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13 de out. de 2015

Ateu, cético, racional, humanista, secular - filosófico!

O que é ser ateu? É não acreditar em divindades.


Ao não acreditar em divindades, algumas conclusões se seguem, e se forma uma linha de pensamento bem interessante. Na maioria das vezes essa conclusão é baseada em evidência. Quando se começa a usar evidência como medida de veracidade, acaba-se excluindo muita coisa: espiritualidade, metafísica, sobrenaturalidade.

A única evidência que de fato se submete a testes e pode ser resultado de análise concreta é a evidência científica. O ceticismo se segue, o cético admite a dúvida, questiona tudo e requer evidência. Como a evidência científica é produto de um processo de pensamento racional, o racionalismo se segue.

Quando se usa a razão para avaliar o mundo, muita coisa muda na forma de pensamento. Quando se cai para esse lado, você questiona a humanidade, e questiona o que leva aos conflitos. Percebe que é muito difícil partir do ateísmo, ceticismo e racionalidade para a violência, pois ela é irracional, não existem evidências de que valha a pena, e só a fé cega em uma divindade, castigo ou recompensa divina pós-vida leva as pessoas a fazer atos de extrema violência, muitas vezes em detrimento próprio.

Assim, se cria um respeito muito grande pelo ser humano, seu potencial e importância, e vem o humanismo. Humanismo é "a filosofia moral que coloca os humanos como principais, numa escala de importância. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior" (Wikipedia, Humanismo). A moralidade é retirada de algumas aspectos destas filosofias (e não de livros) como a regra de ouro: aja como gostaria que os outros agissem.

Ao se colocar a importância do ser humano, o respeito pelo humano é engrandecido, novamente, com todas as repercussões. Respeito as escolhas, desde que não te afetem. Respeito as idéias, desde que não sejam impostas. A nossa sociedade protege muitos destes direitos, e chegando aos direitos, chegamos ao Estado, e automaticamente ao secularismo. Ser secular é esperar a separação entre Estado e Igreja. É esperar imparcialidade nas decisões políticas quanto a religiosidade. É não impor dogmas de forma estatal.

Então eu sou ateu, cético, racional, humanista, secular. Talvez tantas outras definições (ainda não estudadas, ou desconhecidas por mim).

Agora, algumas posições assumidas não definem exigências. Sendo assim, algumas informações:

1) Sendo ateu, eu ainda posso dizer "Meu deus!",  "deus me livre", "minha nossa senhora".

Eu fui religioso, fui teísta, fui deísta e levei muitos anos, muita reflexão e muito questionamento para chegar onde estou. Muitas destas expressões estão na minha mente, não associadas a crença, mas a emoção. Eu não voltei a acreditar por dizer uma destas frases.

2) Eu tento ser honesto, moral, mas não sou perfeito.

Ninguém é. Ponto final.

3) Eu não tenho todas as respostas, eu admito a dúvida. Mas tenho certezas, e elas podem soar insenssíveis, ou incorretas.

As posições que eu assumo são contundentes, muitas vezes. Acho que a crença cega é perigosa e deve ser extirpada e qualquer crença que pregue ou não condene explicitamente, sem dúvidas, a violência, deve ser abolida.

4) A dúvida leva ao questionamento, e o questionador é chato.

Quando se exige evidência, torna-se chato. Preciso de provas, e a contundência das provas é diretamnte proporcional ao que se afirma, quem afirma e como essa afirmação se sustenta. Se você me disser algo muito incrível, eu não vou crer. Se você não me apresentar evidência, eu vou ir atrás dela, e se não encontrar evidências confiáveis que suportem essa afirmação, eu VOU rejeitar (a afirmação, não o afirmador).

5) Tudo isso não me impede de ser eclético, tolerante, agradável, educado e respeitoso.

No mais, até a próxima.