Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

30 de jul. de 2007

Quem precisa de vírus?

Hoje em dia virou coisa normal. Basta entrar em qualquer site de notícias tecnológicas e lá está a lista das 10 piores pragas virtuais, dos 10 worms, vírus, trojans e etc mais perigosos que rondam nossa querida Internet.

Sempre pensando em proteção, milhares de programadores ao redor do mundo criam soluções anti-spam, anti-virus, anti-spyware (não sei se vai travessão ali). Mas eu digo, por experiência, depois destes 9 anos lidando com computadores. Nenhum vírus ou programa malicioso é pior que o Windows. Uma piada antiga dizia que não tem como comparar vírus com o Windows, afinal de contas, vírus, acima de tudo, funcionam. Diga-se de passagem, funcionam muito bem... São econômicos nos recursos computacionais e extremamente eficientes no que fazem, além de se instalarem perfeitamente e agirem silenciosamente, necessitando programas tão especializados para serem "pegos".

Mas e o Windows? Ele é grande, gigante, um bloatware do qual não usamos nem a mínima porcentagem, e quando tentamos usar, ele nos barra, pois é um recurso muito avançado. Para que disponibilizar os drivers em separado? Vamos incorporar tudo de forma que o usuário pense que somos grande coisa. Antes que digam algo, sim, eu uso Windows, não quer dizer que goste de usar.

Na verdade, esse é o problema. O Windows faz isso, ele EMBURRECE! Esse SO esconde tudo o que acontece de mais importante no sistema, em forma de ícones bonitinhos e efeitos visuais, enquanto o núcleo apodrece de forma irrecuperável. Usar o Windows por períodos longos de tempo vicia, torna o usuário dependente da interface totalmente, enquanto afasta essa pessoa de aprender a usar essa ferramenta incrível que é o computador. Um sistema compilado para uma geração antiqüíssima de máquinas, que não usa nem a mínima porcentagem do poder computacional de uma máquina moderna, e ainda exige do hardware façanhas mirabolantes para continuar a funcionar. A cada versão, novos requisitos combinados com as grandes empresas de hardware. E os pobres desenvolvedores acabam se curvando perante essa plataforma cheia de bugs e problemas que contaminam as partes mais íntimas do sistema pois 90% dos computadores do mundo rodam esse lixo. Drivers, aplicativos avançados, controladores e sistemas de monitoramento, todos presos a uma API falsamente "fácil", e na verdade cheia de falhas de segurança.

Temo pelo futuro com esse sistema! Enquanto os usuários ficam cada vez mais preguiçosos e ignorantes, e ensinam seus filhos a o serem também. Claro que na verdade eu acho tudo isso ÓTIMO! Afinal, quanto mais ignorantes e toscos computacionais se virem frente aos avanços da informática, mais trabalho e mais dinheiro no meu bolso. Ganharia uma fortuna se fosse trabalhar como autônomo, consertando de forma simples coisas que qualquer usuário conseguiria lendo o manual.

Meu sistema por exemplo. Rodando sem falhas faz algum tempo. Resolvi investir um pouco e comprei um HD externo USB para fazer backups. Tentei usar o Norton Ghost, mas haviam erros no disco, e as imagens saíam inconsistentes. Pensei que fosse a porcaria do Windows, resolvi partir para o Linux. Adivinha. Uma cópia bit a bit do sistema de arquivos provou que na verdade o sistema estava TOTALMENTE FUDIDO. Dezenas de blocos defeituosos no disco. Mas como o sistema ainda funciona? Se a tabela está totalmente corrompida? É simples, ele vai continuar funcionando até que seja IMPOSSÍVEL RECUPERAR. Qual o motivo de não me avisar antes? Ah, isso assustaria qualquer um, imagine a mensagem "Seu sistema de arquivos possui erros e se tornou instável, como sou um software totalmente mal feito, não sei contornar estes erros e vais ter que comprar uma ferramenta cara para fazer o que eu deveria fazer". Agora estou usando o Linux para fazer backup do meu Windows, pois toda ferramenta Windows para isto provou-se ineficaz.

Mas pior que isso tudo, são os "pseudo" técnicos. Esses idiotas que aprenderam Clipper a 20 anos atrás e acham que sabem programar. Ou esses babaquinhas que são capazes de formatar uma máquina e prestam serviços por aí. Essas pessoas medíocres que todo dia apagam, de forma irrecuperável, arquivos importantes, fotos do casamento, dos filhos, das festas, pois são incrivelmente burros a ponto de não saberem recuperar essa informação. São os mesmos idiotas que não sabem colocar pasta térmica nova, e ao invés disso, trocam o processador. Ou aquele palhaço que escuta os bipes da máquina e troca a placa mãe, quando uma simples passada de borracha nos contatos da memória resolveria. São aqueles caras que gastam 5 minutos "diagnosticando" o problema, mais meia hora reinstalando e se acham competentes. Enquanto isso, falam um monte de baboseira e garantem ao pobre usuário que era realmente necessário. Isso quando não mentem descaradamente para empurrar um disco rígido novo ou troca de outra peça qualquer. Esses caras merecem o pior.

Administrador de sistema que se preza usou ou usa Linux ou outro sistema operacional decente, conhece as entranhas do Windows e é capaz de recuperar informação ao invés de apagar tudo sumariamente. Formatar é o ÚLTIMO recurso, e existem tantos outros. Alguns dias atrás passei por uma lojinha de informática que listava seus serviços, entre eles "Formatação". MINHA NOSSA, que é isso?! Agora formatar é serviço de técnico? Recuperar o sistema é que é.

Mas o problema na verdade é o Windows. Motivo? Simples. Pense comigo. No Windows, tudo é rápido e fácil, clica duas vezes, instala, usa. Se não funcionar, formata, clica duas vezes, instala, usa. Formatar é o santo graal do Windows, é colocar o sistema de volta em um estado no qual ele é totalmente estável, mas basta começar a usar por um tempo, e os problemas vem. Tenho máquinas Linux rodando a meses, sem manutenção. Eu chamo isso de "filosofia do reboot". Deu pau? Reinicia! Tudo funciona nesse estado glorioso depois do reboot, escondendo os defeitos e falhas do sistema. Essa filosofia "criou" essa geração de técnicos, que aprendeu a otimizar o "reinicia, formata, reinstala, funciona!" e cativou usuários preguiçoso. É um círculo vicioso. Computadores não foram feitos para serem desligados e reiniciados, eles foram feitos para rodar. O sistema é que é um lixo e não sabe lidar com mais de 10 horas rodando direto. Para conseguir torná-lo mais ou menos estável se gasta tempo, pesquisa e curiosidade, coisa que falta para a imensa maioria dos usuários de computador. Não estou dizendo que todos deveriam ser experts. Apenas que um pouco de leitura pode salvar tempo e dinheiro, e aprender a utilizar ao máximo as suas ferramentas de trabalho é OBRIGAÇÃO!!!

Gasto um mês configurando meu Linux, e ele nunca mais me enche o saco. Instalo o Windows em 40 minutos, e passo os próximos meses tentando fazê-lo funcionar direito.

17 de jul. de 2007

iPhone

O novo telefone da Apple está causando sensação no mundo todo. Uma campanha de marketing impecável prometeu uma revolução em termos de smartphone, enquanto legiões de fãs esperaram ansiosas o lançamento do produto no último dia 29.

Mas afinal de contas, o que de NOVO tem o iPhone?

Eu digo... Muito pouco, quase nada...

Mas como não sou de afirmar nada sem provar, vamos ver algumas das aferidas vantagens do iPhone. Primeiro, ele é um iPod, automaticamente, herda muitas das características do iPod, ou seja, bateria interna, facilidade de uso, etc. Também herda muitos dos problemas do iPod, como a bateria interna, oops, eu já citei isso... A bateria interna é uma porcaria. Significa basicamente que se viciar sua bateria, não tem jeito, assistência técnica nele. Também significa que não existe uma maneira de realmente resetar a força do smartphone, pois ele sempre vai ter a fonte de alimentação.

Quanto a memória, o iPhone dá um show. De burrice. Onde já se viu fazer um smartphone com flash interna em torno dos Gigas ao invés de simplesmente fornecer um slot e cartões de memória? Ok, eu concordo que mesmo o mais simples tem muita memória, o que é mais do que suficiente, mas vejamos do ponto de vista técnico. Se a memória interna ferrar, adivinha, assistência técnica nele. Se meu MicroSD ferrar, eu compro outro, simples, fácil, mas nada parece fácil no mundo do iPhone.

Agora, o sistema de músicas. Ótimo, iTunes, aliás, sem ter um computador é praticamente impossível usar o iPhone, pois ele precisa ser ativado, e o iTunes entra nisso. Além disso, músicas, só compradas, não dá pra simplesmente meter sua coleção de MP3 ali e ele vai tocar, a não ser que você tenha um iTunes, funcionando e tenha comprado. Que saco. Existem programas que burlam isso e permitem ao iPod tocar, mas será que isso funciona no iPhone... Não! Mais uma barra de metal na cela chamada iPhone.

Falando em prisão, o único chip que roda atualmente no iPhone é da AT&T, e o contrato de exclusividade é de dois anos, basicamente, o iPhone não vai ser brasileirizado até lá, roaming para quem quiser... Além disso, ele tem uma câmera, mas ela não filma, apenas tira fotos. A interface pode usar skins, mas somente através de um hack. Basicamente, você sai da loja tendo pago uma mini-fortuna e ainda tem que pagar para usar o troço.

A navegação web parece boa, o browser é legal e o iPhone é dotado de WiFi, novidade? Não! O Nokia N80 do meu primo tem WiFi também... É mais barato, mais bonito e muito mais funcional, além de funcionar com qualquer chip, ter Skins, sistema Symbian e rodar milhares de aplicativos e jogos. ISSO É QUE É UM SMARTPHONE. Eu me atrevo a chamar o iPhone de DUMBPHONE, porque mais idiota impossível. E mais idiota quem compra ou fica todo alvoroçado. Ainda bem que o Steve Jobs é um marketeiro de primeira e sabe usar a burrice do povo para gerar esse frenesi em torno de um aparato eletrônico tão podre.

O iPhone tem DUAS características que surpreendem. A tela de toque com multitoque, ou seja, ela reconhece vários pontos de pressão na tela, permitindo usar dois dedos para operações com imagens, etc. Realmente, revolucionário, mas não muito útil, pois precisa de uma tela enorme e de muita vontade para querer usar mais de um ponto de toque... A outra característica é o sensor de movimento, que pode reagir a movimentos do telefone com ações. Por exemplo, se o telefone tocar, e eu levar ele a orelha, ele se atende. Interessante, mas útil? Acho que não. Assim como levantar o tel atende ele, sair voando do bolso e cair de um abismo também?

Meu Motorola A1200 tem tela de toque, sistema Linux altamente customizável, Internet por cabo USB, Skins, temas, programas nativos, jogos, toca MP3 e vídeos sem qualquer restrição, e vou parando por aqui.

Em resumo, meu Motorola A1200 e o Nokia N80 do meu primo desmontam o iPhone no meio... Eu imagino que os próximos celulares, tanto da Nokia, quanto da Motorola, vão ser MUITO melhores do que o iPhone, e sem as limitações e idiotices. O que faz o marketing com cabecinhas fracas, tsc tsc.