Comportamento, ciência, tecnologia, direito, política, religião, cinema e televisão, alguma controvérsia, algum bom senso, e um pouquinho de besteira, para dar um gostinho...

9 de jun. de 2015

Machismo e Feminismo

Eu costumava falar que era feminista, mas quando me dei conta da imbecilidade que era dizer isso, parei de imediato. Machismo também é uma idiotice, e vou elaborar mais sobre isso adiante.

Eu já comentei no blog sobre como detesto generalizações, e falei também sobre a complexidade do ser humano, motivo de admiração e certa humildade para mim. Então como podemos reduzir o gênero, generalizá-lo, sem remover partes importantes da identidade pessoal?

Recentemente, houve a explosão dos MRA (Men`s Rights Activists, Ativistas dos Direitos dos Homens), um movimento que faz tudo de errado ao tentar ir contra quem se chama de feminista. Chamaram a atenção com posts em blogs, uma greve de fome e uma conversa imbecil sobre referências ao filme Matrix (sacrilégio). Dizem que vivemos em uma ilusão e que o homem (ser humano do sexo masculino) é que a grande "vítima" da sociedade e portanto todos os recursos e holofotes direcionados exclusivamente as mulheres são errados, devem ser invertidos. São anti-mulheres.

E o feminismo? Cumpriu seu papel ao apontar as agruras vividas pelas mulheres ao longo dos séculos em que vivíamos a mercê da ignorância que pregava diferenças inexistentes, papéis irreversíveis e liberdades cerceadas. Hoje, muitas pessoas ligadas ao movimento pecam ao serem anti-homens. Caem nos mesmos pecados cometidos pelos MRAs.

Sei que também generalizo, mas é que o que mais aparece nestes movimentos são exatamente estas figuras extremas que mais atrapalham que ajudam, que focam suas atenções e esforços nos assuntos errados e travam batalhas sem fim e sem objetivos.

Eu gosto das mulheres. Vejo nelas, antes de mais nada (e pela minha orientação sexual) beleza. Vejo também a maternidade, a delicadeza e várias características positivas que rareiam entre os homens. Mas dizer que toda mulher é uma flor delicada é uma generalização simplista e tosca. Acreditar ainda que toda mulher deve gostar dessa admiração é remover sua personalidade, objetificar sua existência e ignorar a identidade que torna cada ser humano único.

O mesmo vale para o homem. Agora todo macho precisa ser rude, áspero, duro. Não é bem assim.

Há muito se sabe que o gênero não é impedimento para nada. Embora naturalmente existam diferenças fisiológicas que se manifestam pelo gênero, e historicamente o patriarcado tenha tentado sistematicamente remover direitos das mulheres, isso não justifica polarizar-se em uma dicotomia generalista simplista. É um erro, como é um erro falar em raças, como é um erro estigmatizar orientação sexual, como é um erro pregar a intolerância.

O que deve ser feito é promover inclusão, informação e educação. Sem exageros, sem "cruzadas", com bom senso.

Antes de serem homens, mulheres, ativistas, todos somos humanos. Que tal partirmos para uma igualdade, e depois para um movimento essencial, único e belo. Que tal, ao invés de machistas ou feministas, sermos humanistas?

Nenhum comentário: