Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

5 de abr. de 2012

30 anos, vida, morte e o blog

Hoje me senti meio envergonhado. Fui olhar algo antigo no blog e descobri que chegamos ao primeiro terço do ano e não havia escrito nada. Não que existam muitos frequentadores assíduos, mas se um dia quero fazer um livro destas postagens (pfff) preciso escrever mais.

Eu fiz uma revisão dos meus 25 anos (quarto de século) 5 anos atrás, e foi satisfatório, eu gosto de reler aquilo e ver o que mudou, o quanto mudou, e o quanto eu evoluí ou não. O autoconhecimento é uma ferramenta poderosa. Não é possível esquecer o que se viveu, tentar esconder é ridículo, nos resta abraçar o passado, aprender lições e seguir em frente. Achar uma foto da sua atual companheira com um antigo namorado deve ser um aprendizado e não uma crise. Relembrar que você já esteve no auge da forma física deve ser um alerta e não tristeza. Aprendam galera. A vida é uma só, e vale a pena ser vivida. Tomem a última cerveja do refrigerador, deixem para amanhã, vivam felizes, e não causem preocupações e stress sobre pequenas coisas que depois não farão sentido. Divaguei.

Voltando ao assunto (qual era mesmo?). Eu estava no site dos TED Talks (recomendo!) e depois de curitr mágicas com realidade aumentada e aprender sobre a vida dos plânctons, apareceu uma palestra interessante. Falando sobre a morte. Um cara que trabalhou em unidades de tratamento intensivo falando sobre a morte, e sobre como a maioria das pessoas não falam sobre ela, mesmo sendo nosso inescapável destino.

Eu falo sobre a morte, sem tristeza, sem pesar, com empatia e com um senso muito firme de realidade. Só não sou totalmente imune aos seus desígnios pois ainda não passei adiante meus genes. No mais, tenho muita certeza do que acontecerá comigo. Primeiro, sou doador de órgãos. Claro, isso presume uma morte muito específica, mas tudo pode (literalmente) acontecer. E minha cidade ainda não está preparada para transplantes, ceonvenhamos, mas vai que morro na capital. Segundo, não quero velório. Se não toparam comigo em vida, não gosto da idéia de ver a galera passando do meu lado na morte durante 24 (ou sei lá quantas) horas, causando mais tristeza aos meus parentes e amigos mais próximos. Ninguém gosta de ir em velório, confortem meus parentes em casa, que é mais alegre e menos tosco. O que restar depois das doações, se houver, deve ser cremado. Não quero ocupar espaço no cemitério, é anti-higiênico e ridículo idolatrar um monte de carbono fedido. Ao invés de flores, fotos e choros, lembrem de mim, contem minhas histórias (tenho tantas), relembrem o que fiz para vocês e vocês fizeram para mim. Se eu me for, aqueles contos mais terríveis poderão ser contados sem pudor, e quero a galera rindo. Velório já era, caixão já era, se fizerem isso comigo vão estar indo contrra tudo que acredito. Sem missa, por favor, façam um churrasco, que a pensão deve dar para pagar ao menos um. Não recolham minhas cinzas, todo mundo sabe que nos crematórios o  que sobra é uma mistura da galera que foi torrada ali, não desrespeitem minha individualidade que prezei ao longo dos anos. Mantenham esse blog, pronto!

Lembrem que prezo minha família. Nem tanto quanto gostaria, pois a sabedoria vem com a idade e passei a pensar realmente nisso faz relativamente pouco tempo. Eu sou honesto, sincero. Tal característica não é um defeito, nunca digam que foi um. Eu sou diferente. Sim, todos somos, mas eu gosto de uma discussão e se conviver comigo teremos ao menos uma, das boas. Eu confio no conhecimento, e fui atrás dele, sempre. Desafio mitos e crenças mas mantenho a mágica de não acreditar acreditando, pois há sempre algo que a gente não compreende.

Não pensem que esse post é mórbido, é uma herança, de certa forma.

PS: E por favor, se eu me for nos próximos tempos, não digam que foi premonição ou blablabla, foi COINCIDÊNCIA!

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