Carpe diem
 Hoje, com 44 anos, 2 filhas lindas (2 e 6 anos), uma linda e dedicada esposa, que se esforça para fazer tudo melhor, um emprego estável e uma carreira fantástica fazendo o que gosto de fazer, a instrospecção que sempre me acompanhou desde a adolescência é diferente.
As mesmas dúvidas que sempre me acompanharam e atormentaram minha mente distraída hoje não importam mais tanto. Tudo que conquistei está intimamente ligado à minha companheira, o que torna o amor romântico tão presente, natural. O amor incondicional que reservo à minhas filhas. Estas certezas, o trabalho duro e honesto (intelectual, no meu caso) e o reconhecimento de uma carreira longa e frutífera, me dão um cansaço que leva à um sono diferente. Sonhos diferentes.
Me pergunto se estou no "meio do caminho" da vida. Se há crise de meia idade, a minha é contemplativa. A fé que tinha morrido segue uma semente regada apenas com o amor das minhas meninas. Mas esse amor é tão forte que parece até reviver esse sentimento antigo. É uma briga constante, entre o racional, enfático e construído - e o sentimental, nutrido pela inocência que só crianças cultivam e mantêm.
E no meio de tudo isso, novas conquistas, emocionais e materiais.
E apesar de ter certeza da finitude, e de questionar a cada dia o sentido de fazer tudo que faço, eu também tenho o alívio de ter um objetivo imponente: criar todas as condições para que minha família de primeiro grau cresça, melhore, seja feliz.