Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

8 de dez. de 2012

DNS e ThePirateBay

Para quem não conhece, o The Pirate Bay é o maio site de torrents do mundo. Com um tráfego imenso, que chega a rivalizar com grandes empresas, e milhares de links magnet para se baixar praticamente de tudo.

A filosofia do KOPIMI, e que copiar não é roubar, era muito usado alguns anos atrás, e levou aos avanços que conhecemos em tecnologia hoje. E chegamos a era da Internet, onde tudo pode (e é) copiado a velocidades ridículas. Cada dia mais as pessoas procuram entretenimento no computador ao invés da TV. Eu vejo isso não como roubo, mas como evolução, a criação de mídia está mais relacionada a divulgação que ao consumo propriamente dito. Em breve os créditos serão menos importantes que o filme, não como é hoje. Enfim, Google já descobriu isso. Disponibilize o conteúdo, e venda propaganda. O Facebook entrou nessa também. Só a Apple (ridícula) é que ainda vende dispositivos super-caros para "novos ricos" ignorantes dispostos a desembolsar uma grana ridícula por uma marca em forma de maça mordida no seu gadget. Vender propaganda é o que há, gera uma sequência de eventos que leva a compras, e infelizmente, a novela não é mais vista que o Facebook...

Enfim, hoje fui procurar uma série. Lembrando que esta série no Brasil ou passa em TV por assinatura, sempre 2 temporadas atrasadas, ou na TV aberta, 4 temporadas atrasada e dublada (fica ridículo), fora que pagar assinatura por TV tendo Internet é tosco... Voltando ao assunto. O The Pirate Bay não estava acessível. Ao invés do normal resultado de queda do site, um erro de DNS da Oi. Parabéns OI! Agora vocês bloqueiam sites via DNS também. Seus imbecis. Eu dou risada disso (depois de trocar o DNS para OpenDNS e Google) pois é como uma batalha entre um velho caquético cheio da grana e um jovem lutador de MMA que ganha mesada. Ao longo do tempo, quem será que vai ganhar? Não sei. Mas espero que o velhinho se rale.

Enfim, a OI BLOQUEOU O THE PIRATE BAY. Tô vendo que vou ter que acabar contratando uma VPN eventualmente.

7 de dez. de 2012

Linux (Gentoo) e dispositivos MTP (Android e outros)

Depois de tanto tempo sem escrever, o que vem lá?! Um post técnico! Isso mesmo.

Recentemente tive meu Samsung Galaxy S2 GT-I9100 roubado. Estou rastreando o ladrão pelo Cerberus e eventualmente a polícia vai achar ele, mas isso não vem ao caso. Estava na hora de investir em um novo dispositivo. Um preço acima de R$ 1.000,00 era proibitivo visto que daqui a um ano e alguns meses recebo um novo aparelho no resgate do plano empresarial. Depois de muita pesquisa optei por um Sony Xperia P (LT22i). Ótimo aparelho, de verdade, e um preço convidativo.

Enfim, quando ele chegou acabei novamente caindo no velho problema dos novos dispositivos Android no Linux. Como não tem opção (o aparelho não suporta UMS (USB Mass Storage) mais (o S2 ainda suportava, mas era forçado) e eu precisava acessar os arquivos, e via WiFi estava muito lento. Além disso meu tablet (GT-P3100) também não possui UMS. Enfim, precisava de uma solução.

O MTP (Media Transfer Protocol) é meio quebrado no Linux. Tive muitos problemas e nenhum programa conseguia acessar o dispositivo. Depois de muito pesquisar, acabei encontrando o JMTPFS. Um ótimo programa que compilou direitinho no meu Linux Gentoo.

Transferi o binário para a pasta /usr/bin, e testei. Funcionou direitinho, via linha de comando, ele encontrou meu aparelho e montou o sistema de arquivos.

Agora, é chato ir para linha de comando para acessar os arquivos, fora que, se você esquecer de desmontar o dispositivo quando remover, vai falhar a próxima montagem. Precisava de uma maneira mais decente de lidar com isso. Entra o UDEV.

Desde que aprendi a lidar com as regras do UDEV para montar dispositivos obscuros como placas de rede virtuais para usar no QEMU uns 5 anos atrás, sempre gostei dele. Regras são intuitivas e basta um pouco de paciência para se fazer algumas mágicas. No entanto, todos os tutoriais que encontrei eram velhos, faziam menção a ferramentas deprecadas como udevmonitor, udevtest, etc. Hoje em dia o udevadm faz tudo.

Algumas dicas:

udevadm monitor
Comando para monitorar os dispositivos adicionados e removidos do sistema, útil para achar o bendito node que você precisa, para então usar:

udevadm info -a -p

E lá vem todas as propriedades do dispositivo, loucura, tudo que você precisa saber sobre ele. Primeiramente usei o identificador do dispositivo, mas depois achei melhor usar um atributo mais genérico para que qualquer dispositivo MTP pudesse ser montado automaticamente.

As regras do UDEV são autoexplicativas... Em /etc/udev/rules.d/99-mtp.rules:

ACTION=="add", ENV{ID_MTP_DEVICE}=="1", RUN="/usr/local/sbin/mountmtp mtp%k"
ACTION=="remove", ENV{ID_MTP_DEVICE}=="1", RUN="/usr/local/sbin/umountmtp mtp%k"

Bem fácil, na ação adicionar, todo dispositivo com interface MTP vai automaticamente lançar o script mountmtp (não esqueça de chmod a+x no script, para torná-lo executável):


#!/bin/bash
sleep 10
mkdir -p /media/$1
jmtpfs -o allow_other /media/$1 |& logger -t jmtpfs

Inseri um sleep para que haja tempo do dispositivo lançar o conteúdo no protocolo, como meu sistema tem depuração acionada, isso demora alguns segundos. Poderia ser menos, mas para que arriscar...

Na remoção ele simplesmente desmonta o diretório:

 #!/bin/bash
umount -v /media/$1 |& logger -t jmtpfs
rmdir /media/$1

Testado com meu ST22i (Sony Xperia P) e com um Galaxy Nexus.

9 de nov. de 2012

Tablets

Por muito tempo me perguntei para que serviria um tablet. Eu tenho um HTPC (que é minha máquina principal) e a noiva possui um notebook, portanto, em uma eventual necessidade (como de fato já aconteceu) pego emprestado o notebook e pronto. Aliado a isso, meu smartphone supre praticamente todas as necessidades básicas computacionais.

Maaaass, eu trabalho com Informática. Não demorou muito para que o pessoal começasse a fazer perguntas sobre tablets. Como funcionam? Qual o melhor? Qual a faixa de preço? O que precisa ter em um tablet para ele ser considerado "bom"? Vítima da minha profissão, cheguei a conclusão que seria inevitável adquirir um tablet. Se não tivesse nenhum outro motivo, então para poder aprender com ele.

Então, munido desta conclusão, começa a pesquisa. Afinal de contas, que tablet. Muita pesquisa e cheguei a conclusão que um tablet básico, da linha Galaxy da Samsung, seria o ideal. Primeiro por se integrar naturalmente com o meu smartphone (um Galaxy S2), e depois por ter um custo x benefício razoável.

Então não é que estou navegando na lista android-br quando alguma gentil alma anuncia uma promoção na loja virtual da operadora Vivo, quase inacreditável. Tablets cujo preço variava entre 1200 e 1500 saindo por míseros 480. Cheguei tarde para pegar o Xoom 2 ME, mas não para pegar meu Samsung Galaxy Tab 2 7 polegadas. De toda a minha pesquisa, eu sabia que queria um tablet de 7 polegadas. Segundo, sabia que queria um tablet na plataforma OMAP, favorita dos modders de plantão e suportada pela CyanogenMod. O P3100 se encaixou perfeitamente nas condições citadas, e a promoção tornou o custo x benefício dele, para não dizer ridiculamente bom, MUITO BOM MESMO.

Então, quando um novo gadget se torna disponível, automaticamente necessidades anteriores se encaixam nas possibilidades dele. Quando se compra um gadget, tem que se ter em mente os usos dele. Um eletrônico é tão bom quanto o uso que é feito dele, e o dinheiro gasto no mesmo só vale se a utilidade dele valer o esforço empregado em ganhar essa grana.

Ao meu ver, um teclado bluetooth como companhia e o tablet assume todas as funções de um notebook, com a vantagem de uma tela de toque e um peso absurdamente pequeno. Além disso um notebook se preocupa com hardware demais. Mesmo um netbook tem hardware demais, coisa que poderia ser condensada. Isso vem da filosofia x86 no final das contas, e nenhum sistema está totalmente otimizado para esse tipo de uso. É aí que entra o Android. Um sistema feito para dispositivos móveis, com gerenciamento de energia eficiente, otimizado. Um hardware que imita os smartphones, com seus sensores, que permitem ao gadget se adaptar e gerenciar melhor seus gastos energéticos. Disponibilidade imediata, sem cold boots demorados. A capacidade de se movimentar com facilidade, e estar pronto para o uso imediatamente, sem precisar sentar-se para acomodar o hardware. Com as mãos, ou até com uma mão apenas, no caso dos dispositivos menores do que 7 polegadas. Enfim, se provou o companhia ideal para viagens, cursos, aulas e palestras. A habilidade de se tornar um pendrive, a comunicação de rede em diversas formas intercambiáveis (bluetooth, wifi, 3g), localização (torres GSM, GPS, A-GPS), os diversos sensores (giroscópio, sensor de luz, sensor de proximidade, sensor magnético), câmeras (traseira e frontal) tudo em um pacote ligeiramente maior que um smartphone, o que proporciona uma tela maior (melhor leitura), e uma bateria maior (maior autonomia em standby).

Enfim, no final das contas, existem milhares de usos para um tablet.

5 de nov. de 2012

Windows 8

Hoje resolvi testar o Windows 8. Claro que aproveitei a promoção e adquiri ele por 69 reais diretamente através do programa disponibilizado pela Microsoft. Eu havia testado pouco tempo atrás o Consumer Preview, versão para avaliação do sistema, e embora não tenha ficado impressionado, não tive tanta dor de cabeça como hoje.
Antes de mais nada, o Windows disse que era totalmente compatível com meus aplicativos, talvez porque eu seja um "upgrade man" e mantenha tudo atualizado. Ele mencionou algo como não poder usar a inicialização protegida pois meu hardware não suporta, a falta de capacidade do Windows 8 para gadgets da área de trabalho e mais alguma coisa ridícula.
A primeira tentativa era atualizar sem perder nada. Tentei, diversas vezes, apenas para parar aos 90% com a mensagem SUPER INFORMATIVA "A instalação do Windows 8 falhou!". Desativei, desinstalei o antivirus, desinstalei alguns softwares, tentei novamente, nada. Mesma mensagem ridícula. Bom, se não posso manter tudo, ao menos manter meus arquivos. Nada feito. Mesmo problema. Bom, nada que um backup e restaurar depois pela "Transferência Fácil"  não resolva. Vamos começar do zero. E assim o fiz.

Instalou. Embora não tivesse nenhum programa, instalou! Bootou direitinho, pareceu até bem rápido. Aí começou o pesadelo... Não tinha rede. O CP (Consumer Preview) que eu tinha instalado antes tinha reconhecido meu adaptador de rede sem fio. Não sei qual o motivo da versão final do Sistema não reconhecer, mas enfim. Baixei o driver para Windows 7 e instalei (e funcionou, fiquei feliz, pois o suporte a hardware do W7 é ótimo e se o W8 seguisse por essa linha, tudo funcionaria). Agora eu tinha rede, e o Windows 8 "desabrochou", sim, pois o W8 sem rede não vale nada, é ridículo e confuso. A interface Metro é uma bosta, se esse não é seu primeiro computador, vais penar alternando entre o modo "Metro" e o modo normal, de Desktop (que a maioria dos aplicativos usam). A falta do menu iniciar só piora tudo, mas é apenas um paradigma, o problema todo é o Metro e sua nova maneira de lidar com a tela, boa para tablets, e horrível para quem depende do mouse para deslocar e "mirar" nos ícones.

E a surpresa. Meus dois drives externos, que possuem 99% do conteúdo que vale a pena salvar, não foram reconhecidos. Aparentemente não há solução para isso, e mesmo depois de extensiva pesquisa não consegui usar os discos. Foi-se a experiência com o W8. Pior que isso, os drives são listados como dispositivos, mas não são acessíveis, pois não são reconhecidos como discos. Teve mais hardware que também "passou batido"  embora seja suportado perfeitamente e sem downloads externos no W7. Desilusão. Como o backup estava em um dos discos, nada feito, não teria como reaver meus arquivos e configurações, é o fim do sonho para mim.

Boot via disco, para retornar o backup do W7 feito antes da instalação. Pois não é que o W8 corrompeu de tal forma o disco ao reparticionar que não permite ao próprio sistema de recuperação usar o meu backup? Desespero na alma. São 2 e 15 da madrugada e estou sem computador. Digito este post do meu tablet, que ainda bem, roda Android, pois se eu tivesse que usar a tal "Metro" no tablet a essas horas ele teria virado um "frisbee". Enquanto rezo e espero o disco tentar reparar a inicialização e quem sabe poder recuperar minhas informações ainda hoje (senão a insônia pega) eu penso que, de fato, a maldição continua. A Microsoft conseguiu fazer um novo FAIL. Eu lembro quando o W7 saiu e instalar ele era uma maravilha, pelo extremo suporte a hardware novo. Meu hardware não é velho, mas parece que a MS não sabe disso. O Windows 8, do ponto de vista deste humilde usuário, é uma merda, perdi dinheiro e tempo investindo nesse upgrade, para virar um downgrade e agora virar um desespero de tentativa de recuperação.
Obrigado Microsoft, por mais esta noite mal dormida. Achei que depois do fiasco do Vista vocês aprenderiam, mas pelo visto, o Windows 8 é o novo Vista. Novo e lindo. E uma bosta.

EDIT: Agora, 3:30 da madruga, ainda nada. Estou reinstalando o Windows 7 para ver se ele desfaz a merda que o W8 fez e me permite recuperar a imagem do sistema (que, ainda bem, está íntegra em meu HD externo). Dedos cruzados.

EDIT2: 4 da matina. A imagem não estava íntegra, algum tipo de corrupção de dados conseguiu inutilizar a imagem do sistema. E agora...

EDIT3: Vou dormir, não tem jeito, o negócio é conseguir dormir um pouco.

EDIT4: 10 da manhã. Fui buscar um cabo conversor no serviço para ver se consigo recuperar alguma coisa do backup corrompido.

EDIT5: 11:00 - O Acronis não reconhece a imagem, tentar montar o .VHD no Gerenciador de Disco me fornece um disco sem partições, a coisa tá feia.

EDIT6: 12:00 - Estou copiando os dados da imagem VHD (que o 7zip conseguiu ler) está vindo um monte de arquivos corrompidos, um monte de duplicatas e um eito de arquivos de sistema, indexação e metadados no meio... Só preciso extrair a CHAVE do Windows original para não ter que cavocar nos emails da Microsoft de 2 anos atrás...

EDIT7: 12:30 - 50 GB recuperados, o KeyFinder localizou a chave. Menos mal. Isso aliado ao backup dos dados de usuário da Transferência Fácil vai facilitar o processo de reconstrução do sistema. SÓ vou ter que reinstalar TODOS os programas... Os dados vão vir na restauração.

EDIT8: Agora vou trabalhar... E deixar o processo, que deve durar mais 1 hora e meia. Resta aguardar a surpresa quando chegar em casa daqui 7 horas.

EDIT9: Cheguei em casa, desconectei os discos e resolvi tentar bootar o sistema. Pois não é que bootou! Ufa! Tudo de volta nos seus devidos lugares, algumas corrupções do sistema e algumas correções e foi como se nada tivesse acontecido. Galera, volto a frisar: BACKUP É ESSENCIAL! Agora efetuar a limpeza das réstias da restauração dos arquivos via 7zip direto da imagem...
 

21 de out. de 2012

Trânsito

Existem regras que não podem ser quebradas. Geralmente pensamos nas regras como impostas pela sociedade e para sociedade, assim, a proteção que elas oferecem seria destinada aos outros. Acho que esse é o grande problema do trânsito, o egocentrismo. Ninguém pensa que está atravancando o trânsito, colocando os outros em risco e promovendo um comportamento errado e perigoso, que vai ser imitado pelas próximas gerações.

Algumas regras deveriam estar no Código Nacional de Trânsito e não estão. Algumas normas para fabricantes que reduziriam os acidentes se aplicadas. Vou enumerar algumas que acho essenciais:

1) Não sinalizar convergência seria punido com um peteleco na orelha. Qualquer passageiro no veículo poderia fazê-lo. Reagir seria punido com outro peteleco, dessa vez pela autoridade de trânsito, seguido de uma noite no xilindró.

2) Os veículos deveriam ser equipados com sensores no volante, acima de 40 km/h se o motorista retirasse uma ou as duas mãos do volante por mais de 2 segundos (tempo necessário para se trocar uma marcha), o acelerador seria desativado. Não é opcional usar as duas mãos no volante em alta velocidade. Não me importa se seu carro é automático/hidramático/elétrico/movido a jumento (que é você quando larga o volante para por a mão para fora da janela a 100 km/h). Tem gente que parece cachorro. Os cachorros suam pela língua e portanto quando estão com calor colocam ela para fora para regular a temperatura do corpo, imagino que tem gente que faz o mesmo, com o braço esquerdo.

3) Distância mínima do outro veículo não é opcional. Fica mais difícil ultrapassar estando “grudado” no carro da frente. Você está colocando em risco o seu patrimônio e o dos outros, e até as vidas de inocentes e a sua própria, fiasquento. Um dia ainda teremos computadores que desabilitarão com segurança o acelerador caso o veículo esteja a menos de 10m de um obstáculo.

4) Ligar o pisca alerta não exime a responsabilidade do motorista que coloca em risco os outros parando em fila dupla, tentando uma baliza quase impossível. Andar abaixo da velocidade mínima permitida é tão perigoso quanto andar rápido.

5) Os espelhos não são brinquedos, não são opcionais e devem ser USADOS. Se um motorista não tem capacidade mental de se manter antenado ao seu arredor com os espelhos, se orientar por eles e manter os olhos abertos a todo o momento, ele NÃO PODE DIRIGIR. Isso se aplica a dirigir distraído, com sono, etc.

6) Cinto de segurança deveria ter um sensor que apitasse quando não fosse usado. Mas não esse bip tosco dos carros mais modernos, deveria ter uma buzina ensurdecedora se o veículo ultrapassasse 10 km/h e todos os ocupantes não estivessem usando cinto. Se o veículo não possui o sensor, a regra do peteleco do item 1 se aplica.

Pense nos seus passageiros. Um fato que poucas pessoas sabem é que o passageiro não tem a mesma noção do veículo e das manobras que o motorista, uma coisa perfeitamente normal para o motorista pode fazer um passageiro “se agarrar ao banco” de medo.

Pense nos outros motoristas também, não atravanque o trânsito, não ande nem muito devagar nem como um louco de pressa. Não se coloque em riscos desnecessários, não seja imprudente, sinalize suas ações na condução do veículo.

Acima de tudo, passe essas regras para seus filhos. Vamos criar uma geração que não vai ter loucos no volante matando a si mesmo e aos outros pois querem impressionar alguém, chegar 5 minutos mais cedo ou testar os limites do veículo.

14 de out. de 2012

Seu animal de estimação e você...


Explicar a relação entre um cachorro e seu dono humano em termos humanos é complicado. No entanto, como em tantas outras situações, se nos distanciamos de nossas certezas, dogmas e antropocentrismo, talvez seja possível. Antes de mais nada, cachorros não sentem como os seres humanos. Nenhum bicho sente como o ser humano na verdade. A explicação é uma intrincada relação entre evolução, sociedade e relacionamentos que não cabe discutir nesse post.

Eu cheguei a essa conclusão pouco tempo atrás, quando pude perceber uma "relação" entre dois bichos ser destruída por uma intervenção cirúrgica. Na casa da minha sogra existe uma gata, uma mestiça siamês de 6 anos de idade. Na época ela ficou prenha e teve alguns filhotes. Alguns morreram, outros foram doados, mas um deles ficou "por lá". A gata se relacionava bem com ele, como é normal a uma mãe e seu filhote.

Depois do desmame, a relação entre os dois continuava sólida. Embora a mãe tivesse privilégios (como frequentar o interior da casa), o filhote estava sempre por perto, e era cuidado pela minha sogra. Mas houve uma certa preocupação. Já era a terceira ou quarta ninhada dela e não queríamos mais uma. A solução natural: castrar a gata. Uma cirurgia em uma gata que nunca havia sido transportada, nunca tinha usado uma coleira. Mas enfim, o procedimento foi executado e a gata retornou ao lar recuperada, a cirurgia tinha sido um sucesso e mesmo o trauma da recuperação na clínica não tinha afetado a relação do felino com a minha sogra ou mesmo conosco.

No entanto, assim que ela chegou, o filhote percebeu, e resolveu ir recepcionar a mãe. A gata-mãe expulsou o filhote, enfurecida. A relação dos dois se tornou instável, ela não mais permitiu que ele se aproximasse, muito menos dividisse a comida como antes. Uma mãe rejeitou seu filhote. Se olharmos em termos humanos, a idéia é revoltante. No entanto, a castração promoveu a remoção dos órgãos reprodutores, grandes produtores dos hormônios da maternidade. Sem estes hormônios, que identificavam a sua prole e instigavam um instinto protetor materno, a gata passou a não reconhecer naquele outro felino seu filhote. Ele agora era um gato macho competindo pelos recursos territoriais com ela.

Depois de um tempo a gata não mais atacou diretamente o seu filhote, a relação entre os dois até hoje é "delicada". Com uma respeitosa distância mantida, a gata assumiu o comando do território e o macho acabou se submetendo, e portanto, deixou de ser uma ameaça potencial. A gata castrada ficou mais caseira, deixou de retornar das "noitadas" com machucados de brigas e se tornou mais dócil. Não sou veterinário, mas me parece óbvio que os hormônios tiveram um papel determinante nos eventos que narrei. Serve para ilustrar a abismal diferença e semelhança entre os relacionamentos entre humanos e entre bichos.

O que me levou a escrever este post foi uma frase da noiva, no almoço: "um cachorro abandonado deve ficar confuso, pois só deu amor e carinho e agora está sozinho, rejeitado". Não. Na verdade, o cachorro não dá "amor" nem "carinho". Eu estou convencido que a melhor palavra para descrever a relação entre um cachorro e seu dono por parte do cachorro é "lealdade". O cachorro recompensa com submissão (não é amor que uma lambida representa, é submissão), lealdade (o cachorro aguarda ordens, espera comandos, quer que você oriente ele no que fazer) e trabalho (vigilância, entretenimento, guarda) uma relação que provê companhia, recursos (água, comida) e segurança. É por isso que um cão reage a violência com submissão ou agressividade, conforme seu relacionamento anterior ensinou, e também é por isso que não podemos culpar um cão agressivo, e sim aos seus donos ou a falta deles.

Embora o cachorro desperte em todos nós o sentimento de que ele é uma criança, ele não é. Ele responde de forma diferente ao ambiente do que um ser humano faria. Ele responde achando que a família humana que o adotou é uma matilha, com líderes que o orientarão em como ser útil e o recompensarão com reconhecimento, companhia, água, comida e um local seguro para dormir. Se um cachorro entra em um lar desequilibrado e sem papéis bem definidos, ele não aprende como receber as recompensas, e acaba tendo que assumir a liderança da relação, o que gera todos os problemas de comportamento que vemos por aí.

