Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

27 de jan. de 2014

Corrida, estatísticas e gadgets

Eu já mencionei em post anterior que corro pelos gadgets. Na verdade nem tanto apenas por eles, mas pelas informações que eles passam. De que adianta o cara bufar, suar prá caramba e não poder acompanhar se melhorou a performance? É meio contra-mão sair todo dia para correr e ficar cuidando no relógio ou pior ainda, contando quadras. Pior que isso é fazer uma estimativa mal feita e cantar de galo nas redes sociais: tantos quilômetros em tantos minutos. Balela, show me the GPS track. Já vi gente vangloriando de um percurso com média 4:15 / quilômetro. São doidos, ou maratonistas, ou foram de bicicleta...

Enfim, acompanhar sua performance na corrida não é tudo, é necessário zelar pelo seu bem estar físico. Não adianta nada sair correndo feito um doido, competindo com gente de pesos, medidas e condições físicas diferentes, e considerar isso um esporte. O mínimo que deve ser feito (é o que faço) é monitorar o batimento cardíaco, para evitar esforços desperdiçados ou perigosos. Para isso uso um Polar Wearlink Bluetooth, conectado ao smartphone. O smart em si registra o percurso via GPS (altitude, velocidade e posição geográfica), o app de monitoramento (no meu caso, o Endomondo, mas já usei vários outros, como o Sports Tracker, o HRNavi+ e o Runtastic) registra todos os dados e cria gráficos e estatísticas que servem para você monitorar a sua performance e tentar melhorar a cada treino.

Sem isso fica meio tosco "correr uns km". Pode até fazer mais mal do que bem. Nunca me lesionei nesses treinos, só sofri nas primeiras duas semanas os efeitos do acúmulo de ácido lático nas pernas, depois, o esforço é natural e só resta para o outro dia queimar mais calorias via "afterburner" e nenhuma dor.

Hoje li que um ritmo de 5:20 / km é ideal. Estou a pouco meno de 1 minuto deste tempo (6:15) e pretendo chegar lá ainda esse ano. Devagar e sempre, meus melhores tempos tem constantemente melhorado em alguns segundos, e desde que no dia eu esteja me sentindo bem, não há motivo para piorar. Mesmo hoje, depois de pular dois dias a mais de treino, consegui tirar uns segundos do tempo de 3km. O objetivo é chegar aos 5km, e depois partir para os 10km, mas isso vai demorar bastante.

O ideal é manter o ritmo, as vezes falta vontade, mas é ligar a música e botar o tênis e a vontade vem.

21 de jan. de 2014

Ter razão

Quantas vocês você já disse para alguém: "você tem razão!". Já pensaste o que realmente quer dizer esta frase? O que afinal de contas quer dizer "ter razão"?

Uma análise superficial pode indicar que a pessoa teria (parafraseando o Prof. Girafales) causa, motivo ou circunstância para afirmar ou agir de certa forma. Mas a maioria das vezes ter razão é confirmar o convencimento, ou seja, confirmar que os argumentos apresentados (e contrários as suas afirmações) por sua contra parte estão corretos (em detrimento das suas próprias afirmações). Pode-se ainda exaltar a correção da afirmação prestada, reconhecendo sua importância para a situação em pauta.

Correção, verdade, justiça. São conceitos discutidos constantemente na filosofia, mas geralmente não é o caso da verdade que indica que a pessoa tem razão. O poder de convencimento indica que algo foi capaz de mudar o pensamento do outro. Se antes você tinha uma opinião, diante de argumentos você agora tem outra, concordante com o que seu parceiro de discussão afirmava. Ele tinha razão. Razão vem do latim "ratio", expressando uma relação. Relações são o que nos torna racionais (cunhado a partir do mesmo termo). Relacionamos informações o tempo todo para tirar conclusões.

Mas como ele ganhou a razão? Na verdade ele nunca ganhou ela, ele apenas convenceu você. Ele sempre teve razão, as provas pesavam mais para as afirmações dele do que pesavam para as suas, de forma que, quando ele as apresentou, suas afirmações caíram por terra. Ou ainda, ambas as afirmações tinham o mesmo poder de convencimento, no entanto não haviam ferramentas para testar as hipóteses de forma a derrubar uma delas, e da ciência vem o conhecimento necessário para testar e uma delas passa, então, a ter razão. Seu conhecimento agora é relacionado ao tema de forma a definir e convencer, por mérito.

