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24 de jan. de 2007

Relacionamentos e dúvidas

Estando sozinho por um período que está para se tornar o maior desde que tinha 20 anos, começo a dar valor para companhia, alguém para se amar, se compartilhar. Mas ao mesmo tempo, estando sozinho, eu percebo com maior facilidade as rachaduras se armando em relacionamentos estáveis ao meu redor. Talvez por esta situação tirar o foco do meu "eu", começo a analisar os relacionamentos de outras pessoas, e me pergunto: afinal de contas, qual o motivo?

Quando se conhece alguém e sentimos aquele calafrio, reações químicas primitivas liberam em nosso cérebro substâncias especias, e então interpretamos essa química como a paixão. Embora tal sentimento possa ser reproduzido constantemente pela aproximação com parceiros diferentes ocasionalmente, isso é a ponta do iceberg para algo muito maior, que pode ocorrer de vez em quando, em situações especiais. É o amor. Este sim, é mais duradouro. Quem não se lembra de ter sentido falta, telefonado e escutado apenas a respiração da pessoa amada no telefone. Não havia nada a se dizer. Saudade, às vezes desespero, às vezes solidão.

Mas isso não dura para sempre. O ser humano tem a capacidade incrível de se "acomodar". Com o tempo, tomamos como garantida aquela segurança e bem estar proporcionada por este relacionamento. Tanto que no fim deixamos de sentir. Deixamos de lembrar os bons momentos, enquanto os maus momentos se tornam tão evidentes. Nos esquecemos de sentir aquele calafrio, aquela saudade, e deixamos principalmente de sentir gratidão pelo esforço, tempo e dedicação que aquela pessoa desprendeu conosco. Queremos um tempo para nós, ficar sozinhos, ou em companhia diferente, vem aquela sensação de que estamos perdendo a "vida" com aquela rotina, e nos esquecemos do que estávamos construindo. Começamos a nos focar no nosso "eu", egoísta e sem princípios, buscando prazer pessoal (aquela sensação inicial). É o início do fim do relacionamento.

Mas como evitar isso?! Como fugir desse fim trágico? Talvez com esforço, talvez com sacrifício, talvez com reflexão profunda. Talvez buscar aquele sentimento inicial, ou pesar toda a convivência e a construção mútua linda que a maioria dos relacionamentos duradouros possuem. Talvez apostar mais alto nisso, e esperar um retorno a longo prazo. Na verdade nem eu sei.

Tudo que sei é que cada dia, famílias se desfazem, e outras nem chegam a nascer. Tudo por causa do egoísmo presente na própria natureza humana.

Mas uma coisa eu digo, de certeza. Basta esforço para evitar isso. E talvez gerar algo que dure uma vida, e não algumas noites. A vida é curta, mas nem tão curta assim, e viver ela de forma a construir algo é muito mais produtivo que buscar sensações momentâneas. Talvez lá fora (do relacionamento) não haja nenhum motivo pelo qual destruir algo tão grande. Vale a pena valorizar os sentimentos dos outros, geralmente o retorno é maravilhoso.

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