Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

26 de nov. de 2006

Simplicidade X Mediocridade

Algumas pessoas confundem esses conceitos tão diferentes. Ser simples é bom, te torna mais acessível, mais disponível, faz com que as pessoas não se afastem. Quando você é simples, você não se importa em visitar um amigo e notar que ele ainda dorme em um colchão no chão. Você não se importa em comer miojo como janta, e nem se importa de só ter água na geladeira. Você não se importa se ele não puder ir naquela viagem, e não conta vantagem dela para ele.

Ser simples é se contentar com o básico e ver com olhos diferentes o mundo. Cada coisa boa se torna melhor se os teus padrões não forem extremamente altos. Enquanto isso, você recebe os padrões baixos com alegria e se diverte com as bobagens, fala besteira, faz besteira, aprende com esses erros e dá risada deles depois. Ser simples é saber a hora de ser engraçado, e a hora em que não tem graça nenhuma. Simplicidade é estar em contato com a parte de você que não se estressa com os limites que não podem ser mudados, enquanto luta para melhorar o que consegue. É não achar ninguém muito melhor ou muito pior que você, e respeitar os limites de cada pessoa, bem como aceitar a maneira como elas são, filtrando o que se pode aprender de bom com elas, mas sem nunca aceitar a mediocridade e a falta de caráter...

Opa, quase entrei no segundo assunto sem querer... A mediocridade. Mediocridade é aliada a outras coisas, como a falta completa de objetivo, e a preguiça. Ser medíocre é zombar da evolução que nos trouxe até onde estamos e chutar as grandes mentes pensadoras do mundo. É ser incapaz de manter uma conversa séria, e quando falar bobagem ferir os outros. É estar em outro mundo, um mundo onde nada importa, nada interessa a não ser a estupidez e a necessidade de chamar a atenção, sem se importar com o que vai ser dos outros.

Uma pessoa medíocre não sabe, não quer saber, mas fala como se fosse uma grande coisa. Engana os outros medíocres e aqueles sem força para terem seu próprio estilo e personalidade, juntam-se em grupos que veneram a própria falta de senso e inteligência, enquanto zombam das pessoas que tentam ser um pouco melhores. Sempre um passo atrás, mas sempre um degrau mais alto em nossa sociedade desprovida de interesse e curiosidade. Renegam os grandes assuntos para se aterem aos mais idiotas interesses, não ocasionalmente, por diversão, ser medíocre é viver isso. Mediocridade é não crescer, é estar sempre no mesmo nível, e não se importar com isso nenhum pouco, pois dá muito trabalho crescer.

Eu prefiro continuar sendo um Geek, e tentar melhorar, por vezes sem ser aceito, por várias vezes sem fazer "parte" do grupo social, sem me divertir com a falta de conhecimento e zombar das mentes pensadoras. Eu prefiro ser assim, meio diferente, e talvez, um pouco melhor. E conviver com pessoas que também são assim, e ainda me divertir com aqueles medíocres que nunca chegarão a entender o seu papel aqui, e nem estão aí. Eu prefiro continuar tentando aprender, mesmo sendo medíocre em certos pontos (ninguém é perfeito), mas ao menos tentar.

Valeu aos parceiros de discussões filosóficas, políticas e sentimentais... Pelo menos não estou sozinho!

21 de nov. de 2006

Ilhas

Ilhas são porções de terra cercadas de água por todos os lados. Mas por favor, isso é conhecimento geral, aprendemos em geografia nos anos iniciais.

Existe outro tipo de ilha, um tipo diferente, "ilhas humanas". Eu mesmo até sair do segundo grau era uma ilha, nunca me dei bem com os colegas, exceto raras pessoas. Sempre tive essa consciência que eu era diferente, isolado. Consertei isso com a idade, experiência e aventuras, nas quais notei que sem os outros não somos ninguém, sozinhos, somos nada.

Existem ainda outros motivos para pessoas se isolarem, egocentrismo por exemplo. Uma pessoa que se ache autosuficiente vira uma ilha, se isola, e acaba afastando as pessoas, ela não liga para o que os outros pensam, ignora o fato de que nossos defeitos são melhor percebidos pelos outros que por nós mesmos, e ignora o fato de que conviver com pessoas nos torna melhores, mais tolerantes, mais toleráveis. Essas pessoas se tornam insuportáveis, por não saberem controlar as palavras, acabam por afastar as pessoas, e ainda se convencem que estão certas com argumentos como "eu sou sincero, me aceite como sou". Viver em sociedade implica viver limites. Sua capacidade ou necessidade de se expressar acaba onde começa a necessidade da outra pessoa de ser respeitada. Deve-se controlar a língua para que ela não profira palavras viperinas e afiadas. Depois de ditas, elas não voltam. Um ferimento cura, mas uma palavra pode criar uma ferida que nunca cicatrizará. Essas pessoas se tornam amargas, e acabam machucando inocentes.

Enquanto isso, existem os doentes, um dos grandes mals do século, a depressão. Afundando cada vez mais em um vazio interior, pessoas que sofrem dessa doença terrível enfraquecem mente e espírito, e acabam machucando a si e aos outros. Falta-lhes um objetivo, e por vezes, tratamento. A mente perturbada pode causar a todos nós danos, mas esses doentes precisam de mais que apóio, elas precisam de tratamento, contra elas mesmas e uma atitude autodestrutiva que pode perder o controle. Elas não são culpadas, são vítimas.

Outras pessoas se isolam temporariamente, por terem a nítida impressão que todas as suas necessidades são supridas por um acontecimento ou companhia específica. É o caso de pessoas que começam a namorar e se isolam do resto do mundo. Grande erro pessoal, namoros e amores vão e vêm, amizades de verdade são raras e quando destruídas não voltam assim tão fácil. Além disso, manter o círculo de amizades mesmo quando comprometido com alguém é uma atitude defensiva, permite que você não se sinta tão sozinho e perdido quando (e se, porventura) a relação por qualquer motivo ruir.


Não seja uma ilha, mas não se torne um continente para não se expor demais. Seja uma Baía (sem o "H" por favor), tenha seu mundo, mas uma ligação forte e firme com o resto do mundo.