Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

27 de ago. de 2006

Saudades

POST DERIVADO DE UM RASCUNHO CUNHADO EM 13/03/2006, QUALQUER SEMELHANÇA COM EVENTOS RECENTES É MERA COINCIDÊNCIA

Um dia todos sentiremos saudade, de quase qualquer coisa, as pequenas coisas importantes que estão ao nosso redor e que fazem tanto parte de nossa vida que não mais nos importamos com elas. Tomamos aquilo como certo. Para que valorizar algo que estará ali amanhã, e depois, e depois?

Mas um dia a gente perde isso, e sente falta, e machuca, e em momentos nada a ver, a lembrança chega (se ele(a) estivesse aqui, se eu ainda estivesse lá, se aquilo não tivesse acontecido). Mas pior que a saudade é arrependimento, e é sobre isso que vou falar hoje.

Só se dá valor ao que se tem quando se perde, é sempre assim, grandes amores que pareciam não ter sido feitos para acabar, amizades que achamos que nunca vão se desfazer, situações que parecem imutáveis, colégio, faculdade, trabalho.

Um dia, tudo acaba, e para não se arrepender, é preciso pensar naquilo como se a gente estivesse a ponto de perder, viver a amizade e o amor intensamente, nas palavras do grande Renato Russo "como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há". Não passe um dia sem demonstrar o que sente, você pode se arrepender. Diga que ama, que sente saudades, que ela está linda, que sentiu a falta dela. Dê um presente, um beijo, um boa noite, um olá.

Se amanhã uma tragédia acontecer, pense que podem ser suas últimas palavras, sempre que deixar esta pessoa, nem que seja para ir no banheiro, que a última coisa que você lembre foi que ela gosta de você, e você gosta dela, e você nunca escondeu, e sempre disse isso.

Lembre-se que pior que tudo que possa acontecer seria a culpa de ter agido de uma forma estúpida e perdido a chance. Lembre-se que isto pode acontecer para qualquer um e que é muito fácil perder as coisas que amamos.

14 de ago. de 2006

Indecisão e sofrimento

As pessoas são em geral muito indecisas. Eu sofro o tempo todo com isso. Não sei o motivo real de eu ser assim, decidido. Eu simplesmente pego uma meta e tento alcançar, seja um namoro, ou uma festa, ou qualquer outra coisa que dependa diretamente das tuas ações. Prá mim é tão fácil, você quer, você QUER, você não quer, o seu não é NÃO mesmo. É quase como um jogo binário, não tem meio termo, não tem um espaço cinza entre o branco e o preto. Se você viver "em cima do muro" não chega a lugar nenhum. Na verdade, estou começando a chegar a conclusão que isso vem diretamente da falta de auto-conhecimento. Você tem que saber como seus sentimentos funcionam... Tem que saber como funciona sua cabeça, como você sente, como não suporta. Você tem que viver para saber isso, então, eu considero que um adolescente ou coisa parecida não tem obrigação de saber. Mas se você passou dos 21, 22, você já viveu o suficiente para ter passado por algumas desilusões, alguns apertos, algumas situações que extraíram o melhor ou o pior de ti mesmo. Você se conhece.

Quem não se conhece acaba na indecisão. Eles não sabem se vão, se voltam, se querem, se não querem mais, mas isso tudo não seria problema se não fosse um detalhe que eu gosto de chamar de "a malha da vida". Nossas vidas estão entrelaçadas, juntas por inúmeras ligações. Suas ações acabam por influenciar na vida dos outros, no meio, na sociedade. Pessoas que estão próximas podem sofrer, se divertir, podem mudar, podem aceitar, podem discordar, podem viver, podem morrer, pelas TUAS ações. Nesse ponto, eu chego onde queria chegar. Você é sim, responsável por grande parte do "mundo" de outras pessoas. Como filho, namorado, irmão, amigo, você é parte da vida de dezenas de pessoas, e suas ações devem não apenas ser o melhor para ti, mas é teu DEVER fazer com que elas não afetem negativamente outras pessoas.

Todos os dias, corações endurecem, amizades morrem, e com elas a confiança, criando traumas indeléveis, levando alguns humanos a esquecerem como era BOM ser atingido pelos atos de outras pessoas. Tudo derivado do fato de que algumas pessoas não se conhecem, ficam indecisas, e não se definem. É por isso que eu sempre amei com todas as forças, eu tive UMA experiência em que eu fiz alguém sofrer por ter ficado indeciso. Me atirei em um relacionamento que começou mal, e como não podia deixar de ser, terminou pior. Eu sofri tanto ao ver o mal que causei aquela pessoas que sabia que dali em diante seria diferente.