Quando nos definimos como seres racionais, temos obrigação de relacionar informações e conhecimento para tomar decisões. Não é facultativo. Ninguém precisa se tornar um expert em tudo, mas quanto mais informação você tiver, mais base suas decisões terão. Hoje não há desculpa para tomar uma decisão pois todos pensam assim, ou pois um líder, guru ou ídolo pensa assim. Se você deu razão para algo, deve tê-lo feito a partir de uma base, conhecimento, relacionando isso a uma verdade, a uma hipótese que pode guiar e construir mais conhecimento a partir dela.

Senão, perca a razão, e dê ela aos outros.

17 de jan. de 2014

Uma empresa - sob nova direção

Muitas vezes vi um comércio específico mudar de dono, e vi as mudanças que se seguem, mas em geral, não era nada fora do normal. Existem empreendedores capazes de literalmente dar uma cara nova ao negócio, mas isso não quer dizer que eles mudam os produtos radicalmente, geralmente é uma pitada de marketing e outra de bom senso que acaba mudando o rumo de uma empresa.

Mas não a Motorola. Sempre fui um fã da Motorola, uma gigante das comunicações que se manteve no to 10 durante anos, adotou antes dos outros tecnologias de ponta e apostou alto em novas criações. Mas a Sony, Samsung, LG, HTC, etc também o fizeram, então qual o motivo de falar especificamente da Motorola?

A compra pelo Google.

A Motorola agora é uma "Google Company". E tudo mudou. Mesmo. Ontem chegou meu Moto G, a nova aposta de baixo custo/alto desempenho que a Motorola lança. Antes mesmo de ter um produto com a marca Google, a nova direção já se fez presente mudando os paradigmas da empresa e criando um dos maiores sucessos de venda no Brasil, a linha Razr D, com o D1 e o D3. Smartphones de baixo custo para as massas. Eu sou um feliz dono de um D3, e é um ótimo aparelho. No entanto, ele peca fatalmente em alguns pontos:


  1. O conector do fone de ouvido proprietário. Ou seja, não é qualquer fone que funciona com ele, a maioria inclusive não funciona, e o que vem com ele é uma porcaria que nem para dar de graça serve.
  2. A pilha e sistema Bluetooth toscos. Um dispositivo desconectado forçadamente pode travar o BT no aparelho, forçando um reinício. Usar dois aparelhos ao mesmo tempo trava também, e lá se vai mais um ciclo de reinício.
  3. A pouca memória interna (4GB, 2.3GB utilizável), que acaba levando ao SD, que é um gargalo de desempenho, levando a tempos de boot acima de 2 minutos (mais lento que meu PC com Windows).
  4. O slot micro-USB lateral, que acaba ficando "no caminho" de vários acessórios.
  5. NFC tosco. Não funciona, quando quer, e não tem indicador na barra de status.
Não me entendam mal, eu posso achar defeitos em praticamente qualquer aparelho e o D3 ainda é um ótimo custo x benefício, com bom desempenho, um hardware robusto e muito interessante. Mas como utilizo 99% dos recursos do aparelho, acabo localizando os bugs bem rápido.

Agora, lançaram o Moto G. Outro aparelho com custo x benefício em mente, abaixo (bem abaixo) dos 1000 reais e um primor de hardware. Só que agora, como bem indicado na inicialização, a Motorola é uma Google Company, e o que muda?

Bom, antes de mais nada, meu fone Bluetooth passou a mostrar os nomes das músicas, protocolo que a própria Sony alardeava (meu fone é um MW600) mas nunca tinha visto funcionar, e eu tive vários aparelhos. Tanto Sony quanto outros. O aparelho tem versão de 16GB internos, o menor tem 8GB internos, já é ótimo para um aparelho desse preço, sem SDs a inicialização é bem mais rápida e o aparelho se comporta melhor. O plug do fone é padrão, meu fone Sony não só funcionou, como o botão responde aos comandos. O slot micro-USB fica embaixo, como todo aparelho que se preze. É um primor, e o preço não é salgado para um aparelho quad-core com 1GB de RAM.

Son nova direção, a Motorola se superou, e o Google está de parabéns!

9 de jan. de 2014

Exercícios

Eu sou um preguiçoso. É um fato, inegável e tão verdadeiro quanto meus outros defeitos: falar demais, sempre ter razão e ter opinião sobre tudo. Eu sou um chato. Em resumo.

Mas voltando a preguiça, eu não fazia exercícios. Exercícios são tediosos, eu sentia que esse tempo só me rendia dor e sofrimento, muito provavelmente pois nunca fiz exercícios direto desde minha adolescência quando o vigor juvenil me permitia tantas atividades que a forma física vinha como uma vantagem de simplesmente não parar quieto.

