Esperança para a humanidade
Tem dias em que me revolto contra a humanidade. Isso aconteceu recentemente quando me deparei com um artigo que explora a violência em Papua Nova Guiné, com raízes em crenças e superstições não diferentes de se acreditar que alguém andou sobre a água, ou curou lepra no século I. O título do artigo diz tudo: "Estamos em 2013, e eles queimam bruxas".
Algum tempo depois me deparo com uma atitude extremamente humana, como os trabalhos sociais de um grupo espírita local, e não posso deixar de pensar: se não houvesse o espiritismo, essas pessoas não fariam o bem da mesma forma? O que leva a estas crenças ridículas, baseadas em mentiras e falcatruas? Qual o motivo de não sermos humanos por sermos humanos? Os muçulmanos atacam os cristãos, e ninguém ganha absolutamente nada com isso. Tudo pois um livro escrito quando haviam apenas duas tribos no mundo conhecido pelo autor diz que deve ser assim...
Em seguida eu vejo um projeto comunitário para construir e lançar ao espaço um telescópio. Vejo um projeto participativo para testar interações entre proteínas e chegar a curas e tratamentos para doenças. Nessas horas a esperança que deposito na humanidade reacende, apenas para ser novamente devastada por uma entrevista.
Chega a doer, essa criatura diz que o darwinismo (como se a teoria confirmada de Darwin fosse um culto de alguma forma, e não uma premissa científica provada ao longo dos séculos sem sombra de dúvida) provoca segregação racial, e retira da humanidade o pensamento de que, sendo criados unicamente, devemos fazer o bem uns para os outros. Que ridículo. O que determina as regras sociais é a própria sociedade. Por isso prendemos assassinos e ladrões, e não pois está escrito em um livro que mais parece uma colcha de retalhos de diversos séculos, mexido e remexido por homens, alguns sem escrúpulos e em uma realidade totalmente diferente da atual.
O mais interessante é a argumentação de jardim de infância dela. Onde está a prova? Aqui está a prova, contundente, irrefutável, acessível! Ok, onde está a prova? É a ignorância seletiva. Se algo prova que eu estou errado, então a prova em si está errada, e não eu. A incompreensão da idade do planeta e do universo e nossa pequena participação, de poucos milhares de anos. É fácil ser humilde perante essa percepção, como todo cientista e estudioso deve ser, e não perante um ser imaginável todo poderoso e corrupto.
A compreensão de mundo pequena e limitada que temos não deve ser desculpa perante as décadas (é, não faz muito tempo) de novas descobertas, as provas estão em todo lugar. Na sua cozinha se você tem um microondas (microondas são parte do espectro eletromagnético abaixo do infra-vermelho, que não vemos, mas esquentam sua comida), as ondas eletromagnéticas são o que me permite escrever isso, conectado sem fio a Internet, seu telefone funciona por rádio, e as antenas retransmissoras por microondas, sem falar nas AMs e FMs e na TV, via rádio ou satélite (sinal vindo do espaço). E mesmo com todas essas facilidades que a ciência criou pois não acreditou na resposta simples de que um velho de barbas criou tudo e mora lá no céu (onde os satélites orbitam). Um celular funcionando condenaria seu usuário a fogueira 400 anos atrás. É inacreditável que diante de toda a evolução as pessoas ainda escolham acreditar na explicação mais fácil e criam tantos problemas com isso (intolerância, guerras, fundamentalismo, segregação sexual, racial e de classes).
Quando confrontados, os ignorantes fogem da pergunta, e se baseiam na fé. A fé que levou as guerras, inquisição, mortes incontáveis, que ainda hoje leva seres humanos a queimarem vivo outro ser humano, decapitar um "infiel", jogar aviões contra prédios e promover atentatos em maratonas.
Eu prefiro acreditar na ciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário