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19 de set. de 2005

O Amor e a Bateria do Celular

"Quem inventou o amor, me explica por favor..."
Renato Russo

O amor é algo tão complexo, uma palavra que na verdade representa uma gama tão variada de sentimentos que foi preciso sintetizá-la em um pequeno conjunto de 4 letras que podem ter (dependendo da ocasião) significado poderoso, tanto para o bem como para o mal. O amor na verdade é a tentativa humana de explicar a atração físico-química emocional de um ser para outro, isso pode ser traduzido na forma de amor materno, de casamento, de namoro. Neste pequeno texto vou me ater a forma mais "padronizada" que é o amor entre namorados (seria pretensão minha falar sobre qualquer outro), um sentimento forte existente entre 2 pessoas de sexos opostos que não possuem laços permanentes, mas dividem o fato de terem um ao outro como companhia certa e (em termos) duradoura e dedicada.

Mas com certeza você está pensando: "Onde entra a bateria de celular nisso tudo?". Bom, na verdade é bem simples, analisando de um ponto de vista técnico, veremos que os padrões da carga da bateria de celular e da força do amor estão diretamente ligados... Como? Simples... Como o amor começa? Ele é forte, irracional, indestrutível, precisa ser regado, se ver todo dia, se ligar, se beijar, CARREGAR por muito tempo dessa maneira, formando um laço forte entre duas pessoas. A bateria de celular, ao ser comprada (pode ser comparado ao ato de conhecer o "amor da nossa vida") tem que ser carregada durante um certo período (longo) de tempo para que atinja sua máxima performance, e o amor nesse período metafórico (não de 24 horas como da bateria) também tem que ser carregado ao máximo, provavelmente nesse período se registra o amor mais forte que nunca.

Agora, o tempo passa, deixar a droga da bateria carregando por períodos longos é inviável, a gente esquece, tem que sair correndo e levar o celular, a gente pluga ela um tempinho e sai correndo. O namoro esfria depois de um tempo (isso é um padrão repetido e é por isso que faço alusão a isso aqui), os namorados se vêem menos, se pegam menos, se carregam menos, em pouco tempo, temos uma bateria viciada, e um namoro decadente. Alguns talvez não concordem, realmente, existem exceções, baterias especiais que não viciam tão fácil, algumas viciam mais rápido, outras com menos facilidade, algumas na primeira carga interrompida, algumas aguentam mais tempo (isso não lembra os diferentes tipos de namoradas e namorados?) mas isso só confirma a teoria.

Aí chega uma hora em que o namoro (e a bateria) morrem, ou simplesmente não servem mais ao seu propósito, ambos, o amor e a bateria, não aguentam mais nem uma ligação telefônica (olha, que coincidência). A solução normal para a bateria é... Lixo, mas vejam o detalhe, até mesmo na hora de ir pro saco a droga da bateria merece cuidados especiais, deve ser jogada fora num lugar apropriado, da forma certa, por conter compostos químicos altamente prejudiciais (no entanto tem gente que fica anos com a mesma e não se "intoxica", isso foi um trocadilho), o amor também, o rompimento é difícil, você lembra todas as ligações telefônicas, o calor no ouvido (oops, essa é a bateria), os carinhos, os momentos juntos. Mas, como não serve mais mesmo, joga fora igual.
Mas eu digo pessoal, baseado na informação não oficial de um amigo que trabalha em Santa Maria com celulares, existe OUTRA OPÇÃO! Entre quem trabalha com baterias, todos sabem, se você deixar a bateria por alguns meses, totalmente descarregada, ela vola ao seu "status quo ante", estado original, permitindo novamente o quê? A recarga de 24 horas, e voltando a prestar seu serviço. Estranho isso não? Dar um tempo, é assim que se fala né... Você dá um tempo, e durante esse tempo, mal usa o celular (mal sai de noite), quando sai, é sempre igual, chato, e numa hora dessas, numa festa, você encontra sua "bateria antiga", está lá, sozinha, esperando, e como na primeira vez, o coração gela e a garganta trava, você toma coragem e descobre que não era o único, e num beijo, a carga total volta novamente, esse tempo (com o namoro) pode ser meses, dias, horas... Segundos...

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