Eleições e a situação atual
No jogo do poder, nossa única arma são as urnas. Nossa democracia inicia e termina no voto, nossa única ferramenta de controle, única arma contra corrupção.
Ao executivo e legislativo é dado enorme poder quando eleitos, embora a oposição sempre exista, ao longo do tempo o tráfico de influência torna confortável a estadia no poder. Dilma provou em sua campanha que está preparada para fazer o impossível para ficar no poder, e todo mundo sabe para que serve isso. Para manter o assento aquecido para o Lulinha paz e amor.
Aparelhando o Estado com seus apadrinhados e corruptos, em todos os escalões, esse grupo de facínoras criou uma extensa rede de corrupção, que só foi desmantelada pois surgiram os delatores. Quando um "grandão" tenta se safar de qualquer maneira, arrasta consigo toda a podridão que infecta nosso governo atual. Qual seria o motivo destes delatores surgirem? O sapato apertou, e político nega até a morte, mesmo sob pressão, mesmo com todas as provas do universo contra eles. Negam. Sem seus "padrinhos" resta ao investigado fazer um acordo com o outro lado. Eu me safo, vou viver minha vida, e o resto que se dane. Quanto mais mídia, melhor, quanto mais falar, melhor. Quanto mais exposição, menor a probabilidade de um atentado, um "acidente" pois os responsáveis por sua segurança não querem holofotes.
Agora, a podridão está saindo pelo ladrão, e ainda assim, o populismo é forte, e consegue votos. Mas quem paga a conta, para variar, é a classe média. Os super ricos ficam cada vez mais ricos. Os Eikes e sua prole são intocáveis. Enquanto isso, a classe média paga a conta.
Conta essa que não demora a estourar. É uma conta simples pessoal: se a inflação volta não tem como reajustar os benefícios governamentais sem ir para o vermelho (já estamos no vermelho, então, afundaríamos na lama). A inflação não volta pela intervenção estatal, que suga os mesmos cofres que pagam os benefícios. É uma torneira pequena para muitos ralos, e um círculo que fecha na mesma conclusão: o colapso da economia.
Não estou dizendo que trocar de partido vai ser a solução. O Plano Real exigiu a antipatia de meio mundo e a fervorosa contrariedade dos que hoje mais colhem os benefícios do mesmo. Estou dizendo que precisamos de um plano. E distribuir dinheiro não é um bom plano. O país não tem como fiscalizar estes recursos, e mesmo que tenha, os apadrinhados do governo varrem para debaixo do tapete as falcatruas feitas com nosso dinheiro.
Muito tempo atrás fui convencido que o Bolsa Família é necessário. Mas é necessário também fiscalizar e criar critérios. Tem gente SIM fazendo mais filhos para ganhar bolsa. Tem gente SIM vendendo seus documentos e assinaturas para conseguir Minha Casa Minha Vida para endinheirados especularem os imóveis, vendendo e indo morar de aluguel novamente, servindo de laranjas. Tem gente evitando o mercado de trabalho formal pois perde os benefícios, e caindo na obscuridade do assistencialismo e trabalhando "por fora". Tem gente SIM vendendo os móveis e eletrodomésticos do Minha Casa Melhor com preços absurdos, e gente revendendo após comprar para ganhar lucro. Isso é inadmissível, e se fosse punido, seria mais difícil, mas não é.
Precisa exigências de profissionalização, fiscalização do uso dos recursos e principalmente, PRAZOS. Não dá para viver a vida inteira de assistencialismo. Alguém paga a conta.
Precisa investir em infraestrutura, em educação. Não em estatísticas positivas, mas em educação de verdade. Cotas seriam desnecessárias se as escolas públicas fossem tão boas quanto as particulares. E se alimentar a criança e não os ímpetos dos pais, o país alcançaria, em 12 anos, patamares inacreditáveis. Mas não é isso que está acontecendo. Passam analfabetos para a universidade, com desistência absurda, para não criar estatística negativa. Cotistas despreparados se formam em universidades medíocres em cursos cujo mercado está saturado, pois não tem outra opção. E temos um bando de analfabetos funcionais.
Sei que muita gente não vai concordar com o que eu escrevi, mas precisava dizer o que penso. Se o governo mudar, a oposição aparelhada vai usar de todos os seus (enormes) recursos para fiscalizar a gestão atual. O que pode ser melhor que isso? Enquanto isso a situação se prepara para perder a próxima para o populismo, e fiscalizar com mais afinco seus adversários. Quem ganha é a democracia. Somos nós. Agora, se a coisa se mantiver assim, a dívida vai ser paga por todos. A inadimplência, a inflação e os juros atingirão exatamente quem mais depende dos programas governamentais. E o país entrará em uma época sombria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário