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19 de set. de 2005

Morte

Os vivos são sempre e cada vez mais dominados pelos mais vivos.


Hoje vou falar um pouco sobre a morte. E você deve estar pensando: 'Que assunto mais mórbido, morte, eca'. Bem, sejamos sinceros, todos pensamos em morte, na nossa, na de alguém, não importa se seja nosso grande amor ou nosso pior inimigo, pelo menos uma vez já pensamos nisso, sonhamos com isso ou flashs de memória imediatamente expulsos como proibitivos de nossa frágil mente (da qual possuímos pouco mais de 10% de controle) nos invadiram como uma escuridão. A morte é o inevitável fim da vida, estamos vivos, portanto, morreremos, isso é líquido, certo, sem contestação, sem apelação, vamos morrer eventualmente. Vamos abordar dois aspectos desse tema. O que temos como conceito de 'morte' e o grande medo que aterroriza a mente humana e nos faz ter inveja de produtos de nossa imaginação, monstruosos, mas imortais.
A morte, esse pensamento nos lidera para uma seqüencia de eventos. A morte, velório, enterro, parentes chorando em cima do caixão, o adeus final diante da sepultura e a cinematográfica visita ao túmulo com foto algum tempo depois. Esse conceito nos foi passado através das gerações pelo cinema, pela igreja, pela convivência com esse meio.

Mas o fato é que a morte é o ponto final de eventos ainda mais importantes, o nascimento, a adolescência, a idade adulta, a velhice e a morte, ou no caso de prematuras ocorrências, somente algumas das fases. O interessante é que na verdade é a morte marca o fim da interação desse indivíduo com o mundo, deixando marcas indeléveis em tudo que esse ser tocou. Filhos, netos, fortunas, casas, carros, dinheiro, amores, paixões, amizades e lembranças boas e ruins formam a carga que fica, que mantêm viva a lembrança desse ser em nossas mentes. O fato é que não importa como morreremos, mas sim como aproveitaremos esse tempo de interação, afim de que essas marcas fiquem nas vidas de nossos entes queridos ou mesmo da de nossos inimigos como pessoas importantes, ou no mínimo adversário a altura. Como vivemos determina como morremos, nas palavras do Metallica: 'My lifestyle, determines my deathstyle'.


Agora, o medo da morte é inevitável, está ali, nos assombra, fantasmas, zumbis, monstros. A morte é personificada em nossos temores, e tratada como semente para nossos medos durante séculos. A pós-vida levou pessoas a adotarem medidas extremas, para garantir que na passagem seriam recompensadas (kamikazes, homens-bomba). Somos escravos desse temor, tanto de nossa parte, como da parte dos que amamos. Eu sou um aficcionado por vampiros, estudei-os, como surgiu o mito, como se desenvolveu, e até estudei os vampiros 'reais', os psi-vamps sugadores de energia. O que nos fascina, ou ao menos me fascina nessas criaturas, fora o poder exercido sobre os 'vivos', é sua total falta de temor. Eles não temem nada, pois na verdade tudo que tememos é o que poderia nos levar a morte, esta é o início e o fim de todos os temores. E essas criaturas não temem nada. Estamos presos a nossa vida de tal forma que se encontrarmos uma maneira de fugir dessa prisão, não o faríamos, pois a incerteza que mergulha o pós-vida nos deixa somente uma sensação. MEDO.

Agora me diga que nunca pensou nisso! :P

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