Chego a conclusão que temos responsabilidades. Como eu li uma vez em algum lugar "FICAS RESPONSÁVEL PELO QUE CATIVAS". Essa frase fala muito, bichinhos de estimação, amigos, namoros, todos são tua responsabilidade. Não decline, não esmaeça, abrace isto, ou nem comece.

Enquanto isso, eu sigo tentando não fazer mal a ninguém.

11 de ago. de 2006

Vida

Esse post é resultado, primeiro de uma reflexão profunda em torno de meus dois últimos posts, que foram basicamente reflexos de uma raiva interior que me assolava, e tornou ambas as entradas cheias de palavrões e indignação pura traduzida em palavras. Hoje resolvi tocar em um assunto que, embora seja infinitamente mais delicado, com certeza não vai extrair o pior de mim em forma de palavras. Talvez até sirva como um alerta para quem não viu, ou não quis ver, para onde estamos indo, ou ignorou os eventos trágicos e tristes que se repetem ao redor do mundo, e até aqui, bem perto de nós.

Hoje li na Zero-Hora uma reportagem intrigante, no mínimo. Um rapaz se suicidou, após planejamento minucioso, com dia e hora marcados. Publicava constantemente um blog no qual expressava seus talentos e sua depressão profunda. Uma alma perturbada. Chegou ao ponto de pedir conselhos em fóruns sobre como se matar. E foi respondido. Infelizmente nosso mundo está repleto de pessoas que levam tudo na brincadeira, inclusive esse bem preciosíssimo, a vida. O rapaz colocou duas grelhas no banheiro, para consumir todo o oxigênio (e postou fotos do local) e deitou-se para a morte, chegando a pedir conselhos sobre como aguentar o calor das grelhas. Ele implorou conselhos sobre como morrer, e foi atendido! Que espécie de ser humano faria isso?! Enquanto isso, uma pessoa, uma garota de Toronto que acompanhou o pré-suicídio do rapaz, diligentemente acionou as autoridades locais, que acionaram as internacionais, mas a Brigada Militar, depois do comunicado da Polícia Federal, infelizmente chegou tarde, topando com o corpo morto do rapaz. Eu chego a pensar em nem culpar os coitados que responderam os posts dele na Internet, pois QUEM PODERIA IMAGINAR que ele realmente faria isso? Que alma desesperada poderia querer tirar sua própria vida? Que motivos o levaram a fazer isso? Eu lhes digo: essa pessoa estava PERDIDA.

Nos perdemos quando não sabemos mais o que dizer, para onde ir, como chegar, como nos explicar. Família? Pode ser, mas talvez não só isso, o rapaz tinha família, fazia tratamento com psicanalista, então, sua família se preocupava com ele. Orientação? Talvez, mas só isso? Acredito que não. O que faltava na vida deste rapaz, e me desculpo de todo coração com a família, que neste momento tem o coração partido, sem dúvida, era UM OBJETIVO. Todo ser humano precisa de uma base. Algo maior que ele mesmo em que se apoiar. Temos uma psiquê frágil, sucetível de falhas. Temos problemas que nossa mente não está preparada para enfrentar. Mesmo um problema pequeno pode parecer um desastre de proporções inimagináveis se você considerar a mente pueril, auxiliada pela falta de uma pilastra, de uma coluna que suporte nossa por vezes frágil percepção de realidade.

Então entro no aspecto mais relevante. Um poder superior. Não falo de religião. Falo de espiritualidade, de ter consciência de algo maior do que o acaso guia nossas vidas, de dar graças pela nossa existência, de ver esse poder manifestar-se nas crianças, na natureza, na graça e beleza de uma coisa simples em um contexto complexo. Da magia da VIDA em sua mais ampla expressão.

Se nos falta isso, não damos valor ao que temos, à nossa vida. E quando deixamos de dar valor a isso, nada mais temos, senão o vazio de uma mente perturbada por questões sem resposta e por imcompreensão condensada na pressão de sentimentos com os quais não podemos lidar, e que acabam por explodir. A questão espiritual dá equilíbrio à nossa vida, nos sustenta, nos alimenta com o néctar do "como é bom estar vivo" e nos faz dar valor a felicidade na simplicidade e na complexidade dos sentimentos que vivemos. A vida é um dom maravilhoso pelo qual aproveito para agradecer ao meu Deus, que talvez não seja o seu, ou talvez seja, mas nenhum de nós saiba, por esta dádiva.

Nosso mundo está se perdendo. Quando o materialismo, o consumismo e a ganância tomam conta, nos esquecemos dos detalhes, dos pequenos prazeres, dos filhos, das crianças, da esperança de um mundo melhor para todos. Nos fechamos em conchas herméticas das quais deixamos sair apenas desilusão e esforço para sentir menos dor. Nosso mundo cai em um abismo de suicidas, sociopatas e depressivos, enquanto as autoridades acham realmente que tem controle, e os estudiosos de nosso comportamento ainda se iludem achando que podem curar a humanidade desta doença. Ledo engano. Esse "vírus" está incrustado na própria base do ser humano, na CRENÇA!

Em crer, nos baseamos que não somos os únicos, que não estamos sós, e retirando nossa percepção de nós mesmos, acabamos olhando para o mundo com outros olhos. Prestamos atenção no próximo, na família, amigos, no esforço do trabalho diário, na convivência, no amor. Deixamos de lado nosso egocentrismo para dar valor à influência que o resto do mundo tem sobre nós. E aí notamos que eles tem o memos problema, e que dói menos saber disso do que tentar suportar o peso do mundo nos ombros. Nos apoiamos, cremos, em nós, nos outros e em algo acima de tudo isso. E deixamos a vida fluir.

Viva, e viva com a certeza de que você estando vivo, ajuda outros a viver, e deixará muita saudade quando se for. Portanto, sua vida é importante, não apenas para você, mas para o resto do mundo. Isso implica que você não detêm o direito sobre a própria vida, pois se dispor dela, acabará causando efeitos imediatos e desastrosos sobre centenas, talvez milhares de vidas, e mesmo que fosse sobre UMA apenas, isso te negaria o direito de morrer.

Obrigado a todos, por estarem vivos, e me ajudarem a viver.

7 de ago. de 2006

Jogos, cheaters e idiotas

Hoje estava jogando Counter-Strike na Internet, entrei em um servidor de São Paulo, bem rápido, estava realmente gostando do jogo. Derepente um filho da puta atravessa o mapa com super-velocidade e mata todos com facadas na cabeça. O conhecido "X-knife cheat". Já enfrentei várias vezes essa situação, geralmente saio do server. Aim-bot, x-knife, speed hacks, wall hacks, map hacks, todos trapaças utilizáveis para ganhar vantagens no jogo. Notem bem, estamos falando de um jogo, apenas isso. As pessoas geralmente jogam para se divertir. Vou tentar analisar melhor esta situação.

O que leva um sujeito a baixar e instalar um hack desses? Curiosidade? Eu acho que não! Eu isolei dois aspectos desta prática para tentar explicar isso. Primeiro, quem usa cheat é sádico, e segundo, é um perdedor.

Sádico, pois se diverte em ver a impossibilidade de ser derrotado, sua "força" superior faz com que ele seja invencível, intocável, ele é um Deus no jogo com seu hack, não precisa fazer esforço, basta clicar um botão e todos os inimigos perdem. Da wikipedia, tiramos um comportamento padrão do sádico: Se diverte ou tira prazer no sofrimento físico ou psicológico de outros seres. Egocentrismo eleva este espírito, e leva o sádico a sentir ainda mais prazer em sua prática delituosa. Em resumo, essas pessoas são, na sua maioria, perigos reais para a sociedade e deveriam estar isolados, sob tratamento psicológico e drogas pesadas sendo abusados por enfermeiros em um manicômio público enquanto dopados (esse foi meu lado sádico falando).

Um perdedor. O cheater é incapaz de ganhar usando suas próprias habilidades. Ele não aprendeu, nem quer aprender. Não quer ser bom naquilo. usa o cheat para aparecer, para criar uma ilusão desvairada de seu poder sobre os outros. Eu particularmente peço auxílio na teoria freudiana de que cheaters são impotentes sexualmente, ou incapazes, por uma condição física ou psicológica, de manter relações afetivo-sexuais, provavelmente sentem atração pelo mesmo sexo (o que explica a dominação que tentam impor) mas são incapazes de revelar (sair do armário) por medo, vergonha e falta de confiança e amor próprio. Incapazes de se realizar, utilizam o hack como um fetiche, de onde extraem prazer que lhes é negado no ambiente real. Como os drogados, quanto mais usam, mais caem no abismo. Cheaters são perdedores, em todos os aspectos. Aquele que perde, mas luta com todas as forças ou se diverte enquanto esforça-se para melhorar não é perdedor, o verdadeiro perdedor é quem ganha sem mérito, o cheater.

Continuando no aspecto psicológico por trás do comportamento humano diante dos jogos para diversos jogadores online em tempo real, estava em outro servidor (em primeiro lugar no meu time) quando um cara (que estava em último lugar) começou a nos chamar (citando nicks) de nerds e cheaters. Obviamente mexeu com nosso orgulho (não havia cheaters no momento no servidor). Dissemos educadamente que ele devia tomar no cú e aprender a jogar. Ao qual ele replicou que jogava a 2 anos, e nem queria aprender, com a frase: "O que isso mudaria na minha vida? Ganharia dinheiro? Não! Que vantagem aprender a jogar esse jogo idiota?". Notem a perceptível contradição, ele disse isso ENQUANTO JOGAVA CONOSCO! Mas por enquanto deixemos a total mediocridade dessa parte do comentário infeliz dele de lado e nos concentremos no início. O que uma pessoa ganha?! Então, vamos falar de jogos, todos os jogos. Futebol, basquete, truco, canastra, pôquer, video-game. Porque aprendemos a jogar? Óbvio, para nos divertir. E quem se diverte mais? O cara que está ganhando ou o cara que está perdendo. Novamente óbvio, o ganhador. Então porque aprender, jogar melhor e ganhar? Pelo mesmo motivo, AMPLIADO, pelo qual JOGAMOS em primeiro lugar. Para nos divertir. O que isso muda em sua vida? Jogar (bem) nos garante a sensação boa de ganhar, libera endorfinas, diminui o stress e melhora a qualidade de vida. Aumenta a coordenação motora e a capacidade de raciocínio (dependendo do jogo e regras). Nos ensina a respeitar regras e usá-las a nosso favor. Nos ensina estratégias, cria pontes neurais e ainda POR CIMA nos diverte. Ganhamos sim, e muito. Dinheiro, não, infelizmente não (a não ser no meu caso, em que os jogos levaram a curiosidade sobre informática, a curiosidade levou a profissão e hoje me sustento com isso). Mas que dinheiro compra a adrenalina e o prazer de se esforçar ao máximo e GANHAR de outro ser humano? Somos por natureza competitivos, em tudo. Se você joga um jogo a muito tempo e não desistiu por completa inaptidão para aquela prática (eu por exemplo, nem TENTO jogar futebol), você tem a OBRIGAÇÃO de melhorar, ou largar de mão.

Mas então, vem um cara e vai me dizer: "Mas é só um jogo, você não pode comparar um simples jogo ao comportamento socio-afetivo de alguém!". Ao que eu prontamente respondo: Não é só um jogo, é um ambiente virtual no qual a verdadeira face, a personalidade oculta da pessoa encontra meios de se manifestar, é um "espelho da verdade" em que mostramos quem somos no âmago de nosso ser".

Nerd? Não me considero um Nerd. Sou, sim, um Geek confesso. Gosto de informática, badulaques eletrônicos, jogos, filmes de ficção científica, desenhos animados (principalmente japoneses) e artes marciais. Mas tenho namorada (aliás, nunca fiquei muito tempo sozinho, não que eu me orgulhe, mas só para garantir que geeks também atraem o sexo oposto), tenho emprego, faço faculdade, tenho amigos da melhor qualidade e uma família maravilhosa. Tenho sim, excentricidades, mas isso é muito pessoal, a maneira como mantenho meu apartamento, a maneira como me organizo e desempenho tarefas, tudo muito da minha personalidade. Mas sem dúvida não sou um gordo sedentário babando emcima de um teclado. Em resumo, eu me considero um vencedor, em vários aspectos. E nem por isso jogo mal. Na verdade, ser bom no que se faz atrai admiração, ninguém gosta de perdedores. Seja lá o que você faça, se for o melhor naquilo, extrairá diversas e incontáveis vantagens disso. Quanto mais coisas você fizer bem, melhor.

Portanto, só para encerrar, aos cheaters, de todas as raças, de todos os lugares, um grande, imenso, sem cuspe, VAI TOMAR NO CÚ, seus viados filhos da puta desocupados estraga-prazeres perdedores inúteis impotentes.

Ao NOOB que apanhou de nós hoje no servidor, eu tenho pena de você. Desista e volte para o que você sabe fazer bem (se existir algo que você faça bem).

E aos noobs ao redor do mundo, em tudo, na vida, no aprendizado, nos jogos, no mercado de trabalho, meu recado é: "Não desistam, NUNCA! E melhorem, SEMPRE!".


Frases esparsas que merecem registro:

"Existem coisas na vida que mudam completamente a nossa visão de mundo. Uma delas é trocar o leite em caixinha pelo de garrafa plástica. É uma maravilha!"

"Sexo e muffins recheados (são mutualmente excludentes) são tudo que se precisa para liberar endorfinas no final de uma semana estressante."