço a minha parte.

28 de fev. de 2006

A curiosidade ainda me mata (de susto)

Eu sou um ser estranho, não posso ficar sem nada para fazer, é até perigoso! Quando minha mente não tem nada específico para pensar, ela produz quantidades iguais de besteira e filosofia. O problema no caso é a parte de "besteira". Para ilustrar melhor eu vou narrar dois acontecimentos recentes.

Semana passada eu fui para casa (em Cerro Largo) de manhã cedo, chegando lá, nada para fazer, a tarde tinha LAN, mas por algumas horas eu estava largado ao ócio. Então começou, primeiro, eu consertei meu computador, e conectei na Internet (discada, em um computador podre). Isso me deixou um tanto nervoso, resolvi pesquisar alguma coisa no Google. E do fundo da minha torpe mente surgiram as palavras: "homemade smoke bomb". Aí foi o começo do fim, acabei achando uma receita de bomba de fumaça caseira bem fácil, abaixo desta, algo me chamou a atenção, uma receita caseira de "Thermite". Hmm, comecei a ler e fui mentalmente vendo se tinha os ingredientes. Resumo da história, filtrei nitrato dos adubos do meu pai e misturei com magnésio que os véios tomam como remédio, e um pouco de alumínio que eu mesmo cortei de um suporte de cortina velho e fiz limalha com a furadeira, no fim, estava com um composto que queimava (e queimou) a 3000 graus por meio segundo com ajuda de palitos de fósforo (só as cabeças). Resultado: um copo estourado, um recipiente esmaltado (daqueles antigos) destruído e muita fumaça.

Agora, este final de semana, eu estava sozinho em casa, nada para fazer, então comecei a remexer nas minhas gavetas (coisa de quem não tem o que fazer), e achei um acendedor de fogão sem gás, já tinha aberto um destes quando era pequeno, e sabia que tinha um trocinho dentro que gerava uma voltagem alta e uma faísca. Então veio, aquele desejo de saber como as coisas funcionam. Google, I hate you. "acendedor de fogão", daí para "acendedor piezoelétrico" daí para "cristal piezoelétrico", daí para "experiências com cristais piezoelétricos" e daí para "mini-câmara de combustão explosiva acionada por cristal piezoelétrico". Damn, eu tinha os materiais em casa. Resumo da história: peguei um daqueles recipientes onde ficam os brinquedos do "Kinder Ovo com surpresa", aparafusei em cada lado um fio com outro mais grosso indo para o centro, e dois mais compridos
para ligar no acendedor piezoelétrico. Com um isqueiro depositei uma pequena quantidade de gás butano no interior do kinder ovo, fechei e com o acendedor produzi uma faísca no interior. Resultado: um estouro, as duas metades do "kinder ovo" voando uma para cada lado da sala, um clarão e um Daniel que tomou um dos maiores cagaços da vida (não achei que estourava tão forte e tão alto).

Caramba, minha curiosidade ainda vai me matar (ou produzir cicatrizes, oops, isso já aconteceu). Mas pelo menos sei como aquele troço funciona, dá até prá dar um susto nos amigos.