Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

22 de abr. de 2012

Profissionais

Eu passei boa parte da minha vida estudando. Além das matérias óbvias e dos assuntos considerados divertidos por mim, passar pelo ensino fundamental, médio, superior (sem nunca ter me formado), eu estudei na maior parte do tempo Informática. Em casa e no trabalho eu tenho um conjunto de máquinas e ferramentas que me permitem usar meus conhecimentos na área. Eu sou um Informata, eu conheço tecnologia, me atualizo sobre o assunto e consigo lidar com problemas nessa área e solucioná-los com relativa facilidade.

Falar é fácil, mas hoje comecei a me dar conta do que realmente isso significa. Quando somos proficientes em algo, nos parece ridículo alguém não entender, no entanto, com o tempo e experiência é que vem essa sensação, ela nos prepara para desafios mais difíceis. É como o maratonista que, no começo de seus treinos, em tenra idade, mal conseguia correr 100 metros, e hoje consegue correr vários kilômetros.

Da mesma forma, eu encaro os problemas normais em computadores e outros dispositivos ligados a tecnologia como obstáculos fáceis. Mas o resto do mundo não funciona assim, cada um em sua própria área é um especialista, isso diferencia os profissionais do "resto". Quando alguém fica tão bom na sua área que despreza o conhecimento adquirido, simplesmente pois há tanto mais a aprender, é que se nota que ali existe um profissional. Dica, se não chegou lá, ainda dá tempo, corra atrás do que gosta de fazer e se torne um profissional.

Agora, obviamente não podemos saber tudo sobre tudo, e um profissional geralmente tem conhecimento em sua área específica, então o que fazemos quando temos um problema em uma área que nos é desconhecida, ou que não temos familiaridade? Nós contratamos um profissional, pagamos ele para utilizar seu vasto conhecimento no assunto e nos livrar do problema. Isso acontece o tempo todo. Quando ficamos doentes, vamos a um médico, quando o carro quebra, vamos para a oficina falar com um mecânico. Estes profissionais solucionam usando seu conhecimento nossos problemas, e compensamos eles pelo tempo gasto, com um pagamento.

Se você não quer gastar dinheiro contratando um profissional, vai ter que gastar tempo estudando o assunto, para tentar resolver o problema você mesmo. É por isso que temos conhecimentos básicos sobre eletricidade, para que não precisemos chamar um profissional para trocar uma lâmpada, por exemplo. Essa analogia se aplica a vários campos. Quando você toma uma aspirina para dor de cabeça, quando troca o pneu do carro. São conhecimentos básicos adquiridos que evitam que se precise chamar um profissional o tempo todo.

O detalhe é que a tecnologia está de tal forma presente em nossas vidas, que TODOS acabamos precisando ter conhecimento básico sobre ela, para podermos utilizar as ferramentas que nos cercam e que, mesmo não tendo relação direta com nossa área de conhecimento, nos permitem aplicar o que sabemos e realizar nosso trabalho, por vezes de forma mais ágil ou concisa. Agora, quando chegamos no limite do conhecimento básico, que fazemos? Precisamos chamar um profissional. Lembre-se também do escopo da profissão, todos somos contratados para um serviço específico, e qualquer coisa fora dessa atribuição é um favor. Não use um profissional como se ele fosse pago para fazer favores e nunca confunda o ambiente de trabalho com o pessoal.

Portanto, o profissional nunca deve ser menosprezado. Não existem "ajudinhas" simples. Se você chegou ao ponto de ter que chamar um profissional, ou não teve tempo de estudar o assunto para tentar solucionar o problema, ou simplesmente faltam as ferramentas necessárias para fazê-lo. Pense no tempo e talento necessário para chegar ao ponto de ganhar a vida fazendo algo exclusivamente. Embora favores entre familiares e amigos não machuquem, e a gentileza de pequenas ajudas seja sempre bem-vinda, agradecimentos também são. A ajuda que pareceu algo insignificante, que levou "um minutinho" para acontecer depende de talento, conhecimento e prática construídos ao longo de anos, quem sabe décadas de dedicação a um tema específico. Agradeça, e permaneça grato por ter um profissional ao seu lado pronto para ajudá-lo, e que fez um grande favor, emprestando seu conhecimento para resolver seu problema. Ou pague-o, a escolha é sua.