Um bicho é, antes de mais nada, um bicho. Antropormofizar este ser é uma violência, um insulto ao seu papel na evolução e aos séculos de aprimoração de nossa relação simbiótica com eles. Tendo isso em mente e aplicando no seu relacionamento com seu cão ou gato, ele será um bichinho equilibrado, se acostumará com sua rotina e se provará uma companhia agradável, um amigo inseparável e uma saudade constante. Quantos de seus amigos humanos são capazes de despertar estes sentimentos em você?

5 de out. de 2012

Luna

Alguns meses atrás, conversando com minha noiva, resolvemos ter um cachorro. Uma idéia que aumentou e nos fez conversar bastante sobre isso, durante algum tempo. Eu tinha em mente desde muito tempo que, se tivesse um cachorro, teria que ter algumas características.

Eu já tinha uma raça em mente. Sempre gostei de schnauzers. Claro que muito é estética, mas depois que pesquisei melhor sobre a raça descobri que ela é muito adaptável, carinhosa e leal, características que eu queria no meu cachorro.

Teríamos vários desafios pela frente. Moramos em apartamento, portanto o cachorro passará um bom tempo trancado em casa. Não pode incomodar os vizinhos com latidos, nem cheiro desagradável. Deve se comportar quando sairmos e manter distância dos vários equipamentos eletrônicos que possuo pela sala.

Espalhamos então que queríamos um schnauzer, não dissemos com precisão a idade ou sexo, mas eu sabia que quanto mais novo o filhote, maior a chance dele se moldar a nossa rotina. Depois descobrimos que fêmeas são mais asseadas e comportadas, devido não sentirem tanta necessidade de marcar território e brigar por parceiros.

Um belo dia, fomos chamados na clínica veterinária e pet shop. Tinham uma fêmea schnauzer de 2 meses. Fomos lá, durante todo o caminho comentando que só iríamos ver, e analisar, e deixar a decisão para outra data, com menos empolgação. Eu saí de lá com o cachorrinho no colo. É triste, irracional e lindo. Nesse dia a Luna entrou nas nossas vidas, mudou nossa rotina, nossos planos e melhorou em geral nossa existência.



Os primeiros meses de treinamento sanitário não foram fáceis. Jornal espalhado pela casa toda, cheiro de xixi e cocô, surpresas e pisões inesperados em poças. Esperamos até os 4 meses para sair com ela passear, sob conselho de nosso veterinário, para que ela tivesse a maior imunidade possível. Nunca vou esquecer da primeira noite, em que não dormi, xinguei, acordei os vizinhos com gritaria com o pobre, assustado e sozinho filhote. Queria começar certo, deixar o bichinho na área de serviço. Pobre coitado, levado de um lugar para outro para ficar sozinho no frio. Sou meio metódico com as refeições, 3 vezes por dia, sempre nos mesmos horários: 7:30, 12:30 e 19:30, como recomendava a embalagem. Para mim, acordar cedo é um sacrifício. Mas o fazia. Limpar os xixis e cocôs pela casa nos primeiros meses assim que acordava também não foi fácil. Em pouco tempo notamos que o melhor ainda era deixar ela dormir no nosso quarto (na cama dela, claro).

O bichinho sente tanto, suas emoções vem traduzidas na cauda, nas orelhas, e não na face. Isso aliado ao pelo dela, que cresceu sem restrições até os 4 meses e meio, quando fizemos a primeira tosa, para ajudar ela a não superaquecer durante os passeios. Reparem a tristeza dela quando busquei ela do segundo banho (primeiro em nosso pet shop de escolha):
 

Reparem também no tamanho. Eles crescem tão rápido. Quando finalmente o treinamento sanitário começou a ser mais light, tínhamos incidentes de outros tipos. Jornais espalhados e rasgados pela sala, revistas, sacolas plásticas. Brinquedos mordidos até soltar pedaços, roupas espalhadas e produtos adquiridos pela noiva mordidos. Acidentes sanitários são inexistentes desde os 5 meses e pouco dela, mas não descartamos até os 7 meses uma reincidência por vários motivos. Ela tem se resguardado de morder outras coisas, mas terra e papel (terra nos potes de flor, as próprias flores, os potes, papel higiênico, livros e revistas) ainda atraem ela. A fruteira teve que ser erguida, assim como as plantas.


Aqui a Luna já está grande (e de banho tomado). Passeio com ela sempre que posso, e ela obviamente me "ganha na corrida". Graças aos nossos passeios diminui meu peso e melhorei minha disposição. Hoje ela dorme conosco até acordarmos. Não importa se acordamos as 8 ou ao meio-dia nos finais de semana. Parceria para dormir (agora mesmo, depois de nossa meia hora de caminhada/corrida, tá desmaiada do meu lado). Ela sobe na cama (quem manda achar bonitinho quando são pequenos) mas não deixamos ela lá (ela tem a própria cama), mas as vezes a gente acorda e ela pulou sem ninguém perceber.

Temos muito a aprender com os cachorros. Eles vivemo o momento, não ressentem ou guardam rancor. Eles experimentam todas as sensações ao máximo, tristeza, ansiedade, medo, felicidade, carinho e saudade. Eles são como pequenas crianças, para sempre. Um dia também fomos assim, felizes, completamente felizes, ou tristes, completamente, por uma bobagem que hoje nos parece insignificante. Esses momentos felizes devem ser vividos intensamente, sob pena de acabarmos com poucos deles. Essa é a lição mais incrivel de um cachorro.



2 de out. de 2012

Segurança na Internet

Tudo é relativo. Einstein não disse exatamente isso, mas é uma realidade. E uma das coisas mais relativas que existe na atualidade é como a tecnologia é usada. De uns tempos para cá surgiram ataques fantásticos de segurança que derrubam barreiras antes consideradas inquebráveis. Hoje mesmo me deparei com uma reportagem sobre ataques a modens diretamente.

Eu tenho escutado cada vez mais frases como: "não exponho nada, não me importa se estiver sendo monitorado", "uso MSN e Outlook, e nunca tive problemas de vírus, nem antivirus uso", "não preciso de antivirus pois não faço compras na Internet", "nunca mudei as políticas de segurança do Facebook, nem sei como fazer", "baixei o Office de graça na Internet". Enquanto isso já vi pais notarem que um filho de 7 anos estava acessando pornografia. Ou uma outra criança que se expôs a um outro usuário via webcam pelo MSN. Senhas de banco comprometidas, perfis perdidos, sequestros falsos, dinheiro roubado eletronicamente. Só há uma opção inteligente: controlar o acesso e educar o usuário. E isso vale para os pais educarem seus filhos no uso da Internet, controlarem e/ou limitarem seu acesso e monitorarem ameaças, e vale também para os adultos se educarem e contratarem serviços de segurança. É um novo universo, onde todas as ameaças do mundo real existem, e estão ainda mais próximas. De quê adianta ensinar seu filho a não falar com estranhos na rua se na Internet ele fornece seu endereço a um possível sequestrador. De que adianta buscar e trazer do colégio se a rotina da família está exposta de tantas formas diferentes, ao alcance de qualquer meliante? É possível, sim, compartilhar estas informações sem se expor. O pai e mãe moderno PRECISA ter conhecimento sobre tecnologia, para proteger seus pequenos e/ou investir dinheiro nessa proteção. Mas ninguém muda a política de segurança do Facebook, ninguém usa Controle dos Pais... É triste.

Eu cheguei a conclusão que a Internet deveria ser como o trânsito. Se você der um carro na mão de um jovem ou adulto preparado, este veículo se torna uma fonte de renda, uma ajuda imensa, um meio de transporte seguro e uma ferramenta de trabalho fundamental. Pegue este mesmo carro e deixe uma criança com ele. Ensine a ligar e ir para frente ou para trás (carros automáticos então, mais fácil ainda). O que este veículo se torna na mão desta criança? Uma arma! Uma arma letal, potente e extremamente imprevisível. A Internet é a mesma coisa. Deixe nas mãos de uma pessoa ignorante ou irresponsável e esta rede maravilhosa cheia de recursos se torna uma arma. Muitas vezes apontada para a cara do usuário. Deveria ter prova para acessar a Internet, ou o usuário seria obrigado a utilizar um equipamento pré-configurado com alguma espécie de "controle dos pais" que garantisse a segurança de seus dados.

Não há desculpa para a ignorância. Já falei milhares de vezes, mas ninguém escapa com aquela desculpa: "não é minha área". Contrate alguém da área então para configurar sua rede. Empresas como o Google notaram antes de todas as outras que informação não é somente poder, é dinheiro. Na era da informação, qualquer informação é dinheiro, poder e segurança. Uma foto sua publicada na linha do tempo do Facebook pode ser usada para ameaçar sua família até por alguém de 15 anos.

Hoje com smartphones, tablets, notebooks, netbooks, ultrabooks, computadores por todos os lados, educação é mais necessária do que nunca.

Algumas dicas de segurança:

1) Use seu modem em modo bridge. Use um roteador separado do modem. Mude as senhas padrão. Contrate alguém se não souber fazer isso. Em outros tipos de conexão não-ADSL, consulte alguém sobre segurança e o que você pode fazer para aumentá-la. Consulte seu provedor.
2) Use uma suíte de segurança para Internet, que tenha antivirus, firewall, proteção de mensageiros instantâneos, email e redes sociais. Se tiver filhos, ative o controle de usuários do Windows e o Controle dos Pais em sua suíte de segurança. Cada dispositivo conectado a sua rede deve ter soluções de segurança instaladas, senão não adianta nada. Cuidado com visitantes que podem expor sua rede por serem clientes vulneráveis ou já comprometidos em sua segurança.
3) Mantenha os programas mais usados (navegadores, plugins e drivers) atualizados. Ative as atualizações automáticas do sistema operacional.
4) Não use software pirata, é como convidar um cracker a entrar em sua casa, e oferecer um cafezinho.
5) Use senhas complexas, sempre.
6) Tome cuidado com o que instala em seu computador. Eu tenho a mesma gama de software (atualizado, claro) por no mínimo 2 anos, e não "experimento" sem antes ler bastante e ter certeza que confio no desenvolvedor.
7) Integre, mas não exponha, seu smartphone precisa ter segurança, tablets também, notebooks devem ter especial atenção, ainda mais se forem utilizados fora de casa.
8) Controle o acesso a informações suas nas redes sociais. Modifique-as para que apenas seus amigos possam acessar tais informações, e não aprove qualquer um que peça sua permissão, muitos perfis fakes são criados com o simples propósito de acessar e arquivar informações sobre você.
9) Quando compartilhar algo, não use o padrão "Público". Escolha quem pode acessar tal informação.
10) Eduque seus filhos, conhecidos e parentes sobre as ameaças do mundo virtual e dissemine essas dicas, elas podem te salvar (e a eles) de muita dor de cabeça.

13 de set. de 2012

iPhone 5

Não critico mais a Apple. Decidi hoje que não vou mais criticar a Apple e suas iCoisas. Mesmo tendo noção de que a Apple em nada inova, trazendo apenas status consigo, e também com a idéia de que um smartphone que custa o que custa o iPhone deveria ser uma máquina bem mais potente, um tablet como o iPad deveria ter algum diferencial fora o fato de não ter homescreen, nem widgets, nem opções de customização, e custar, novamente, o dobro de qualquer tablet, e não ter a mesma potência. Enfim, mesmo com tudo isso, estou decidido a não criticar a Apple mais. A Apple é uma empresa. Vou me reservar, no entanto, o direito de criticar os CLIENTES da Apple. Se algum applefan vier me dizer que o iPhone 5 é melhor que meu Galaxy S2, vou fazer questão de expor tecnicamente a diferença abismal entre o iPhone e meu SGS2, como faço agora.

Lembrando, blogs daqui e dali comparam o iPhone ao Galaxy S3, mas isso chega a ser uma covardia. O S3 é uma máquina tão potente, que comparar o iPhone a ele chega a ser ridículo.

Meu S2 tem um processador de 1.2 GHz, dual core. O iPhone tem um 1GHz, dual core. 200MHz a menos em cada núcleo, e o iPhone foi lançado ontem. O S2 foi lançado e estava disponível em Abril de 2011, mais de um ano atrás. Marquem bem esse fato, pois mencionarei ele novamente. Vou me reverenciar a isso como "respeite o mais velho".

O iPhone 5 tem 1GB de RAM. O S2 também, respeite o mais velho.

O iPhone 5 tira foto panorâmica. O S2 também, respeite o mais velho.

O iPhone 5 tirou o vidro estilhaçante de sua composição, o S2 tem Gorilla Glass e tem plástico. Se cair, vai sobreviver. Mas NENHUM SMART tem vidro na composição, só o iPhone. Burrice total. Eu até hoje acho que colocaram o vidro para tornar ele mais pesado, assim, quando tirasse, podem publicar que ele ficou 20% mais leve.

O iPhone 5 tem tela de 4 polegadas. O menor smart android do mundo (meu antigo X10 Mini Pro) tinha tela de 2,5 e eu achava MUITO pequena. Meu Xperia Mini Pro tem 3 polegadas, e é ridicularmente pequeno. Todos os iPhones anteriores tinham 3,5 polegadas. A Apple não é inovadora, é cabeça-dura. Ela sabe o que é melhor para você, embora o mercado diga que não é isso, desde sempre. Ah, o S2 tem tela de 4,3 polegadas. Respeite o mais velho. Ahhh, ia esquecendo a resolução, a do iPhone é melhor. Mas NÃO É HD, blogueiros ignorantes.

O iPhone 5 tem Wireless N (o 4S também tinha, o 4 também). O S2 também. Respeite o mais velho.

O iPhone 5 tem um conector menor para dados e energia. Minha nossa, TODO MUNDO USA microUSB, menos a Apple, isso não é inovar, é atrapalhar. Pobre de quem tem uma naba dessas e tem que carregar um cabo o tempo todo. Ahh, a bateria dele não é removível, eu tenho 3 baterias pro S2, uma bateria pesa BEM menos que o cabo de carregar, e já está carregada. Que maravilha.

O iPhone 5 tem navegação curva a curva pelo GPS. O S2 também. Respeite o mais velho.

Enfim, e não  menos importante. Meu aparelho veio de graça 4 meses atrás em um plano de 24 meses. O iPhone 5 de 16GB (mesma capacidade do meu S2) sai por 199 doletas, em um plano de 2 anos, nos States. Imagina quando sair aqui. Perae, não vai sair aqui pois não é compatível com nossa rede 4G. Barbaridade.

Quem me falar que o iPhone é o melhor telefone do mundo não vai escutar tudo isso. Vai escutar apenas um: "Tá, beleza!".

10 de jul. de 2012

A partícula

Hoje como de costume acordei e li as notícias no smartphone, através do Google News. Eu gosto do Google News, da mesma forma que gosto do Google, pois ele apresenta as coisas de uma forma mais limpa, pura, imparcial. Dessa forma, consigo ler as notícias de várias fontes e verificar as diversas versões para cada fato.

A bola da vez é o Bóson de Higgs, erroneamente chamado de "A partícula de Deus". Os poucos que conhecem a verdadeira origem dessa expressão acham essas menções da imprensa muito engraçadas. Qualquer cientista não levaria a sério uma pergunta sobre essa descoberta usando esse termo. Peter Higgs, junto com outros cientistas, quando escreveu sobre a essa partícula em 1964, provavelmente não imaginava a proporção que isso tomaria e deve estar ofendido com esse uso, sendo ele em si um ateu (o termo foi cunhado por Leon Lederman). Mais informações na Wikipedia.

O bóson de Higgs é apenas mais uma peça do grande quebra-cabeça cósmico que explica matéria, energia, as origens e mecanismos do universo. Além disso, ainda não é uma certeza, como muito da nossa física moderna.

Mas vamos voltar ao assunto, navegando nas notícias me deparei com esse artigo. O autor é um defensor confesso da teoria do "design inteligente". Uma pseudociência criada para circunventar a legislação americana e permitir o ensino do criacionismo como ciência nas escolas. O artigo discute o nome da partícula e a gratidão depositada pela comunidade científica no trabalho dos cientistas, distorcendo essa gratidão até para a dita partícula. Se observarmos, provavelmente durante o anúncio ou pesquisa, nenhum destes cientistas falou nada a respeito dos comentários da imprensa sobre sua descoberta. Me atrevo a inferir que são, em sua maioria, ateus. Não vem ao caso a grande ofensa feita a eles. Vamos discutir fatos.

A teoria do design inteligente é fácil. Tudo se explica por Deus. Ele veio, e criou tudo, agora nós tentamos fazer uma engenharia reversa para entender isso. Essa missão é muito difícil, pois esse ser superior está muito além de nossa compreensão. Eu acho divertido notar como conceitos fáceis geralmente são populares. Se nossos cientistas se conformassem com a explicação fácil, ainda estaríamos na idade das trevas, governados por dogmas e igrejas ao invés de viver num estado laico, como a maioria das democracias modernas o são.

Alguns dias atrás li uma frase no Brights Net, que resume bem o que sinto sobre isso:

"Science flies you to the moon, religion flies you into buildings"


A ignorância que vem junto com a explicação fácil é o real motivo de grandes males desse mundo. Alimentados pela ignorância, dogmas e pela falta de curiosidade, governantes criam massas de manobra, profetas pipocam em todo canto e legiões de seguidores perpetuam em seus filhos essas crenças sem fundamento. Se todos se curvassem perante a explicação fácil de um poder superior que fez tudo, e acreditassem em seus mensageiros terrenos, quem sabe não teríamos sobrevivido a peste negra [1] e ainda estaríamos na idade das trevas.

Não me venha com design inteligente, é necessária uma hipocrisia e um egocentrismo MUITO grandes para acreditar nisso. Tenho uma notícia para todos: vocês não são especiais! Não são mais que carbono reunido da forma certa após o natural caos do universo errar e errar incontáveis vezes, e culminar do que está acontecendo hoje. Vocês não são eternos, não merecem um plano espiritual para ir depois de morrer. Ninguém merece. Somos uma perpetuação dos replicadores primordias que se formaram de moléculas protéicas simples incontáveis anos atrás e uma incomparável imensidão de possibilidades que a mente humana não consegue compreender em um universo que é tão velho quanto o tempo, e no qual somos o pingo no último i da última palavra da última página dessa história. Insignificantes.

Se você acredita em Deus, no Diabo, no governo ou na Grande Batata Branca, não tem problema. Mas não venha desdenhar o trabalho árduo de quem não acredita na explicação fácil justificando a sua (e minha, e nossa, da humanidade) medíocre existência como se fosse especial. Também não tente justificar seus pontos de vista como se fossem os corretos, criticando pessoas que confiam no método científico e criam todas as inovações que você usa o tempo todo, muitas vezes sacrificando tudo para isso. Graças a pessoas com mente aberta, dispostos a mudar seus conceitos diante de uma nova descoberta, é que você tem energia elétrica e uma conexão a Internet usada para escrever um artigo que liga mais para semântica do que para ciência.

[1] Peste negra - Enquanto os Judeus e outras minorias eram massacrados, gatos eram queimados junto com suas donas (tidas como bruxas) e não caçavam os ratos negros, cujas pulgas eram vetores da peste. Enquanto isso, a igreja prescrevia peregrinações aos doentes para redimir os pecados, e estes acabavam infectando vilarejos vizinhos.

17 de jun. de 2012

Perdendo as esperanças 2

Ontem começou uma discussão em uma das listas de email que eu faço parte. O tema: a Apple colocou em suas iCoisas (iOS 6) emoticons (aquelas carinhas usadas em mensagens, email, etc) com tema homossexual. Eu nem vi os emoticons, particularmente sempre digito eles, gosto do que o Gmail faz, convertendo automático com animação   :D   :)   :P   ;)   :(   ;_( ...

E aí entrou uma discussão que o Google deveria fazer o mesmo (incluir emoticons com tema homossexual no Android). Que BOBAGEM! Que BESTEIRA! O fato de alguém se dar o trabalho de implementar isso em si já é ridículo, agora querer discutir isso aí é insanidade! Emoticons em si já são bestas e somos perfeitamente capazes de nos comunicar sem eles, agora, discutir homossexualismo nos emoticons, isso é coisa de quem não tem o que fazer.

Não é preconceito, não é homofobia. A hipocrisia que reina em nossa sociedade atualmente faz com que todo mundo seja pró algumas coisas. Meio-ambiente, ninguém quer ficar do lado "politicamente incorreto". Homossexualismo, ninguém quer ficar do lado "do ódio" e "intolerância". O bullying é um dos "problemas falsos alarmados pela mídia" mais discutidos que eu já vi. E parece que tudo começou de 10 anos para cá! Vejam bem, não tenho nenhum problema com gays ou verdinhos (ambientalistas), psicólogos infantis e educadores. Enquanto todos tem TODO O DIREITO de ser como quiser, sem ninguém meter o bedelho, e de perder o seu tempo com o que bem entender desde que pague suas contas, eu também tenho o direito de achar ridículo discutir tolerância em UM SISTEMA OPERACIONAL DE SMARTPHONE.

Entre o bullying, mudanças climáticas, liberdade sexual e outros assuntos do momento, eu acabo achando que não se deveria discutir isso sem objetividade. E parece que estou sozinho...

16 de mai. de 2012

Perdendo as esperanças

Hoje como de costume fui ler as últimas notícias no Google News.

Mas o que eu li na parte de tecnologia me deixou perplexo, a notícia não é tão ruim, o problema foi o anúncio e a maneira pela qual ela veio. Hoje aprovaram uma nova lei sobre crimes cibernéticos, faltando apenas a anuência presidencial. A lei, um misto entre a Lei Azeredo (também chamado de AI5 Digital) e uma lei que tem como autor (entre outros) o deputador Paulo Teixeira, foi aprovada por unanimidade em uma sessão ridiculamente curta, mesmo o texto estando sujeito a inúmeras revisões.

Segundo um dos votantes, a Lei foi influenciada principalmente pelo episódio Carolina Dieckmann. Imaginem isso! Uma atriz global tem fotos indecentes suas publicadas na Internet e a Câmara aprova uma LEI POR CAUSA DISSO! Esse país está perdido, nunca seremos levados a sério enquanto isso continuar. Alguém lembra do episódio "Daniela Cicarelli"?

Agora cada nuvem cibernética que fizer a cagada de clicar em um link tosco em um email ridículo, preencher seus dados e/ou instalar um malware que permita acesso remoto ao seu computador pessoal estará protegida por uma lei! Que legal! Como diria o Caceta e Planeta: seus problemas se acabaram-se!

Antivírus? Firewall? Bom-senso? Prá quê? Temos a "Lei Carolina Dieckmann" para nos proteger dos cibercriminosos!

Seja uma atriz global ou o Zé Aruela da esquina que "formata PCs" para viver, todos precisam ter conhecimentos básicos se quiserem estar na Internet. Todo Internauta deveria fazer um teste, como a prova da Carteira de Motorista, sob pena de, usando uma ferramenta, colocar a si mesmo e outros em perigo. Vamos mais longe, se você já usou uma câmera digital, caixa eletrônico, dirige um carro (sim, tem um computador no seu carro, provavelmente), usa um telefone celular ou trabalha com um computador, você precisa saber o mínimo sobre como ele funciona. E não, não é pedir demais!

Mas qual o motivo? Para que você não fique vulnerável, nem sua família. E não estamos falando sobre fotos indecentes, estamos falando sobre informações pessoais, fotos normais, detalhes da rotina que podem levar a um sequestro, a dinheiro suado de sua conta bancária roubado, perigo para seus familiares e amigos.

O nosso problema é outro, mais viceral. Falta de educação! E esse PODE, de fato, ser resolvido com uma (ou várias) leis. Leis que destinem recursos de nossos suados (e ridicularmente altos) impostos para a educação.

14 de mai. de 2012

Fases e papéis

Hoje estava pensando sobre a existência em si. Tema muito filosófico, muitos pensadores gastaram anos elaborando teorias sobre isso, mas até hoje não existe uma unanimidade. Elaborei uma teoria, que embora seja minha (veio da minha cachola) pode já ter sido explorada por outro, mas não pesquisei sobre isso, se estiver plagiando alguém, juro, honestamente, não foi minha intenção.

Nós passamos por fases na vida. Essa verdade nos persegue durante toda a existência e se manifesta o tempo todo. Evoluímos sempre. Vejam bem, não confundam mudança com evolução. Embora uma geralmente acompanhe a outra, a minha teoria "ninguém muda" continua válida. Evoluímos acompanhando a situação, e embora essa situação possa durar o resto de nossas vidas e o efeito também seja duradouro, se a situação se invertesse e o ambiente fosse propício voltaríamos inexoravelmente a ser o que éramos, ou nunca deixamos de ser, na verdade.

Muitos tentaram demonstrar estas fases, usando tempo, desenvolvimento corporal e mental, situação e ambiente. No entanto, para mim, o que define nossas fases são os papéis que desempenhamos ao longo da vida. Desde o início da nossa existência, somos significativos simplesmente por existirmos. Nem que seja para desviar a luz que incide sobre nós, todos temos um papel no universo e nossa existência repercute como pedras jogadas nas águas calmas de um lago.

A primeira e mais óbvia fase, e que geralmente se aplica aos humanos, é a fase em que nosso papel é de filhos. Até uma certa idade, é tudo que temos que fazer, ser filhos. Ë uma experiência muito intensa, os primeiros anos de vida nos ensinam praticamente tudo que define nossa personalidade. Depois dessa fase, nosso papel geralmente é de estudantes. Notem que estou detalhando as fases baseado na minha própria experiência, e nem todo mundo passa por isso. Alguns sofrem mais, com fases mais complicadas, outros nunca deixam uma fase e outros pulam fases, que depois fazem falta... Enfim, como estudante, você não é mais "apenas" um filho, tem direitos, mas também tem deveres. Essa fase pode ser intercalada, e geralmente tomamos outros papéis na jornada, muitas vezes secundários ou transitórios, e capazes até de atrapalhar o nosso papel principal (por exemplo, namorado, festeiro, jogador).

O importante é nunca deixar de ter certeza de nosso papel, definir as prioridades do que somos e agir de acordo com a importância.

Se seu papel é de estudante, não deixe seu papel de festeiro com os amigos atrapalhar sua verdadeira missão e objetivo. Embora ambos sejam importantes no seu crescimento, não se deve abdicar de um papel principal por um secundário e transitório. Se seu papel é de trabalhador e provedor, não deixe seu papel de esposo ficar no esquecimento, mas não deixe seu papel de festeiro impedir de desempenhar suas tarefas, tanto profissionais como familiares. Prioridades, são essenciais.

Eu vejo todo dia gente perdida, sem objetivo na vida, cheios de ansiedade e falta de prioridades. É um desperdício um adulto sem objetivos, quase tanto quanto uma criança sem guias. Uma vida desperdiçada no que se acha importante, e no entanto, não é. A ânsia de se "viver" sem saber exatamente o que fazer, e a noção de "tempo perdido". Todo tempo é perdido, no sentido que não volta. Se você "perde" tempo em um relacionamento, ou "perde" tempo em uma festa, o sentido é o mesmo, é um tempo que não volta, nenhum tempo volta, nunca, mas se arrepender é ridículo, pois antes de mais nada, é inútil, e além disso, é frustrante. Nunca seja um frustrado. Aproveite ao máximo sua vida, seja qual fase esteja. Seja um bom irmão, pai, amigo ou blogger. Mas nunca deixe um papel secundário ser mais importante que o principal. Ao meu ver, o principal papel que qualquer homem pode ter é ser pai, e esse papel acompanha o vivente por toda sua existência, e nada é mais importante que isso. Um dia chego lá.

Não viva com ansiedade, embora tenhamos apenas uma vida, ela sempre vale a pena ser vivida, nem que seja assistindo reprises na TV ou criando a vacina para a mais terrível doença. Todos temos nosso chamado, nosso papel principal. Antes de mais nada, ache o seu. Esposo, filho, pai, profissional ou amigo. Desepenhe seus papéis. Crie a única coisa indelével, permanente e eterna enquanto dure: lembranças.

4 de mai. de 2012

Mais desventuras informáticas

Dois anos atrás, quando comprei meu HTPC, sabia que ia ter que lidar com um fator muito importante. Temperatura. A poeira de nossa terra vermelha aliada aos verões imperdoáveis com seus 32 graus celsius certamente "cozinharia" as entranhas da minha maquininha. Afim de proteger meu investimento, tive que investir um pouco mais. Encomendei um Cooler Zalman CNPS8700 LED do eBay. Optei pelo modelo LED mesmo sabendo da existência do modelo NT, que seria mais moderno, pois ao meu ver a diferença de preço não faria diferença na performance, quando muito, pelas especificações, o LED teria um fan mais rápido... Ledo engano.

O detalhe é que minha placa mãe, uma DH55TC da Intel, possui um sistema chamado PWM (Pulse Width Modulation) que controla a velocidade de todos os ventiladores do sistema. Embora os ventiladores dos chassis possuam controle de velocidade por regulador de voltagem, o da CPU não tem. A diferença entre um e outro é apenas um fio a mais no conector. O modelo LED não tem PWM, o NT tinha... Quando notei a bobagem que tinha feito, era tarde.

Para tentar consertar, acabei tendo que gastar mais dinheiro. Comprei um dispositivo chamado Nanoxia PWMX, que teoricamente converte qualquer cooler modelo normal em um cooler PWM, convertendo os sinais PWM da placa mãe em regulação de voltagem para o fan e assim permitindo o uso de um fan normal em uma controladora PWM em baixas velocidades.

Pois bem, acabou dando certo, por dois anos. Meses atrás cheguei em casa da viagem de final de semana e fui assistir um filme (Full HD, claro) e o filme começou a travar. Indignado, imaginei que o processamento estaria comprometido pelo antivirus ou sei lá, e resolvi habilitar aceleração de hardware na GPU, funcionou, o filme ficou smooth novamente, por uns 2 minutos, quando então a máquina desligou do nada, me causando o maior susto.

Ao religar a máquina, CPU OVERHEAT aparece na tela.

Abri o case, e o fan estava parado! Dei uma "ajudinha" com o dedo, ele voltou, por alguns segundos, parando novamente. Minha máquina havia funcionado o final de semana inteiro sem fan, com refrigeração passiva.

O barato sai caro, encomendei um novo CNPS8900, dessa vez com a certeza que ele é PWM, demorou uns dois meses, mas veio. Junto comprei dois reguladores de voltagem variáveis para colocar nos cases de HD e regular as velocidades das ventoinhas destes também.

Depois de instalado (para instalar esse cooler, é necessário remover completamente a placa mãe afim de afixar a moldura traseira), tudo remontado. O sistema não iniciou. Ainda bem que eu tenho backups, até dos backups. Recuperado o backup das 4 da matina do mesmo dia, tudo de volta ao normal. A noite também instalei os reguladores de voltagem nos cases externos, e o silêncio voltou a reinar na minha sala de estar. Que maravilha!

22 de abr. de 2012

Profissionais

Eu passei boa parte da minha vida estudando. Além das matérias óbvias e dos assuntos considerados divertidos por mim, passar pelo ensino fundamental, médio, superior (sem nunca ter me formado), eu estudei na maior parte do tempo Informática. Em casa e no trabalho eu tenho um conjunto de máquinas e ferramentas que me permitem usar meus conhecimentos na área. Eu sou um Informata, eu conheço tecnologia, me atualizo sobre o assunto e consigo lidar com problemas nessa área e solucioná-los com relativa facilidade.

Falar é fácil, mas hoje comecei a me dar conta do que realmente isso significa. Quando somos proficientes em algo, nos parece ridículo alguém não entender, no entanto, com o tempo e experiência é que vem essa sensação, ela nos prepara para desafios mais difíceis. É como o maratonista que, no começo de seus treinos, em tenra idade, mal conseguia correr 100 metros, e hoje consegue correr vários kilômetros.

Da mesma forma, eu encaro os problemas normais em computadores e outros dispositivos ligados a tecnologia como obstáculos fáceis. Mas o resto do mundo não funciona assim, cada um em sua própria área é um especialista, isso diferencia os profissionais do "resto". Quando alguém fica tão bom na sua área que despreza o conhecimento adquirido, simplesmente pois há tanto mais a aprender, é que se nota que ali existe um profissional. Dica, se não chegou lá, ainda dá tempo, corra atrás do que gosta de fazer e se torne um profissional.

Agora, obviamente não podemos saber tudo sobre tudo, e um profissional geralmente tem conhecimento em sua área específica, então o que fazemos quando temos um problema em uma área que nos é desconhecida, ou que não temos familiaridade? Nós contratamos um profissional, pagamos ele para utilizar seu vasto conhecimento no assunto e nos livrar do problema. Isso acontece o tempo todo. Quando ficamos doentes, vamos a um médico, quando o carro quebra, vamos para a oficina falar com um mecânico. Estes profissionais solucionam usando seu conhecimento nossos problemas, e compensamos eles pelo tempo gasto, com um pagamento.

Se você não quer gastar dinheiro contratando um profissional, vai ter que gastar tempo estudando o assunto, para tentar resolver o problema você mesmo. É por isso que temos conhecimentos básicos sobre eletricidade, para que não precisemos chamar um profissional para trocar uma lâmpada, por exemplo. Essa analogia se aplica a vários campos. Quando você toma uma aspirina para dor de cabeça, quando troca o pneu do carro. São conhecimentos básicos adquiridos que evitam que se precise chamar um profissional o tempo todo.

O detalhe é que a tecnologia está de tal forma presente em nossas vidas, que TODOS acabamos precisando ter conhecimento básico sobre ela, para podermos utilizar as ferramentas que nos cercam e que, mesmo não tendo relação direta com nossa área de conhecimento, nos permitem aplicar o que sabemos e realizar nosso trabalho, por vezes de forma mais ágil ou concisa. Agora, quando chegamos no limite do conhecimento básico, que fazemos? Precisamos chamar um profissional. Lembre-se também do escopo da profissão, todos somos contratados para um serviço específico, e qualquer coisa fora dessa atribuição é um favor. Não use um profissional como se ele fosse pago para fazer favores e nunca confunda o ambiente de trabalho com o pessoal.

Portanto, o profissional nunca deve ser menosprezado. Não existem "ajudinhas" simples. Se você chegou ao ponto de ter que chamar um profissional, ou não teve tempo de estudar o assunto para tentar solucionar o problema, ou simplesmente faltam as ferramentas necessárias para fazê-lo. Pense no tempo e talento necessário para chegar ao ponto de ganhar a vida fazendo algo exclusivamente. Embora favores entre familiares e amigos não machuquem, e a gentileza de pequenas ajudas seja sempre bem-vinda, agradecimentos também são. A ajuda que pareceu algo insignificante, que levou "um minutinho" para acontecer depende de talento, conhecimento e prática construídos ao longo de anos, quem sabe décadas de dedicação a um tema específico. Agradeça, e permaneça grato por ter um profissional ao seu lado pronto para ajudá-lo, e que fez um grande favor, emprestando seu conhecimento para resolver seu problema. Ou pague-o, a escolha é sua.

5 de abr. de 2012

30 anos, vida, morte e o blog

Hoje me senti meio envergonhado. Fui olhar algo antigo no blog e descobri que chegamos ao primeiro terço do ano e não havia escrito nada. Não que existam muitos frequentadores assíduos, mas se um dia quero fazer um livro destas postagens (pfff) preciso escrever mais.

Eu fiz uma revisão dos meus 25 anos (quarto de século) 5 anos atrás, e foi satisfatório, eu gosto de reler aquilo e ver o que mudou, o quanto mudou, e o quanto eu evoluí ou não. O autoconhecimento é uma ferramenta poderosa. Não é possível esquecer o que se viveu, tentar esconder é ridículo, nos resta abraçar o passado, aprender lições e seguir em frente. Achar uma foto da sua atual companheira com um antigo namorado deve ser um aprendizado e não uma crise. Relembrar que você já esteve no auge da forma física deve ser um alerta e não tristeza. Aprendam galera. A vida é uma só, e vale a pena ser vivida. Tomem a última cerveja do refrigerador, deixem para amanhã, vivam felizes, e não causem preocupações e stress sobre pequenas coisas que depois não farão sentido. Divaguei.

Voltando ao assunto (qual era mesmo?). Eu estava no site dos TED Talks (recomendo!) e depois de curitr mágicas com realidade aumentada e aprender sobre a vida dos plânctons, apareceu uma palestra interessante. Falando sobre a morte. Um cara que trabalhou em unidades de tratamento intensivo falando sobre a morte, e sobre como a maioria das pessoas não falam sobre ela, mesmo sendo nosso inescapável destino.

Eu falo sobre a morte, sem tristeza, sem pesar, com empatia e com um senso muito firme de realidade. Só não sou totalmente imune aos seus desígnios pois ainda não passei adiante meus genes. No mais, tenho muita certeza do que acontecerá comigo. Primeiro, sou doador de órgãos. Claro, isso presume uma morte muito específica, mas tudo pode (literalmente) acontecer. E minha cidade ainda não está preparada para transplantes, ceonvenhamos, mas vai que morro na capital. Segundo, não quero velório. Se não toparam comigo em vida, não gosto da idéia de ver a galera passando do meu lado na morte durante 24 (ou sei lá quantas) horas, causando mais tristeza aos meus parentes e amigos mais próximos. Ninguém gosta de ir em velório, confortem meus parentes em casa, que é mais alegre e menos tosco. O que restar depois das doações, se houver, deve ser cremado. Não quero ocupar espaço no cemitério, é anti-higiênico e ridículo idolatrar um monte de carbono fedido. Ao invés de flores, fotos e choros, lembrem de mim, contem minhas histórias (tenho tantas), relembrem o que fiz para vocês e vocês fizeram para mim. Se eu me for, aqueles contos mais terríveis poderão ser contados sem pudor, e quero a galera rindo. Velório já era, caixão já era, se fizerem isso comigo vão estar indo contrra tudo que acredito. Sem missa, por favor, façam um churrasco, que a pensão deve dar para pagar ao menos um. Não recolham minhas cinzas, todo mundo sabe que nos crematórios o  que sobra é uma mistura da galera que foi torrada ali, não desrespeitem minha individualidade que prezei ao longo dos anos. Mantenham esse blog, pronto!

Lembrem que prezo minha família. Nem tanto quanto gostaria, pois a sabedoria vem com a idade e passei a pensar realmente nisso faz relativamente pouco tempo. Eu sou honesto, sincero. Tal característica não é um defeito, nunca digam que foi um. Eu sou diferente. Sim, todos somos, mas eu gosto de uma discussão e se conviver comigo teremos ao menos uma, das boas. Eu confio no conhecimento, e fui atrás dele, sempre. Desafio mitos e crenças mas mantenho a mágica de não acreditar acreditando, pois há sempre algo que a gente não compreende.

Não pensem que esse post é mórbido, é uma herança, de certa forma.

PS: E por favor, se eu me for nos próximos tempos, não digam que foi premonição ou blablabla, foi COINCIDÊNCIA!