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28 de mai. de 2006

Inferência, confiança, genialidade e profecia

Inferir é um processo mental pelo qual, através de informações conhecidas, chegamos a novas informações, antes implícitas, e concluídas a partir do que já sabemos. Existem basicamente dois tipos de inferência, as imediatas e as mediatas. A inferência imediata é concluída a partir de uma única afirmação, e pode ser verdadeira ou falsa. No entanto, vou me ater mais ao conceito de inferências mediatas, que são aquelas construídas a partir de uma ou mais premissas, por um processo que utiliza raciocínio análogo, indutivo ou dedutivo.

Uma das capacidades que nos diferencia dos computadores é a capacidade para rapidamente acumular um grande conjunto de informações, pesar estas sobre a égide de conceitos anteriores (uma vida inteira de experiências) e inferir novas informações. Juntanto pedaços de informação somos capazes de prever, de predizer, de esperar novas situações ou informações, ou simplesmente elaborar conceitos complexos partindo de conceitos muito mais simples. Somos capazes de "nos ensinar". Apesar de nosso deficitário sistema de ensino nos alimentar sempre com pedaçõs pré-processados de informações simples, desistimulando o pensamento livre e capacidade de raciocínio, ainda assim, grandes pensadores se destacam.

Confiar é se manter seguro em uma idéia, conceito ou informação, mesmo que indícios apontem uma possível falha. Confiança é essencial nas relações humanas e norteia mesmo as bases de nossa sociedade, na família, na escola, no trabalho. Confiar em si mesmo é essencial, praticamente impossível triunfar nesta vida sem ter confiança nas próprias decisões, nas inferências (notem o grifo proposital), e na nossa capacidade.

Os grandes gênios inferem, raciocinam, sonham e desenvolvem. Confiam em si mesmos ao ponto de acharem formas matemático-científicas de convencer as outras pessoas de que estão certos. Os gênios são impacientes, inquietos e inconformados, por vezes, imcompreendidos. A genialidade desponta de tantas formas, na maioria expontâneas, sem classe social, sem procedência certa, sem genética. Gênios adormecidos sem estímulo nascem e morrem sem dar ao nosso mundo a contribuição espetacular que poderiam, e outros tantos nunca saem do anonimato. Nossas crianças são educadas para imitar e herdar, ao invés de pensar, criar, desenvolver e mudar.

Quando estimulados, os gênios nos presenteiam. São profissionais inquietos e pensantes, sempre aprimorando. São mentes capazes de curar, de ensinar, de mudar o ambiente, de melhorar nossas relações, de fazer nossas vidas mais fáceis e mais prazerosas de se viver. Eles estão tão à frente que são muitas vezes confundidos com loucos, com sonhadores, apenas para que depois da morte (ou antes no mundo de desenvolvimento ultra rápido em que vivemos) suas teorias sejam confirmadas, postas em prática e seus nomes lembrados (ou injustamente esquecidos). Eles são os profetas modernos. Juntando pequenos pedaços de informação fabricam um novo mundo cheio de fascinantes conclusões e não precisam esperar que outros confirmem, eles vão lá e o fazem por si mesmos, determinados, confiantes. Percebam a íntima ligação daquelas quatro palavras do título.

Agora, vou dar a notícia que vai assustar vocês. Talvez mude para sempre sua vida. Talvez você passe a se ver diferente e ver o mundo de outra forma. Talvez deixe de lado seu egocentrismo e note que nesse mundo globalizado somos uma engrenagem e que o objetivo de todo ser humano deveria ser melhorar este mundo ao invés de tentar tirar o melhor possível dele. Talvez comece a deixar sua marca. Lá vai:

Todos somos gênios.

Um comentário:

Caio Verídico disse...

Eu sabia! Mamãe sempre disse isso! \o/
Ótimo texto, pelo menos vamos nos lembrar disso na hora de educarmos nossos filhos.