Com a idade, a coisa vai mudando, o acúmulo de gordura abdominal foi o que me levou a pensar: minha nossa, meu metabolismo não é mais o mesmo. Não me entendam mal, eu sou um curioso e leio muito. Eu SEI que deveria ter começado a me exercitar e mantido o programa desde muito cedo, mas infelizmente não o fiz. Eu assisti documentários sobre alimentação, exercícios e suas vantagens e mesmo assim não me animei a começar até que a pochete acumulou e, finalmente, cheguei aos incríveis 83 kg. Para quem pesava 69 com 23 anos, é bastante, acreditem. 8 anos depois, várias roupas não serviam.

Vamos fazer um flashback, só para efeito ilustrativo. Eu não compro roupas. Fora algumas camisetas de show e algumas relacionadas a informática, eu não lembro antes de 6 anos atrás ter comprado roupas (isso tudo mudou com a união estável). Eu ganhava roupas, de aniversário, geralmente. Desde minha adolescência eu tinha e tenho ainda alguns dos mesmos casacos, camisetas e bermudas, substituídos convenientemente quando um deles desintegra. Então meu aumento de peso não passou despercebido, gradual e constante. Ele foi um choque. E ainda assim eu não me exercitei. Comecei a regular melhor a alimentação, e consegui estabilizar meu peso nos 80kg. É uma relação peso x altura mediana e saudável (tenho 1,78 de altura). Mas a pochete persistiu.

Então o que levou este sedentário que vos fala a adotar um programa de exercícios, começar a caminhar e depois correr? Antes de mais nada, ter um cachorro.

Ter um cachorro é muito interessante, pois é como um despertador para sedentários. Seu cachorro te lembra diariamente que você tem que SAIR DO SOFÁ e levá-lo para passear. Ele tem que fazer suas necessidades, e um cachorro é muito específico com suas necessidades. Ele pode andar uma quadra para fazer cocô, e mijar em cada quadrado de grama no caminho inteiro. E depois ele vai querer andar mais, para cheirar cada canto que ele cheirou ontem, para ver se não mudou, e mijar em cima se mudou. Além disso, um cachorro exercitado é um cachorro saudável, e se você quer mantê-lo por muito tempo, você vai ter que desistir do sedentarismo completo e cuidar dele. Isso envolve levá-lo até a praça, jogar bolinha, cuidar, limpar e caminhar. E no caso da Luna (minha Schnauzer Miniatura) isso equivale a 3km de caminhada (no mínimo) TODO DIA, ou algum tempo jogando bolinha na praça para ela correr o equivalente.

Meu peso foi para 77kg (muito bom) com essas caminhadas. A progressão natural era começar a correr. E eu descobri um motivador: Gadgets. Eu, com meu interesse em gadgets eletrônicos, fiquei abismado com a gama de acessórios que um corredor pode ter. E tudo ajuda na performance. É o melhor uso de um eletrônico que eu já vi. Juntei algumas coisas que eu já tinha, comprei outras e pude monitorar minha performance. AGORA SIM estamos conversando. Quando em duas semanas seu batimento cardíaco estabiliza durante um exercício e começa a diminuir, você SENTE a diferença, enxerga no monitor, nos gráficos, e se anima a continuar e melhorar. Não sou nenhum atleta, mas fui jogar Paintball esses dias e não senti a natural dor no outro dia pelo esforço, resultado do treinamento, e isso me empolga ainda mais.

Um fone bluetooth para controlar a música (não consigo correr sem música), um frequencímetro cardíaco bluetooth, o celular e uma armband e a corrida vira um prazer, 40 min de êxtase com minhas músicas favoritas dia sim, dia não (até que eu tenha preparo para todo dia). O aparelho monitora minha frequência cardíaca e me avisa se estiver muito alta ou muito baixa por um tom (não preciso nem olhar para a tela).

Mantendo um programa de exercícios de 3 vezes por semana, você pode se manter saudável. A maior parte da "queima" propriamente dita se dá entre o final do exercício e o dia seguinte, quando você emagrece simplesmente por estar vivo (isso é fato científico, efeito "Afterburner"). Se puder manter todo dia alguma atividade, esse efeito pode tornar-se permanente.

Recentemente notícias irromperam a mídia sobre como quadruplicou o número de obesos no país. É um sinal de doença, uma que atinge famílias inteiras, afinal, os filhos imitam os pais. Eu quase caí nessa vala. Fica a dica, se eu, um informata sedentário, consegui, qualquer um consegue.