Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

19 de set. de 2005

Verdade

Hoje, falarei um pouco sobre "verdade". O que é verdade? Difícil definir não é? A verdade é algo em que acreditamos, sem sombra de dúvida, uma informação sobre eventos, pessoas e coisas na qual confiamos como sendo real e tomamos como certo, como "verdadeiro".

Mas a verdade é um conceito muito complexo, uma verdade para mim pode não ser uma verdade para você. Um grande exemplo são os dogmas. Um dogma é uma verdade indiscutível, alguém acredita cegamente em um evento ou fato e não admite que provas em contrário sejam produzidas. Assim, um dogma é uma verdade muito pessoal. Agora notem, já falei em pelo menos dois tipos de verdade, a verdade pessoal, e a verdade grupal, pois um dogma geralmente é compartilhado entre grupos de pessoas. Mas então, "verdade", sendo um conceito muito pessoal, não é verdade! Contraditório não!? Vejamos um exemplo, na idade média, se você corresse nu na floresta seria considerado um bruxo, hoje em dia, no máximo um maluco beleza sem mais o que fazer. Na idade média te queimariam vivo, hoje em dia no máximo ia passar a noite na cadeia por atentado ao pudor. A verdade muda, toma forma, se adeqüa ao espaço-tempo que a rodeia, e a mentalidade das pessoas que pensam as verdades.

Mas notem que o conceito de verdade, algo ser verdadeiro, é algo utópico, inexistente, mas pode ser definido. A verdade é algo em que todos acreditam, que não tenha prova em contrário, que seja admitido por todos como real e confiável. Para alguns fatos isso pode ser aplicado, se eu cair um tombo e ralar o joelho, a verdade é que eu caí um tombo e ralei o joelho, nada mais, nada menos, isso é verdade, e ninguém pode negar o contrário. Infelizmente, esse tipo de verdade, a verdade consensual, não é o tipo predominante. As discussões, brigas em torno de verdades não são raras e podem até ser consideradas normais. O problema é quando essas verdades geram guerras, mortes, tudo justificado. A Guerra Santa da igreja Católica, a Segunda Guerra Mundial, o lançamento da primeira bomba atômica, tudo justificado por ideais, verdades que custaram as vidas de milhares de pessoas.

A verdade está aí, ao seu redor, a verdade é que todos deveríamos deixar as verdades alheias em paz e nos concentrar em nossas vidas, aceitando, compreendendo, ou mesmo ignorando as verdades pessoais que nos rodeiam, chegaríamos a tão sonhada paz.

A verdade é que já escrevi demais sobre isso. Deixo este texto para que você o tome por verdade. Ou não. Mas entendo sua opinião, posso não aceitá-la, mas entendo.

O despertar de um GeeK

Hoje falarei um pouco sobre o despertar de um Geek para a Informática em si. A maioria dos Geeks desperta para o mundo da informática como uma criança nasce, confusa, com medo e espanto. O mundo que se abre na frente de um monitor de computador é fascinante, merece respeito, informação trafega em forma de sinais eletrônicos a velocidades que o pensamento humano nem cogitava a poucas décadas atrás.

O Geek, ser curioso por natureza, geralmente adentra esse mundo de maneira desastrosa, mas todo Geek que se preza rapidamente aprende que os Leiame.txt, Readme.txt, Readme.1st, Help.hlp, Help.html, Help.txt, etc, são tudo que ele precisa para usar um software. Muitos usuários chamam um técnico apenas para ver ele procurar na Ajuda do programa a solução do problema. Os programas hoje em dia tem uma extensa e completa documentação, produto dos projetos em UML (Universal Markup Language) e da Engenharia de Software. Em resumo, se você tiver uma noção básica de sistema de arquivos, souber inglês e for curioso, a tecla F1 se tornará sua melhor amiga e você subirá rapidamente os degrais que separam os usuários comuns dos que entendem alguma coisa de computador.

Em pouco tempo, os helps não serão mais novidade para você, e você achará problemas, ou por necessidade ou por curiosidade, que não são tão fáceis de serem resolvidos, e procurará novas fontes de informação. Nessa jornada, coisas curiosas acontecerão que acabarão treinando você o suficiente para não se apertar ao lidar com qualquer computador, depois das noções básicas de DOS, Windows e UNIX, você já pode se considerar melhor que a maioria absoluta dos win users que não sabem lidar com um computador sem interface gráfica. As revistas e livros sobre os programas que você usa ou os componentes do seu computador lhe parecerão não mais algo distante, e em pouco tempo você estará dentro do universo de jargão utilizado na informática atual. A essa altura você provavelmente já abriu seu computador com cuidado, sem remover nada, verificou todo o interior e está morrendo de curiosidade. Um curso de montagem e manutenção e você se torna um semi-deus no mundo da informática. Logo cabos flat e de fonte, RJ45, chipsets e memórias se tornarão parte de sua vida e talvez, como eu, você utilize um pente de 2Mb de RAM EDO como chaveiro (Geeks também tem estilo). Assim, você promoverá sua primeira conexão em rede, ou sua primeira lan party, ou mesmo a sua primeira troca de informações de HD para HD em um amigo.

Logo, um Geek estará transformando seu PC em uma máquina com personalidade forte e sistemas de segurança, frescuras pessoais, atalhos imcompreensíveis e uma organização de arquivos que só o dono entende. A essa altura, reinstalar o sistema operacional é tarefa rotineira e seu computador não para mais com a capa de proteção do gabinete. Alguma placa ou periférico estraga e em pouco tempo você vai em um amigo e conserta o computador dele também. Parabéns, agora você está mais perto da elite.

O mais incrível dessa jornada é que provavelmente seu PC já está velho e lento para os padrões atuais, no entanto, ele funciona tão bem que você já esqueceu como é reinstalar o Windows. Perder suas configurações pessoais seria um desastre e você seria capaz de mover céus e terra para não perder suas músicas e documentos. Apostilas residem no seu PC permanentemente e com certeza alguma linguagem de programação chamou sua atenção. O detalhe é que até agora, você pode ter feito cursos idiotas, nada aprofundado, mas sabe mais do que a maioria. Você é um Geek. A Internet se mostra um ambiente agradável, e se você não evoluiu ainda muitos vírus, worms, trojans e etc se instalarão na sua máquina. Em pouco tempo você descobre que aquelas promessas de "hacker" instantâneo eram falsas, e que o verdadeiro hacker busca conhecimento, e sua busca inicia. As madrugadas passam rápido e os dias se arrastam. A escola é um saco e mal pode esperar para passar da meia noite e conectar. Se for sortudo possui ADSL e sua base de dados mental cresce a cada dia. Em pouco tempo, surfar a web ganha um novo significado e você se pergunta porque ainda sai de casa para fazer qualquer coisa que não seja festa ou namorar. Como Mentor disse "Os sinais correm pela rede telefônica como heroína nas veias de um viciado". Você agora sabe como funciona a web, entende seus códigos e manhas, odeia o Windows, ainda o usa, mas odeia. Sonha em não depender mais desse sistema e tem o Linux instalado em outra partição. Já conserta computadores para outras pessoas e descobriu que pode ganhar dinheiro com isso. Sonha com um emprego nessa área.

Agora os caminhos se dividem, ou você descobre outras ocupações e nota que não tem mais tempo de brincar de PC, ou você abraça isso e se torna um informata.

Abra sua mente, você só precisa de duas coisas para se tornar mais do que uma ovelha, gado a ser abatido por mentes mais brilhantes na Internet: Curiosidade e vontade.

O Amor e a Bateria do Celular

"Quem inventou o amor, me explica por favor..."
Renato Russo

O amor é algo tão complexo, uma palavra que na verdade representa uma gama tão variada de sentimentos que foi preciso sintetizá-la em um pequeno conjunto de 4 letras que podem ter (dependendo da ocasião) significado poderoso, tanto para o bem como para o mal. O amor na verdade é a tentativa humana de explicar a atração físico-química emocional de um ser para outro, isso pode ser traduzido na forma de amor materno, de casamento, de namoro. Neste pequeno texto vou me ater a forma mais "padronizada" que é o amor entre namorados (seria pretensão minha falar sobre qualquer outro), um sentimento forte existente entre 2 pessoas de sexos opostos que não possuem laços permanentes, mas dividem o fato de terem um ao outro como companhia certa e (em termos) duradoura e dedicada.

Mas com certeza você está pensando: "Onde entra a bateria de celular nisso tudo?". Bom, na verdade é bem simples, analisando de um ponto de vista técnico, veremos que os padrões da carga da bateria de celular e da força do amor estão diretamente ligados... Como? Simples... Como o amor começa? Ele é forte, irracional, indestrutível, precisa ser regado, se ver todo dia, se ligar, se beijar, CARREGAR por muito tempo dessa maneira, formando um laço forte entre duas pessoas. A bateria de celular, ao ser comprada (pode ser comparado ao ato de conhecer o "amor da nossa vida") tem que ser carregada durante um certo período (longo) de tempo para que atinja sua máxima performance, e o amor nesse período metafórico (não de 24 horas como da bateria) também tem que ser carregado ao máximo, provavelmente nesse período se registra o amor mais forte que nunca.

Agora, o tempo passa, deixar a droga da bateria carregando por períodos longos é inviável, a gente esquece, tem que sair correndo e levar o celular, a gente pluga ela um tempinho e sai correndo. O namoro esfria depois de um tempo (isso é um padrão repetido e é por isso que faço alusão a isso aqui), os namorados se vêem menos, se pegam menos, se carregam menos, em pouco tempo, temos uma bateria viciada, e um namoro decadente. Alguns talvez não concordem, realmente, existem exceções, baterias especiais que não viciam tão fácil, algumas viciam mais rápido, outras com menos facilidade, algumas na primeira carga interrompida, algumas aguentam mais tempo (isso não lembra os diferentes tipos de namoradas e namorados?) mas isso só confirma a teoria.