5 de abr. de 2012

30 anos, vida, morte e o blog

Hoje me senti meio envergonhado. Fui olhar algo antigo no blog e descobri que chegamos ao primeiro terço do ano e não havia escrito nada. Não que existam muitos frequentadores assíduos, mas se um dia quero fazer um livro destas postagens (pfff) preciso escrever mais.

Eu fiz uma revisão dos meus 25 anos (quarto de século) 5 anos atrás, e foi satisfatório, eu gosto de reler aquilo e ver o que mudou, o quanto mudou, e o quanto eu evoluí ou não. O autoconhecimento é uma ferramenta poderosa. Não é possível esquecer o que se viveu, tentar esconder é ridículo, nos resta abraçar o passado, aprender lições e seguir em frente. Achar uma foto da sua atual companheira com um antigo namorado deve ser um aprendizado e não uma crise. Relembrar que você já esteve no auge da forma física deve ser um alerta e não tristeza. Aprendam galera. A vida é uma só, e vale a pena ser vivida. Tomem a última cerveja do refrigerador, deixem para amanhã, vivam felizes, e não causem preocupações e stress sobre pequenas coisas que depois não farão sentido. Divaguei.

Voltando ao assunto (qual era mesmo?). Eu estava no site dos TED Talks (recomendo!) e depois de curitr mágicas com realidade aumentada e aprender sobre a vida dos plânctons, apareceu uma palestra interessante. Falando sobre a morte. Um cara que trabalhou em unidades de tratamento intensivo falando sobre a morte, e sobre como a maioria das pessoas não falam sobre ela, mesmo sendo nosso inescapável destino.

Eu falo sobre a morte, sem tristeza, sem pesar, com empatia e com um senso muito firme de realidade. Só não sou totalmente imune aos seus desígnios pois ainda não passei adiante meus genes. No mais, tenho muita certeza do que acontecerá comigo. Primeiro, sou doador de órgãos. Claro, isso presume uma morte muito específica, mas tudo pode (literalmente) acontecer. E minha cidade ainda não está preparada para transplantes, ceonvenhamos, mas vai que morro na capital. Segundo, não quero velório. Se não toparam comigo em vida, não gosto da idéia de ver a galera passando do meu lado na morte durante 24 (ou sei lá quantas) horas, causando mais tristeza aos meus parentes e amigos mais próximos. Ninguém gosta de ir em velório, confortem meus parentes em casa, que é mais alegre e menos tosco. O que restar depois das doações, se houver, deve ser cremado. Não quero ocupar espaço no cemitério, é anti-higiênico e ridículo idolatrar um monte de carbono fedido. Ao invés de flores, fotos e choros, lembrem de mim, contem minhas histórias (tenho tantas), relembrem o que fiz para vocês e vocês fizeram para mim. Se eu me for, aqueles contos mais terríveis poderão ser contados sem pudor, e quero a galera rindo. Velório já era, caixão já era, se fizerem isso comigo vão estar indo contrra tudo que acredito. Sem missa, por favor, façam um churrasco, que a pensão deve dar para pagar ao menos um. Não recolham minhas cinzas, todo mundo sabe que nos crematórios o  que sobra é uma mistura da galera que foi torrada ali, não desrespeitem minha individualidade que prezei ao longo dos anos. Mantenham esse blog, pronto!

Lembrem que prezo minha família. Nem tanto quanto gostaria, pois a sabedoria vem com a idade e passei a pensar realmente nisso faz relativamente pouco tempo. Eu sou honesto, sincero. Tal característica não é um defeito, nunca digam que foi um. Eu sou diferente. Sim, todos somos, mas eu gosto de uma discussão e se conviver comigo teremos ao menos uma, das boas. Eu confio no conhecimento, e fui atrás dele, sempre. Desafio mitos e crenças mas mantenho a mágica de não acreditar acreditando, pois há sempre algo que a gente não compreende.

Não pensem que esse post é mórbido, é uma herança, de certa forma.

PS: E por favor, se eu me for nos próximos tempos, não digam que foi premonição ou blablabla, foi COINCIDÊNCIA!