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5 de mar. de 2007

Esperança e o lado bom

Depois daquela carta escrita em 2070, fiquei meio surpreso com o que a humanidade é capaz de imaginar. Um futuro como aquele seria realmente terrível, e comecei a me perguntar se não estaríamos mesmo destinados a sofrer com um futuro como aquele.

Uma das melhores coisas que fiz nos últimos tempos foi assinar a SuperInteressante. Acho que é uma das poucas leituras que ainda valem a pena hoje em dia.

Nesta revista, um artigo muito interessante, em que grandes mentes ditam motivos para se ter esperança. Como posso discutir com esses caras? Análises profundas de nossa história, dados, fatos, provando por A+B que na verdade estamos na época de ouro da humanidade. Nunca antes alcançamos tal nível de iluminação, comparados a épocas antigas em que a barbárie e a dor reinavam absolutas e aceitas pela maioria absoluta da população.

Não digo que vivemos em um mundo perfeito, não sou hipócrita, sei de nossos defeitos e das coisas terríveis que os seres humanos são capazes de fazer. Mas ao menos, hoje, em nossa sociedade, tais fatos chocam, provocam opiniões, se discute, se avalia, se protesta. Enquanto antes a crueldade era vista como diversão, hoje em dia é condenada como uma praga. Nossa civilização aprendeu, evoluiu.

Tal evolução, e o que vejo hoje no mundo, só me indicam uma coisa. Me chamem de otimista, me chamem de sonhador, mas eu vejo este mundo caminhando para um lugar melhor, um futuro melhor. Eu tenho esperança. Acho que já é um ótimo começo, visto que muitos nem isso tem.

Ao mesmo tempo, estou começando a ver o lado bom das coisas. Isso já foi extremamente difícil para mim, mas hoje pela tarde tive uma experiência que me abriu alguns horizontes. Fui consertar uma tomada (sim, se usa eletricidade, tem botões ou manual em inglês, eu conserto), e, por uma inadimplência de alguém (que ainda bem não se apresentou, pois eu acho que teria esganado) acabei quase ficando grudado na dita cuja.

Ter seu braço atirado para trás por 220 volts não é nada legal, dói MUITO. Parece que libera todos os hormônios que te preparam para a fuga ou luta, e por alguns segundos, simplesmente se perde a razão.

Contando aos meus colegas depois, uma colega diz brincando: "acho que esse choque te fez bem, estás mais alegre". Realmente, até aquele momento (resultado de uma noite mal dormida) eu não estava muito empolgado. E como um raio, eu percebi, era verdade. Aquele choque tinha me despertado, e eu estava me sentindo mais acordado, melhor (fora a dor no braço). Quer dizer, se até ISSO tem um lado bom, talvez valha a pena encarar a vida de outra maneira.

É algo a se pensar...

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