Aí chega uma hora em que o namoro (e a bateria) morrem, ou simplesmente não servem mais ao seu propósito, ambos, o amor e a bateria, não aguentam mais nem uma ligação telefônica (olha, que coincidência). A solução normal para a bateria é... Lixo, mas vejam o detalhe, até mesmo na hora de ir pro saco a droga da bateria merece cuidados especiais, deve ser jogada fora num lugar apropriado, da forma certa, por conter compostos químicos altamente prejudiciais (no entanto tem gente que fica anos com a mesma e não se "intoxica", isso foi um trocadilho), o amor também, o rompimento é difícil, você lembra todas as ligações telefônicas, o calor no ouvido (oops, essa é a bateria), os carinhos, os momentos juntos. Mas, como não serve mais mesmo, joga fora igual.
Mas eu digo pessoal, baseado na informação não oficial de um amigo que trabalha em Santa Maria com celulares, existe OUTRA OPÇÃO! Entre quem trabalha com baterias, todos sabem, se você deixar a bateria por alguns meses, totalmente descarregada, ela vola ao seu "status quo ante", estado original, permitindo novamente o quê? A recarga de 24 horas, e voltando a prestar seu serviço. Estranho isso não? Dar um tempo, é assim que se fala né... Você dá um tempo, e durante esse tempo, mal usa o celular (mal sai de noite), quando sai, é sempre igual, chato, e numa hora dessas, numa festa, você encontra sua "bateria antiga", está lá, sozinha, esperando, e como na primeira vez, o coração gela e a garganta trava, você toma coragem e descobre que não era o único, e num beijo, a carga total volta novamente, esse tempo (com o namoro) pode ser meses, dias, horas... Segundos...

Morte

Os vivos são sempre e cada vez mais dominados pelos mais vivos.


Hoje vou falar um pouco sobre a morte. E você deve estar pensando: 'Que assunto mais mórbido, morte, eca'. Bem, sejamos sinceros, todos pensamos em morte, na nossa, na de alguém, não importa se seja nosso grande amor ou nosso pior inimigo, pelo menos uma vez já pensamos nisso, sonhamos com isso ou flashs de memória imediatamente expulsos como proibitivos de nossa frágil mente (da qual possuímos pouco mais de 10% de controle) nos invadiram como uma escuridão. A morte é o inevitável fim da vida, estamos vivos, portanto, morreremos, isso é líquido, certo, sem contestação, sem apelação, vamos morrer eventualmente. Vamos abordar dois aspectos desse tema. O que temos como conceito de 'morte' e o grande medo que aterroriza a mente humana e nos faz ter inveja de produtos de nossa imaginação, monstruosos, mas imortais.
A morte, esse pensamento nos lidera para uma seqüencia de eventos. A morte, velório, enterro, parentes chorando em cima do caixão, o adeus final diante da sepultura e a cinematográfica visita ao túmulo com foto algum tempo depois. Esse conceito nos foi passado através das gerações pelo cinema, pela igreja, pela convivência com esse meio.

Mas o fato é que a morte é o ponto final de eventos ainda mais importantes, o nascimento, a adolescência, a idade adulta, a velhice e a morte, ou no caso de prematuras ocorrências, somente algumas das fases. O interessante é que na verdade é a morte marca o fim da interação desse indivíduo com o mundo, deixando marcas indeléveis em tudo que esse ser tocou. Filhos, netos, fortunas, casas, carros, dinheiro, amores, paixões, amizades e lembranças boas e ruins formam a carga que fica, que mantêm viva a lembrança desse ser em nossas mentes. O fato é que não importa como morreremos, mas sim como aproveitaremos esse tempo de interação, afim de que essas marcas fiquem nas vidas de nossos entes queridos ou mesmo da de nossos inimigos como pessoas importantes, ou no mínimo adversário a altura. Como vivemos determina como morremos, nas palavras do Metallica: 'My lifestyle, determines my deathstyle'.


Agora, o medo da morte é inevitável, está ali, nos assombra, fantasmas, zumbis, monstros. A morte é personificada em nossos temores, e tratada como semente para nossos medos durante séculos. A pós-vida levou pessoas a adotarem medidas extremas, para garantir que na passagem seriam recompensadas (kamikazes, homens-bomba). Somos escravos desse temor, tanto de nossa parte, como da parte dos que amamos. Eu sou um aficcionado por vampiros, estudei-os, como surgiu o mito, como se desenvolveu, e até estudei os vampiros 'reais', os psi-vamps sugadores de energia. O que nos fascina, ou ao menos me fascina nessas criaturas, fora o poder exercido sobre os 'vivos', é sua total falta de temor. Eles não temem nada, pois na verdade tudo que tememos é o que poderia nos levar a morte, esta é o início e o fim de todos os temores. E essas criaturas não temem nada. Estamos presos a nossa vida de tal forma que se encontrarmos uma maneira de fugir dessa prisão, não o faríamos, pois a incerteza que mergulha o pós-vida nos deixa somente uma sensação. MEDO.

Agora me diga que nunca pensou nisso! :P

GeeK

Só porquê uso meu cérebro melhor do que a maioria, não quer dizer que não saiba usar o resto do corpo melhor do que eles também. Conhecimento é poder. (por um Geek em um blog idiota na Internet)

Desde que comecei a escrever de brincadeira (ainda de certa forma é brincadeira) eu coloquei o nome da minha coluna de "Geek", conforme ela cresceu e com ela o número de acessos, algumas pessoas vieram me perguntar que diabos significava isso. Eu relutei em escrever sobre isso, afinal de contas, quem me perguntou tem Internet, portanto, eu poderia facilmente usar dois dos meus termos mais úteis, RTFM (Read The Fucking Manual) e STFW (Search the Fucking Web) para quem sabe encorajá-los a largar de ser preguiçosos e pesquisar, mas a demanda foi grande e eu agora vou ceder a pressão.

Se você pesquisar, notará que Geek é um termo muito difundido na Internet, porém são poucas as definições exatas do que é um geek. Se pegarmos a etimologia por trás da palavra (ou olharmos no dicionário) acharemos algo como: "Pessoa que desempenha atos estranhos ou revoltantes em exibições". Os Geeks originais eram aberrações e viviam de arrancar cabeças de pombos e fazer esse tipo de demonstração em público. Hoje em dia, o termo Geek designa uma das várias "tribos" virtuais, e a palavra tem como significado "uma gafe, um comportamento desaprovado, uma pessoa que age de maneira estranha e é excluída pela sociedade". Um Geek é um ser pensante (até demais), somos uma espécie que correu risco de extinção, fomos tachados de "nerds", de aberrações, de anti-sociais, eremitas, mas o fato é que geeks ergueram nossas tecnologias até o ponto de um n00b (outro termo, um novato, uma pessoa ineficiente em determinada tarefa) poder usar um computador e a Internet. Um geek é uma pessoa determinada, com o pensamento em constante ebulição, essa facilidade em compreender as coisas assusta e provoca os mais preguiçosos. Somos os CDFs, aqueles com óculos fundos sentados na frente da sala, aqueles que vão melhor nas provas e que todo mundo imagina ficarem o dia inteiro estudando, ou pelo menos essa é a imagem que todos enxergam. O fato é que geeks não são tudo isso.

Um geek pode ser esse estereótipo, mas o certo é que geeks não são de comportamento definido, um geek só divide uma característica em comum com todos os outros: Ele pensa! O tempo todo, em tudo, é curioso, vai atrás, pesquisa, aprende, isso lhe dá prazer. No mais, podemos achar um geek vestido de terno, ou usando camisa floreada estilo anos 70. Um geek vai bem na escola, e geralmente não precisa estudar, a maioria das matérias são chatas para ele, e as em que acha algum interesse avançam em velocidade muito inferior a do seu raciocínio, as outras são chatas e uma lida rápida garante uma nota aprovável. Um geek pode ser um esportista, mas a maioria usa o esporte apenas como válvula de escape, uma maneira de não ficar tão fora da sociedade, ou por algum tempo parar de pensar, e usar o corpo. Um geek pode ser um ator, um cientista, um geek pode ser qualquer coisa! Mas existe um fato: O Geek vai se denunciar, mais cedo ou mais tarde! Sim, os geeks tem esse defeito, pode ser durante uma festa, durante um jantar, durante a aula, ele VAI se empolgar e antes que note será alvo de risadas, o geek eventualmente fala demais ou viaja na maionese. Ele deixa fluir seu pensamento, ou pela boca, ou simplesmente se desliga do mundo, isso é constrangedor.

O mais famoso geek que eu tenho conhecimento, teve que ser "construído", ele se chamava Sherlock Holmes, sim, o homem da rua Baker. Esse detetive era um homem não culto, era ignorante em vários assuntos, no entanto dominava todos os que eram necessários em seu trabalho. Agora, me permitindo uma tradução de "Um Estudo em Vermelho" por Sir Doyle, vejamos os interesses desse Geek famoso. Ele não sabia nada de literatura, filosofia, astronomia ou política. "Mas o sistema solar!!" exclama Watson. "Você diz que a terra gira em torno do sol, se girasse em torno da lua, não faria a menor diferença em meu trabalho!". No entanto, era um exímio químico, anatomista, geologista, esgrimista, boxeador e lutava com bastão, além disso, conhecia todos os contos de literatura sensacionalista do século. Seu cérebro em constante atividade lhe rendia as mais brilhantes conclusões da história da literatura, ler suas histórias é pensar do início ao fim qual será o desfecho. No entanto, seu dom também era uma maldição, se via forçado a fazer uso de psicotrópicos, cocaína, ópio, além do tradicional tabaco, para aliviar sua mente, possibilitando-o parar e descansar. Em seus constantes retiros para estudos, seu violino e pensamentos eram a única companhia. Ser um geek não lhe impossibilitou ser o maior detetive de todos os tempos.

Resumindo, somos os que pensam, raciocinam mais do que a maioria, não temos roupa, classe ou crenças definidas, nem mesmo níveis intelectuais ou grupos, a única coisa que nos denuncia pode ocorrer tão esporadicamente que você nunca perceberia (as gafes), somos aqueles que acham no computador ligado a Internet uma porta aberta para um mundo muito mais amplo, somos quem programa o que vocês usam, somos quem codifica sua conta bancária ou compila sua ficha médica, somos as engrenagens pensantes desse sistema, alguns mais, outros menos. Se você um dia se pegou viajando em seu próprio pensamento, incapaz de lembrar sobre o que estava pensando depois, se você começou a falar desesperadamente mesmo sem notar que ninguém ouvia, se você já olhou para algo e pensou "como isso funciona?" e foi atrás descobrir, perguntar, você olha Arquivo X ou Jornada nas Estrelas, basta uma dessas características, mesmo pequena, e você é um candidato a Geek! Bem vindo!

Atitudes

Um pequeno esforço pode valer uma sensação boa de ter cumprido algo da melhor maneira possível.
Hoje vamos falar sobre atitudes. O ser humano interage, essa é a base de nossa sociedade, as relações que se desenvolvem entre as pessoas. Somos seres sociais e vivemos em grupos, com exceção de alguns eremitas e pessoas que, por opção ou necessidade, de certa forma se isolaram, as pessoas tendem a procurar um lugar comum para ficarem mais pertos umas das outras. Analisando as condutas humanas, é fácil perceber que dentro de um grupo ou mesmo fora dele, essas atitudes interferem nas vidas de quem está ao redor. O que fazemos provoca efeitos, e é interessante analisar os efeitos de nossas atitudes, começando nos relacionamentos amorosos, passando pela família, escola, trabalho, amigos, sociedade.


Basta uma pequena atitude para desencadear uma sequência de eventos que podem ser destrutivos ou construtivos, e agariar amigos e inimigos para nosso rol extenso de relações. Certamente todos gostariam de acertar sempre em suas atitudes, de forma a construir sólido padrão de amizades e se sentir bem em meio aos que os rodeiam, mas não é assim. O fato é que humanos erram, somos guiados por uma mistura caótica de sentimentos e raciocínio, nem sempre convivendo em harmonia dentro de nosso ser. Dessa forma, podemos hoje acertar de forma apurada e constante, e amanhã errar e estragar quem sabe tudo o que foi construído no dia anterior.


Se fôssemos capazes de raciocinar antes de cada ação, seria extremamente fácil perceber os múltiplos erros que estaríamos prestes a cometer. Quem sabe, se tomássemos conhecimento dessa gama variada de atitudes errôneas, poderíamos evitá-las, tornando nossa vida uma organizada sequência de atitudes corretas, amigos e uma sociedade melhor. Será?! Eu acho pessoalmente que não! O humano é, acima de tudo, um ser vivo, pensa, fala, age, o fato é que somos movidos por bem mais do que nossa racionalidade. Somos o resultado de uma combinação temperada por instintos, medos, inseguranças, egoísmo e tantos outros sentimentos, emoções que se desenvolvem de maneira diferente dentro cada um de nós, nos tornando diferentes, especiarias que tornam nossa vida algo que vale a pena. Isso é personalidade.


A sociedade é acima de tudo uma procura incessante por diferenças, pois não há outro ser que pense, aja e seja como eu, como você. Nós somos diferentes, e isso é o que nos torna especiais, interessantes. O caos organizado em que vivemos nos revela uma necessidade intrínseca de nos relacionar e sentir tudo que podemos, alguns de forma mais acentuada, outros não. Em resumo, nós procuramos sim a organização, mas o tempero da sociedade é a diferença, o conflito, a emoção da descoberta a cada dia.


Será que você agiu certo?

A química dos sentimentos

Na guerra dos sexos, os hormônios são os generais: eles geram a energia bioquímica que produz as emoções e a atração afetiva e sexual entre as pessoas.
(retirado da introdução do livro Química do corpo: Hormônios e amor / Body chemistry: Hormonally yours, por Kimberley Littlemore)

É um fato, nós somos incríveis laboratórios ambulantes em que reações químicas de complexidade inexplicável estão acontecendo o tempo todo, e estas transformações de elementos determinam nossas emoções e comportamentos, regem nossa vida e nos guiam. Os hormônios, essas substâncias incríveis descarregadas em nossa corrente sanguínea e que atuam de forma tão espetacular em nosso organismo. Hormônios definem se somos homens ou mulheres, nossa voz, nossa expressão, nosso comportamento, nossas emoções e nossas capacidades. Essas substâncias determinam, por incrível que pareça, cada sentimento, amor, ansiedade, medo. É difícil (pelo menos para mim) pensar que somos governados por emoções que na verdade são geradas por elementos químicos em transformação em nosso corpo, e essa dificuldade é plausível, visto que o ser humano controla a natureza (ou gosta de pensar que o faz) e que, portanto, nosso comportamento e sentimentos poderiam ser manipulados quimicamente com a simples introdução em nosso corpo da substância certa na quantidade certa.

Cientistas do mundo todo trabalham para desvendar os mistérios de nossas emoções, mas será que devemos nos aprofundar tanto na complexa máquina que é nosso corpo, não estaríamos perdendo nossa identidade, nossa ilusão de realidade em que pensamos dominar nosso corpo e mente (quando na verdade sabemos não ter controle total). Estaríamos dispostos a saber a verdade nesse caso. Eu sou um aficcionado por Arquivo X, no começo dos episódios, uma frase me chama a atenção: "The truth is out there", "a verdade está lá fora". Sim, se procurarmos, quem sabe desvendaremos todos os mistérios por detrás de nosso cérebro, nossas glândulas, e como tudo isso se encaixa formando nossos sistemas e determinando nossas ações e sentimentos. Mas será que devemos saber? Eu acho que não. O ser humano é produto de uma evolução não vista em outras espécies, somos conscientes e temos raciocínio, isso nos afasta tanto de outros animais que os dominamos. Mas o que define um ser humano, as interações, os diálogos, os amores, as paixões, ou simples química?

Ok, eu admito, eu SEI que somos governados sim, simplesmente por substâncias químicas. Mas não é o ser humano muito mais complexo que esta simples equação... Causa + Química = Efeito? Não somos bem mais do que isso? Até onde nossa ciência e nossa curiosidade nos levarão? Será que queremos seguir nesse caminho? Eu sinceramente não quero. Quero viver nessa realidade sonhada em que sou dono do meu nariz, chorar e sorrir sem pensar que isto na verdade é adrenalina em meu sangue, sentir prazer sem analisar a quantidade de endorfina que meu cérebro está liberando. Deixar a natureza cuidar disso, ela tem bem mais experiência nisso do que nós.

Eu prefiro continuar acreditando que eu apenas... Sinto.

A moralidade brasileira

"Todos somos seres pensantes, mas os poucos que pensam sobre isso, eles chama de filósofos..."NightCrawler
Em meus textos eu já toque a "ponta" do assunto político em "A Estrutura Social dos Explorados", mas foi muito amplo e ao mesmo tempo superficial em relação à amplitude do assunto. Hoje vou falar sobre algo que está presente em nossa sociedade desde o início dos tempos, mas se apresenta de forma realmente vulgar e repugnante no Brasil. Vamos nos aprofundar um pouco no estudo da Moralidade. Esse conceito lindo do que é certo ou errado nos atos e fatos sociais, liderando lutas contra a imoralidade. Veremos que isso tudo é muito bonito, mas impraticável, vamos falar sobre hipocrisia e sobre soluções alternativas para problemas antigos, tratados desde sempre como tabus e que na verdade são bem mais simples que a compreensão de legisladores e moralistas (que assim se chamam mas não agem).

Vamos começar com uma visão crítica e superficial do "velho mundo". O continente europeu é berço da civilização moderna ocidental e foi palco dos maiores e mais importantes fatos na nossa história, somos até hoje afetados pela política, costumes e conceitos europeus. A pergunta que resta é se somos suficientemente "desenvolvidos" para lidar com as heranças e culturas e resolver problemas baseando-se nas experiências européias, ao invés de sugar seus vícios e consumos. Eu nunca estive na Europa, mas sempre fui extremamente curioso no que diz respeito a cultura e geografia européia, conversei com várias pessoas que estiveram lá, além de "viajar" virtualmente em seus sites mais famosos. Antes de começar a análise da qual farei o desenvolvimento de meu comentário, vale lembrar que o Brasil foi colônia portuguesa, e Portugal é Europa, sendo assim, temos raízes européias de nascença (apesar que na verdade eram enviados para cá gente que 1. Tinha dinheiro e má-fama 2. Ladrões 3. Trapaceiros) e pequenos ramos espalhados por toda a Europa, principalmente depois da II Guerra Mundial, com as imigrações.

Vamos tomar como exemplo a Holanda. Um país desenvolvido, altos padrões de vida, uma política relativamente estável e uma população relativamente pequena comparada à nossa gigante pátria-mãe, possui seus defeitos, como não poderia deixar de ser, mas que país é perfeito? (apesar que alguns acham que são, né Tio Sam). Voltando a Holanda, vamos ao que interessa, as drogas são legalizadas, e se você quiser se chapar com conforto, existem salões destinados ao consumo de ópio (do qual deriva a heroína). Se quiser comprar um pouco de diversão, tudo bem, a prostituição também é legal, e algumas ruas possuem vitrines vivas de sexo ao seu dispor. Isso vai contra muitos princípios, com certeza, religião, moral, costumes, blablabla. Sejamos OBJETIVOS, lá não existe narcotráfico, cafetões espancadores e violência em favelas, não correm riscos com balas perdidas nem assaltos constantes, não são vítimas da violência constante da guerra entre policiais e bandidos, e garanto que a contagem de baixas é relativamente pequena.

Agora vamos ao Brasil, nosso exemplo de moral. Temos leis rígidas contra prostituição, porte e consumo de entorpecentes, roubo, furto, sequestro, na verdade quase tudo é previsto em nosso extenso e ineficiente ordenamento jurídico, mas quase nada é cumprido. O narcotráfico é uma potência, sustentada pela mesma sociedade que paga os impostos que mantêm nossa despreparada polícia nessa guerra desleal contra um rico, bem preparado e cruel comando em favor dos traficantes, as vítimas do fogo cruzado são contadas aos milhares, fora a violência gerada pelo consumo abusivo de drogas de forma oculta por jovens e adultos. Nossa sociedade tolera que milhares de crianças e adolescentes fiquem nas ruas cheirando cola e assaltando, tolera roubos de milhões dos cofres públicos, mas mantêm na cadeia o preto velho e novo que estava no lugar errado, na hora errada. Soltamos suspeitos por impossibilidade de leitura clara de uma nota vinda de uma das maiores autoridades judiciárias, um desembargador (ver Fantástico, rede Globo, www.globo.com/fantastico, de 25 de Maio de 2004, sobre o erro judiciário que possibilitou a fuga de um dos suspeitos do assassinato do empresário Schincariol), nosso Brasil que não tolera prostituição e que possui uma igreja católica atuante na defesa da moral. Ao mesmo tempo, o país que faz filmes basicamente sobre favelas e prostituição, prega uma época destinada a libertinagem física e sexual como o Carnaval (nada contra) e possui tantos ricos na cadeia como existe água no deserto.

Essa falsa moralidade me enoja, temos na TV mulheres mostrando o corpo e com movimentos obcenos, usando roupas que cobrem, mas apenas cobrem o principal, e ainda colam tanto que dá prá ver os relevos. Temos novelas com traição e sacanagem explícita, mas defendemos a moral e os bons costumes. Temos a luta da polícia contra os traficantes, quando na verdade sabemos que só existe oferta para o que é demandado, a droga existe pois existe alguém para consumí-la. Quando seremos objetivos, deixaremos de fingir que a moral que a igreja, os legisladores e os moralistas pregam nunca saiu do papel e é preciso uma abordagem diferente do problema. Quando iremos aprender com os erros dos outros ao invés de quebrar a cara? Já dizia a popular frase "Burro é aquele que persiste no erro, Inteligente é o que erra e não repete o erro, Sábio é aquele que vê os erros dos outros, e não comete o mesmo erro." Por isso, serei radical nesse comentário, LEGALIZE as drogas, deixe morrer se quiserem, invista em informação e recuperação de quem se arrepende, LEGALIZE a prostituição, faça impostos para que sejam usados na recuperação de lares e famíias destruídas por esses problemas que NÃO VÃO AUMENTAR, pois sempre estiveram ali, ao nosso lado, DESTAPE ESSA CORTINA QUE ENCOBRE A OBSCURIDADE da nossa sociedade. Sem ver a ferida, não há como tratá-la.

A estrutura social dos explorados

Fomos criados como uma forma viva de domínio e permanência da ordem social estabelecida por quem possui o poder. Alimentados com a falsa ilusão de que somos nós que "governamos", nós fechamos esse círculo criando nossos filhos para se encaixarem nesse sistema e vivendo nossas vidas sem olhar para a "grande pintura", nos concentrando apenas em nós e nosso reduzido círculo de atuação e fechando os olhos para o sistema no qual somos apenas uma engrenagem bem ajustada nas mãos de que domina.

Nós somos, desde cedo, ensinados a escolher uma profissão, de acordo com nossas aptidões, ou de acordo com as possibilidades financeiras e sociais em que fomos criados. Isso garante que dificilmente uma "quebra" das camadas sociais ocorra, e caso ocorra, garante que isso não seja levado adiante. Um sistema capitalista selvagem separa quem trabalha de quem explora o trabalho. As aparências são mais importantes do que a atuação e somos levados a crer que nossa vida é boa enquanto na verdade somos instrumentos nas mãos de quem está no topo. A camada intermediária é que promove o equilíbrio desse sistema.

Vamos fazer uma comparação idiota. No sistema de ações, os grandes investidores são chamados tubarões, e os pequenos aventureiros das bolsas de valores são os sardinhas. Isso é a parte "visível" do sistema, que diz existirem essas duas grandes divisões, enquanto na verdade existe outra. Em breve pesquisa notei que na verdade existem mais duas divisões: Os baleias e os plâncton. Baleias, imensas, lerdas, os maiores animais, sustentados em meio ao oceano. O plâncton, criaturas minúsculas, quase insignificantes, que existem em incontáveis quantidades, quase homogêneas e imperceptíveis em meio ao ambiente. No entanto, do que se alimentam os maiores animais do planeta? De alguns dos menores seres do mesmo. Perceba aqui um sistema diferente, escondido, no qual os grandes, realmente grandes, sobrevivem as custas dos pequenos, insignificantes, imperceptíveis.

A nossa estrutura social não é muito diferente, os grandes, poderosos, estão lá, sentados, se movendo lentamente e mantendo sua posição, e os miseráveis, em condições de sobrevivência, trabalhando com rapidez para alimentar os grandões. Enquanto isso, eu e você (sim, pois se você está lendo isso, tem Internet, o que significa que você é provavelmente parte da camada intermediária) somos a balança que evita que esse sistema caia. Essa camada intermediária é responsável pela manutenção do sistema, a classe média, promovendo constantes trocas, nas quais de tempos em tempos um ser se desloca para cima, enquanto milhares se deslocam para baixo, equilibrando o que chamo de "Balança Social". Mas essas transições são invisíveis, pois quem desce, tem possibilidades IMENSAS de nunca mais subir, e se o fizer, permanecer na camada do meio, e quem sobre, é, esses DIFICILMENTE descem, que motivo eles teriam para fazer isso? E se o fizerem, voalá, camada intermediária. Só que esse jogo é invisível, você pode ter colocado na sua mente agora a imagem de que o "poderoso" que eu falo é, por exemplo, o Presidente, ERRADO! E que o miserável é o favelado, DUPLAMENTE ERRADO. O poderoso não existe em nosso mundo, ele está lá, quieto, se alimentando e crescendo, são os caras que dominam os grandes acordos internacionais, maiores que países e nações, maiores que tudo, são os que detêm o poder econômico verdadeiro, capazes de provocar guerras e desviar condutas de líderes mundiais apenas para satisfazer um interesse. E os pequeninos? Eles estão nas fábricas de Taiwan e China, trabalhando 16 horas por dia para fabricar nossos artigos de 1,99.

Enquanto isso, nós mantemos o jogo, nessa camada do meio, votando em líderes que serão dominados pela força econômica invisível e nos satisfazendo em não estarmos ainda mais abaixo, com o plâncton. Sabe de uma coisa, não é tão ruim, a verdade pode assustar, ainda mais se pensarmos demais nela. Somos cativos felizes vivendo nossas limitadas vidas e mantendo isso tudo... Funcionando.

20 e poucos anos

Cada experiência, uma lição, cada ano, mais e mais lições, espero que tenha aprendido todas até agora.
A vida de todos é repleta de acontecimentos que marcam de alguma forma a maneira como pensamos e sentimos. Nossa maior carga são nossos traumas e nossas boas lembranças, esse fardo nos influencia, dirige por vezes nosso pensamento e tem relevante peso em nossas decisões. Tudo o que fazemos deriva indiretamente do que passamos e marcou nossa tragetória. Hoje falemos um pouco sobre essa tragetória.

Em 20 e poucos anos, eu vive bastante coisa, não foi o suficiente para efetivamente me colocar em uma posição favorável ou me dar estabilidade , nem emocional, nem financeira, mas eu creio que vivi o suficiente para escrever um pouco sobre isso. As experiências foram tantas, boas, ruins, e sempre nos pegamos achando que esta ou é a pior ou é a melhor fase de nossas vidas. No entanto, quem pensa assim geralmente não viveu tudo ainda e é demasiado jovem e imaturo para julgar tais valores. O fato é que nossas emoções, o modo como sentimos, vivemos e pensamos, muda de acordo com a idade, essa verdade é indiscutível, passamos uma constante mudança (não vou dizer evolução pois não é o caso). O que mudamos muda o modo como vivemos e isso influencia na carga que nos impomos diariamente, somos um sub-produto de como nos sentimos no momento e nos sentimos assim devido ao que sentimos anteriormente, numa cadeia que só acaba com nossa morte, mas que mantêm pequenos elos agarrados em outras vidas, pelo modo como influenciamos nelas.

Sendo assim, é fato notório que os anciões e as pessoas que nos cercam que viveram mais do que nós mesmos possuem uma visão de vida bem diferente, mais repleta de experiências, um julgamento mais efetivo baseado em muito mais informações do que nossa mente pueril e intacta quanto as grandes experiências de vida. Claro que falar isso para um jovem é jogar uma pedra sobre a água, ela cria ondas, mas estas se dispersam. O jovem em geral está certo, é decidido, tem estilo, toma suas próprias decisões, mas eu pude comprovar ao longo dos anos que meus pais estiveram certos em grande parte (para não dizer todas) das vezes em que me aconselharam. Como meu pai costuma dizer, um dia eu haveria de lhes dar razão. E ainda convencido de que isso é verdade, ainda assim me apego as minhas decisões emocionais sem base e vou contra eles. É a vida... São as gerações, aprendendo e crescendo, e como diria Elis Regina: "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".